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Gestão Pelas Métricas

na Atividade Pecuária
Como fazer o Diagnóstico

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Introdução
Na história recente, fazendas sem definição no processo de gestão cresciam e geravam lucro. Este fato

traduzia quão bom era o negócio. Destaca-se que até o início da década de 80 o valor de cada boi gordo

comprava 5 bezerros, o dobro ou mais do realizado atualmente. Vale lembrar que em tempos de inflação,

alguns meses de altos juros eram suficientes para anular o efeito negativo de eventual erro na compra de

insumos, falhas no processo de produção entre outros, afinal o que valia neste momento era o processo

financeiro e não produtivo.

Após 1994, com estabilidade da moeda o quadro especulativo vem sofrendo mudanças que exigem a

profissionalização do setor. Por outro lado, mesmo anos depois, ainda encontram-se, com facilidade,

fazendas que operam exatamente da mesma forma a mais de 20 anos.

O fato é que o negócio mudou na produção pecuária, e quem não se adaptou vive a realidade de

degradação do solo, a depreciação das instalações, redução do rebanho e a própria área da fazenda.

Operando numa margem de fluxo de caixa na ordem de 15% ou menos, do resultado obtido no passado.

Este ciclo que tende ao caos assola qualquer negócio onde a GESTÃO não está presente.

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Temos que saber “ONDE ESTAMOS”


1º PASSO
para determinar para “AONDE
VAMOS”.

Quanto mais informações têm sobre as forças e fraquezas do

empreendimento, maiores são as chances de sucesso na tomada de

decisões. O diagnóstico [dia = “por meio de” + gnose =

“conhecimento”] elaborado é uma análise das características físicas,

estruturais, produtivas e financeiras da fazenda, que gera

informações para auxiliar na tomada de decisões, bem como no

estabelecimento de metas e na elaboração do planejamento.

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É no diagnóstico que conseguimos classificar as

fazendas que operam a pecuária de corte dentro de

sete grupos de acordo com o resultado (lucro) obtido

por hectare de pastagem como apresentado na figura

abaixo.

Além disto, no momento do diagnóstico, indicadores

como produção de carne/ha, desfrute, parâmetros

reprodutivos, relações entre custeio e investimentos,

custos fixos e variáveis, custo da @ produzida entre

outros, devem ser observados.

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INVENTÁRIO GERAL –
“onde estamos”
• LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES
Antes de qualquer tomada de decisão, se faz necessário o
Este item é o componente básico na elaboração do inventário geral da empresa.
levantamento completo das informações relacionadas ao setor de

produção e seus adjacentes. O inventário geral deve ser objetivo e

criterioso para que possa fornecer o diagnóstico verdadeiro da atual

situação da empresa.

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● LOCALIZAÇÃO DA PROPRIEDADE

Grande parte das características comerciais bem como de clima e outros são reflexos da

localização da propriedade.

● ÁREA

Na análise global da empresa pecuária se faz necessário o conhecimento total das áreas da

empresa e a maneira de utilização.

INFORMAÇÕES FÍSICAS
E ESTRUTURAIS

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Informações Importantes
● Reservas

● Áreas Improdutivas

● Benfeitorias

● Agricultura

● Pastagens produção

● Arrendamentos

● Forrageiras anuais

● Outros

● Total pecuário

● Superfície total

1ª CHAVE DO SUCESSO “PASTAGEM”

Os sistemas pecuários brasileiros são caracterizados fundamentalmente pela utilização de pastagens como fonte

principal de alimento para o rebanho. Na pecuária, as pastagens assumem dois aspectos importantes. O primeiro é que

elas viabilizam a competitividade brasileira, e o segundo é que possibilitam a produção de forma natural, com respeito ao

ambiente e aos animais, viabilizando o atendimento de grande parte da demanda mundial por alimento.

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Composição da Pastagem

O conhecimento da área, composição agrostológica, ano de formação, estado de degradação,

condições de cercas, aguadas e invasoras são princípios básicos na elaboração do organograma

de produção, lotação e investimentos na empresa. O custo médio de implantação das pastagens

deve ser registrado a fim de gerar informações para avaliação econômica do sistema.

