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por e�taca/ s .
r:J) pro1eto geotecmco
Q)
io
CY
m
Copyright© 2010 Oficina de Textos
1 ª edição 2010
Bibliografia.
ISBN 978-85-7975-004-5
10-11500 CDD-624.15
� ::::;: eramas que esta publicação seja útil aos estudantes de engenharia
....: .-:.: e também aos professores da disciplina de fundações.
Nelson Aoki
nelson.aoki@uol.com.br
SUMÁRIO
li
=F-===
-= =- =---:::- _:::: �e resistência e peso específico ............................... 35
?,eso�vido 1 ...................................................................... 37
===
__ :::.:::::::=. ::.::: ::oo de estaca ..............................................................46
=--=- -==
::.:�::g=.ã.s de projeto................................................................ 47
:25��-;ido 2............................................................................. 51
=--....:::..:..-:::s ....................................................................................... 53
-=- �
=�
=-:::-.:::-�e:1to elástico................................................................... 54
= - :::.2 e.o solo ............................................................................. 56
=:=-==
- =_::: -:,. .;_.., ...:.a curva carga x recalque ............................................. 59
-
=-==-===
::.e grupo................................................................................ 60
=�==-==::
�esolvido 3 ...................................................................... 61
�==::>
rlesolvido 4 ...................................................................... 63
�esolvido 5 ......................................................................64
P
ara compreender o significado da capacidade de carga de um 1 Uma estaca, sem
elemento de fundação por estaca < 1 l, em termos geotécnicos, o solo ao seu
redor, não é uma
consideremos uma estaca qualquer, de comprimento L, insta
fundação. Por isso,
-=-�
lada no solo (Fig. 1.lA). Na sua cabeça, vamos aplicar uma denominamos
elemento de
==
·:ertical P, de compressão, progressivamente aumentada, atingindo
fundação por
í?. ores P1 e P2, conforme representado nas Figs. 1.1B e 1.1C. estaca o sistema
formado pela
==
::.:- es:aca (esses termos são relacionados ao tipo de solo: adesão
:..:-gila e atrito em areia; porém, predomina o uso da expressão
�----·.o lateral, qualquer que seja o tipo de solo).
o
@ ® P, ©
p2
H
princípio de projeto, devemos considerar sempre o menor dos dois
valores, como veremos no próximo capítulo.
Ap = TT [ !� r/3
I CAPACIDADE DE CARGA
li
.Js valores usuais de V são apresentados na Tab. 1.1, em função do
....
(Y)
,_
I CAPACIDADE DE CARGA
li
�=--r-a baixos valores de recalque da estaca, geralmente entre 5 e
:: ::im, independentemente do tipo de estaca e do diâmetro do
::E".l fuste. Ao contrário, a máxima mobilização da resistência de
==:::e. como, por exemplo, uma estaca longa cravada em argila mole,
::=: que toda a resistência se dá por atrito lateral. Aliás, no caso de
:::-.::--::=.cas muito esbeltas, em espessas camadas de argila muito mole
== vasa, principalmente), devemos verificar a possibilidade de
:::�Yrência de flambagem.
......
lateral é desprezível, temos a estaca de ponta, como, por exemplo,
uma estaca apoiada em rocha sã.
.:.=
::�portamento físico é inaplicável. Existem diversas tentativas
equacionar o problema, mas que ainda não são eficazes, sobre
:-.:::o para estacas em areia. Isso justifica, na prática de projeto de
�tações por estacas, o uso restrito - ou com cautela - de fórmu
.:: � :eóricas para previsão de capacidade de carga.
,�
== ::ue a é um fator de adesão entre
: �:o e a estaca. Os ábacos da Fig. 1.3 1,25
=-.:s::ram que o valor de a diminui com
: =.:.:..:nento da coesão.
U ·a· e· L'lL o
o 25 50 75 100 125 150
Coesão {kPa)
�:;. prática, geralmente o terreno se
=.:::-esenta estratificado, com camadas FrG.1.3 Fator de adesão a (Tomlínson, 1957)
-
00
H
FUNDAÇÕES POR ESTACAS
Por sua vez, a resistência de ponta (rp) pode ser considerada como a
capacidade de carga de uma fundação direta de mesma base, que,
em solos argilosos, pode ser calculada pela equação de Skempton
(1951):
na qual:
q - sobrecarga (tensão vertical efetiva na cota de apoio da base da
estaca);
Nc - fator de capacidade de carga, que pode ser considerado igual
a 9 para fundações profundas.
em que:
e - valor médio da coesão não drenada da camada de apoio da
ponta ou base da estaca;
AP - área da base.
