Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

Faculdade de Letras – FALE


Disciplina: Leitura e Produção de Textos em Língua Portuguesa – 2020.1
Professores: Fabiana Pincho de Oliveira e Sílvio Nunes Junior
Aluno(a): Sérgio Maciel Cavalcante Filho

SEGUNDA AVALIAÇÃO

1 - Leia com atenção o texto abaixo, selecione as informações relevantes e escreva um resumo atendendo
aos padrões do resumo acadêmico, de acordo com as orientações estudadas em sala.

AS LEITURAS

1 A primeira leitura que se faz de qualquer texto é sensorial. O leitor, ao tomar em suas mãos uma
publicação, trata-a como um objeto em si, observando-a, apalpando-a, avaliando seu aspecto físico e a
sensação tátil que desperta. Essa atitude é um elemento importante do nosso relacionamento com a
realidade escrita. Observe o cuidado gráfico com que são apresentadas as revistas nas bancas: cores,
5 formas e até mesmo embalagens procuram atrair o interesse do comprador. Com os livros acontece a
mesma coisa: basta entrar numa livraria e perceber que todos aqueles volumes expostos e dispostos
constituem uma mensagem apelativa aos nossos sentidos. Além disso, há quem sinta muito prazer em
possuir livros, acariciando-os e exibindo-os como objetos artísticos: são os bibliófilos.
1 A leitura sensorial do texto escrito é uma primeira etapa do nosso processo de decodificação. A
0 ela, costuma-se seguir a chamada leitura emocional. É quando passamos ao conhecimento do texto
propriamente dito, percorrendo as páginas e travando contato com o “conteúdo”. A leitura então nos
produz emoções: a história pode ser emocionante ou tediosa, o artigo ou matéria pode fazer rir ou
irritar, os poemas podem ser fáceis de ler e agradáveis ou complicados e aborrecidos. Normalmente, a
leitura emocional conduz a apreciações do tipo “Gostei” / ”Não gostei”, sem maiores pretensões
1 analíticas: é uma experiência descompromissada, da qual participa nosso gosto e nossa formação.
5 A leitura emocional costuma ser criticada, sendo muitas vezes chamada de superficial e
alienante. Essa avaliação tem muito de racionalismo e nem sempre é verdadeira. Quando optamos por
ler um romance de ficção científica, por exemplo, por “pura distração”, podemos entrar num universo
cujas relações nos apresentam uma realidade diferente da nossa, capaz de nos conduzir, sem grandes
floreios intelectuais, a pensar sobre nosso mundo. O mesmo pode acontecer com revistas em
2 quadrinhos e outros textos considerados “menos nobres”. Isso não significa, no entanto, que não
0 existam publicações que realmente invistam na nossa vontade de “descansar a cabeça”, oferecendo-nos
um elenco de informações e ideias que reforçam os valores sociais dominantes. Isso também é relativo,
pois há quem defenda esses valores...
A leitura sensorial e a emocional fornecem subsídios importantes para a realização de um
terceiro tipo de leitura: a intelectual. Essa leitura não deve ser vista como uma forma esterilizante de
2 abordar os textos, reduzindo-os a feixes de conceitos incapazes de despertar qualquer prazer. Ela
5 começa por um processo de análise que procura detectar a organização do texto, percebendo como ele
constitui uma unidade e como as partes se relacionam para formar essa unidade. É essa análise que
temos praticado em nosso livro: ela é muito importante para facilitar sua compreensão dos mecanismos
de funcionamento da língua escrita. E esse trabalho pode despertar muito prazer intelectual.
A leitura intelectual não se limita a analisar estruturalmente os textos. Na realidade, o que a
3 fundamenta é a consciência permanente de que todo texto é um ato de comunicação, respondendo,
0 portanto, a um projeto de quem o produz. Em outras palavras: a leitura é intelectual quando o leitor
nunca perde de vista o fato de que aquilo que está lendo foi escrito por alguém que tinha propósitos
determinados ao fazê-lo. Procurar detectar esses propósitos juntamente com a informação transmitida e
com a estruturação do texto é fazer uma leitura intelectual satisfatória.
Essa proposta de leitura intelectual se refere principalmente a textos informativos, como os que
3 encontramos em jornais, revistas, livros técnicos, livros didáticos (como este que obedece a um projeto
5 de seu autor). São textos que se oferecem como fontes de informações, mas que requerem uma
abordagem crítica permanente, pois apresentam sempre traços que indicam as intenções de quem
escreve e publica. Também os textos publicitários devem ser incluídos nesse grupo, bem como aqueles
escritos para apresentação oral (rádio) ou audiovisual (televisão). Lembre-se: a leitura intelectual
implica uma atitude crítica, voltada não só para a compreensão do “conteúdo” do texto, mas
4 principalmente ligada à investigação dos procedimentos de quem o produziu. Por isso, ao ler, levante
0 sempre a questão: “Mas, o que pretendia quem escreveu isto?”.
(INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. São Paulo: Scipione, 1998.)