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Tabela 1 - Tabela de Coleta de Informações das pastagens Informações


a Coletar

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Tabela 2 – Quadro de áreas e lotação Informações


a Coletar

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Informações
a Coletar

Limitantes para utilização da capacidade de exploração forrageira:

● CERCAMENTOS

● AGUADAS

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Área Estrutural da Empresa

Informações sobre a estrutura física da empresa geram dados para o cálculo de depreciação,

um dos componentes importantes do custo de produção. O estado geral de conservação,

sobretudo das instalações produtivas, devem ser conhecidos por apresentarem relação direta

com o manejo do rebanho. O levantamento de benfeitorias tem como principal função informar

o gestor sobre as ferramentas estruturais disponíveis e suas condições. De forma geral, não

representam impacto significativo na valorização produtiva do imóvel.

Para uma avaliação mais ampla, pode-se pontuar as instalações quanto ao estado de

conservação, funcionalidade e organização/limpeza. Recomenda-se notas de 1 a 4, onde 1:

Ruim, 2: Regular 3: bom e 4: ótimo. Diante disto podemos ter uma boa referência da forma que

a fazenda lida com suas instalações. Abaixo segue exemplo.

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Tabela 3 - Exemplo de
levantamento de benfeitorias

Entendemos que a gestão da fazenda é plenamente

profissional quando consegue adotar medidas de ordem em

suas instalações. Por isto julgamos necessária a avaliação

sugerida acima.

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Parque de Máquinas
Dados sobre a marca, modelo, potência, ano de fabricação e valor de aquisição são necessários nas avaliações

de manutenção e depreciação do maquinário.

Tabela 4 – Tabela de informações sobre o parque de


máquinas

O parque de máquinas na empresa pecuária deve apresentar objetivo claro de utilização. Ajustes quanto sua

amplitude e utilização são necessários, já que os mesmos compõem o plano de contas da empresa através de

manutenção, reparos, combustíveis e lubrificantes etc., além de sua taxa de depreciação. Normalmente se

observa sub-utilização do maquinário, gerando entre outros, acréscimo na composição do custo da @

produzida. A Tabela acima descreve um levantamento do parque de máquinas de uma empresa agropecuária.

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Tabela 5 - Indicadores
do parque de máquinas

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O conhecimento do valor real do custo da hora máquina de cada trator nas principais atividades é

fundamental na elaboração dos custos de confecção de silagem, salgação de cochos, operações agrícolas,

entre outros. Para que possamos apurar o custo da hora máquina são necessários os seguintes registros:

● Data, atividade executada e total de horas trabalhadas na função;

● Custo dos operadores;

● Registro de abastecimento, peças, filtros e lubrificantes utilizados na manutenção;

● Serviços de terceiros prestados no equipamento e outros.

Destacamos que os gastos com retíficas se enquadram em investimentos, e por isso devem ser

depreciados. Por outro lado, a manutenção deve ser aplicada diretamente ao custo da hora trabalhada.

O controle de máquinas pode ser elaborado manualmente ou com utilização de planilhas eletrônicas. O

princípio básico para termos sucesso na obtenção deste valor é o correto apontamento por parte do

operador, bem como da oficina que efetua as manutenções no equipamento.

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Informação de
Rebanho

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Na pecuária de corte, cada animal é uma célula de produção e seu desempenho determina os

resultados obtidos na fazenda. Para avaliação do efetivo pecuário deve ser levantado o estoque bem

como as características de escore corporal, condição sanitária, condição reprodutiva e qualidade

genética.

Levantamento Quantitativo

É, exatamente, conhecer as quantidades, o estoque pecuário da empresa bem como sua distribuição

nas categorias. Apesar de o efetivo pecuário ser de simples controle, tem-se observado muita

dificuldade de se obter a verdadeira quantidade de animais. O registro do estoque pecuário correto é

necessário na elaboração de todo planejamento zootécnico, produtivo e financeiro da fazenda. Seguem

exemplos de distribuição dos animais nas categorias em mapas pecuários.