:.::isiderando que
?-=-=·mente, com
rL = K y z tg õ
=='==o
-:-: :..2.-;ia, observações experimentais indicam que, em razão do
de arqueamento nas areias, o atrito lateral local não cresce
=�idamente com a profundidade, atingindo um valor crítico
·_· =-a profundidade de 10 ou 20 vezes o diâmetro da estaca, respec
=,::..:nente para areia fofa ou compacta.
_:go:
r/ = K y (15 D) tg õ
li FUNDAÇÕES POR ESTACAS
o
('J
Então, com base nesse valor crítico, podemos obter o atrito lateral
local médio ao longo de todo o fuste (rLméd )- Finalmente, a parcela
de resistência lateral {R L ), em unidades de força, é dada por:
® rL* ® q"
15D 15D
''
''
''
''
''
yz
z z
Fic;.1.4 Efeito de arqueamento em areias (Cintra e Aoki, 1999)
_.!_ Fig. 1.5 mostra os gráficos dos valores de N/, em função de <j>,
J'.ltidos por vários autores.
10.000 .---------r-------,--------,-------.----r----,
BEREZANTZEV
DEBEER VESIC
1.000 JÁKY
MEYERHOF
B 100
TERZAGHI
30 35 40
Ângulo de atrito interno <p
F1G.1.5 Valores de N
q
* de vários autores (Vesíc, 19670)
:..ogo:
aKN
L
:::.everia ser igual a F1, mas isso não ocorre porque o seu valor
E.:lgloba também uma correção de leitura. No cone mecânico, com
=- :uva de Begemann, a medida do atrito lateral (f5 ) é afetada pela
geometria da luva: a sua parte inferior acaba gerando uma resis
:ência de ponta (na luva) capaz de até dobrar o valor em razão
:.o atrito lateral. Então, para corrigir esse erro de leitura, F2 deve
-.�ariar entre uma e duas vezes o valor de F1 (F1:::; F2:::; 2 F1). Portanto,
:: = 2 F1, a hipótese adotada pelos autores, é a mais conservadora.
li FUNDAÇÕES POR ESTACAS
D
F1 = 1 + -- (D em metros)
0,80
TAB. 1.5 Fatores de correção F 1 e F2 atualizados O método Aoki-Velloso (1975) tem sido
Tipo de estaca comparado aos resultados de provas
Franki 2,50 2Fl
de carga realizadas em regiões ou
Metálica 1,75 2 Fl
Pré-moldada 1 + D/0,80 2Fl formações geotécnicas específicas. Em
Escavada 3,0 2 Fl consequência, algumas publicações
Raiz, Hélice contínua e ômega 2,0 2 Fl trazem novos valores para K e a, válidos
Fonte: adaptados de Aoki e Velloso (1975).
para determinados locais, como, por
exemplo, a proposição de Alonso (1980) para os solos da cidade de
São Paulo e os valores de K obtidos por Danziger e Velloso (1986)
para os solos do Rio de Janeiro.
rL = 10 ( �L + 1) (kPa)
:::::i que:
_ �-; - valor médio do índice de resistência à penetração na ponta ou
::ase da estaca, obtido a partir de três valores: o correspondente
:::.o nível da ponta ou base, o imediatamente
=:iterior e o imediatamente posterior; TAB. 1.6 Coeficiente característico do solo C
:: - coeficiente característico do solo (Tab. 1.6), Tipo de solo e (kPa)
:::.;ustado por meio de 41 provas de carga reali Argila 120
Silte argiloso * 200
=adas em estacas pré-moldadas de concreto.
Silte arenoso * 250
Areia 400
�-as provas de carga que não atingiram a
* alteração de rocha (solos residuais)
::-uptura, os autores utilizaram como critério Fonte: Décourt e Quaresma (1978).
li
00
FUNDAÇÕES POR ESTACAS
<N
de ruptura a carga correspondente ao recalque de 10% do diâmetro
da estaca. Esse critério está associado ao modo de ruptura conven
cional.