4
5

Resposta: De acordo com Ulisses Infante, em do texto ao texto, aborda a ideia que todo texto é
sensorial, isso significa que tudo que é exposto em leitura como: livros, anúncios, revistas e etc. Essa leitura,
é colocado de forma apelativa, induzindo atrair a atenção do leitor. Esse texto sensorial conduz o leitor para
uma leitura emocional, fazendo com que ele produza sentimentos daquilo que está sendo lido. Essa forma de
leitura costuma ser criticada por apresentar conteúdos superficial e alienante, entretanto é muito relativo essa
análise, tendo em vista que envolve o gosto do leitor nesses casos. Ao se deparar com essa tipologia de
textos, nasce um outro tipo de leitura, a intelectual, que visa observar a organização do texto, buscando
juntar partes para formar uma unidade. A leitura intelectual não se limita as estruturas de um texto, ele vai
mais adiante, pois tenta descobrir os propósitos que foram descritos pelo autor através do texto, fazer essa
leitura simultânea permite que a experiência de uma leitura intelectual seja satisfatória.

2 – De acordo com a autora Irandé Antunes no livro Lutar com palavras, a coesão é estabelecida no texto
por meio das relações de reiteração, conexão e associação semântica e cada relação é realizada por meio de
diferentes recursos, como o paralelismo, a paráfrase, as substituições, entre tantos outros. Releia o primeiro
parágrafo do texto, transcrito abaixo, identifique quais recursos são exemplificados pelos termos grifados e
explique como eles contribuem para o equilíbrio entre a manutenção e a progressão temáticas.

“A primeira leitura que se faz de qualquer texto é sensorial. O leitor, ao tomar em suas mãos uma
publicação, trata-a como um objeto em si, observando-a, apalpando-a, avaliando seu aspecto físico e a
sensação tátil que desperta. Essa atitude é um elemento importante do nosso relacionamento com a
realidade escrita. Observe o cuidado gráfico com que são apresentadas as revistas nas bancas: cores, formas
e até mesmo embalagens procuram atrair o interesse do comprador. Com os livros acontece a mesma coisa:
basta entrar numa livraria e perceber que todos aqueles volumes expostos e dispostos constituem uma
mensagem apelativa aos nossos sentidos. Além disso, há quem sinta muito prazer em possuir livros,
acariciando-os e exibindo-os como objetos artísticos: são os bibliófilos”.

Resposta: Trata-a, observando-a, apalpando-a são recursos de substituição gramatical de forma


anáfora, onde a palavra “publicação” é retomada pelo “a”, contribuindo para compreensão do texto sem
precisar repetir a palavra.
Essa atitude utiliza um recurso de paráfrase, onde retoma dentro do texto “a primeira leitura”, sendo
que com outras palavras.
A mesma coisa é um recurso correlativo de adição de paralelismo, permite adição de termos de
forma ordenada.
Além disso também utiliza do recurso de paralelismo, elencando elementos persuasivos do texto.
Acariciando-os e exibindo-os, também são recursos de substituição gramatical de forma anáfora, o
“os” retoma a palavra “livros”.

3 – Avalie as afirmações referentes aos aspectos coesivos do texto “As leituras” e marque V para verdadeiro
e F para falso.
(V) A expressão “Em outras palavras” (linha 35) sinaliza o recurso da paráfrase, visto que retoma a
informação anterior explicando-a, esclarecendo-a com o emprego de outros termos.
(F) O conectivo “portanto” (linha 35) poderia ser substituído sem prejuízo para o sentido pelas expressões
“dessa forma”, mantendo assim uma relação de conformidade.
(F) A expressão “esses propósitos” (linha 37) poderia ser substituída pela expressão “essas intenções” sem
prejuízo para o sentido e para a coesão do texto, visto que “esses propósitos” e “essas intenções” são
construções sinônimas que retomam a informação anterior.
(V) No trecho “A leitura emocional costuma ser criticada, sendo muitas vezes chamada de superficial e
alienante. Essa avaliação tem muito de racionalismo e nem sempre é verdadeira”, a expressão “essa
avaliação” retoma, resume e recategoriza o conteúdo da frase anterior.

4 – Identifique as relações de sentidos explícitas pelos conectivos grifados abaixo.

Essa proposta de leitura intelectual se refere principalmente a textos informativos, como os que encontramos
em jornais, revistas, livros técnicos, livros didáticos (como este que obedece a um projeto de seu autor). São
textos que se oferecem como fontes de informações, mas que requerem uma abordagem crítica permanente,
pois apresentam sempre traços que indicam as intenções de quem escreve e publica. Também os textos
publicitários devem ser incluídos nesse grupo, bem como aqueles escritos para apresentação oral (rádio) ou
audiovisual (televisão). Lembre-se: a leitura intelectual implica uma atitude crítica, voltada não só para a
compreensão do “conteúdo” do texto, mas principalmente ligada à investigação dos procedimentos de quem
o produziu. Por isso, ao ler, levante sempre a questão: “Mas, o que pretendia quem escreveu isto?”.

Como => Conectivo subordinado comparativo


Pois => Conectivo coordenativo explicativo
Também => Conectivo coordenativo aditivo
Por isso => Conectivo coordenativo conclusivo

Você também pode gostar