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Tabela 6 –
Levantamento de
Rebanho

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Levantamento
Qualitativo

Este levantamento tem por objetivo o conhecimento qualitativo. Este deve ser elaborado individualmente para todas as categorias

com os seguintes itens:

● Qualidade genética

● Situação sanitária

● Situação reprodutiva

● Escore corporal e peso atual

● Outros

Como exemplo, para planejarmos quanto e quando os animais de determinada safra serão abatidos, são os parâmetros qualitativos

que norteiam a decisão.

● MANEJO: O manejo geral da empresa deve ser avaliado.

● TROPA, OVINOS, CAPRINOS E OUTROS: Na maioria dos casos, o controle de tropa, ovinos e caprinos está mais ligado ao

aspecto organizacional que de extração forrageira propriamente dita. Por outro lado, não são raros ajustes no efetivo da

tropa.

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Tabela 7 – Exemplo de
levantamento de tropa

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Sistema de Cria Sistema de Recria Sistema de
Terminação
● Manejo nutricional; ● Manejo nutricional;
● Manejo Nutricional;
● Estação de monta; ● Manejo sanitário;
● Manejo Sanitário;
● Inseminação artificial; ● Tamanho de lote;
● Tamanho de Lote;
● Relação touro/vaca; ● Índices de produção;
● Idade e Peso ao Abate;
● Sistema de cruzamento; Sanitário; ● Outros.

Levantamento do ● Índices zootécnicos;


● Outros.

manejo utilizado ● Idade média de matrizes e

reprodutores;

● Tamanho de lote;

● Outros.

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Informações
Administrativo-Financeiras

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Neste item devemos avaliar como a empresa desempenha o papel administrativo. Planejamento, controle

de caixa, departamento pessoal, registros de informações produtivas, funcionários envolvidos, softwares,

planilhas utilizadas, entre outros. Além disto, devemos nos atentar que uma verdadeira fazenda empresa

conhece:

● Custo da Cabeça-UA/Mês

● Custo do Bezerro Desmamado

● Custo da @ Produzida

● Custo de Formação de Matrizes

● Lucro da Fazenda

Abaixo segue uma tabela com alguns índices financeiros considerados como parâmetro para a atividade

pecuária.

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Tabela 8 – Índices
financeiros

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Histórico da Propriedade Dados Climáticos

Dados sobre data de aquisição da empresa, histórico de Uma das principais diferenças entre a empresa rural e a

lotação, produção, índices zootécnicos, clima, principais urbana é a total dependência de fatores climáticos. Estes

limitações produtivas e outros, são dados determinantes na determinam desde a utilização de culturas de inverno até o

intervenção administrativa da empresa. Estes dados período da estação de monta. A coleta e o registro diário de

refletem o nível de utilização produtiva, bem como dados, bem como seu histórico, são necessários para a

econômica da fazenda. Serve também como parâmetros de elaboração do cronograma de produção. Os dados

comparação e balizamento após a intervenção normalmente registrados são precipitação pluviométrica,

técnico-administrativa. temperaturas máximas, mínimas e médias e umidade

relativa.

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Matriz SWOT
“O termo SWOT é uma sigla oriunda do inglês, referenciando as Forças (Strengths),

Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). A

análise SWOT foi criada por dois professores da Harvard Business School. Por outro

lado, indica-se que a idéia da análise SWOT já era utilizada há mais de três mil anos

quando cita em uma epígrafe um conselho de Sun Tzu: “Concentre-se nos pontos

fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as

ameaças ” (SUN TZU, 500 a.C.)

Apesar de bastante divulgado e citado por autores, é difícil encontrar uma literatura

que aborde diretamente esse tema”.

Pontos Fortes que potencializam oportunidades - Pontos Fortes que inibem ameaças -

Pontos fracos que inibem oportunidades - Pontos Fracos que potencializam ameaças

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Índices
Zootécnicos
“Visão da fazenda Informações como: “morre pouquinho”, “abatemos bastante este ano”, “a reprodução

através dos números” está boa”, entre outras, nem sempre apresentam as informações de uma forma que

...O fim do “achismo”!!! nos sirva à tomada de decisões. Para que haja uma correta tradução dos números da

fazenda, necessitamos conhecer os ÍNDICES ZOOTÉCNICOS.

