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1 INTRODUÇÃO
1.1 GENERALIDADES
Estática
Mecânica dos Corpos Rígidos
Dinâmica
Elasticidade
Mecânica dos Corpos Plasticidade
Deformáveis
Viscoelasticidade
Fluídos Incompressíveis
Mecânica dos Fluídos
Fluídos Compressíveis
A divisão da Mecânica dos Corpos Rígidos em Estática e Dinâmica existe por razões
práticas e históricas, já que a Estática é um caso particular da Dinâmica.
Histórico.
Aristóteles (384 a 322 AC) : Maioria dos Princípios da Estática;
Arquimedes (287 a 212 AC) : Equilíbrio de Alavancas;
Galileu Galilei (1564 a 1642) : Pêndulos e corpos em queda livre, medidas precisas do
tempo;
Isaac Newton (1642 a 1727) : Formulação satisfatória para os princípios da Estática,
Leis fundamentais do movimento, Lei Universal da Atração Gravitacional;
D’Alembert, Lagrange, Euler, Hamilton;
Einstein (1905) : Teoria da Relatividade – Mecânica Relativista
Apesar das limitações da Mecânica Newtoniana terem sido reconhecidas, ela continua
como base da Engenharia nos dias de hoje.
Conceitos úteis.
Espaço: Região geométrica ocupada por corpos cujas posições são descritas por medidas
lineares e angulares em relação a um sistema de coordenadas. Um ponto é definido no
espaço por 3 coordenadas (x, y, z).
Tempo: Medida da sucessão de eventos. Além da posição no espaço, o instante em que
ocorre cada evento deve ser conhecido.
Massa: Medida da inércia de um corpo.
Força: Representa a ação de um corpo sobre o outro. Esta ação pode ser por contato ou a
distância (forças gravitacionais, forças eletromagnéticas). A força é uma grandeza vetorial
sendo, então, representada por seu módulo, direção e sentido.
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Partícula (ponto material): Porção da matéria que pode ser considerada como ocupando
um único ponto no espaço (a sua forma e dimensão não são consideradas).
Corpo Rígido: É uma combinação de um grande número de partículas que ocupam
posições fixas relativamente umas às outras. O corpo se desloca como um todo, não há
movimento relativo entre as partículas, portanto não há deformação.
Lei do paralelogramo para a adição de forças. Duas forças atuantes sobre uma
partícula podem ser substituídas por uma única força resultante obtida pela diagonal do
paralelogramo conforme ilustrado na Fig. 1.1. Este princípio não pode ser demonstrado
matematicamente, mas é verificado experimentalmente.
R = P1 + P2
R
P2
P1
Figura 1.1 – Regra do paralelogramo.
Este princípio se aplica sem restrições na Mecânica dos Corpos Rígidos, mas o mesmo
não ocorre com os corpos deformáveis, como por exemplo, o caso de um cabo submetido à
tração, que está ilustrado na Fig. 1.3. No caso A tem-se tração no cabo e no caso B tem-se
compressão no cabo.
-F A F F B -F
Primeira Lei de Newton. Se a força resultante que atua sobre uma partícula em
repouso é nula, então ela permanecerá em repouso. Se a força resultante que atua sobre uma
partícula em movimento retilíneo uniforme (MRU) é nula, então ela permanecerá em MRU.
Segunda Lei de Newton. Se a força resultante que atua sobre um ponto material não é
nula, este terá uma aceleração proporcional à intensidade da resultante e na mesma direção e
sentido desta. Logo pode-se escrever:
F = m⋅a (1.1)
Na realidade, a segunda Lei de Newton é escrita de modo mais completo como sendo
a derivada da quantidade de movimento L conforme equação (1.2). Nota-se que, neste caso, o
lado direito da expressão é composto por 2 termos. O termo que tem a derivada da massa
dm/dt tem sentido em sistemas que tenham variação contínua de massa, tais como, veículos
lançadores de satélites. Para os demais sistemas, que são a maioria, este termo é nulo. Por este
motivo a segunda Lei de Newton é normalmente apresentada sob a forma da (1.1). Na (1.2) o
termo dv/dt representa a aceleração.
F = L = (mv ) =
d dm dv
v+m (1.2)
dt dt dt
Terceira Lei de Newton. As forças de ação e reação entre corpos em contato têm o
mesmo módulo, direção e sentidos opostos.
Lei da atração gravitacional de Newton. Duas partículas de massa m1 e m2 são
mutuamente atraídas por forças iguais e opostas de módulo F, dadas pela equação (1.3), em
que G é Constante Universal de Gravitação (G = 6,673x10-11 m3/kg s2) e r é a distância entre
os centros das partículas.
m1m2
F=G (1.3)
r2
Gm1
g= (1.4)
r2
P = m2 g (1.5)
A aplicação das unidades é uma fonte de erro comum em problemas. Neste sentido,
devemos sempre indicar qual a unidade de um certo valor ao longo da solução de um
problema, já que um número sem unidade pode ser interpretado de qualquer forma. Deve-se
tomar cuidado de se trabalhar com sistemas de unidades coerentes. Finalmente ao se obter
uma resposta procure ser crítico com relação a ela. Muitas vezes o uso correto das unidades
pode nos revelar algum erro de cálculo durante a solução do problema.
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Sistemas de unidades coerentes são os sistemas que têm a constante g0, também
chamada de constante de proporcionalidade, empregada na equação (1.6), igual a 1.
ma
F= (1.6)
g0
Os sistemas de unidades coerentes de uso mais comum são
Sistema cgs: a força de 1 dina acelera a massa de 1 g de 1 cm/s2;
Sistema mks: a força de 1 newton acelera a massa de 1 kg de 1 m/s2;
Sistema pé-libra-segundo: a força de 1 libra-força acelera a massa de 1 slug de 1 ft/s2.