::=. que:
-=- - valor médio do índice de resistência à penetração medido no
..=.:=IValo de 4 diâmetros acima da ponta da estaca e 1 diâmetro
:....:=-.:xo;
-_ - valor médio do índice de resistência à penetração ao longo do
:-_s:e da estaca.
o
TAs. 1.9 Valores do parâmetro a
Tipo de estaca - a (kPa)
Solo
Pré-moldada e Escavada
(4<NsPT<40) Franki Raiz
perfil metálico a céu aberto
Argila siltosa 110 100 100 100
Silte argiloso 160 120 110 110
Argila arenosa 210 160 130 140
Silte arenoso 260 210 160 160
Areia argilosa 300 240 200 190
Areia siltosa 360 300 240 220
Areia 400 340 270 260
Areia com pedregulhos 440 380 310 290
Fonte: Teixeira (1996).
== que:
:_f - capacidade de carga do grupo de estacas;
:_ - capacidade de carga do elemento isolado de fundação.
=
= acordo com Vesic (1975), em qualquer caso, a resistência de
:;:. :=-:a do grupo pode ser considerada igual à soma das resistências
=-= �onta dos elementos isolados, mas a resistência por atrito lateral
:..:: grupo, em areia, pode ser maior do que a soma dos valores de
=-.::o lateral dos elementos isolados, por causa da compactação
�::sada pela cravação das estacas dentro de uma área relativa
==--::e pequena.
(Y)
superior à unidade, inclusive porque contar com uma resistência
aumentada por causa do efeito de grupo implica a ocorrência de
recalques também aumentados. Assim, na prática, calculamos a
capacidade de carga apenas do elemento isolado de fundação, com
a hipótese de que tenhamos ri = 1.
O senso comum parece indicar que o atrito lateral a tração seja (Y)
e= 10 NsPT (kPa)
Areia fina
Areia grossa
Conjunto
1 �-
,1,. "- S?:" -l..:,-
'i"=\ 20 "�
<5 Fofa
16 18 19
5-8 Pouco compacta
9- 18 Medianamente compacta 17 19 20
19-40 Compacta
18 20 21
>40 muito compacta
Fonte: Godoy (1972).
I CAPACIDADE DE CARGA
li
EXERCÍCIO RESOLVIDO 1
:::msiderando estacas pré-moldadas de concreto centrifugado,
:::m diâmetro de 0,33 m, carga de catálogo de
�J kN e comprimento de 12 m, cravadas em o
�:-cal cuja sondagem com NsPT é representada 5
=...=. Fig. 1.7, com a ponta à cota -13 m, fazer a Areia fina a média,
argilosa, marrom
�:-evisão da capacidade de carga dessa funda- (sedimento cenozóico)
_.;.::> utilizando o método Aoki-Velloso. Formação Rio Claro
Fatores de correção 4
-6
4 Linha de seixos
D 0,33 = 1,41
F1 = 1+-- =1+-- 7
0,80 0,80
Areia fina, argilosa,
avermelhada
N.A. -10
(solo residual)
Resistência lateral
= -:
-11
=
Formação Itaqueri
15
= 5JO kPa e a = 3%
13
R 1 = 0,03-600-3_it·0 33-5=99kN 14
L 2,82
16
21
==-=m a -11 m: Areia argilosa com
28
36 25
Nméd = -=7
5
=
30
= 5:)0 kPa e a = 3% 35
-24 37
R 0,03 · 600 ·? · 1t · O 33- = 3
L2 = 5 2 2 kN
56
2,82 Silte argiloso, variegado
= -:: m a
(saprolito de basalto)
80
Formação Serra Geral
= -13 m: Areia argilosa com
75
-28 ___
_ 16
..L.._I
__________
8
- --=i = 2 =
Fie. 1.7 Perfil representativo com valores de
NSPT
li
00
FUNDAÇÕES POR ESTACAS
(V)
K = 600 kPa e a = 3".:
0 , 03-600 -8 . .- 6-.=r....-
RL3 = .-
" 033
, - = --- L
2,82
6 00 -14 n · (0,3 3f -
Rp = . = �:: �
1,41 4
Capacidade de e2;:ç
R = R L+.�=
R ". - - - •�".