Os índices zootécnicos são dados produtivos referentes aos segmentos da exploração.

Eles refletem em forma numérica (relação entre dados) o desempenho dos diversos

parâmetros da exploração pecuária.

A interpretação dos índices deve ser feita de forma conjunta com as características de

produção empregadas na propriedade.

Diversas formas e nomenclaturas são encontradas, sendo assim, devemos nos atentar

quanto à metodologia de cálculo do índice em discussão.

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Abaixo segue um exemplo da relação entre a taxa de desmame e o custo de ÍNDICES REPRODUTIVOS

produção do bezerro.

ÍNDICE DE FERTILIDADE/PRENHEZ: É a relação do número de fêmeas em

cobertura que ficaram prenhes em determinado período de exposição

reprodutiva.

ÍNDICE DE FERTILIDADE = Nº de Fêmeas prenhas


Nº Fêmeas em cobertura

ÍNDICE DE NATALIDADE: É a forma de medir o resultado das fêmeas em

cobertura, quantas conseguiram parir bezerros vivos.

ÍNDICE DE NATALIDADE = Nº de bezerros nascidos


Nº fêmeas em cobertura

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Tabela 9 - Efeito da
eficiência reprodutiva
na estrutura do rebanho

A Tabela acima descreve a elevação no número de matrizes para se produzir a mesma quantidade de bezerros quando ocorre redução

nos índices de natalidade.

ÍNDICE DE MORTALIDADE INTRA-UTERINA/PERDA PRÉ-PARTO: Representa o índice de perdas de animais que foram abortados,

reabsorvidos ou natimortos. Lembrando que natimortos são aqueles bezerros que nasceram mortos, seja por já estarem mortos no

útero, ou por terem morrido durante o parto.

Diante da dificuldade ou impossibilidade em se observar as perdas por reabsorção este item pode ser avaliado da seguinte forma:

ÍNDICE DE MORTALIDADE INTRA-UTERINA =

Nº de fêmeas prenhes - Nº de fêmeas que pariram


Nº de fêmeas prenhes

É importante destacar que neste índice está incluído o eventual erro no diagnóstico de gestação.

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TAXA DE DESMAME (% DESMAME) OU EFICIÊNCIA REPRODUTIVA: É o mais importante na reprodução. Representa o total

de animais desmamados em relação às vacas expostas em reprodução dentro de determinado ano agrícola.

% DESMAME = Nº de bezerros desmamados


Nº de fêmeas em cobertura

Este índice reflete o dado global da atividade de cria, pois está diretamente relacionado com todos os índices citados

anteriormente.

RELAÇÃO DE DESMAMA (%): Peso do bezerro, em percentual do peso da mãe, no dia da desmama.

RELAÇÃO DE DESMAMA = Peso do bezerro x 100


Peso de sua mãe

PRODUÇÃO REAL (Kg): Mostra quantos kg de bezerro a vaca desmamou no ano.

PRODUÇÃO REAL = Peso do bezerro X 365


Intervalo entre partos de sua mãe

PERÍODO DE SERVIÇO: Período em dias compreendido entre um parto e a primeira cobertura fértil posterior a este parto,

de uma mesma matriz. Deve-se fazer avaliação média das matrizes.

IDADE À PRIMEIRA CRIA: Idade na qual a novilha pariu pela primeira vez. Deve-se fazer avaliação média de todas as

novilhas.

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Tabela 10 – Efeito da
idade a primeira cria na
estrutura do rebanho

A estrutura do rebanho representa diretamente a composição de custos. A variação na quantidade de novilhas necessárias

para a reposição de acordo com a idade ao primeiro parto interfere diretamente na rentabilidade da empresa. Cada vez mais é

necessária uma estrutura enxuta para a produção pecuária econômica.

ÍNDICE DE SERVIÇO: No caso da utilização de inseminação artificial, esse índice relaciona o número de doses de sêmen gastas

pelo total de fêmeas prenhes.

INTERVALO ENTRE PARTOS: Período compreendido entre 2 partos consecutivos de uma matriz. Devemos efetuar a média

geral dentro das categorias de matrizes.