Múltiplos
Forças Externas. São as forças que atuam num corpo devido à ação de outros corpos
sobre este. Estas forças podem ser divididas em Ativas e Reativas. As forças Ativas causam
uma tendência de movimento no corpo, enquanto as forças Reativas tendem a evitar o
movimento do corpo.
Forças Internas. São as forças responsáveis por manter unidas as partículas que
formam o corpo rígido.
Forças Concentradas. São forças que atuam num único ponto. Estas forças são uma
idealização da realidade, que tem a função de facilitar os processos de cálculo. Não existe
constatação prática da sua existência.
Forças Distribuídas. São forças que atuam numa determinada região do corpo. Por
exemplo pressão atuando sobre uma superfície.
Forças Estáticas. São forças que podem ser consideradas constantes no tempo. Estas
forças são aplicadas de modo bastante lento.
Forças Dinâmicas. São forças variáveis no tempo.
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Vetor Oposto. O vetor oposto a P é definido como um vetor que tem a mesma
intensidade, direção e sentido contrário ao de P, tal que P + (-P) = 0.
Subtração. P – Q = P + (- Q).
Soma de mais de dois vetores. A soma de vetores admite a propriedade associativa
ou seja P + Q + S = (P + Q) + S, conforme ilustrado na Fig. 1.4.
Q
P S
P+Q
Exemplo 1.1 Combine as duas forças P e T, que atuam no ponto B da estrutura fixa ilustrada
na Fig. 1.5, numa só força. Considere P = 800 N e T = 600 N.
Inicialmente representa-se um diagrama de corpo livre das forças que estão atuando no ponto
B. Para se determinar o ângulo α faz-se
BD = 6 ⋅ sen 60 = 5,2 m
800 N CD = 6 ⋅ cos 60 = 3 m → AD = 6 m
600 N θ BD 5,2
tan α = = → α = 40,9
AD 6
α θ
R Com α conhecido obtém-se facilmente
2 2
R = 600 + 800 − 2 ⋅ 800 ⋅ 600 ⋅ cos 40,9 ≈ 524 N
524 600
= → θ = 48,6
sen 40,9 sen θ
Obs - Diagrama de corpo livre. Representação num esquema separado de todas as forças que
atuam no problema.
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O procedimento utilizado para resolver o problema anterior, embora seja válido, fica
cada vez mais difícil de ser aplicado a medida que o número de forças envolvidas vai
aumentando. Além disso, este procedimento é mais difícil de ser programado.
Na grande maioria dos problemas de Engenharia trabalha-se com as forças
representadas por suas componentes como ilustrado na Fig. 1.6.
Representando a força F por suas componentes pode-
Y se escrever F = Fx + Fy em que Fx e Fy são as componentes
vetoriais da força F. Expressão semelhante pode ser escrita
Fy θy em função dos vetores unitários i e j, ou seja F = Fx i + Fy j
F
em que Fx e Fy são as componentes escalares da força F.
θx
j
i Fx X
2 2
Fx = F ⋅ cosθ x , Fy = F ⋅ cosθ y e F = F x + Fy
Exemplo 1.2 Aplica-se uma força de 300 N na corda AB conforme Fig. 1.8. Quais são as
componentes horizontal e vertical da força exercida pela corda no ponto A?
8m Solução:
2 2
A AB = 8 + 6 = 10 m
8
Fx = F cosα = 300 ⋅ = 240 N
10
6m
6
Fy = F cosθ = 300 ⋅ = 180 N
10
B As formas de representar o vetor força neste caso são
F = 240i − 180 j N ou F = (240;−180) N ou
F = 300(0,8;−0,6) N
B
Solução:
Empregando-se o triângulo de forças deve-se inicialmente
C
fazer um esquema do mesmo.
FAC FAB
75 kg
736 N
50
736 F F
Com base neste esquema pode-se escrever = AB = AC → FAB = 647 N e FAC = 480 N
sen 80 sen 60 sen 40
Trabalhando-se com as componentes cartesianas das forças, deve-se fazer um diagrama de corpo livre
do ponto A. A partir deste diagrama pode-se escrever as equações de equilíbrio (1) e (2).
y ∑F x = 0 → FAC cos 30 − FAB cos 50 = 0 → FAC = 0,742 FAB (1)
FAB
FAC ∑F y = 0 → FAC sen 30 + FAB sen 50 − 736 = 0 (2)
736 N
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A B
α 60o
3 kN
2) A força P está aplicada sobre uma pequena polia que rola sobre o cabo ACB conforme
ilustrado na figura 1.11. Sabendo que a força em ambas as partes do cabo é de 750 N,
determine a força P.
Solução:
A
30o
B Para se resolver este problema deve-se
45o escrever as equações de equilíbrio para o ponto C.
C
α P
∑F = 0
x → FCB cos 45 − FCA cos 30 + P sen α = 0 → P sen α = 119,19 (1)
1) Duas cordas estão amarradas em C, conforme figura (1). Se a tração máxima permissível
em cada corda é de 2.5 kN, qual é a máxima força F que pode ser aplicada? Em que
direção deve atuar esta força máxima?
β
F Resposta: β = 105 → F = 2,87 kN
20 o 50 o B
A
Figura (1)
2) Uma luminária pesando 2 kgf, figura (2), está suspensa pelos cabos AC e BC. Determine
os valores das forças nos cabos para que o ponto C esteja em equilíbrio.
B
60o Resposta: FCA = 1,03 kgf e FCB = 1,46 kgf
A 135o
Figura (2)
C
2 kgf
3) Considerando que o ponto B está em equilíbrio, figura (3) determine o valor da força no
cabo AB e o valor da carga P.
A C
o o
45 60
B 10 kgf
P
Figura (3)