9L. 7 .�,==�
CARGA ADMISSÍVEL
2 ·
N
o capítulo anterior, vimos que a capacidade de carga (R) de
um elemento isolado de fundação por estaca corresponde
à máxima resistência oferecida pelo sistema ou à condição
de ruptura, do ponto de vista geotécnico, e aprendemos a
__]izar os métodos semiempíricos para o cálculo de R, com base em
:::Sultados de SPT.
::a resistência característica (Rk ), F1G. 2.1 Distribuição normal dos valores de
:-.Jjo valor, reduzido por um fator de capacidade de carga
li FUNDAÇÕES POR ESTACAS
o
tj-
minoração (ym ), não deve ser :...�...:e-:::::- =-= . ==--- :::aracterístico da
solicitação (Sk ) aumentado por ... ::: :e. ___ .:.::: -=-· _::-zção (Yf), com Ym e
Yf denominados fatores de seguranç2 ?2 •....;�:s ��= :::�o de o material
ser o concreto, empregamos ·r� e::l ::.:g-c.::- :::.: · _
ou seja:
Pa s 1,25 R:.
R
Pa =-
2
R
Pa =-
2
Rp RL
Pa =-+-
4 1,5
1 ª Metodologia
Escolhido o tipo de estaca e o diâmetro ou seção transversal do
fuste, temos a correspondente carga de catálogo. Então, adota
mos a carga admissível como sendo a própria carga de catálogo e,
multiplicando pelo fator de segurança, obtemos o valor necessário
da capacidade de carga. Em seguida, por tentativas, e utilizando
um dos métodos semiempíricos, procuramos o comprimento da
estaca (L} compatível com essa capacidade de carga:
2 CARGA ADMISSÍVEL
li
Essa metodologia tem a vantagem de otimizar o aproveitamento
da estaca, mas, como veremos adiante, muitas vezes é imperioso
que a carga admissível seja inferior à carga de catálogo.
2 ª Metodologia
Uma limitação do equipamento pode impor um comprimento
máximo (Lmáx) exequível para a estaca. De modo semelhante,
a posição do nível d'água pode caracterizar uma profundidade
máxima, dependendo do tipo de estaca.
3 ª Metodologia
Como vimos na Tab. 2.7, para cada tipo de estaca há uma faixa
de valores de NsPT que provocam a parada da estaca, por causa da
ineficiência do equipamento a partir desses valores.
1./")
Quando empregamos a ia metodologia (P0 = Pe}, pode ocorrer que
o comprimento encontrado para a estaca seja superior ao máximo
exequível. Nesse caso, adotamos L = Lmáx e passamos para a
2ª metodologia. Ou encontramos um comprimento L que, para ser
atingido, exigiria atravessar camadas com valores de N5PT além dos
limites de eficiência do equipamento. Nesse caso, mudamos para
a 3ª metodologia. Em ambos os casos, a carga admissível resultará
inferior à carga de catálogo.
....
1
L::; LmáxeNsPT::; Num 7 ok!
L >Lmáx
Nspr>Num ....
EXERCÍCIO RESOLVIDO 2
Para os mesmos dados do Exercício Resolvido 1 (Cap. 1), deter
minar a carga admissível do estaqueamento:
a.considerando que 12 m é o máximo comprimento dispo
nível dessa estaca, e que, por opção didática, não haverá
emenda de estaca;
b.considerando a possibilidade de emendar as estacas.
Soluções:
a. A opção por não emendar as estacas impõe L = Lmáx = 12 m,
condição esta para a qual, no Exercício Resolvido 1, encon
tramos R = 950kN. Examinando as três metodologias:
1 . Pª = Pe = 750 kN -)o R = 2 · 750 kN = 1.500 kN -)o L » 12 m -)o
ª
2ª metodologia
2ª. L = Lmáx = 12 m -)o ok! (R < 1.500kN e NSPT = 14 < Nlim )
3ª. 25 < N5PT � 35 -)o L = 19 a 23 m » 12 m -)o 2ª metodologia
R 950
Pa =-=-= 475 �500kN
2 2
RECALQUES
S
eja uma estaca qualquer, de comprimento L, embutida no
terreno, e com a sua base distante C da profundidade em que
se encontra a super fície do indeslocável, como representada na
Fig. 3.lA (a superfície do indeslocável, abaixo da qual podemos
desprezar as deformações decorrentes das cargas aplicadas ao maciço, é
1 A variação de
determinada pelo topo rochoso ou o topo da camada de solo tão rígida
distância entre
que possa ser considerada "indeformável"). A aplicação de uma carga dois pontos
quaisquer de um
vertical P na cabeça dessa estaca provocará dois tipos de deformações(1l:
corpo constitui
uma deformação.
