Relação entre obesidade e a maior demanda de ultraprocessados

A obesidade é um grave problema de saúde pública que vêm sendo cada vez mais discutido. Diversos
estudos comprovam que o maior índice de obesos tem relação com a crescente venda de ultraprocessados.
Os guias alimentares são diretrizes oficiais para a promoção de alimentação saudável, podendo funcionar
como estratégia para a diminuição da obesidade.
 O papel dos guias alimentares

Tanto o Guia Alimentar para a População Brasileira quanto o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores
de 2 Anos servem para incentivar práticas alimentares saudáveis e para induzir políticas públicas que visam
fomentar, apoiar e proteger a saúde e a segurança alimentar e nutricional (SAN) da população brasileira.
 Inovação dos guias alimentares brasileiros
O Brasil foi o primeiro país a adotar em suas diretrizes oficiais o nível de processamento dos alimentos como forma
de fazer recomendações para tornar a alimentação mais saudável. Antigamente as recomendações de alimentação
se baseavam apenas na composição nutricional dos alimentos. No entanto, devido a estudos recentes que analisam
o maior consumo de ultraprocessados com a obesidade e outras doenças crônicas como o câncer, por exemplo, fica
evidente que analisar apenas a composição nutricional dos alimentos não é o suficiente.
Classificação dos alimentos com base no nível de processamento

A regra de ouro para a alimentação saudável segundo os guias brasileiros está no maior consumo de alimentos in natura
ou minimamente processados e o menor consumo possível de ultraprocessados. No guia para a alimentação de menores
de 2 anos foi destacado que alimentos ultraprocessados não devem ser oferecidos para esses indivíduos.
 Alimentos in natura

Obtidos diretamente de plantas ou de

animais. Não sofrem qualquer alteração
após deixar a natureza, podendo ser
submetidos apenas a processos como
limpeza, remoção de partes não
comestíveis ou indesejáveis, fracionamento,
moagem, secagem, fermentação,
pasteurização, refrigeração, congelamento
e processos similares que não envolvam
agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras
ou outras substâncias ao alimento original.
Exemplos: hortaliças, frutas, raízes e tubérculos, cereais, leguminosas,
carnes, ovos, leite e água.
 Alimentos minimamente processados
Extraídos de alimentos in natura e geralmente não consumidos isoladamente, mas
usados para temperar e cozinhar alimentos e para criar preparações culinárias.
 Alimentos processados
Alimentos in natura manipulados industrialmente com adição de sal ou açúcar ou outra substância de
uso culinário que aumenta a durabilidade e torna esses alimentos mais agradáveis ao paladar.
Exemplos: vegetais preservados em salmoura ou solução de sal e vinagre, extratos/ concentrados de
tomate com adição de sal ou açúcar, frutas em calda, queijo, carne seca, atum/ sardinha enlatados e
pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal.
 Alimentos ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados: Formulações industriais feitas inteiramente ou majoritariamente com substâncias
extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras
hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e
carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de
propriedades sensoriais atraentes). Envolvem, geralmente, técnicas de manufatura e aditivos de uso exclusivamente industrial.

Exemplos: biscoitos, balas, guloseimas e sorvetes em geral, produtos congelados e prontos para aquecimento, pães e produtos
panificados cujos ingredientes incluem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite, emulsificante
e outros aditivos, barras de cereal, whey protein, salgadinhos, temperos instantâneos, refrigerantes...
 Mais de 100 países já desenvolveram guias
alimentares. No entanto, a maioria ainda apresenta
recomendações baseadas em grupos de alimentos,
sem considerar o grau de processamento.

Para difundir a importância de debater o

processamento de alimentos no campo das políticas
públicas de alimentação e nutrição, o Brasil, por meio
do Ministério da Saúde, com apoio da Organização
Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS) e Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO), propôs a criação
de uma rede internacional de guias alimentares
baseados no nível de processamento de alimentos.

Até o momento, os integrantes da rede são Brasil,

Colômbia, Costa Rica, México, Equador, Argentina,
Chile, Uruguai e Canadá.
Preço dos alimentos saudáveis e não saudáveis (1995-2030)

saudavel-sera-mais-cara-do-que-a-nao-saudavel-a-partir-de-2026.htm
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/01/29/alimentacao-
Baseados na fonte:
Os gráficos em questão foram produzidos pelos autores do trabalho.
Previsões indicam que alimentos não saudáveis se tornarão mais
baratos do que alimentos saudáveis a partir de 2026. 1% de
aumento no preço dos alimentos ultraprocessados significaria uma
diminuição de 0,33% na prevalência do sobrepeso e de 0,59% na
obesidade.
Preço in natura: 3,45/kg em 1995. 4,49/kg em 2017. 5,24/kg em 2030
Preço dos processados: 5,28/kg em 1995. 8,55/kg em 2017.
Estabilidade em 2030
Preço dos ultraprocessados: 6,62/kg em 2017. 4,44/kg em 2030
Consumo de ultraprocessados pelos brasileiros menores de 2 anos
Esse programa oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a
estudantes de todas as etapas da educação básica pública. O governo federal repassa, a estados,
municípios e escolas federais, valores financeiros de caráter suplementar efetuados em 10 parcelas
mensais (de fevereiro a novembro) para a cobertura de 200 dias letivos, conforme o número de
matriculados em cada rede de ensino.
O PNAE é acompanhado e fiscalizado diretamente por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar
(CAE), e também pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da
União (CGU) e pelo Ministério Público.
Dois projetos de lei elaborados pelo Ministério da Saúde, com base no Guia Alimentar para a População
Brasileira, que versam sobre a restrição da comercialização e da publicidade de alimentos ultraprocessados
nas escolas e a restrição da publicidade de alimentos ultraprocessados para o público infantil foram
enviados para a Casa Civil.

