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CAISAN
MINISTÉRIO DA SAÚDE
GILBERTO MAGALHÃES OCCHI
SESC
Ana Cristina C. G. Barros
Janaína Pochapski
Instituto GPA
Susy Yoshimura
Senado Federal - SF
Marcus Peixoto
Projeto Gráfico
Mariana Marques Ferreira
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1.
INTRODUÇÃO / 9
2. CONTEXTUALIZAÇÃO / 11
2.1. Definição de Perdas e Desperdício de Alimentos (PDA)
2.2. As repercussões das Perdas e Desperdício de Alimentos na Segurança Alimentar
e Nutricional
2.3. O debate sobre Perdas e Desperdício de Alimentos no âmbito do Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional
4.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS /20
5. ANEXOS /26
5.1. ANEXO I - Histórico de criação e funcionamento do Comitê Técnico da CAISAN sobre
Perdas e Desperdício de Alimentos
5.2. ANEXO II - Metas e Iniciativas relacionadas às Perdas e Desperdício de Alimentos no
Plano Plurianual (PPA 2016-2019) e no Plano Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (PLANSAN 2016-2019)
5.3. ANEXO III – Compêndio de projetos de lei sobre PDA em tramitação no Congresso
Nacional
5.4 Resolução
8 / Estratégia Intersetorial para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos no Brasil
/9
1. INTRODUÇÃO
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
1 As estimativas a partir dos dados da FAO devem ser usadas com cautela, considerando as limita-
ções das publicações científicas utilizadas para determinação de coeficientes e as aproximações feitas
utilizando-se coeficientes de produtos e cadeias similares e/ou dados de outros países, como acontece
nos casos de ausência de dados nacionais.
16 / Estratégia Intersetorial para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos no Brasil
3.1. Objetivos
Objetivo Geral
Coordenar ações direcionadas a prevenir e reduzir as perdas e desperdício de
alimentos no Brasil, por meio da gestão mais integrada e intersetorial de iniciativas
do governo e da sociedade, de forma alinhada com a Política Nacional de SAN.
Objetivos Específicos
1. Fomentar a realização de pesquisas que auxiliem na determinação das causas
e possíveis soluções das PDA no Brasil;
2. Fomentar a inovação tecnológica e as tecnologias sociais direcionadas à redu-
ção das PDA;
3. Apoiar o desenho de metodologia de quantificação das PDA no Brasil;
4. Acompanhar e contribuir com as discussões sobre a temática de PDA nas ins-
tâncias e fóruns internacionais dos quais o Brasil faz parte;
5. Apoiar campanhas educativas, ações de comunicação e divulgação de boas
práticas junto à população, visando prevenir o desperdício de alimentos;
6. Fortalecer e aprimorar as políticas públicas que direta ou indiretamente in-
fluenciam a redução das PDA; e
7. Propor alterações nos marcos legais existentes no Brasil, bem como apoiar a
aprovação de projetos de lei em tramitação, de forma a aperfeiçoar o fluxo da doa-
ção de alimentos.
Eixos e Linhas de Ação
A Estratégia está dividida em quatro grandes Eixos, que por sua vez estão subdi-
vididos em Linhas de Ação. Cada Eixo apresenta breve introdução e um resumo dos
principais pontos positivos e gargalos identificados pelo Comitê Técnico da CAISAN.
/ 17
18 / Estratégia Intersetorial para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos no Brasil
Comunicação
Pontos positivos Gargalos Linhas de Ação
- Existência de diversas plata- - Pouca disseminação do tema 2.1. Desenvolver e promover uma
formas e canais governamentais PDA entre consumidores. rede virtual de boas práticas
de divulgação e comunica- que vise à disseminação de
ção, como a página temática referenciais técnicos, concei-
sobre perdas e desperdício de tuais e metodológicos sobre
alimentos no site da Embrapa prevenção e redução de PDA.
(www.embrapa.br/tema-perdas- 2.2. Apoiar e promover campa-
-e-desperdicio-de-alimentos), o nhas educativas e de conscien-
portal das compras públicas da tização, com ênfase nas etapas
agricultura familiar (www.mds. de varejo e consumo, em par-
gov.br/compra-da-agricultura- ceria com agentes da iniciativa
-familiar), a Rede de Nutrição do privada, associações e organiza-
Sistema Único de Saúde (http:// ções sociais, dentre outras.
ecos-redenutri.bvs.br) a Rede 2.3 Incentivar programas para o
Ideias na Mesa (www.ideiasna- desenvolvimento de inovações
mesa.unb.br) e os próprios sites, tecnológicas para empreende-
cartilhas e materiais educativos dores e startups na temática de
dos Ministérios do Desenvol- redução de PDA.
vimento Social, da Saúde, da
Agricultura, dentre outros.