® O deslocamento
de um ponto é a
mudança de sua
posição em relação
a um sistema fixo
de referência.
Recalque de
um ponto da
L estrutura é o seu
L-p. deslocamento
vertical, de cima
para baixo. Para
monitorar os
recalques de pontos
da estrutura, em
e C-p,
geral nos pilares
ao nível do terreno,
transportamos
a referência fixa
F1G. 3.1 Parcelas de recalque da estaca (superfície rochosa
ou camada suposta
indeformável) para
1ª. o encurtamento elástico da própria estaca, como peça a superfície do
terreno, por meio
estrutural submetida a compressão, o que equivale a um da execução dos
recalque de igual magnitude da cabeça da estaca (Pe ), chamados bench
marks.
mantida imóvel a sua base;
li FUNDAÇÕES POR ESTACAS
L-pe
C-ps
P =Pe +Ps
R1 < P < R
-------�-P-�-R��
De acordo com Vesic (1975), esse deslocamento (p5 ) pode ser subdi
vidido em duas parcelas:
Ps = Ps,p + Ps,L
i!Ru
1
1
1
1-- --------
1
il
1
1
RL2
1
:JRw
/:-== -
Fie;. 3.3 Recalque do solo
H"�'�'�'�'�'�'�'�' lC-p,
-�
I
I
12 h
00
1
t RLi \ Rri
/
I
2 2
\
I
1'\
\
1//
1 / \ 1
h
I
,.
\
I \
m
\
I ôo;
I \ > H
1
1
em que:
E0 módulo de deformabilidade do solo antes da execução da estaca;
-
P = R (1 - e-a·p)
a = - en (1 - P/R)/p
li FUNDAÇÕES POR ESTACAS
o
\.O
resultando conhecida a expressão matemática da curva
carga x recalque.
P9 = a Pi
EXERCÍCIO RESOLVIDO 3
Utilizando os dados dos Exercícios Resol � 99
Pe = 1,6 mm
I..O
uma delas, até a camada de recalque zero ou até atingir o indes
locável. Para a estimativa do recalque de cada camada, devemos
obter o acréscimo de tensões (tm), na linha média de cada camada,
levando em conta as contribuições das reações laterais e da reação
de ponta.
p5 =4,Smm
EXERCÍCIO RESOLVIDO 4
Em continuação ao exercício anterior, vamos fazer a previsão
da curva carga x recalque, utilizando a expressão de Van der
Veen {1953).
Solução:
Van der Veen: P = R {1 - e-a·p)
Do Exercício Resolvido 1, temos: R = 950 kN
e do Exercício Resolvido 3, temos um ponto da curva:
Substituindo,
p = 950 (l _ e-0, 1224 9.P) TAB. 3.3 Pontos da curva carga x requalque
p (mm) P(kN)
Em seguida, até um recalque de 10% do diâme o o
3 292
tro da estaca, encontremos cerca de 10 pontos da
6 494
curva (Tab. 3.3).
9 635
12 732
Finalmente, esboçamos a curva carga x recalque 15 799
prevista (Fig. 3.7). 18 845
21 877
Obs.: Esta metodologia é válida desde que a carga 24 900
aplicada à estaca ultrapasse o valor mínimo 27 915
necessário para mobilizar todo o atrito 30 926
lateral, como é o caso deste exercício. 33 933
li FUNDAÇÕES POR ESTACAS
Carga(kN)
o
----- •
200 400 600 800 1.000
o
5
� .. 1
.
1
10
�
-... 1
1
1
1
1
� 1
15 1
\
1
1
1
20 1
1
1
1
25
1 1
OI
1
30
j�
35 1
EXERCÍCIO RESOLVIDO 5
Em continuação ao exercício anterior, vamos fazer a verificação da
carga admissível quanto aos recalques.
Então,
Pa = �oi
'
= 533 > 500 kN (ok!)
