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TERMODINÂMICA

A termodinâmica estuda as transformações da energia de maneira qualitativa e quantitativa,


seja na realização de trabalho ou na liberação/absorção de calor

1- ANÁLISE DO UNIVERSO
O estudo dos processos termodinâmicos necessita da investigação de duas partes do universo:

· O SISTEMA: que é a parte em estudo propriamente dita.

· A VIZINHANÇA: que é a parte externa do sistema onde fazemos as observações e as


medidas.
Dependendo da fronteira entre o SISTEMA e a VIZINHANÇA, o SISTEMA poderá se
classificar de três maneiras:
. SISTEMA ABERTO: quando a matéria e a energia puderem ser trocadas entre o sistema e
a vizinhança.

· SISTEMA FECHADO: quando a matéria não puder ser trocada entre o sistema e a
vizinhança. Nesse caso pode haver troca de energia entre o sistema e a vizinhança.

· SISTEMA ISOLADO: quando o sistema e a vizinhança não apresentam contato mecânico


nem térmico com a vizinhança.
2- TRABALHO, ENERGIA E CALOR

Quando um corpo é deslocado contra uma força, F , que se opõe ao seu deslocamento, d ,
dizemos que está ocorrendo a realização de um trabalho, w. Assim, quando um gás dilata e
empurra o êmbolo de uma seringa, suspendendo uma massa qualquer, por exemplo, ocorre
um deslocamento contra a força peso e realização de trabalho sobre a massa,
conforme se observa na ilustração abaixo:

Já a energia de um sistema é a capacidade de um corpo em realizar trabalho


Quando comprimimos um gás ou esticamos uma mola a energia do sistema aumenta,
aumentando a capacidade do sistema em realizar trabalho. Quando a mola ou o gás
retornam às suas posições de equilíbrio, a capacidade de realização de trabalho diminui,
assim como a energia do sistema.

Quando a energia de um sistema modifica-se apenas como resultado de temperatura entre


ele e sua vizinhança, dizemos que houve uma transferência de calor.
Um recipiente contendo água a uma temperatura T ao ser aquecido fará com que a água
aumente a sua capacidade de realizar trabalho, isto é, houve um aumento na energia do
sistema.
Contudo, nem todas as fronteiras possibilitam a troca de energia entre o sistema e a
vizinhança, mesmo que haja uma diferença de energia entre elas
As fronteiras diatérmicas, por exemplo, são permeáveis à troca de calor (vidro, metal,
etc...), enquanto que as fronteiras adiabáticas impedem a troca do calor.
Processos que liberam energia na forma de calor são denominados de exotérmicos, como as
reações de combustão, enquanto que processos que absorvem calor da vizinhança são
denominados de endotérmicos.

Quando um processo exotérmico ocorre num sistema que apresenta paredes diatérmicas,
o calor sai do sistema para a vizinhança e, por isso, a temperatura do sistema permanece
inalterada. O mesmo observa-se para um processo endotérmico,
porém, agora, com entrada de calor da vizinhança para o sistema.

Quando um processo exotérmico ocorre num sistema que apresenta paredes adiabáticas,
o calor fica retido no sistema e, por isso, a temperatura do sistema aumenta. O mesmo
observa-se para um processo endotérmico, porém, agora, com diminuição da
temperatura.
3- COMPREENDENDO O TRABALHO, A ENERGIA E O CALOR A NÍVEL MOLECULAR

Quando há transferência de energia, na forma de calor, do sistema


para as vizinhanças, a energia transferida contribui para o movimento
caótico (desorganizado) dos átomos das vizinhanças. Esse movimento
caótico é denominado de agitação térmica.
O movimento térmico das moléculas nas vizinhanças quentes de um
sistema frio provoca a movimentação mais vigorosa das moléculas e,
então, a energia do sistema aumenta. Quando, ao contrário, o
sistema aquece as vizinhanças, são as moléculas do sistema que
estimulam o movimento térmico das moléculas das vizinhanças.
Quando um sistema realiza trabalho sobre suas vizinhanças, o movimento dos átomos é
de forma organizada.

