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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

DISCIPLINA: Direito Individual do trabalho


PROFESSORA: Isabela Amaral Palladino
ALUNA: Ana Carolina Fernandes
MATRICULA: 20171104507

Trabalho individual avaliativo – A1

MEDIDAS EMERGENCIAIS PARA MANUTENÇÃO DO EMPREGO

MP 936/2020

Diante de uma pandemia, governos precisam agir para tentar reduzir os impactos sociais
relacionados ao estado de calamidade e de emergência de saúde pública. No Brasil,
diversas medidas estão sendo anunciadas como alternativas e chegam a deixar milhares
de profissionais, principalmente da área de Recursos Humanos, confusos.

Uma delas é a Medida Provisória 936, de 1º de abril de 2020, que entre outras
providências, institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da
Renda e dispõe sobre medidas trabalhistas complementares para enfrentamento do
estado de calamidade pública.

Dentre as principais ações da MP 936 estão:

- Benefício emergencial de preservação do emprego e da renda;

- Redução da jornada de trabalho;

- Suspensão do contrato de trabalho;


- Auxílio emergencial mensal ao trabalhador intermitente; e

- Acordos coletivos.

No tocante do primeiro ponto que essa MP aborda e prevê, é que, a concessão de um


benefício aos profissionais que tiverem sua jornada de trabalho reduzida, seu contrato
suspenso ou para trabalhadores intermitentes com contrato de trabalho formalizados.

Segundo a MP, esses recursos, custeados pela União, serão pagos independentemente
do cumprimento de período aquisitivo, do tempo de vínculo empregatício ou do número
de salários recebidos. E, o valor do benefício terá como base de cálculo o valor mensal
do seguro-desemprego que o trabalhador teria direito. Já para os casos em que houver
redução da jornada e também do salário, o valor pago será o valor do seguro-
desemprego equivalente ao percentual da redução.

Para os casos de suspensão temporária do contrato de trabalho, a empresa que faturou


mais que 4.8M em 2019 deve manter 30% do salário do empregado de forma
indenizatória, e o governo arcará com 70% do valor devido pelo seguro desemprego. Já,
caso a empresa tenha faturado menos de 4.8 milhões em 2019 o governo arcará com
100% do valor do benefício.

Contudo, há exceções. A medida não prevê o pagamento deste benefício para:


trabalhadores com benefícios de prestação continuada do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS) ou dos Regimes Próprios de Previdência Social ou que já recebam o
seguro-desemprego. Por outro lado, pensionistas e titulares de auxílio-acidente poderão
receber o benefício emergencial.
Fonte Período Quem tem Valores
Direito

Recursos da Enquanto durar a Empregado que - Terá como base


União redução ou teve jornada de cálculo o valor
suspensão do reduzida ou mensal do seguro
contrato contrato suspenso desemprego a que
dentro dos termos o empregado teria
da MP direito;
- Redução de
jornada de trabalho
e de
salário: percentual
do seguro-
desemprego
equivalente ao
percentual da
redução;
-Suspensão
temporária do
contrato de
trabalho: 100% do
seguro-desemprego
ou 70% do seguro-
desemprego
(em caso do
empregador pagar)

Quanto a Redução da Jornada de Trabalho: Talvez, um dos pontos mais “polêmicos” da


MP seja a redução da jornada de trabalho. Isso porque ainda na MP 927/2020 o governo
havia sugerido a suspensão do contrato de trabalho e dias depois acabou revogando o
artigo que tratava do tema.

Agora, na MP 936, novamente o assunto é pauta, mas de outra maneira. Para que ocorra
a redução da jornada com o benefício emergencial, o valor do salário-hora deverá ser
mantido.  Além disso, a redução só poderá ser feita por acordo individual expresso, nos
percentuais de 25%, para todos os trabalhadores, e de 50% e 70%, para os que recebem
valor inferior ou igual a R$ 3.135,00.

Para quem recebe hoje mais de dois tetos do RGPS (R$ 12.202,12) e com curso superior
— configurados como hipossuficientes na CLT — e que já realizam acordos
individuais, os percentuais de redução serão acordados entre as partes (mantidos em
25%, 50% e 70%), tendo direito ao benefício emergencial. Outros percentuais, somente
por meio de acordo coletivo.

Falando em acordo coletivo no qual são incluídos os empregados com salário entre R$
3.135,00 e R$ 12.202,12, obrigatoriamente, a medida poderá ser negociada para todos
os colaboradores em percentuais diferentes, num prazo de redução de 90
dias, comunicando com, no mínimo, dois dias corridos de antecedência.