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ÍNDICES PRODUTIVOS

MORTALIDADES
Tabela 11 - Efeito do intervalo entre partos na
MORTALIDADE EM BEZERROS: Mede a percentagem de mortes de animais do
produtividade de rebanhos com sistema de cria nascimento à desmama.
(considerando 1000 matrizes em 3 anos de produção) MORTALIDADE EM BEZERROS = Nº de bezerros mortos até o desmame
Nº de bezerros nascidos x 100

Ou

= Bez. Nascidos – Bez. Desmamados


Nº de bezerros nascidos x 100

No caso acima citado devemos considerar eventuais saídas


(vendas/transferências) destas categorias.

MORTALIDADE EM ANIMAIS JOVENS: Mede a percentagem de mortes de


animais da desmama até 2 anos.

MORTALIDADE EM ANIMAIS JOVENS = Nº de animais da categoria mortos


Nº de animais da categoria x 100

MORTALIDADE EM ANIMAIS ADULTOS: Mede a percentagem de mortes de


animais acima de 2 anos.

MORTALIDADE EM ANIMAIS ADULTOS = Nº de animais da categoria mortos


Nº de animais da categoria x 100

No caso da mortalidade de animais jovens e adultos devemos considerar


sempre o número de animais da categoria do mês em que ocorreu a morte
para o cálculo, ou seja, devemos calcular a mortalidade mensal, e a somatória
das mortalidades mensais será a mortalidade anual.

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TAXA DE ABATE: Mede a percentagem de animais abatidos dentro do período determinado LOTAÇÃO MÉDIA ANUAL = Rebanho Médio
(ano agrícola ou civil). Área de Pastagem

TAXA DE ABATE = Animais abatidos PRODUÇÃO DE CARNE/ha: Mede a produção em kg de carcaça por unidade de área. Este é
Total do rebanho (inicial) x 100 o principal indicador de produtividade de uma fazenda de gado de corte.

TAXA DE VENDAS: Mede a percentagem de animais vendidos dentro do período PRODUÇÃO DE CARNE/ha** = Estoque Final -Estoque Inicial- Compras + Vendas
determinado (ano agrícola ou civil). Área de Pastagem
** este indicador deve ser calculado em kg de peso vivo e @
TAXA DE VENDAS = Animais vendidos
Total do rebanho (inicial) x 100
Os dados citados acima representam avaliações globais, porém, cada empresa apresenta
TAXA DE CRESCIMENTO VEGETATIVO (TCV %): Este índice mede o crescimento do estoque suas particularidades, sendo necessárias coletas de eventuais informações, as quais não
pecuário da empresa dentro do ano em questão. Este índice deve ser calculado não apenas foram acima citadas. Abaixo segue tabela com índices zootécnicos e produtivos que
em cabeças, mas em kg de peso vivo, kg de carne (carcaça), UA’s, e em valores financeiros caracterizam uma empresa pecuária dentro dos padrões aceitáveis. Considera-se que
(R$, US$). podemos obter índices melhores aos apresentados.

TCV = Diferença do total de cab. (kg, R$, etc.) no final e início do ano*
Total de animais (kg, R$, etc.) no início do ano x 100

*É importante efetuar o desconto referente aos animais provenientes de compras no


cálculo deste índice, já que os mesmos não são de produção interna do rebanho.

TAXA DE DESFRUTE**: Este índice representa a produção do rebanho dentro do período


avaliado. É a capacidade que o rebanho teve de gerar excedente.

TAXA DE DESFRUTE = Estoque Final - Estoque Inicial - Compras + Vendas


Estoque inicial x 100

LOTAÇÃO MÉDIA ANUAL: Mede a carga animal que a fazenda manteve por unidade de área
(ha ou Alq.) durante o ano. Deve ser avaliada em cabeças e principalmente em UA’s (450 kg
de PV).

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Tabela 12 – Índices
Zootécnicos e
Produtivos

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Custos

Entende-se por custos de produção a soma dos valores de todos os recursos (insumos) e operações (serviços) utilizados no processo

produtivo de certa atividade (produção de gado de corte, especificamente neste caso).

