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CURSO BÁSICO PARA TÉCNICOS DE PRODUÇÃO

Unidade 1 | Termodinâmica | Fundamentos da Termodinâmica |

1. Introdução
No nosso estudo, vamos tratar apenas de duas formas
principais da termodinâmica: como o próprio nome
indica, o calor (termo) e o trabalho (dinâmica).

| Termodinâmica |

No sentido mais amplo, é a ciência que estuda as


formas, as transformações e os cálculos de energia.

A dinâmica é uma parte da mecânica que estuda os


movimentos dos corpos submetidos e forças, sem,
entretanto, levar em conta os fenômenos térmicos que, em
grande parte dos casos, acompanham a ação destas forças.

Sabemos que a transformação de trabalho em calor é um


fenômeno natural, que observamos diariamente.

| Exemplificando |
Quando um automóvel freia, o trabalho que foi realizado
para colocá-lo em movimento se transforma integralmente
em calor pelo atrito nos freios e pelo atrito entre os pneus e a
superfície da estrada.
...
Na verdade, o corpo transforma o trabalho recebido em
calor. Acontece que o fenômeno inverso, isto é, a
transformação do calor em trabalho, nem sempre é
possível. A transformação do calor em trabalho, não é
fenômeno natural. Por isso, o homem montou uma série de
mecanismos, as máquinas térmicas, que têm esta função.

A Termodinâmica
é uma ferramenta básica
para o estudo das máquinas térmicas.

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2. Sistemas
As fronteiras do sistema separam-no do ambiente e podem
ser fixas ou móveis; contudo, não há transferência de massa
através das mesmas.

| Sistema | Sistema corresponde ao conjunto tomado


como objeto de estudo, o qual possui fronteiras
definidas através das quais não há fluxo de
massa.

Um volume de controle é um volume arbitrário no espaço,


através do qual o fluído escoa. Ele pressupõe o fluxo de
massa. Sua fronteira é chamada superfície de controle e
pode ser real ou imaginária, pode estar em repouso ou em
movimento.

FRONTEIRA FRONTEIRAS
MÓVEL IMAGINÁRIAS
REAL

SISTEMA VOLUME DE
CONTROLE

FRONTEIRAS FRONTEIRA
FIXAS FIXA REAL
REAIS

figura 1

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3. Substâncias . Fase e estado . Processos e ciclos

As substâncias contidas nos sistemas são as responsáveis


pelo armazenamento e pelo transporte de energia, a fim de
que possa ocorrer sua transformação.

Se aquecermos o cilindro com êmbolo (figura 2) nada


acontecerá; o calor que for a ele fornecido será dissipado
para o meio ambiente. Para que haja transformação da
energia é necessária a existência de uma substância dentro
do cilindro, sob o êmbolo.

CALOR

CALOR

figura 2

Se aquecermos o cilindro (obviamente, a substância),


estaremos alterando determinadas características originais
(pressão, temperatura, volume, etc.) e, com isso, ele
impulsionará o êmbolo para cima, produzindo trabalho.

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TRABALHO

. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . .

CALOR

figura 3

As substâncias puras podem se apresentar sob três fases:


sólida, líquida e gasosa. Na fase gasosa, distinguimos os
vapores (que estão próximos de se transformarem em
líquidos), dos gases (que estão longe desta transformação).

!
| É Bom Saber |

É preciso diferenciar fase e estado. O estado de uma


substância é qualquer situação possível de ela se
apresentar. Assim, a água na pressão atmosférica e na
temperatura de 60º C está num determinado estado; na
mesma pressão e na temperatura de 40º C, a água estará
noutro estado, embora esteja na mesma fase, isto é,
líquida.

Para distinguirmos um estado, lançamos mão de


características facilmente mensuráveis ou calculáveis,
chamadas “propriedades”, que serão úteis na análise do
comportamento do objeto de nosso estudo em relação ao
meio exterior. As mais comuns são: pressão, temperatura e
volume.

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Tomemos o exemplo de um reservatório com água, aberto


para atmosfera. A temperatura inicial da água é de 27º C,
sendo aquecida até sua temperatura atingir 80º C.
Observamos que a água saiu de um estado (P = Patm e t =
27º C), que chamaremos inicial (i), e chegou a outro estado
( P = Patm e t = 80º C), que chamaremos final (f).

