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LABORATÓRIO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS II

RELATÓRIO PRÁTICA 4 - Freio de Foucault – Simulador de Carga

Denis Alves Teixeira Pereira 1, Lucas Calazans Silva2


1 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais

Campus Formiga – Engenharia Elétrica – 9° Período


São Luiz Gonzaga, s/n – Bairro São Luiz– Formiga - Minas Gerais – CEP: 35.577-010

1. Introdução

Existem diversas aplicações para os motores elétricos de inducao trifásicos, em alguma


dessas aplicações é necessário a utilização de processos de frenagem e para realizar este processo
de frenagem, um dos métodos é conhecido como freio de Foucault [1].
O freio de Foucault é um método muito utilizado para frenagem de emergência de trens e
locomotivas. Este tipo de freio utiliza o princípio de indução de Faraday e de Lei de Lenz , de forma
a converter a energia do movimento em calor. Este dispositivo é utilizado acoplado ao motor como
pode ser visto na Figura 1[2].

Figura 1Freio de Foucault- Vista Superior


2. Objetivos
Este trabalho tem como objetivo realizar a variação da carga aplicada ao eixo de um MIT
por meio de um simulador de carga por corrente de Foucault.
3. Referencial Teórico
A Lei de indução de Faraday define que quando um condutor é exposto a um campo
magnético que varia no tempo, neste condutor surge uma força eletromotriz induzida. Este campo
magnético variante no tempo possui sentido oposto ao campo que gerou esta corrente.
O simulador de cargas por corrente de Foucalt faz a utilização dos princípios das leis de
Lenz e Faraday, na qual o mesmo faz a simulação de cargas e frenagem. Este simulador é composto
1 massa metálica com o formato de disco e 2 eletroímãs. O simulador de cargas pode ser visto
através da Figura 2 [3].

Figura 2 Simulador de cargas- Vista Superior

Através da Figura 2, é possível observar que ao energizar o motor de indução trifásico o


disco acoplado ao eixo do motor irá rotacionar de forma que o fluxo de campo magnético que é
gerado pelos eletroímãs se torne variável no tempo, ocasionando a indução de uma corrente e uma
força eletromotriz com o sentido oposto ao conjugado do motor. A força eletromotriz varia de
acordo com a velocidade do motor e o campo magnético gerado pelos eletroímãs, desta forma
aumentando- se a tensão aplicada a cada eletroímã, o fluxo magnético gerado é aumentado, isto faz
com que aumente a força eletromotriz e também simule um aumento de carga.
O escorregamento pode ser calculado através da Equação 1
𝑛𝑠−𝑛
s= (1)
𝑛𝑠
4. Materiais e Métodos

4.1 Materiais

 Simulador de carga por corrente de Foucault (conjunto MIT e eletroímãs).


 Multímetro e alicate amperímetro;
 Fonte de tensão alternada 220V;
 Fonte de tensão contínua ajustável;
 Tacômetro;

4.2. Métodos

Inicialmente foi realizado a ligação do MIT com fechamento em triângulo (220V) sem carga
e aferiu os valores de corrente de linha, tensão de linha, velocidade, torque e potência de entrada,
com os valores obtidos foi calculado o escorregamento.
Em seguida, foi feito a ligação do MIT com fechamento em triângulo com 15% de carga e
mediu os mesmos parâmetros mencionados anteriormente.
Este processo foi feito com 30% de carga, 45% de carga e 60% de carga.
Por fim com os dados aferidos, foi construído uma curva de torque em função da velocidade.
A Figura 3 mostra o fechamento do MIT com 30% de carga.

Figura 3 Fechamento do MIT com 30% de carga


5. Resultados e Discussões

A Tabela 1 apresenta os dados de placa do motor utilizado para a realização da prática:


Tabela 1: Dados de placa do motor
MIT Ligação em triângulo
Frequência de operação 60Hz
Velocidade mecânica 1725rpm
Tensão de alimentação
Fechamento em triângulo 220V Corrente nominal
4,2A

Fator de serviço 1,15

Conforme mencionado na metodologia, foi aumentando a quantidade de carga no eixo do


motor e foi verificado a variação dos parâmetros elétricos e mecânicos em função deste aumento.
A Tabela 2 apresenta todos os valores medidos e também o valor do escorregamento calculado.
O escorregamento do motor foi calculado a partir da Equação 1, e como o motor é de 4
polos, a velocidade síncrona (ns) possui valor de 1800 RPM.

Tabela 2: Dados medidos

Corrente Tensão Torque Potência


Velocidade
Carga [%] de de linha no eixo de entrada Escorregamento
[RPM]
Linha[A] [V] [N.m] [W]
0 1,86 1797 225 0,1 374,9 0,00167
15 1,92 1794 224 0,4 374,3 0,00333
30 2,05 1787 224 1,2 376,5 0,00722
45 2,36 1775 224 2,1 575,1 0,01389
60 2,91 1759 224 3,4 856,1 0,02278

Através da Tabela 2 é possível observar que conforme o aumento de carga ocorre uma
redução da velocidade do MIT. Isto ocasiona um aumento do torque no eixo do motor e
consequentemente um aumento na corrente de linha. Verificou-se também que como a velocidade
do MIT diminui conforme o aumento de carga e a velocidade síncrona é fixa, consequentemente o
escorregamento irá aumentar.
A partir dos dados obtidos foi construído uma curva de torque por velocidade do motor, que
pode ser visto através da Figura 4.
4
Torque x Velocidade
3,5
3

Torque (N.m)
2,5
2
1,5
1
0,5
0
1755 1760 1765 1770 1775 1780 1785 1790 1795 1800
Velocidade (RPM)

Figura 4 Curva Torque x Velocidade

Através da Figura 4 verifica-se que o Torque e a Velocidade são inversamente


proporcionais, desta forma quanto maior for o torque, maior será a quantidade de carga acoplada
no motor, e também maior será a quantidade de corrente induzida no disco do motor e
consequentemente maior a força eletromotriz no sentido oposto ao torque, de forma a diminuir a
velocidade, freando o motor.
6. Conclusões
Esta pratica possibilitou o entendimento do princípio do freio de Foucault, na qual foi
possível verificar todas as variações dos parâmetros elétricos e mecânicos em função do acréscimo
de carga acoplada no eixo do motor. Foi possível também realizar o cálculo do escorregamento do
motor em função da variação de carga, na qual foi visto que quanto maior a quantidade de carga,
maior será o torque e menor será a velocidade do motor.
7. Referências
[1] KOSOW, Irving L., Máquinas Elétricas e Transformadores. Editora: Globo – 14oedição,2000.
[2] FITZGERALD, A. E. KINGSLEY JR. C., KUSKO, A. Máquinas Elétricas. McGrawHill do
Brasil. São Paulo. 1978.
[3] NOLASCO, J. R. e VASCONCELOS, C. H. S. Desenvolvimento de um simulador de carga
por corrente de Foucault. XLI Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia, 2013, Gramado.

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