Apesar de eventuais problemas com relação ao processo de apuração de dados e da subjetividade em sua estimação, a

determinação do custo de produção é uma prática necessária e indispensável ao bom administrador, constituindo-se em um valioso

instrumento para as decisões do administrador.

Com apuração correta dos custos, podemos:

● Analisar a rentabilidade da atividade gado de corte;

● Reduzir os custos controláveis;

● Determinar o preço de venda compatível com o mercado em que atua;

● Planejar e controlar as operações do sistema de produção do gado de corte;

● Identificar e determinar a rentabilidade do produto;

● Identificar o ponto de equilíbrio do sistema de produção do gado de corte;

● Servir como ferramenta extremamente útil para auxiliar o produtor no processo de tomada de decisões seguras e

corretas.

Os custos são classificados em diretos ou indiretos e fixos ou variáveis.

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Custos Diretos e Indiretos


CUSTOS DIRETOS

São aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos pecuários, bastando existir uma

medida de consumo (quilos, horas de mão de obra, doses de vacinas, medicamentos, etc.).

CUSTOS INDIRETOS

São aqueles que para serem incorporados aos produtos pecuários necessitam da utilização de algum critério de rateio.

Os custos indiretos dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados, portanto, são os custos que

apenas são apropriados indiretamente aos produtos pecuários. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado

base ou critério de rateio.

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Custos Fixos e Variáveis


CUSTOS FIXOS

Custos fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao produzido. Um aspecto importante a ressaltar é que

os custos fixos são fixos dentro de uma faixa de produção, e em geral, não são eternamente fixos, podendo variar em

função das grandes oscilações no volume de produção pecuária.

Estes custos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel

de pastos, mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um custo fixo, uma vez

que terá o mesmo valor, qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: administração, impostos,

depreciação, salário dos vaqueiros, custo de oportunidade do capital e etc. Dentre os custos fixos, é importante

falarmos mais afundo sobre dois deles, a depreciação e o custo de oportunidade do capital.

DEPRECIAÇÃO

Depreciação é uma reserva contábil destinada a gerar fundos para a substituição do capital investido em bens

produtivos de longa duração. Trata-se, pois, de uma forma que a empresa possui de recuperar o bem de capital,

repondo-o, quando esse se torna economicamente obsoleto e com problemas para sua utilização.

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Há a depreciação física (desgaste físico) proporcionada pelo uso e a depreciação econômica ou obsolescência, devido às
inovações tecnológicas.

Depreciação = (Vi – Vf)


n

Depreciação = (Va – Vf)


R

Depreciação = 2 (Vi – Vf) (n-k+1)


n (n +1)

Onde:
Vi = Valor novo
Vf = Valor final ou valor sucata
Va = Valor atual
R = Vida útil restante
n = Vida útil total em anos
k = Ano da vida útil que se está calculando a depreciação

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Tabela 13 - Estimativa de valor sucata e CUSTO DE OPORTUNIDADE DO CAPITAL

vida útil total de alguns fatores de Também chamado de juros sobre o capital fixo, ou juros sobre o valor do patrimônio. A remuneração do

produção capital é definida como a taxa de retorno que o capital empregado na produção agrícola obteria em

investimento alternativo. Este valor representa a oportunidade perdida pelo produtor ao deixar de aplicar

o mesmo montante de recursos em outra alternativa. Na prática, a base de comparação para o custo de

oportunidade do capital do produtor é a aplicação tradicional do mercado financeiro, como a caderneta de

poupança entre outros.

É importante ressaltar que a nossa empresa não considera o valor da terra para calcular o custo de uma

fazenda que já está no negócio, pois em nosso ponto de vista ela é um bem imobiliário, que na maioria das

vezes sofre valorização, e por isso a tratamos como um negócio imobiliário e não produtivo da fazenda. No

caso de pessoas que pretendem comprar uma propriedade, daí sim levamos em conta, para tomar a

decisão de entrar ou não no negócio.

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Quando os custos fixos são maiores que os custos variáveis, provavelmente a

fazenda está operando aquém da sua lotação ideal. Fato este, resultante de

Custos Variáveis
quedas na capacidade de oferta de forrageira, conseqüentemente nos níveis de

lotação e ganhos diários.