Patm Patm

t= 27º C t= 80º C
P= Patm P= Patm

(i) (f)

figura 4

Como vimos, houve uma variação no estado da água; a isto


chamaremos “mudança de estado” ou “transformação”.
Como a substância se transforma, chamamos de processo.

Há determinados processos que são caracterizados pela


constância de determinada propriedade ou por alguma
peculiaridade notável, durante todo o seu desenrolar, assim
descritos:

3.1. Processo a volume constante

Quando se aquece um gás, cujo volume não se modifica, sua


pressão e sua temperatura variam conforme a Lei de
Charles. Nesse processo, toda a energia transferida ao gás
aumenta sua energia cinética, sendo que nenhuma fração
dessa energia deixa o gás como trabalho. Este tipo de
processo denomina-se transformação isométrica ou
isócora.

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P1V1 = P2V2
T1 T2
P2 2
V1 = V2

P1 = P2
T1 T2

figura 5
P1 1

V Representação gráfica de
transformação isométrica
ou isócora

3.2. Processo à pressão constante

Dado que o volume do gás aumenta o processo, este


realiza trabalho ao mesmo tempo em que aumenta sua
energia interna. Entretanto, uma fração da energia
transferida aumenta a energia cinética interna, outra
fração da energia transferida abandona o gás em forma
d e t ra b a l h o . E s t e p r o c e s s o é c o n h e c i d o c o m o
transformação isobárica.

1 2

P1V1 = P2V2
T1 T2
P1 = P2

V1 = V2
T1 T2

Figura 6

Representação gráfica de
V transformação isobárica
V1 V2

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3.3. Processo à temperatura constante

Se a temperatura de um gás permanecer constante durante


o processo de compressão, o gás deverá ceder para algum
corpo externo uma quantidade de calor equivalente ao
trabalho realizado sobre ele para comprimi-lo.

Não existe mudança na energia cinética interna durante um


processo isotérmico.

Na figura abaixo indica-se a expansão de 1 para 2. A área


compreendida pelos pontos
(1 - 2 - V 1 - V 2), representa o trabalho do processo
isotérmico.

figura 7

representação gráfica de transformação isotérmica.


P1

P1V1 = P2V2
T1 T2
T1 = T2

P1V1 = P2V2
P2

V2 V
V1

Quando ocorre um processo de compressão, a condição


inicial e final são inversas, efetuando-se, porém, dentro das
mesmas condições limites.

Observa-se que, durante a expansão, o gás realiza trabalho


e durante a compressão, o trabalho realiza-se sobre o gás.

Se a compressão e expansão ocorrem como indicado


dentro dos mesmos limites a quantidade de trabalho é a
mesma em ambos os casos.

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3.4. Processo adiabático

Define-se o processo adiabático como aquele no qual o gás


muda a sua condição sem absorver ou ceder calor de/ ou
para um corpo externo durante o processo. A pressão, o
volume e a temperatura do gás modificam-se durante o
processo.

No processo de expansão a temperatura constante, o gás,


absorvendo energia de uma fonte externa, realiza trabalho
externo.

No caso de um gás que se expande adiabaticamente como


qualquer outro tipo de expansão, o gás, para realizar o
trabalho, necessita de energia.

Na figura 8, verificamos uma diminuição na temperatura


devido ao gás ceder sua energia interna para realização do
trabalho, durante a expansão adiabática.

figura 8

1 representação gráfica de transformação isotérmica.


P1

ISOTÉRMICA

P2 ADIABÁTICA

V1 V2

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3.5. Processos politrópicos

No processo isotérmico, é necessária uma fonte externa de


energia para que o gás realize o trabalho de expansão. Já no
processo adiabático, o trabalho de expansão é realizado à
custa da própria energia do gás.

Tais processos são considerados como limites, entre os


quais realizam-se todos os processos de expansão.

Qualquer processo, no qual a energia que deva realizar o


trabalho de expansão seja parte fornecida por uma fonte
externa e parte pela energia do próprio gás, deverá (figura a
seguir) possuir uma curva que se encontrará em alguma
região intermediária entre as curvas de processo isotérmico
e adiabático. Este processo denomina-se “politrópico” .

figura 9
1
representação gráfica de
P1
processos politrópicos

ISOTÉRMICA

P2 POLITRÓPICA

ADIABÁTICA

V1 V2

A proximidade do processo politrópico aos processos


adiabático e isotérmico dar-se-á quando a maior parte da
energia que efetua o trabalho provém respectivamente do
próprio gás ou de uma fonte externa.

