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A Lei Zero indica as condições para o equilíbrio térmico. Essa lei afirma que se dois
corpos A e B estão separadamente em equilíbrio térmico com um terceiro corpo C,
então A e B estão em equilíbrio térmico entre si. Desse modo, quando dois corpos
com temperaturas diferentes entram em contato, o corpo que estiver mais quente
transfere calor para o que estiver mais frio. Assim, as temperaturas de ambos se
igualam fazendo com que ocorra o equilíbrio térmico.
É uma das Leis da Termodinâmica mais conhecida. Foi desenvolvida por James P.
Joule, afirma que é possível elevar a temperatura de um sistema pela adição de
calor (energia térmica), mas também efetuando-se trabalho sobre ele. Ele realizou
uma experiência em que consistia na suspensão de dois corpos pesados, por meio
da carretilha, e depois liberá-la.
Os corpos, atraídos pela terra, caíam, fazendo a carretilha girar. Esse movimento se
transmitia à haste metálica e dessa maneira as pás giravam no interior da água.
Como consequência do movimento das pás a temperatura do líquido se elevava, o
que era indicado pelo termômetro.
Joule pode calcular, através da experiência, a quantidade de energia que, fornecida
à água,
era responsável pela elevação da temperatura. (Foto: Wikipédia)
Segunda Lei da Termodinâmica
Desenvolvida por Rudolf Clausius, a Segunda Lei estabelece condições para que as
transformações termodinâmicas ocorram. Ela diz que para um sistema realizar
conversões de calor em trabalho, ele precisa realizar ciclos entres fontes de calor
quente e fria de forma sucessiva. Assim, ocorre a transformação de calor em
trabalho por um processo cíclico.
Essa lei surgiu dos estudos de MX Planck e Walther Nernst, que mesmo
trabalhando de forma distinta, tentaram estabelecer princípios físicos que se
tornassem a terceira lei da termodinâmica. Isso ocorreu durante os anos de 1906 e
1912, depois de já haver amplo conhecimento das duas primeiras leis.
A Termodinâmica estuda a troca de matéria e a troca de energia pelo trabalho e pelo
calor entre sistemas ou entre um sistema e sua vizinhança. Trabalha com os
estados de equilíbrio e com as propriedades macroscópicas que caracterizam os
sistemas.
A Termodinâmica, como teoria Física, é estruturada por quatro leis: lei zero,
associada ao conceito de temperatura, primeira lei, associada ao conceito de
energia, segunda lei, associada ao conceito de entropia, e terceira lei, também
chamada de postulado de Nernst, associada ao limite constante da entropia quando
a temperatura Kelvin se apoxima de zero. Não abordaremos aqui esta última lei.
Aqui é importante frizar que utilizaremos os termos calor e trabalho para indicar
processos:
Lei Zero
Esta lei justifica o conceito de temperatura como sendo a propriedade que, sendo
igual para dois sistemas, indica que estão em equilíbrio térmico.
Em termos práticos, para saber se dois sistemas têm a mesma temperatura não é
necessário colocá-los em contato térmico entre si, bastando verificar se ambos
estão em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, chamado termômetro.
Primeira Lei
A energia interna U de um sistema é a soma das energias cinéticas e das energias
potenciais de todas as partículas que formam esse sistema e, como tal, é uma
propriedade do sistema. Isto significa que qualquer variação ΔU na energia interna
só depende do estado inicial e do estado final do sistema no processo considerado.
ΔU = Q − W
A primeira lei afirma que, apesar da quantidade de energia W trocada por trabalho e
da quantidade de energia Q trocada por calor entre o sistema e a vizinhança
dependerem, cada uma delas, do processo pelo qual o sistema passa de um estado
para outro, a diferença Q − W não depende.
Segunda Lei
A primeira lei da Termodinâmica representa a aplicação do princípio de conservação
da energia a sistemas que podem trocar energia com a vizinhança por calor. Esta
lei, assim como o princípio de conservação da energia, não contém restrições
quanto à direção do fluxo de energia entre dois sistemas. Por exemplo, estão de
acordo com essa lei tanto a passagem de energia, por calor, de um corpo de
temperatura maior a outro de temperatura menor, quanto a passagem de energia,
por calor, de um corpo de temperatura menor a outro de temperatura maior. No
entanto, na Natureza, observamos que é possível a passagem espontânea de
energia por calor apenas de um corpo de temperatura maior a outro de temperatura
menor. A segunda lei da Termodinâmica dá conta desta falta de simetria.
Enunciado de Kelvin: nenhum sistema pode realizar qualquer processo cíclico cujo
único efeito seja retirar, por calor, certa quantidade de energia de um único
reservatório térmico e ceder, por trabalho, uma quantidade igual de energia para a
vizinhança.
Aqui é muito importante observar que esse enunciado se refere a um processo
cíclico. Podemos perfeitamente imaginar um processo não cíclico através do qual
certa quantidade de energia é retirada, por calor, de um único reservatório térmico e
uma quantidade igual de energia é devolvida, por trabalho, à vizinhança.
Como exemplo, podemos considerar uma amostra de gás ideal que se expande
isotermicamente (isto é, a temperatura constante) em contato com um reservatório
térmico. A amostra recebe energia, por calor, do reservatório térmico e,
simultaneamente, cede energia, por trabalho, para a vizinhança. Nesse processo,
ΔU = 0 e pela primeira lei, Q = W, isto é, a quantidade de energia recebida pelo gás
por calor é igual à quantidade de energia cedida por trabalho.
Como exemplo, podemos considerar uma amostra de gás ideal que é expandida
isotermicamente em contato com um reservatório térmico de temperatura baixa T1
(processo A-B), depois comprimida adiabaticamente (isto é, sem trocar energia por
calor com a vizinhança), de modo que sua temperatura aumente de T1 para T2
(processo B-C) e, finalmente, comprimida isotermicamente em contato com um
reservatório térmico de temperatura alta T2 (processo C-D).
Um sistema isolado não troca energia e não troca matéria com a vizinhança.