3 RECALQUES
liLn
Portanto, está confirmada a carga admissível de 500 kN. \.O
A
tradição brasileira de projeto geotécnico de fundações por
estacas consiste na determinação da carga admissível utili
zando o conceito de fator de segurança global. A NBR
6122:2010, norma brasileira de projeto e execução de funda
ções, também prescreve o método de valores de projeto, baseado nos
fatores de segurança parciais, de ampla utilização pelos projetistas de
estruturas. Entretanto, ambos os métodos, que têm por objetivo a verifi
cação do estado limite último, são insuficientes para a análise abrangente
da segurança de uma fundação.
fs(S)
o Rméd R,S
t--------------1
chegar à carga admissível (Pa):
.l(x)
Ql Ql
"Cl "Cl
Ql �
"Cl -
cti :-:=
"Cl
--
.oo:l fs(S1
"'.o
e: o....
oQl o.
o R, s
F1G. 4.5 Curva de resistência mais fechada (menor variabilidade de R)
�i
oã3 8o.
o z
fa. 4.6 Função margem de segurança
'<i-
(1)
_ Rméd
F.s--- (2)
Sméd
(3)
(4)
í3= Zméd =�
az uz
Assim, quanto maior a variabilidade da margem de segurança,
menor a confiabilidade expressa por p.
FS 2
A
(f-'
2
uR 2 - 1) + 2 F S + A2
f-'
uS 2
- 1-
-o
1 + p�us + UR -p U5 UR
2 2 2 2 2
Fs =
1-p ui
2
Isso indica que, uma vez fixadas as formas das curvas R e S, defini
das pelos respectivos coeficientes de variação uR e u5 , o fator de
segurança global F5 torna-se dependente do índice de confiabili
dade P, ou seja, a segurança e a confiabilidade são inseparáveis do
ponto de vista matemático.
1-1 / F5
p1=1-DIST.NORM(p;0;1;VERDADEIRO)
65: 5,
0
r -r
1 :: r
'-' 4,5 •
QJ ;
-o 4, 0 � --
ra �
] 3,5 +-� ---+----+
---+-
---
:.ã 3,0
t =t ---t-�-
� l, h
O
-- -=l- -- 1
] �:� � ,:J '� �"" ��"' " .J 'rrnm
-
- o o o o o
- o
- o o o
o o o o
.....; ci o o
�
Inverso da probabilidade de ruína (N)
--
15 O
25 .-----.-.-------,-.----,---.---------,--.---------,-.-----
� 20 i-----:--t---+-+-,i'----+--+-'lc-+-+---+---+---,
""
·g 15 �--,--t---+---,'l----t--+---1\-+---+---+---,
g_ 10 -�-+---t-,<--+---+-+--+----31.+---+--+-----<
:t 5 ,__---.----t--t-----t--1----t--1=--::.':..t----=----1--+---,
725 854 983 1.112 1.241 1.370 1.4991.628 1.757 1.886
Resistência na cravação: R (kN)
R méd = 1.241 kN ºR
ºR = 215 kN v =--= 0,173
R R 'd
me
os
Vs =--=0
S méd=550 kN os = O
Sméd
Uma vez que na Fig. 4.9 vemos que 5% das estacas estão na coluna
de menor resistência, vamos supor, para efeitos de comprovação,
que essa quantidade de estacas vá entrar em ruína, ou seja, que:
5
= 0, 05
PJ = 100
/3=-INV.NORM(pi0;l;)
encontramos
/3= 1,645
o que leva a um F 5 de
e à carga admissível de
4 PROBABILIDADE DE RUÍNA li
1.241
--= 912 kN
1,36
F1G. 4.10 Linha de estacas da fundação de uma ponte no Campus li da USP/São Carlos
o
00
A análise desses valores leva aos seguintes resultados estatísticos
que definem a forma da curva de resistência (R} do estaqueamento
da ponte:
TAB. 4.2 Valores de resistência
Estaca R(kN) Rméd = 847 kN crR = 228 kN VR = 0,269
E3 500
E8 570 Numa abordagem semiprobabilista, vamos conside
Ell 690
rar todos os valores de S iguais à carga admissível de
E2 730
projeto, Pª = 265 kN. Logo, teremos:
E5 730
El2 730
E7 800
Sméd = 265 kN cr5 = 0 kN v5 = 0
ElO 980
E6 990 Para efeitos de comprovação, vamos supor que uma
E9 1140 das estacas vá entrar em ruína, ou seja, que:
El 1150
1
E4 1150 PJ =-=0,08333
12
Fonte: Aoki (2008).