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4. Propriedades intensivas e extensivas


As grandezas de estado podem ser classificadas em
extensivas e intensivas.

| É Bom Saber |

Grandezas intensivas dependem unicamente do estado


do sistema, como a temperatura e a pressão.
Grandezas extensivas dependem, não só do estado do
sistema, como também de sua massa.
!
Exemplo: o volume

As grandezas específicas, que vimos anteriormente, são, na


realidade, grandezas extensivas que se referem à unidade
de massa do sistema.

Assim, as grandezas específicas só dependem do estado do


sistema, podendo, portanto, ser classificadas como
propriedades intensivas.

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5. Equilíbrio - Processo quase estático

Considera-se um sistema em equilíbrio termodinâmico,


quando ele atende a três tipos de equilíbrio: mecânico,
térmico e químico.

Um sistema estará em equilíbrio térmico com o exterior


quando não houver diferença de temperatura entre eles ou
quando essa diferença não produza nenhum efeito; estará
em equilíbrio mecânico quando, em qualquer parte das
fronteiras, o somatório das forças internas e externas ao
sistema for nulo ou, não sendo nulo, que nenhum efeito
produzam, e finalmente, estará em equilíbrio químico
quando em seu interior não se processar nenhuma reação
química.

Na figura 10, poderíamos ter o sistema em equilíbrio


térmico, se as temperaturas, do exterior e as dele, fossem
iguais ou se as fronteiras fossem de um material
impermeável ao calor. No segundo caso, podemos dizer que
o sistema é termicamente isolado.

F’

F t = 27º C

t = 27º C
figura 10

Se as forças F e F' fossem iguais, o sistema estaria em


equilíbrio mecânico. Estaria também, se o êmbolo estivesse
fixo, isto é, se todas as fronteiras estivessem fixas e rígidas.
Neste último caso, podemos dizer que o sistema é
mecanicamente isolado.

Observamos que somente numa situação de equilíbrio


podemos caracterizar um estado do sistema por meio de
suas propriedades. Em um processo, apenas os estados
inicial e final são de equilíbrio. Como então caracterizar um

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processo por meio de variação das propriedades, se


durante seu desenrolar ele não está em equilíbrio?

Nos aparece aqui a noção de processo quase estático. No


processo quase estático, a condição de equilíbrio é sempre
tão pequena, que consideraremos o sistema sempre em
equilíbrio.

| Exemplificando |
Se observarmos uma volta dos ponteiros de um relógio,
podemos perceber o deslocamento do ponteiro dos
segundos, mas não o das horas. Assim, o ponteiro das horas
...
dá uma volta “parado”.

Se no nosso sistema da figura anterior, colocarmos um peso


em cima do êmbolo, haverá um desequilíbrio de forças e o
êmbolo descerá. Ao descer, comprime o fluido no interior do
sistema, aumentando sua temperatura (que ficará superior
à da atmosfera) e passará, então, calor do sistema para o
exterior até que o equilíbrio seja restabelecido e o sistema
volte à temperatura original de 27ºC.

Observamos que durante toda a realização do processo,


com exceção dos estados inicial e final, não tivemos nunca o
sistema em equilíbrio.

Porém, se colocarmos o peso aos poucos (em lâminas


infinitesimais), num tempo infinito, o sistema executará um
processo com o mesmo deslocamento do êmbolo, com um
desvio ínfimo da situação de equilíbrio durante todo seu
desenrolar.

Só nesta segunda hipótese podemos dizer que a


temperatura permaneceu constante (no anterior apenas a
inicial era à final), sendo o processo quase estático ou
“isotérmico”.

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P

COLOCAÇÃO DO PESO EM UMA VEZ

figura 11

i f

COLOCAÇÃO DO PESO EM
LÂMINAS INFINITESIMAIS

Suponhamos, agora, que se a temperatura da atmosfera


variar bruscamente de 27ºC para 37ºC, passará calor para o
fluido e a pressão se elevará, até que o sistema entre
novamente em equilíbrio térmico com a atmosfera (a 37ºC).
O aumento de pressão que provoca o desequilíbrio
mecânico e as forças internas, maiores que as externas,
empurrarão o êmbolo para cima.