Educação e Capacitação
Pontos positivos Gargalos Linhas de Ação
- Existência de políticas públicas - Pouca divulgação e capaci- 2.4. Capacitar técnicos de ATER
e agentes públicos e privados tação do tema PDA entre os para atuar sobre a redução
que podem ser mobilizados e agentes que atuam nas políticas de PDA em pontos críticos da
capacitados no tema PDA, como públicas e nas diversas fases cadeia de produção de alimen-
por exemplo os agentes de ATER das cadeias alimentares. tos, tais como pós-colheita e
e os agentes dos Conselhos de comercialização.
Alimentação Escolar (CAE). 2.5. Fomentar cursos técnicos e
- Realização de ações de edu- treinamentos junto às institui-
cação e capacitação de técnicos ções da sociedade civil, com
de ATER pela Embrapa, além de vistas a combater as PDA em
treinamento de boas práticas de todas as etapas das cadeias de
fabricação/operação em Bancos alimentos.
de Alimentos. 2.6. Elaborar e disseminar
- Existência de organizações da manuais e materiais informa-
sociedade civil, como os bancos tivos sobre boas práticas de
de alimentos, que realizam produção, manuseio, transporte,
cursos sobre o aproveitamento conservação e consumo para os
integral dos alimentos para principais agentes das cadeias
profissionais da área, como de alimentos.
cozinheiras e nutricionistas.
2.7. Estimular parcerias entre
varejistas, atacadistas, distri-
buidores e organizações sociais
para a doação de alimentos,
incluindo campanhas de escla-
recimento sobre a viabilidade
legal do processo, boas práticas
e normas do código de defesa
do consumidor.
Há ainda no país diversas políticas públicas que, apesar de não terem como sua
principal finalidade a prevenção e redução das perdas e desperdício de alimentos,
tangenciam a temática das PDA e se mostram como importantes instrumentos pro-
pulsores da Estratégia.
IV – Legislação
A Constituição Federal de 1988 dispõe que é competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entre outros, fomentar a produção
agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; proteger o meio ambiente e
combater a poluição em qualquer de suas formas; e preservar as florestas, a fauna e
a flora (art. 23, incisos, VI, VII e VIII).
Quanto à elaboração das leis, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre a produção e o consumo; a conservação da natu-
reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle
da poluição; e sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente (art. 24, incisos
V, VI e VIII).
Já o art. 170 institui que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, con-
22 / Estratégia Intersetorial para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos no Brasil
Dentro da inter-relação entre os eixos de atuação aqui descritos, observa-se que
a prevenção e redução das PDA dependem de fortes esforços de articulação entre os
atores envolvidos e da criação de mecanismos de coordenação dos trabalhos para
gerenciamento das diferentes frentes de atuação que o tema exige.
3 O Anexo III apresenta compêndio de projetos de lei sobre PDA em tramitação no Congresso
Nacional
/ 23
III - as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacional da pessoa
jurídica, antes de computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente
constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em bene-
fício de empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em
benefício da comunidade onde atuem, observadas as seguintes regras:
a) as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante crédito em conta
corrente bancária diretamente em nome da entidade beneficiária;
b) as doações, quando de alimentos, poderão ser destinadas aos Bancos de
Alimentos constantes do Cadastro Nacional de Bancos de Alimentos;
c) a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, à disposição da fiscalização,
declaração, segundo modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal, fornecida
pela entidade beneficiária, em que esta se compromete a aplicar integralmente os
recursos recebidos na realização de seus objetivos sociais ou comprovante de ins-
crição no Cadastro Nacional de Bancos de Alimentos, com identificação da pessoa
física responsável pelo seu cumprimento. A entidade beneficiária se compromete
a não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou
associados, sob nenhuma forma ou pretexto;
d) a entidade beneficiária deverá ser: i) organização da sociedade civil, conforme
a Lei no 13.019, de 31 de julho de 2014, desde que cumpridos os requisitos previstos
nos arts. 3 e 16 da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, independentemente de cer-
tificação; ou ii) Banco de Alimentos, desde que integrante do Cadastro Nacional de
Bancos de Alimentos.
