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Condições da ação civil

As condições da ação são requisitos necessários aos exercícios da ação, sem


os quais o direito de ação não existe.
Duas são as condições: a) interesse de agir – necessidade de se invocar a
tutela jurisdicional no caso concreto; b) legitimação das partes- o autor é aquele a
quem a lei assegura o direito de invocar a tutela jurisdicional, e o réu, aquele e face de
quem pode o autor pretender algo.
O novo CPC apartou-se da teoria liebmaneana, ao considerar a possibilidade
jurídica do pedido integrante do mérito da causa – com o que prestigiou a posição de
Chiovenda sobre o tema - por se entender que, quando a parte apresenta uma
demanda sem que haja possibilidade jurídica do pedido, trata-se de verdadeira
improcedência com resolução de mérito nos termos do art. 487, I.
Condições da ação penal
No âmbito penal, além do interesse de agir, e da legitimação para agir, emerge
de forma bastante destacada a possibilidade jurídica, pois a denúncia ou a queixa
deverá fundar-se, necessariamente, num fato típico e antijurídico, expressamente
previsto no direito material penal.
Algumas das condições da ação são genéricas, indispensáveis aos exercícios
de qualquer ação, inclusive a ação penal, devendo coexistir – interesse e ilegitimatio
ad causam -, e outras são especificas, necessárias apenas num ou noutro caso,
condicionando o exercício de determinada ação.
Defesa contra a ação. Questões sobre o exercício da ação
No sentido técnico jurídico, o vocábulo “questão” designa uma controvérsia
sobre um ponto de fato ou de direito.
A eficácia dos atos processuais, de um modo geral, resulta justamente da
natureza das questões solucionadas num determinado processo.
Hélio Tornaghi classifica as questões, genericamente, em três categorias: a)
questões preliminares – pressupostos processuais; b) questões intermediárias –
condições da ação; c) questões finais – pretensão deduzida em juízo, ou seja, mérito
da causa.
Como a ação nada mais é do que um dos vértices da relação processual –
aquele que liga o autor ao juiz e vice-versa -, qualquer questão sobre a ação deriva
numa questão processual, a ser resolvida antes do mérito da causa.
A eficácia da decisão que resolve sobre uma questão intermediária é restrita ao
processo em que foi proferida, pois a pretensão material deduzida em juízo continua
imprejulgada.
Classificação das ações
A ação civil pode ser classificada sob mais de um aspecto. A ação individual
tem por objeto pretensão material pertencente a uma única pessoa ou mais de uma
solidariamente ou e condomínio.
A ação de conhecimento provoca uma providência jurisdicional, pelo qual o juiz
tenha pleno conhecimento da lide, a fim de que possa proferir uma decisão de mérito.
A ação declaratória visa a simples declaração de existência ou inexistência de uma
relação jurídica, ou de autenticidade de um documento. Ação condenatória visa a
condenação do réu a uma prestação, mediante aplicação de uma sanção ao réu, que,
no âmbito civil, é sujeita-lo à execução.
Ação constitutiva visa à criação, modificação, conservação ou extinção de uma
relação ou situação jurídica. A tutela provisória visa uma tutela urgente, antecedente
ou incidental ou uma tutela de evidência, tendentes a satisfazer o direito material,
mediante tutela antecipada.
A ação de execução provoca providencias jurisdicionais de execução. As
medidas cautelares sobrevivem no direito processual penal. A ação coletiva tem por
objeto pretensão material pertencente a um grupo, categoria ou classe de pessoas,
sendo a pretensão coletiva objeto de tutela pela Lei da Ação Civil Pública.
A ação trabalhista se divide em: Dissidio individual, cujo titular é pessoa
singularmente considerada e destina-se à obtenção de um pronunciamento judicial
sobre interesse concreto e individualizado, podendo ser declaratório, constitutivo,
condenatório e de execução.
O dissídio coletivo é exercido em função de um direito que é reconhecido aos
grupos, isto é, às categorias profissionais, representadas no processo pelos sindicatos
ou associações organizadas. Pode ser constitutivo ou declaratório.
A ação penal pode ser classificada em função do elemento subjetivo. A ação
civil pública incondicionada compete, com exclusividade, ao ministério Público, sem
necessidade de manifestação de vontade de quem quer que seja. A ação pública
condicionada é promovida pelo Ministério Público, mas condicionada a uma
manifestação de vontade. Ação exclusivamente privada compete ao ofendido ou
representante. A ação privada subsidiária da ação pública ocorre se o órgão do
Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal. A ação penal privada
personalíssima compete única e exclusivamente ao ofendido.

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