Quando tivermos, novamente, o equilíbrio térmico,


teremos obviamente o equilíbrio mecânico restabelecido.
Só poderemos considerar o processo quase estático se a
elevação da temperatura da atmosfera for muito lenta,
realizada num tempo infinito; com isto, a variação de
pressão será infinitesimal, tendendo para um processo à
pressão constante (isobárico).

P
figura 12

i f

t
27 37

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O conceito de quase estático envolve, como vimos, um


tempo infinito de realização do processo, o que não sucede
na prática. Às vezes consideraremos processos reais como
quase estáticos. Sem estarmos cometendo grandes erros,
isto tornará nosso estudo bem mais simplificado.

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6. A primeira Lei da Termodinâmica


Observações experimentais suportam uma formulação que,
num determinado processo “a energia pode assumir
diversas formas, mas a quantidade total de energia é
constante e, quando a energia desaparece em uma forma,
ela reaparece, simultaneamente em outras formas”.

No desenvolvimento do estudo desta lei, fica claro que é


interessante definirmos o processo (sistema) a ser
estudado e o seu desenvolvimento com o meio ambiente
que o cerca.

Na formulação mais abrangente desta Lei, definimos:

Ä (energia do sistema) + Ä (energia do meio ambiente) = 0

MEIO
figura 13

SISTEMA

FRONTEIRA
AMBIENTE

Os principais “tipos” de energia, que estão envolvidos num


processo termodinâmico, podem separar-se em dois. Os
tipos são:

a) A energia que se denomina “armazenada”, ou energia do


sistema, é um tipo de energia contida nos corpos que
participam desses processos e existem em virtude das
posições, configurações e dos movimentos das partículas

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materiais.

A energia é armazenada sob a forma de:

Energia potencial - (E p = mgh, na qual “m” é a massa do


corpo, “g” é a aceleração da gravidade e “h” a altura de
referência do corpo em estudo). Está diretamente ligada a
uma posição que o corpo ocupa.
2
Energia cinética - (E C = ½ mv , na qual “m” é a massa do
corpo e “v” é a velocidade do corpo). É uma forma de
energia diretamente ligada ao movimento do corpo como
um todo.

Energia interna - está diretamente ligada à energia das


moléculas componentes do corpo em questão. É a soma das
energias cinética e potencial de todas as moléculas que
constituem um sistema.

b) Num outro grupo, encontra-se o tipo de energia que se


refere à energia em trânsito, através da fronteira entre o
sistema e o meio ambiente. Esta forma de energia que não
pode ser armazenada é chamada “energia transiente”.

A energia transiente apresenta-se sob duas formas:

Calor - a mais importante observação sobre o calor é que


ele é uma forma de energia transiente que passa de uma
temperatura mais elevada para outra menos elevada. Isto
leva ao conceito de temperatura como força motriz da
transferência de energia.

Trabalho - pode ser dividido em trabalho de eixo e


trabalho de fluxo.

| Trabalho de eixo (We) |

É o trabalho efetuado pelo fluido, ou sobre o fluido,


quando ele passa através do equipamento e que é
transmitido por um eixo que sai do equipamento
com movimento rotatório ou alternativo.

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| Trabalho de fluxo |

É o trabalho trocado entre a unidade de massa do


fluído (sistema avaliado) e o fluido que está à sua
frente ou à sua retaguarda.

Se o calor e o trabalho são energias em trânsito, precisa-se


definir qual a direção deste trânsito, pois o calor e o trabalho
tanto podem entrar no sistema ou sair dele, e entrar no meio
ambiente ou dele sair.

Está convencionado o seguinte:

{ Q recebido

Q cedido
+

- { W realizado

W recebido

W (+)
+

MEIO
Q (-)

SISTEMA

(+)Q
FRONTEIRA

AMBIENTE
(-)W

figura 14

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De posse dessas informações, pode-se apresentar a


equação da Primeira Lei da Termodinâmica de outra
maneira, mais aplicável:

Ä (E armazenada) = Ä (E transiente)
Ä U + Ä Ep + ÄEc = Q - W
Onde:
Ä Ep - Energia Potencial associada ao centro de massa do sistema
Ä Ec - Energia Cinética associada ao centro de massa do sistema
ÄU - Energia Interna ( Ep + Ecin das moléculas)