/ 25
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL (2006). Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Seguran-
ça Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação
adequada e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília (DF), 18 set. 2006. Seção 1, p. 1.
BRASIL (2007). Decreto nº 6.272, de 23 de novembro de 2007. Dispõe sobre as competências,
a composição e o funcionamento do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricio-
nal - CONSEA. Diário Oficial, Brasília, DF, 26 nov. 2007. Seção 1, p. 14.
BRASIL (2007). Decreto nº 6.273, de 23 de novembro de 2007. Cria, no âmbito do Sistema Na-
cional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN, a Câmara Interministerial de Seguran-
ça Alimentar e Nutricional. Diário Oficial, Brasília, DF, 26 nov. 2007. Seção 1, p. 15.
BRASIL (2010). Decreto 7.272, de 25 de agosto de 2010. Regulamenta a Lei nº 11.346, de 15
de setembro de 2006, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional -
SISAN com vistas a assegurar o direito humano à alimentação adequada, institui a Política
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - PNSAN, estabelece os parâmetros para a
elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, e dá outras providên-
cias. Diário Oficial, Brasília (DF), 26 ago. 2010. Seção 1, p. 6.
BRASIL (2016). Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional – CAISAN. Plano
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN 2016-2019). Brasília (DF): 2016, 78p.
BRASIL (2016). Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Plano Plurianual (PPA
2016-2019). Brasília (DF): 2016.
CELAC (2017). Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños. The CELAC Plan for Food
and Nutrition Security and the Eradication of Hunger 2025. Santiago, Chile: FAO 2015. Dispo-
nível em: http://www.fao.org/3/ai4493e.pdf. Acesso em: 03 de maio de 2017.
FAO (2011). Global Food Losses and Food Waste: Extent, Causes and Prevention. Rome, Italy:
FAO. Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/014/mb060e/mb060e.pdf>. Acesso em: 16 de
maio de 2017.
HENZ, Gilmar Paulo (2017). Postharvest losses of perishables in Brazil: what do we know so
far? Revista Horticultura Brasileira, Vitoria da Conquista, v. 35, n. 1, p. 6-13, mar. 2017.
HLPE (2014). High Level Panel of Experts. Las pérdidas y el desperdicio de alimentos en
el contexto de sistemas alimentarios sostenibles. Un informe del Grupo de alto nivel de
expertos en seguridad alimentaria y nutrición del Comité de Seguridad Alimentaria Mundial.
Roma, 2014. Disponível em: http://www.fao.org/3/a-i3901s.pdf. Acesso em: 16 de maio de 2017.
MACHADO, André Grossi (2017). Diagnóstico do tema Perdas e Desperdícios de Alimentos
(PDA) no Brasil. Brasília (DF), junho de 2017.
PEIXOTO, M.; PINTO, H. S. (2016). Desperdício de Alimentos: questões socioambientais, eco-
nômicas e regulatórias. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, feverei-
ro/2016 (Boletim Legislativo nº 41, de 2016). Disponível em: www.senado.leg.br/estudos
Acesso em 16 de fevereiro de 2016.
26 / Estratégia Intersetorial para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos no Brasil
RESOLVE:
Art. 1º Instituir Comitê Técnico - CT 14 no âmbito da CAISAN com os objetivos de:
I - Elaborar uma estratégia de atuação do governo e da sociedade civil na temática da perda
e desperdício de alimentos;
II – Propor um alinhamento estratégico de ações na temática de perdas e desperdício de
alimentos;
III – Delinear diretrizes para a elaboração de um diagnóstico de perdas e desperdício de
alimentos no Brasil.
Art. 2º O Comitê Técnico será composto por representantes de órgãos integrantes da CAISAN,
da seguinte forma:
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Art. 5º O Comitê Técnico realizará reuniões periódicas e encerrará suas atividades após 6
meses da sua instituição.
CAIO ROCHA
Secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Secretário-Executivo da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional
Iniciativas e metas relacionadas a PDA no PLANSAN 2016-2019:
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5.4. Resolução
ALBERTO BELTRAME