A distinção, então, entre o trabalho e o calor se faz nas vizinhanças. Por exemplo,
quando se comprime um gás, o trabalho é efetuado quando as partículas do “peso”
responsável pela compressão se deslocam de maneira ordenada; o efeito da compressão
é acelerar as moléculas do gás para velocidades médias mais elevadas do que no início.
Como as colisões entre as moléculas rapidamente tornam suas direções aleatórias, é
evidente que o movimento ordenado dos átomos do “peso” que efetua a compressão
contribui, na realidade, para estimular o movimento térmico das moléculas do gás. O
que observamos, porém, é o efeito da compressão do “peso”, o movimento ordenado
sobre o sistema, embora esteja estimulando o movimento térmico das moléculas.
CÁLCULOS ENVOLVENDO O TRABALHO, w

TRABALHO DE EXPANSÃO

Entenda o trabalho de expansão quando o trabalho surge por variação do volume. Nesse
trabalho, um gás expande e desloca a atmosfera. Intuitivamente, a variação do volume
seria por acréscimo, mas podemos utilizar a mesma idéia para o decréscimo desse
volume, isto é, o trabalho de expansão também se aplica para a compressão. Como na
expansão de um gás o deslocamento do material ocorre opostamente à força peso, o
ângulo entre a força peso e o deslocamento será 180o e o cos180o igual a -1. Para a
expansão o trabalho será, então, w= -Fd .
Na compressão de um gás o deslocamento do material ocorre na mesma direção e
sentido da força peso, sendo o ângulo entre elas igual a 0 o e o cos 0o igual a 1. Para a
compressão o trabalho será, então, w= Fd .
TIPOS DE TRABALHO DE EXPANSÃO

Expansão Livre
Ocorre quando a força é nula e, portanto, não haverá trabalho, pois w= Fdcosq = 0´d cosq = 0.
Este tipo de expansão ocorre no vácuo, onde a pressão externa é nula

Expansão Contra Pressão Constante

Ocorre quando a força é constante, no caso, o trabalho é determinado


por w=-P ∆V
Um exemplo é quando a expansão ocorre contra a pressão da atmosfera.
Observe a ilustração ao lado
Expansão Reversível

Processos reversíveis estão relacionados com a capacidade de um sistema de variar


infinitesimalmente.
O termo “infinitesimal” realça o sentido “reversível”, indicando a capacidade do sistema em
mudar de sentido.
Se variações infinitesimais nas vizinhanças provocarem variações infinitesimais nas condições
do sistema, dizemos que há um equilíbrio entre o sistema e as suas vizinhanças.
Para um gás encerrado num pistão haverá equilíbrio mecânico se a pressão externa for igual
à pressão do gás. Variações infinitesimais da pressão provocam variações infinitesimais no
volume do gás, mantendo a situação de equilíbrio. Equações de processos reversíveis são
indicadas pelo índice “rev”.

Expansão Isotérmica Reversível


A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

A energia total de um sistema é denominada de energia interna, representada por U e


equivale à soma das energias potencial e cinética de todas as moléculas que compõem o
sistema.
A energia interna, U , não pode ser determinada, mas a sua diferença pode ser medida na forma
de trabalho ou de calor nas vizinhanças, por isso não se fala em determinação da energia
interna de um sistema e sim da diferença de energia interna de um sistema, representada
por ∆U =Uf -U i.
A mudança nas propriedades do sistema, como temperatura, pressão e volume alteram a
energia interna do sistema, assim, temos que a energia interna é uma função de estado
uma vez que seu valor depende da condição do estado.
Para um sistema aberto ou fechado, cujas fronteiras são diatérmicas, mudanças nas
condições de estado do sistema provocarão alteração da energia interna, mas em sistemas
isolados, cujas fronteiras são adiabáticas, a energia interna permanece constante, pois não
há troca de energia com a vizinhança, seja na forma de calor, q , (diferença de temperatura),
seja na forma de trabalho, w, (alteração do volume, deslocamento de corpos).
Ao último sistema (isolado), aplica-se a 1ª Lei da Termodinâmica, que dita:
A ENERGIA INTERNA DE UM SISTEMA ISOLADO É CONSTANTE, ISTO É, ∆U = w + q

Algumas condições de análise da 1ª Lei da Termodinâmica:

· Se o trabalho realizado pelo sistema nas vizinhanças for nulo (w = 0) e o calor liberado para
as vizinhanças também for nulo ( q = 0 ), o sistema manterá constante sua energia interna e ∆U =
0.
· Se o sistema realiza trabalho nas vizinhanças (w< 0) e/ou libera calor para as vizinhanças ( q
< 0 ), a energia do sistema não permanecerá constante e terá seu valor diminuído e ∆U < 0.
· Se o sistema recebe trabalho das vizinhanças (w> 0) e/ou absorve calor das vizinhanças ( q >
0 ), a energia do sistema não permanecerá constante e terá seu valor aumentado e ∆U > 0.

Em outras palavras, o fluxo de energia como trabalho e/ou calor é referenciado pelo
sistema e não pelas vizinhanças.

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