Q = calor
W = Trabalho realizado pelo ou sobre o sistema

Para um sistema termodinâmico, no qual a energia interna é


o único tipo de energia que o sistema pode ter (o que é
comum na maioria dos estudos em questão), a Primeira Lei
da Termodinâmica pode ser reduzida, de modo que a forma
utilizada da primeira lei será (em regime permanente e no
equilíbrio):

ÄU = Q - W

Para volumes de controle, ou seja, havendo fluxo mássico


através das fronteiras, temos:
. . .
Q - W + m (e1-e2) = 0

2
Sendo e = u + pv + v /2 + gz e considerando-se as
energias cinética e potencial gravitacional negligíveis em
relação às outras duas parcelas:
. . .
Q - W = m [(u2 - u1) + (p1v1 - p2v2)]
Q - W = h ... Q - W = H
.
m = razão mássica
e = energia específica do escoamento
2
pv = trabalho de fluxo; v /2 = Ecin
gz = energia potencial gravitacional

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Para um determinado estado de uma substância, a energia


interna, a pressão absoluta e o volume específico estão
fixados em um valor definido e invariável.

Sendo este o caso, a soma Ä U + PV também terá um valor


definido para o estado dado.

Esta soma tem as características de uma propriedade, com


um valor definido pelo estado da substância. À essa nova
propriedade damos o nome de entalpia. Assim como a
energia interna, será uma função da massa e terá tanto um
valor total, como um valor específico.

O símbolo usado para a entalpia específica é h e suas


unidades são BTU/lbm ou kcal/kg, para a entalpia total, o
símbolo é H e as unidades são BTU e kcal.

!
| É Bom Saber |
A grande utilidade prática da entalpia está na solução
numérica de problemas de fluxo constante, que envolvem a
equação geral de energia, com o auxílio de gráficos e
tabelas.

Para um dado estado de uma substância, podemos calcular


a energia interna e o trabalho de fluxo, no total, pela simples
determinação da entalpia, de uma maneira mais simples
que achando as três propriedades (pressão, volume
específico e energia interna) e depois efetuando as
operações matemáticas indicadas pela equação.

!
| É Bom Saber |

Devemos tomar sempre cuidado ao usar a entalpia. Não há


trabalho de fluxo se não houver fluxo. Porém, a entalpia
como propriedade de uma substância, não pode ficar presa
ao fato de a substância estar em movimento ou parada; uma
propriedade deve ser totalmente definida apenas pelo
estado da substância.

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7. Segunda Lei da Termodinâmica


A Primeira Lei da Termodinâmica preocupa-se com o
equilíbrio das várias formas de energia envolvidas em um
processo e que estas se conservam. Ela traz, na sua
formulação, uma séria simplificação, ou seja, não faz
restrições à direção das transformações de energia e,
portanto, quanto à sua viabilidade (possibilidade).

Veremos, a seguir, os enunciados mais comuns, que


descrevem essas restrições, e que são conhecidas como
Segunda Lei da Termodinâmica.

Nenhuma máquina pode operar de modo que o seu único


efeito (sobre o meio ambiente) seja o de converter
completamente em trabalho o calor recebido pelo sistema.

É impossível qualquer processo, cujo único efeito seja o de


transferência de calor de uma temperatura para outra mais
elevada.

A Segunda Lei não proíbe a produção de trabalho a partir de


calor, mas coloca uma limitação sobre a eficiência de
qualquer processo. Uma outra forma de entender a
Segunda Lei da Termodinâmica é a seguinte:

Existe uma propriedade, chamada entropia (S) que, para


sistemas em estado de equilíbrio, é uma propriedade
intrínseca ao sistema, em que nos processos reversíveis,
suas variações são calculadas pela equação:
V V
S = Q rev
T
no qual “T” é a temperatura do sistema
(grau absoluto = K).

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A entropia traduz o grau de desorganização do sistema,


quanto mais desorganizado o sistema maior será a entropia.

A variação de entropia de qualquer sistema e seu exterior,


considerados como um todo, resultante de qualquer
processo real, é positiva e tende para um valor limite zero
para qualquer processo que tenda para a reversibilidade.

Em uma visão simplificada, podemos dizer que a Segunda


Lei da Termodinâmica determina os processos quanto à
sua:

- possibilidade;
- direção;
- qualidade (rendimento, eficiência).

O objetivo principal do tratamento da Segunda Lei da


Termodinâmica é o de obter uma expressão para a eficiência
(qualidade) desses processos.