São aqueles que variam proporcionalmente ao volume


É muito comum nos depararmos com fazendas que sua infra-estrutura bem
produzido. Os custos variáveis aumentam de acordo com o
como sua equipe, poderia atender 30% mais de gado, por outro lado a
aumento da produção. Minerais, vacinas, medicamentos são
capacidade das pastagens limita este estoque pecuário. Diante disto podemos
exemplos de custos variáveis.
entender que, seria possível uma redução direta nos custos com o crescimento
● Combustíveis e lubrificantes;
do rebanho. Além disto, quando maior o GMD menor o tempo de permanência
● Insumos da pecuária (minerais, vacinas,
na fazenda, ou seja, menor consumo de mão de obra, minerais dentre outros.
medicamentos, outros);

● Serviços de aluguel (aluguel de máquinas);


CUSTOS DE CONSERVAÇÃO E REPAROS
● Mão-de-obra temporária;
Custos com conservação e reparos de máquinas, equipamentos e benfeitorias,
● Transportes;
representam o gasto necessário para manter o bem em condições de uso. Muitas
● Impostos variáveis.
vezes a denominação utilizada é gasto com manutenção de máquinas. Segue

abaixo estimativas de taxas de manutenção de alguns fatores de produção.

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Tabela 14 - Estimativa de taxa de Um ponto importante é que na pecuária moderna os custos de produção são uma espécie

manutenção de alguns fatores de de impressão digital da fazenda, cada uma tem a sua. Este fato quebra o paradigma que o

produção negócio pecuário é um só. Na verdade cada fazenda tem sua atividade, e existem tantas

diferenças que encontramos fazendas vizinhas onde uma tem lucro e a outra prejuízo.

Abaixo segue a média de desembolso sobre o faturamento (após reposição) dos clientes

INTTEGRA.

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Tabela 15 –
Desembolso/faturamento por
centro de custo

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Avaliação dos
Custos Pecuários

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Centros de Custo Centros de Custos Intermediários

Centros de custo (enfocando nossa visão gerencial da propriedade rural) são todas as
São todas as atividades desenvolvidas dentro da propriedade rural ou dentro da
atividades desenvolvidas dentro de uma propriedade ou empresa rural que geram
empresa agrícola que existem para dar suporte às atividades produtivas, ou seja,
custos para poder ser exercida, ou seja, os centros de custos são os responsáveis pelos
manter a atividade produtiva funcionando.
“gastos” efetuados no dia-a-dia.
Uma característica importante deste tipo de centro de custos é o fato de estarem

ligados a várias atividades produtivas ao mesmo tempo. Assim, todas as despesas


Centros de Custos Produtivos efetuadas neste tipo de centro de custo devem ser rateadas entre as atividades

produtivas desenvolvidas. Caso contrário, as despesas devem ser apropriadas


Os centros de custos produtivos são todas as atividades produtivas desenvolvidas em
diretamente aos custos produtivos.
uma propriedade ou empresa rural. Além de gerar despesas, estas atividades são

capazes de gerar receitas.

É justamente para a avaliação da viabilidade econômica deste tipo de centros de custos,

que toda estrutura de confecção de custos de produção deve ser montada (cria, recria,

engorda como exemplos).

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Segue abaixo um exemplo de


distribuição:

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Indexação do Valor da @ ao Dólar

Apesar de ainda ser largamente usada, a indexação da @ ao dólar não é recomendada, já que os principais insumos e serviços da exploração não

sofrem indexação ou sua indexação é parcial. Mesmo alguns empresários insistindo na indexação do valor da @ com o dólar, façamos a seguinte

análise:

Dentre os principais custos de produção temos:

● Mão-de-obra: Não é indexada em dólar


● Impostos: Não são indexados em dólar
● Depreciação de investimentos: Não são indexados em dólar
● Medicamentos: Parcialmente indexados
● Minerais: Parcialmente Indexados
● Fertilizantes: Indexados.

Parcialmente indexados representa que nem toda variação cambial é transferida ao produto, e conseqüentemente ao produto pecuário.

