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VIDEOAULA: CONCEITOS: LÍNGUA E LINGUAGEM

01. (Enem 2013)

Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!

GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto:

a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.


b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.

02. (Enem) Texto I


Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os
dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se
esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de
debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo
voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não
entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões
para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para
evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que
carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um
treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em
pratos limpos, ele abria o arco.

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).

Texto II

Expressão Significado
Cair nos braços de Morfeu Dormir
Debicar Zombar, ridicularizar
Tunda Surra
Mangar Escarnecer, caçoar
Tugir Murmurar
Liró Bem-vestido
Copo d’água Lanche oferecido pelos amigos
Convescote Piquenique
Treteiro de topete Tratante atrevido
Abrir o arco Fugir
Bilontra Velhaco

FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).

Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras


obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual.
Esse fenômeno revela que

a) a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do


cotidiano.
b) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português
europeu.
c) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal.
d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua
independente.
e) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada.

03. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Responda à(s) questão(ões) com base na tirinha abaixo.
(G1 - ifpe 2016) No último balão da tirinha de Maurício de Sousa, o autor escreveu “mais” em
vez de “mas” na tentativa de representar, na escrita, a forma como a personagem Chico Bento,
supostamente, pronunciaria a conjunção adversativa. Existem diversas formas e níveis de
variação linguística, justamente, porque somos influenciados por diversos fatores, tais como:
região, escolaridade, faixa etária, contexto comunicativo, papel social etc.

Com base nesses pressupostos, assinale a alternativa que representa uma variante linguística
característica do falar popular mineiro.

a) “Aquele fi duma égua só me deixou aperreado”.


b) “Protesto, meritíssimo! A testemunha não havia falado da agressão.”
c) “Capaz, guri! Só tava de bobeira contigo, bagual!”
d) “Uai? Cê já chegô, sô? Peraí, que eu já tô saíno!”
e) “Aquela mina é firmeza, mano!”

04. Leia a tira a seguir e responda ao que se pede.

A tira “As cobras”, de autoria de Luis Fernando Veríssimo, expõe a opinião da lesma Flecha
acerca do machismo. Sobre isso, pode-se afirmar que:

a) explicitamente, Flecha se revela machista.


b) Flecha não possui, de fato, uma opinião formada a respeito da temática do machismo.
c) Flecha defende, em seus dois momentos de fala, um único ponto de vista, que é contrário a
atitudes machistas.
d) Flecha, através de uma opinião implícita, pode ser caracterizada como uma personagem que
possui um raciocínio machista.
e) a partir das duas falas, de forma explícita, podemos perceber a defesa de pontos de vista
conflitantes por parte da lesma Flecha.
05. (EBMSP)

Levando em consideração os elementos verbais e não verbais da charge e tomando como


ponto de partida o discurso “longe de mim ter preconceito, mas...”, o conectivo “mas”
apresenta, como efeito de sentido,

a) o contrassenso dos questionamentos presentes no discurso da interlocutora do indivíduo,


que defende sua tese quanto ao que é transgressão das leis.
b) uma restrição feita pela jovem ao ponto de vista explicitado pelo homem em relação ao
tratamento dispensado aos homoafetivos ou aos heteroafetivos.
c) a contradição na própria lógica argumentativa do personagem que generaliza a ideia de crime,
sem o encadeamento de premissas plausíveis para que delas se tire uma conclusão cabível.
d) uma ressalva apresentada pela mulher diante da opinião emitida pelo falante que se
pronunciou primeiro sobre a forma como a sociedade vê a homoafetividade.
e) uma oposição ao conceito de gênero enunciado pela voz masculina e o manifesto na contra-
argumentação da ouvinte.

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