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8. Reversibilidade e irreversibilidade
A medida da qualidade geral de um processo é a sua
reversibilidade. Um processo que se aproxima de sua
potência mínima requerida, aproxima-se de sua
reversibilidade.

| Irreversibilidade de um processo |

É a distância existente entre a reversibilidade e o


nível de operação normal (real) do processo

De uma forma, o aumento da entropia é o melhor guia para o


grau de irreversibilidade do processo.

E x i s t e m fo r m a s práticas p a ra medirmos essas


irreversibilidades:

A diferença de temperatura é uma medida de


irreversibilidade em trocadores de calor. Na análise de um
processo é necessário estabelecer um mínimo de diferença
de temperatura entre os ramos dos trocadores de calor.
figura 15

H20 (40ºC) Ar (150ºC) H20 (30ºC) Ar (150ºC)

H20 (50ºC) Ar (40ºC) H20 (40ºC) Ar (45ºC)


Approach = 0ºC
TH 0 que entra - Tar que sai
2
Approach = 15ºC

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Comparando, num diagrama T-S, o efeito Joule Thompson,


que ocorre numa válvula e a expansão numa turbina
(expansora), observa-se:

figura 16

S = entropia B.t.u. (Int.)/1b.Rº diagrama temperatura-entropia do ar.

1-2 - Efeito Joule Thompson


1-3 - Expansão numa turbina
1-4 - Expansão isoentrópico

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No gráfico estão ocorrendo três processos:

O primeiro processo ocorre entre o ponto 1 e o ponto 2. É o


processo realizado numa válvula de expansão (como a C
300A na planta T-100 e na válvula 100 das plantas de alta
pressão), chamado efeito Joule Thompson, havendo
diminuição da temperatura do gás, devido a uma “perda de
carga” causada pela válvula.

O segundo processo ocorre entre o ponto 1 e o ponto 3. É o


processo realizado numa turbina de expansão (como as
turbinas Rotoflow ou Turbodyne).

O terceiro processo ocorre entre o ponto 1 e o ponto 4. É


uma expansão isoentrópica e é a referência para a
comparação entre os dois processos anteriores.

O primeiro processo tem uma variação da entropia (S2 - S1),


que é maior que a variação da entropia do segundo
processo, (S3 - S1); fica claro que a expansão realizada
numa turbina é melhor que num processo de
estrangulamento numa válvula (throtling expansion).

Ainda assim, o segundo processo (S3 - S1) tem um


rendimento inferior (eficiência), se comparado com a
expansão isoentrópica (S4 - S1), pois este é o processo
reversível e, portanto, o de melhor rendimento.

Admite-se que o processo reversível será sempre melhor,


(ou mais eficiente) que um processo irreversível.

| Exemplificando |

Vamos imaginar uma turbina expansora que está acoplada a


um compressor (num sistema semelhante ao das nossas
plantas T-100, T-200, TLA, etc). Porém, com uma pequena
...
diferença, esse compressor faz parte de uma unidade de
refrigeração mecânica, utilizando freon.

136
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Na prática, nada muda em termos operacionais tanto na


turbina como na unidade de refrigeração. Ou seja, o ar
passa através da turbina, sendo expandido, ocorrendo o
resfriamento do vapor e gerando trabalho útil no eixo, que
será utilizado pelo compressor para aumentar a pressão de
freon e colocar em funcionamento a unidade de
refrigeração.

126 Ib/in ² Ar (entrada)


105ºF

(3) Condensador
Válvula de
expansão Lado de pressão alta
(4) Ar (saída)

Compressor
Lado de pressão baixa (2)

(1)
37 Ib/in ² 40ºF

(5)
Evaporador

Ar (5º C)

Ar (40º C)

Forma Esquematizada

Reversível Irreversível

T1 Q’1 Q1 T1

W W

T2 Q’2 Q2 T2

T1>T2 figura 17

(1) Turbina de expansão


(2) Compressor
(3) Condensador
(4) Válvula de expansão
(5) Evaporador (forecooler)

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Vamos considerar que a turbina seja uma máquina


irreversível e que a unidade de refrigeração seja uma
máquina reversível. Pode-se demonstrar que uma máquina
que opera irreversivelmente não pode ter uma eficiência
maior que a de uma outra com operação reversível, pois, se
isto fosse possível, teríamos:

=
|W|
|Q|
(
W
Q1
(
> (
W
Q’1
(

Turbina Unid. Refrig.


