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Quando você inicia seus investimentos na bolsa de valores, é comum (e desejável) passar um
período analisando as ações e realizando operações simples (e com pouco dinheiro) de compra
e venda destes ativos. O aprendizado precisa ser gradual e paciente, sempre!
Nesta fase também ocorrem alguns avanços modestos na análise de gráficos, principalmente
em busca do comportamento histórico daquela ação que você está pensando em comprar.
Neste momento, você geralmente começa a ouvir alguém dizendo que fez uma operação
envolvendo opções de ações (que são tipos de derivativos, ou seja, instrumentos financeiros
cujo preço de mercado deriva do preço de mercado de um ativo, que no nosso caso é uma
ação de uma empresa).
Farei um breve resumo sobre estes termos tão utilizados no mundo das ações para que você
comece a entendê-los. Temos dois tipos de opções de ações:
Há também dois tipos de operação que você pode fazer com cada uma das opções acima: a)
comprar; ou b) vender. Assim, você pode tanto comprar quanto vender uma “call”, o mesmo
valendo para uma “put”. São quatro combinações, portanto.
Estas opções de ações definem um valor da ação (também chamado de “strike”), previamente
estabelecido, e servem principalmente como instrumentos para minimizar os riscos envolvidos
nas variações dos preços das ações no mercado.
Suponha a seguinte situação: você compra hoje 1000 ações da Petrobrás (código PETR4) ao
preço de R$ 13,00 cada uma (investimento total de R$ 13.000,00). Eis que ocorre uma forte
volatilidade (oscilação de preços) no mercado e o preço da PETR4 cai para R$ 10,00. Se você
tiver apenas as ações em mãos, você verá seu patrimônio diminuir em R$ 3.000,00.
Por outro lado, se você ao mesmo tempo em que você comprar a ação, você também comprar
uma opção de venda (ou “put”) de PETR4 por R$ 13,00, então, mesmo que ação caia (para R$
10,00, por exemplo), você estará protegido, pois esta “put” que você comprou permitirá a
você exercer o direito de vender PETR4 por R$ 13,00.
Veja que, neste exemplo, a “put” funcionou de forma similar a um seguro de automóvel. Você
paga por ela um valor bem menor que o seu patrimônio (as ações). Se as ações permanecem
no mesmo preço ou sobem, você não vai usar este “seguro”. Mesma situação se o seu carro
não é roubado, nem sofre danos com uma batida.
Por outro lado, se as ações caírem, então você exerce suas “puts” pelo preço que você
comprou as ações. Mesma situação se o seu carro é roubado ou sofre uma batida grande –
casos em que você recebe o valor integral do carro.
Conclusão
Existem várias outras formas de usar “calls” e “puts” como proteção, mas isso fica para outro
artigo. Antes de finalizar, quero ainda deixar dois conceitos importantes:
É sempre melhor ter em mãos um direito do que uma obrigação, mas com o tempo você
entenderá melhor que todos os cenários têm sua utilidade, dependendo das suas estratégias.
Ufa, artigo bem denso e cheio de palavras diferentes, não é mesmo? Vá com calma que você
chega lá, e lembre-se de uma lição importante quando estiver operando na bolsa de
valores: “O mercado foi feito para transferir dinheiro dos impacientes para os
pacientes” (Warren Buffett). Bons investimentos e até a próxima!