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MP 936/2020
Diante de uma pandemia, governos precisam agir para tentar reduzir os impactos sociais
relacionados ao estado de calamidade e de emergência de saúde pública. No Brasil,
diversas medidas estão sendo anunciadas como alternativas e chegam a deixar milhares
de profissionais, principalmente da área de Recursos Humanos, confusos.
Uma delas é a Medida Provisória 936, de 1º de abril de 2020, que entre outras
providências, institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da
Renda e dispõe sobre medidas trabalhistas complementares para enfrentamento do
estado de calamidade pública.
- Acordos coletivos.
Segundo a MP, esses recursos, custeados pela União, serão pagos independentemente
do cumprimento de período aquisitivo, do tempo de vínculo empregatício ou do número
de salários recebidos. E, o valor do benefício terá como base de cálculo o valor mensal
do seguro-desemprego que o trabalhador teria direito. Já para os casos em que houver
redução da jornada e também do salário, o valor pago será o valor do seguro-
desemprego equivalente ao percentual da redução.
Agora, na MP 936, novamente o assunto é pauta, mas de outra maneira. Para que ocorra
a redução da jornada com o benefício emergencial, o valor do salário-hora deverá ser
mantido. Além disso, a redução só poderá ser feita por acordo individual expresso, nos
percentuais de 25%, para todos os trabalhadores, e de 50% e 70%, para os que recebem
valor inferior ou igual a R$ 3.135,00.
Para quem recebe hoje mais de dois tetos do RGPS (R$ 12.202,12) e com curso superior
— configurados como hipossuficientes na CLT — e que já realizam acordos
individuais, os percentuais de redução serão acordados entre as partes (mantidos em
25%, 50% e 70%), tendo direito ao benefício emergencial. Outros percentuais, somente
por meio de acordo coletivo.
Falando em acordo coletivo no qual são incluídos os empregados com salário entre R$
3.135,00 e R$ 12.202,12, obrigatoriamente, a medida poderá ser negociada para todos
os colaboradores em percentuais diferentes, num prazo de redução de 90
dias, comunicando com, no mínimo, dois dias corridos de antecedência.
redução.
Suspensão de contrato de trabalho: A MP traz ainda a possibilidade de o empregador
poder acordar a suspensão do contrato de trabalho com os empregados. Para empresas
que tenham a receita bruta menor de R$ 4,8 milhões/ano, o valor do seguro–desemprego
será pago integralmente ao colaborador. Já para as empresas com receita bruta acima de
R$ 4,8 milhões/ano, deverá haver a manutenção do pagamento de 30% da remuneração
dos profissionais em caráter indenizatório pela empresa, que também receberão o
benefício emergencial, no valor de 70% do benefício.
Além disso, para que haja essa suspensão, deverá haver acordo individual com aqueles
trabalhadores que recebem remuneração inferior ou igual a R$ 3.135,00 ou mais de dois
tetos do RGPS (R$ 12.202,12) e que tenham curso superior. Para eles, a proposta por
escrito deverá ser encaminhada ao colaborador com antecedência mínima de dois dias
corridos. Se for por meio de acordo coletivo, a medida poderá ser ampliada a todos os
colaboradores e suspensão tem prazo limite de 60 dias.
Além disso, o mesmo deverá ficar atento, pois o auxílio só será concedido com
contratos formalizados até a data da publicação da MP, isto é, dia 1º de abril de 2020.
Acordos coletivos: Outro ponto que a MP trata é acerca dos acordos coletivos. De
acordo com a publicação, as convenções ou acordos coletivos de trabalho celebrados
anteriormente poderão ser renegociados para adequação de seus termos, no prazo de 10
dias corridos a contar da publicação da medida provisória, isto é, 11 de abril de 2020.
Nos casos em que o acordo vier a estabelecer percentagem de redução de jornada
diferente das estabelecidas — que é de 25%, 50% e 70% — o benefício emergencial
será pago nos seguintes valores:
- Tipo Adesão: Tipo de adesão acordado entre o empregador e o empregado que são:
1: Suspensão do contrato
- Data do acordo: Data em que foi firmado o acordo entre o empregador e o empregado.
- Percentual da Redução: Este campo somente será obrigatório se o tipo de adesão for
redução de carga horária. Caso o tipo de adesão seja suspensão este campo poderá vir
vazio.
Em síntese, antes da reforma trabalhista esta prática só seria legal se fosse acordada por
meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho com a participação do sindicato. Com
a inclusão do §5° do art 59 da CLT, o empregador poderá também se valer do banco de
horas por meio de acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no
período máximo de 6 meses.
Referencias:
MP 936/2020
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Mpv/mpv936.htm
MP 937/2020
https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/141395