(Irrev.) (Rev.)

A razão entre W e Q 1 é a eficiência da máquina na


conversão de calor em trabalho e é de se esperar que
dependa do grau de reversibilidade do processo.

Como:

W turb =W refrig.

Para que a equação seja verdadeira

(Q’1)
> (Q1)

Unid. Refrig. Turbina


(Rev.) (Irrev.)

Pela Primeira Lei da Termodinâmica:

Q 2 = Q 1 - W (turbina Irreversível)

Q’ 2 = Q’ 1 - W (Unid. Refrig. - reversível)

Então:

Q’2
> Q2

(Q’2)
- (Q2) = resultado líquido da operação das
máquinas e o fluxo de calor vai da
fonte fria (T 2 ) para a fonte quente
Unid. Refrig. Turbina
(T 1), o que é proibido pela Segunda
(Rev.) (Irrev.) Lei da Termodinâmica.

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Podemos ver, então que uma máquina irreversível não será


mais eficiente do que uma máquina reversível.

Se utilizarmos o mesmo raciocínio, mas colocando a


máquina reversível com eficiência maior que a irreversível,
veremos que o sistema funciona normalmente sem
contrariar a Segunda Lei da Termodinâmica.

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Anotações

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Anotações

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9. O trabalho mínimo requerido


Existe sempre, em qualquer processo com uso de energia,
uma quantidade mínima de trabalho requerido para que o
processo ocorra. Essa quantidade mínima é chamada
trabalho ideal (W Ideal), e é o que resulta quando a
modificação no sistema (processo) é efetuada num
processo completamente reversível.

Serão deduzidas algumas equações que só se aplicam em


processos hipotéticos. São processos imaginados com o
simples propósito de determinar o trabalho ideal associado
a uma determinada mudança de estado.

A sua conexão com o processo real não é outra senão a de


provocar uma mudança no estado inicial, idêntica à
mudança realizada pelo processo real. O objetivo é o de
comparar o trabalho num processo irreversível com o
trabalho necessário para efetuar a mesma modificação de
estado mediante um processo hipotético reversível.

A formulação conhecida para a Primeira Lei da


Termodinâmica para volumes de controle é :

H + Ep + Ec = Q - Wu

No qual:

ÄH .......................... entalpia
ÄEp .......................... energia potencial
ÄEc .......................... energia cinética
Q .......................... calor
Wu .......................... trabalho útil

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Num determinado processo (esquematizado a seguir),

Meio
Ambiente
(T0)

Q0

Entrada Processo Saída

Obedecendo à convenção de sinais para Q e W, temos:


ÄH + ÄEp + ÄEc = Q - Wu
(1)
Wu = Q-ÄH-ÄEp-ÄEc

Da Segunda Lei da Termodinâmica, vemos que, durante a


troca de calor entre o sistema e o meio ambiente, produz-se
uma variação de entropia, igual a:

ÄSo = Qo
To
Como:

Qo = - Q
(2)
Q = - T oÄ S o

substituindo-se (2) em (1):

Wu = - To ÄSo - ÄH - ÄEp - ÄEc (3)

Como é um processo reversível

ÄS + ÄSo = 0
(processo) (meio ambiente)

ÄS o = - Ä S (4)

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substituindo-se (4) em (3):

W ideal = To ÄS - ÄH - ÄEp - ÄEc (5)

O trabalho, agora, é ideal, pois está associado a um


processo reversível. Este é o trabalho mínimo necessário
para que o processo ocorra. É o padrão, ou o ideal, para que
se possa comparar a eficiência de processos reais.

Wu
(Trabalho Efetuado) =
W ideal

A diferença entre o trabalho efetuado e o trabalho ideal é


chamada de trabalho perdido.

W perdido =W ideal - Wu

Ou, ainda, substituindo-se W u pela equação (1) e W ideal

pela equação (5) :

W perdido = To ÄS - Q (6)

Como:

Qo = Q = - To ÄSo
W perdido = To ÄS + To ÄSo
W perdido = To (ÄS + ÄSo)

W perdido = To ÄStotal

Novamente, pela Segunda Lei:

Stotal > 0

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Então:

Wperdido > 0

O significado dessa formulação é bastante interessante. É


coerente com os enunciados da Segunda Lei da
Termodinâmica, pois quanto maior o consumo de energia
pelo processo (energia em parte improdutiva) maior a
variação da entropia.

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