http://www3.alerj.rj.gov.br/lotus_notes/default.asp?id=144&URL=L3NjcHJvMTkyMy5
uc2YvMGM1YmY1Y2RlOTU2MDFmOTAzMjU2Y2FhMDAyMzEzMWIvYjk1NDVjMW
Y2ZTAyZDlmNDAzMjU4NmRhMDA1OGY1MWI/T3BlbkRvY3VtZW50JkhpZ2hsaWd
odD0wLDIwMjEwMzA0MTk4&amp%5Ch
Dois projetos de lei elaborados pelo Congresso Nacional
com o fim de REGULAMENTAR A PUBLICIDADE
INFANTIL DE ALIMENTOS (2013)

1)Regulação da publicidade no rótulo dos

produtos ultraprocessados.
- Restrição do uso de
personagens, celebridades e
personalidades.
- Eventos esportivos, atletas e
premiações.
- Brindes e itens colecionáveis.
2) Proibição e punição de práticas de publicidade
enganosa
Componentes nos rótulos dos
ultraprocessados que influenciam a
escolha, como imagens “
ilustrativas” de alimentos que não
fazem parte da lista de ingredientes
do produto.

Informações
precipitadas ou não
verdadeiras.
Fonte: Hospital Santa Clara
 Teoria de Bruch
Hipótese de que os indivíduos não
sabem diferenciar a fome
FISIOLÓGICA da fome
EMOCIONAL (gerada por alguma
situação desconfortável).

Indivíduos obesos comem de maneira

exagerada em resposta a estados emocionais
desconfortáveis.
A indústria aproveita essa VULNERABILIDADE, visto
que produz alimentos HIPER-PALATÁVEIS e reproduz
propagandas ditas como a “ salvação”:
 Sistema de Rotulagem Frontal- Semáforo
Nutricional

1) Proposta da
Agência 2) Utiliza como
Reguladora premissa as cores do
do Reino sinal de trânsito.
Unido.

VANTAGENS: Literatura como fácil compreensão e

possui a capacidade de aumentar a percepção de
salubridade do produto
 CONSEA
2003

Controle social e atuar na formulação,

monitoramento e avaliação da Política e
do Sistema Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional.
 Brasil assumiu metas para frear o crescimento da
obesidade até 2019:

1) Reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos

30% na população adulta até 2019;

2) Ampliar em no mínimo 17,8% o percentual de adultos que

consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019
Agenda Única de Nutrição, Obesidade e Ultraprocessados
Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição

(PNAN) integra os esforços do Estado que por meio
de um conjunto de políticas públicas propõe
respeitar, proteger, promover e prover os direitos
humanos à saúde e à alimentação.

● Monitoramento da situação alimentar e

nutricional da população
● Prevenção e controle das carências nutricionais
e das doenças associadas à alimentação e à
nutrição
● Promoção de práticas alimentares e estilos de
vida saudáveis
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE) e a agricultura familiar
Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e a grande
indústria
● Produtos “melhorados” nutricionalmente
● Informações contraditórias
● Setor privado participa do processo
decisório governamental
● Disputa de interesses e tensão
O Bolsa Família (PBF) ajuda ou atrapalha na obesidade?
As famílias priorizam para o consumo de alimentos
considerados básicos e de baixos preços, capazes
de propiciar saciedade e prover energia.

Sergipe (2008-2010), crianças de 5 a 10 anos,

beneficiadas com o PBF, prevalência da obesidade
(PO) no sexo feminino foi de 11,0% e no sexo
masculino 13,5%.

● Custo elevado dos alimentos com maior

qualidade nutricional
● Alimentos disponibilizados pelo governo
● Aspectos culturais
● Tempo gasto no preparo
Maceió (2011) em residentes de
assentamentos subnormais,
51,2% dos adultos
apresentaram excesso de peso.
Destes, 48% eram mulheres.

● Baixa ingestão de
micronutrientes
● Aumento no consumo de
carboidrato e lipídio
● Dieta baseada em cereais e
carne de frango
A obesidade é
culpa do
indivíduo ou
consequência do
meio?
Referências:
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https://www.sanarsaude.com/portal/carreiras/artigos-noticias/alimentos-industrializados-ultraprocessados-x-saude
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ABAD
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