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AO EXMO SR DR JUIZ DE DIREITO DA 15º VARA CÍVEL DA COMARCA

DA CAPITAL DO RJ

Distribuição por dependência

Processo n. xxxx

KATIA,  brasileira, <estado civil>, profissão, portadora do RG n., inscrita no CPF n.,
residente e domiciliada à Rua...Bairro, Cidade, Cep, endereço eletrônico, vem à
presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que a esta subscreve,
conforme procuração anexa, com fulcro no artigo 674 e seguintes do NCPC opor 

EMBARGOS DE TERCEIRO

Em face de BEATRIZ, já devidamente qualificado nos autos da ação de execução de


alimentos, com fulcro nos artigos 674 parágrafo 2º, I do CPC 2015 e artigos 1º e 3º, III
da Lei 8009/90, pelas razões que passa aduzir.

I – Preliminarmente

A embargante por ser carente na acepção jurídica do termo não dispõe de meios para
arcar com as custas e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio fim e de sua
família conforme declaração anexa, e com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIV, da CF/88,
artigo 98, §3º do NCPC e seus parágrafos, requer a concessão da gratuidade de justiça.

II – Tempestividade

O presente Embargos de Terceiro são tempestivos tendo em vista que interposto antes
da adjudicação da alienação por iniciativa particular ou da arrematação do imóvel e
também nos termos do artigo 675 e parágrafo único do CPC 2015.

III – Dos Fatos

A Embargante é casada no Regime da Comunhão Universal de Bens com Paulo, que


figura como executado nos autos da ação de execução alimentícia em trâmite neste
Juízo. O casamento deu-se no ano de 2015.

Em 2017, Paulo se desfez de dois imóveis que possuía para adquirir outro imóvel onde
o casal atualmente reside.

Em 2018, Paulo ficou desempregado e começõu a ter dificuldades para pagar a pensão
alimentícia de seu filho tendo por fim deixado de quitá-la e portanto, BEATRIZ, sua ex-
esposa, representando seu filho, ajuiza a Execução de alimentos. Durante o trâmite da
execução de alimentos, que tramita perante este Juízo, o imóvel adquirido por Kátia e
Paulo é penhorado, ressaltando que se trata do único imóvel do casal.

IV – Fundamentação

A embargante possui legitimidade para opor os presentes embargos por se tratar de


terceira interessada na forma do artigo 674, parágrafo 2º, I do CPC 2015 e Súmula 134
do STJ
Tendo em vista que Kátia e Paulo estão casados no regime de comunhão universal de
bens, decorre que todos os bens presentes e futuros são comunicados entre os cônjuges,
tal qual o imóvel que Paulo adquiriu para residirem restando como meeira a embargante
à luz do Art. 1.667 do CC e seguintes. Ainda, trata-se de bem indivisível, não podendo
ter parte constrita sem que haja prejuízo à embargante.

À luz da nova redação dos artigos 1º e 3º, inciso III, da Lei nº 8.009/90, o imóvel
residencial próprio do casal ou da entidade familiar é impenhorável e não responderá
por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza,
contraída pelos conjuges ou pelos pais ou filhos que sejam proprietários e nele residam.

A embargante ampara-se no artigo 3º inciso III da Lei nº 8.009/90, opondo a


impenhorabilidade, resguardando, todavia, seu direito sobre o bem como meeira e
coproprietária, eis que a mesma integra com o devedor, ora executado na ação de
execução alimentícia, união conjugal no regime da comunhão universal de bens, à luz
do que dispõe o artigo 1667 do Código Civil 2002.

Há ainda que se destacar o que se tem disciplinado em jurisprudência superior acerca da


garantia e legitimidade da embargante nos presentes embargos conforme preconiza a
Súmula 134 do STJ: "embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do
executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação".

V – Pedidos

Assim, por todo exposto, se requer:


a) A concessão do benefício da justiça gratuita ao embargante.

b) a Suspensão das medidas constritivas determinadas nos autos da execução de


alimentos incidentes sobre o imóvel penhorado.

c) Na eventualidade, que sejam resguardados os direitos da embargante em relação à


meação do referido imóvel a teor do que consta no artigo 3º, III da lei 8009/90, bem
como o disposto na súmula 134 do STJ.

d) A intimação do embargado para responder os presentes embargos.


e) A intimação do Ministério Público para intervir nos presentes embargos nos termos
do artigo 178, inciso II do NCPC 2015

f) A condenação do embargado nas custa processuais e honorários advogatícios

g) A embargante pretende comprovar todo o alegado através de prova documental,


testemunhal e de todas outras formas admitidas em direito.

E por fim a procedência dos embargos de terceiro para, em relação à meação da


embargante, declarar a ineficácia da penhora ou a desconstituição da penhora,
resguardando-se todos os direitos da embargante enquanto cônjuge.

Atribuí-se o valor da causa em (Valor venal do imóvel que sofreu a constrição da


penhora)

Nestes Termos

Pede Deferimento
Local, 21 de junho
OAB/_

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