/3=-INV.NORM(0,08333;0;1;}
/3 = 1,383
levando a um Fs de:
P =
847 = 533kN
ª 1,59
13=-INV.NORM(0,16666;0;1;)
13 = 0,967
o que leva a um F5 de:
(X)
A seguir, vamos verificar os valores de probabilidade de ruína dos
dois casos de obra utilizados na seção anterior.
crz = �crs2+crR2=215kN
1
p = 1-DIST.NORM(2,556;0;1;VERDADEIRO} = 0,0052 9 = -
f 189
P <-
f - n+l
1 1 1
5 5
10.000 p f máx = n + l 100
Por ser uma condição menos crítica, no caso de grupos, uma alter
nativa seria reduzir os valores máximos de probabilidade de ruína,
a critério do projetista.
V s = Ü,10
e, portanto:
Nos dois casos de obra citados nas seções 4.5.1 e 4.5.2, tivemos
valores do coeficiente de variação da resistência de 0,173 e 0,269.
Outras duas obras de estacas pré-moldadas são relatadas por Aoki
e Cintra (1996), ambas controladas com provas de carga dinâmica
de energia crescente em todas as estacas:
¼)
00
da Formação de Sedimentos Fluviolagunares {SFL), na cidade do
Rio de Janeiro, em que foram realizadas provas de carga estática.
Nesse caso, como há dois valores de diâmetro do fuste {0,40 m e
0, 52 m), a capacidade de carga determinada no ensaio é transfor
mada em tensão de compressão na cabeça da estaca, por meio da
divisão pela área da seção transversal do fuste.
Os seis casos aludidos neste item são sintetizados na Tab. 4.3, com
os respectivos valores de resistência média, desvio padrão e coefi
ciente de variação da resistência.
Nas Tabs. 4.3 e 4.4, vemos que todos os valores de uR estão no inter
valo de 10% a 35%. Então, vamos simular para esse intervalo, mas
de 5% em 5%, o que ocorre com a probabilidade de ruína para um
fator de segurança global igual a 2,0 (de norma), considerando u5 de
10%. Os resultados obtidos são apresentados na Tab. 4.5.
co
co
de ruína até um valor máximo aceitá
TAe. 4.S Valores de� e p1para F5 = 2,0, com
u 5 = 0,10 e uR =0,10 a 0,35 vel, fixado a priori. Uma alternativa
P, interessante é envidar esforços para o
0,10 4,472 1/258.100 desenvolvimento de meios que permi
0,15 3,162 1/1.280 tam comprovar a resistência do elemento
0,20 2,425 1/130 isolado de fundação no momento da
0,25 1,961 1/40
execução da estaca, para todos os tipos
0,30 1,644 1/20
de estaca, de modo a controlar a resis
0,35 1,414 1/13
tência individualmente, como é o caso
de repique e nega para estacas cravadas
e, ao mesmo tempo, tentar impedir que o coeficiente de variação
ultrapasse 15%.
10
9 9
9 - • Solicitação
8 - D Resistência 8 8 8 8
7 71 7 7 7
li
5
!Ili 5 5 5
4 4 4
'
3
J1
li 2 2
d li::
2
1 1 1 1 1 1
o F:t H !
"
o o o ,.
I' ! 0 o o o o o o lo I o
o
1 2 3 4 5 6 7 8 9' 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Verificamos que:
- a probabilidade (área sob a curva � valor acumulado)
de ocorrência de valores de resistência menores que 13
(R ::;; 13) é igual a FR (13) = 1/65. A frequência (ordenada da
curva) de solicitação f5 (13) = 8/65. Para o intervalo t:J.y = 1,
resulta a correspondente frequência de ocorrência de ruína
(ordenada da curva de PF ) de:
o
O\
f..y = 1, resulta a correspondente frequência de ocorrência
de ruína de:
-.
N° total de eventos = 65
10
_ [J Solicitação 9
Resistência
9
8 8 co l
-�
Ruína
/ CC
._ D Ruína acuro.-�
7 7 r- ,-..
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5
1 5 U") jU")
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O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
Valores correntes
PERFIL
F u N o A e o e $