Considerando que os principais fatores de produção não sofrem indexação total, destacamos que a cotação da @ em dólar, não expressa de

forma sólida à análise do negócio.

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Apuração dos Custos Pecuários

Para a correta avaliação dos custos de cada segmento do processo produtivo, devemos estabelecer os centros de custos e apropriar

os devidos desembolsos a cada um. O princípio matemático é apropriar diretamente os custos de cada centro produtivo, e

indiretamente sua referente parcela dos centros intermediários.

CUSTO DO BEZERRO
Apura-se o custo do bezerro considerando o ciclo de vida, ou seja, a partir da cobertura natural ou inseminação artificial até a

desmama, o que acontece no período aproximado de 19 meses. Sabemos que as matrizes voltam a ficar prenhes durante a

lactação, portanto, neste período o custo desta vaca será apropriado a dois bezerros. Na prática, este cálculo fica tecnicamente

empírico. Para operacionalizar a avaliação, determinamos o custo mensal da matriz, multiplicamos pelo intervalo entre partos e

adicionamos os custos diretos do bezerro. Assim, devemos apropriar ao bezerro os custos referentes aos gastos da vaca, touro além

de seu próprio custo.

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Tabela 16 - Descrição da empresa na A tabela abaixo apresenta os custos já rateados dentro do período de produção do

apuração do custo do bezerro bezerro para uma fazenda onde o setor de cria apresenta 1507 matrizes e taxa de

desmame de 78,04 %.

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Tabela 17 - Descrição das despesas e


custos das matrizes/reprodutores p/
determinação dos custos do bezerro

Custo mensal da matriz produtiva:


R$ 774.975 ÷ 1176 bezerros ÷ 12 meses = R$ 54,92

Custo por ciclo da matriz produtiva:


R$ 54,92 x 13 meses = R$ 713,96

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Tabela 18 - Descrição dos componentes


nos custos dos bezerros

Tabela 19 - Custo do bezerro na


referente Safra

Os custos apresentados na tabela acima são resultados da adição dos custos das matrizes e reprodutores, com

os custos individuais dos bezerros nos sistemas de monta e inseminação artificial.

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Custo da @ Produzida Segue abaixo o protocolo de cálculo do custo da @ em um sistema de engorda.

O protocolo de cálculo demonstrado a seguir é o mesmo aplicado em todos Tabela 20 – Processo de Cálculo do custo da @
os seguimentos do processo produtivo. Dois aspectos fundamentais devem

ser ressaltados:

● O correto registro dos custos e despesas da atividade individual;

● A verdadeira produção em cada segmento produtivo.

Conhecendo-se os custos e a produção total, a determinação por @ se torna

simples. Como foi descrito acima, o conhecimento da produção é um dos

princípios na avaliação do custo. Desta forma, não podemos deixar de

ressaltar a importância da utilização da balança, isto é, sempre acompanhar

a evolução dos pesos. Neste caso, devemos conhecer o peso dos animais no

início e final do ciclo, bem como os pesos dos animais vendidos e abatidos,

sendo neste último, necessário o registro do rendimento de carcaça.

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Tabela 21 – Custos Ajustados pelo


Rendimento de Carcaça

Diante de tudo isto, vemos que a principal forma para redução nos custos não é

simplesmente a racionalização dos mesmos e sim o aumento de produtividade. Sabemos


Não há forma de termos uma pecuária de corte realmente lucrativa se os custos
que a elevação de produtividade, não se faz da noite para o dia, mas com plano de longo
fixos forem maiores que os custos variáveis, se não tivermos lotação maior que 1,2
prazo, focando na produção de forragens com qualidade e quantidade, invariavelmente os
UA/ha, um ganho diário maior que 0,47 kg/dia e margem sobre a venda superior a
custos por arroba produzida bem como do bezerro desmamado irão reduzir como
35%. A redução de custos sempre é possível e necessária, mas não pode
demonstrado no gráfico ao lado.
prevalecer a ilusão de economias caras e fórmulas milagrosas em detrimento da

produtividade e relação benefício custo, lembrando que a eficiência é a ferramenta

universidadeinttegra.com mais poderosa para redução nos custos.


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