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ABSTRACT
1- INTRODUÇÃO
2 - METODOLOGIA
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante a execução do experimento, as condições sinóticas foram típicas da estação seca, com
muita influência de queimadas e pouca atividade convectiva, tanto que no caso específico da área de
Ji-Paraná, foram observados 117 focos de queimadas e, estes aerossóis produziram muita névoa seca
(Fisch, 1996), tanto que no aeroporto de Porto Velho, RO, foi registrada uma visibilidade de 1.000m.
Conforme já verificado por vários autores (Fisch, 1996; Lyra et al., 1997) a irradiância solar
global (Rg) foi maior na floresta do que na pastagem. É importante salientar que os referidos autores,
por dedução, atribuem este fenômeno as queimadas. É conveniente registrar que, utilizando a razão
entre o fluxo integrado da radiação solar incidente à superfície e no topo da atmosfera, Fisch (1996)
não encontrou diferença expressiva entre a transmitância global (soma das transmitâncias direta e
difusa) diária na floresta e pastagem durante o experimento RBLE3.
Já o comportamento do ciclo diurno da umidade do ar é mínimo no início da manhã e máximo
no final da tarde, o que faz com que sejam semelhantes nos dois sítios, só que levemente superior na
floresta. Entretanto, é importante ressaltar que Lyra et al. (1994) asseveram que a evapotranspiração da
pastagem representa apenas 50% do valor observado na floresta, concluindo que o suprimento de
umidade na pastagem só pode ser efetuado via advecção, apesar de não haver nenhuma comprovação
da existência de uma circulação local.
É pertinente salientar que a transmitância direta devido ao vapor d’água, tanto para o espectro
visível como para o espectro infravermelho, têm um comportamento semelhante para os dois sítios
experimentais, conforme pode ser observado no Quadro 1 e na Figura 1. De um modo geral,
observam-se que as transmitâncias apresentam pequenas disparidades, com uma diferença relativa
menor do que 3% em favor da pastagem, exceto no infravermelho às 14 horas, quando a transmitância
na pastagem foi menor, devido justamente a uma maior quantidade de água precipitável.
Por outro lado, como era esperado, as menores transmitâncias ocorrem no início da manhã e
final da tarde. Naturalmente que isso está associado não só à quantidade de água precipitável, como
também com mais ênfase ao ângulo zenital, principalmente no espectro visível. Apesar da
transmitância no infravermelho está essencialmente associada a absorção do vapor d’água nota-se que
a transmitância vai aumentando de maneira similar com o aumento do comprimento de onda para
todos os horários, com exceção da absorção de algumas faixas bem definidas de comprimento de onda.
Infelizmente não foi possível fazer uma avaliação diferenciada para a componente direta e
difusa, uma vez que não há possibilidade com os dados disponíveis. Com um erro instrumental
estimado em 1% e uma diferença média de 5% na Rg em favor da floresta, deduz-se que esta diferença
de 3% na transmitância atmosférica é significativa, considerando-se as condições estudadas.
4 - CONCLUSÕES
Os resultados indicaram haver uma transmitância direta atmosférica média devido ao vapor
d’água maior na pastagem em relação a floresta em torno de 3%. Isso demonstra que este percentual,
que é significativo, não é compatível com as diferenças detectadas na radiação solar global (Rg) `a
superfície nos dois sítios experimentais, precisamente porque os maiores Rg ocorrem na floresta, o que
faz supor uma forte influência dos aerossóis oriundos das queimadas na pastagem e floresta nativa,
conforme já relatado por diversos autores.
5 - BIBLIOGRAFIA CITADA
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t.08 t.08
( a) ( b) t.11
t.11
t.14
t.14 t.17
1 t.17 1
0,9 0,9
0,8 0,8
0,7 0,7
0,6 0,6
0,5 0,5
0,4 0,4
0,3 0,3
0,2 0,2
0,1 0,1
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t.14 t.14
t.17 t.17
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0,9 0,9
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