- Vale salientar que as informações geradas acima preveem que


a jornada de trabalho deverá ser restabelecida quando houver cessação
do estado de calamidade pública, encerramento do período pactuado no
acordo individual ou antecipação pelo empregador do fim do período de
redução pactuado, o que ocorrer primeiro. Além disso, o colaborador
terá garantia provisória no emprego durante o período de redução e
após o restabelecimento da jornada por período equivalente ao da

redução.
Suspensão de contrato de trabalho: A MP traz ainda a possibilidade de o empregador
poder acordar a suspensão do contrato de trabalho com os empregados.  Para empresas
que tenham a receita bruta menor de R$ 4,8 milhões/ano, o valor do seguro–desemprego
será pago integralmente ao colaborador. Já para as empresas com receita bruta acima de
R$ 4,8 milhões/ano, deverá haver a manutenção do pagamento de 30% da remuneração
dos profissionais em caráter indenizatório pela empresa, que também receberão o
benefício emergencial, no valor de 70% do benefício.

Além disso, para que haja essa suspensão, deverá haver acordo individual com aqueles
trabalhadores que recebem remuneração inferior ou igual a R$ 3.135,00 ou mais de dois
tetos do RGPS (R$ 12.202,12) e que tenham curso superior. Para eles, a proposta por
escrito deverá ser encaminhada ao colaborador com antecedência mínima de dois dias
corridos. Se for por meio de acordo coletivo, a medida poderá ser ampliada a todos os
colaboradores e suspensão tem prazo limite de 60 dias.

Neste período, o colaborador não poderá continuar trabalhando para o empregador,


ainda que parcialmente, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a
distância. Além disso, o colaborador terá a garantia provisória no emprego durante o
período de suspensão e após o restabelecimento da jornada por período equivalente.

Auxílio emergencial mensal ao trabalhador intermitente: Aos trabalhadores


intermitentes também há um auxílio. Ele será no valor de R$ 600 mensais e poderá ser
concedido por até 90 dias. Caso esse profissional tenha mais de um contrato de trabalho
intermitente, o valor do benefício continuará sendo de R$600, isto é, o benefício é único
e não por contrato.

Além disso, o mesmo deverá ficar atento, pois o auxílio só será concedido com
contratos formalizados até a data da publicação da MP, isto é, dia 1º de abril de 2020.

Acordos coletivos: Outro ponto que a MP trata é acerca dos acordos coletivos. De
acordo com a publicação, as convenções ou acordos coletivos de trabalho celebrados
anteriormente poderão ser renegociados para adequação de seus termos, no prazo de 10
dias corridos a contar da publicação da medida provisória, isto é, 11 de abril de 2020.
Nos casos em que o acordo vier a estabelecer percentagem de redução de jornada
diferente das estabelecidas — que é de 25%, 50% e 70% — o benefício emergencial
será pago nos seguintes valores:

-Redução inferior a 25%: não há direito ao benefício emergencial

-Redução igual ou maior que 25% e menor que 50%: benefício


emergencial no valor de 25% do seguro-desemprego

-Redução igual ou maior que 50% e menor que 70%: benefício


emergencial no valor de 50% do seguro-desemprego

-Redução igual ou superior a 70%: benefício emergencial no valor de


70% do seguro-desemprego

Comunicação ao ministério da economia: As empresas têm 10 dias para comunicar ao


Ministério da Economia e ao Sindicato dos Empregados a partir da celebração do
acordo independente se individual ou coletivo (sob pena de pagamento integral do
período não informado).

- Tipo Adesão: Tipo de adesão acordado entre o empregador e o empregado que são:

1: Suspensão do contrato

2: Redução da carga horária

- Data do acordo: Data em que foi firmado o acordo entre o empregador e o empregado.
- Percentual da Redução: Este campo somente será obrigatório se o tipo de adesão for
redução de carga horária. Caso o tipo de adesão seja suspensão este campo poderá vir
vazio.

- Para a opção de redução os valores permitidos são:

25: Acordo com redução de carga horária de 25%;

50: Acordo com redução de carga horária de 50%;

70: Acordo com redução de carga horária de 70%.

- Meses de duração do acordo: informar os meses de duração do acordo.

- Salário dos últimos 3 meses: igual ao informado ao seguro desemprego

Restabelecimento da jornada de trabalho: Serão imediatamente restabelecidas as


jornadas de trabalho e os salários pagos anteriormente quando houver:

Cessação do estado de calamidade pública;

Encerramento do período pactuado no acordo individual;

Antecipação pelo empregador do fim do período de redução pactuado.

A MP 927 de 2020, em seu artigo 14, garante ao empregador a interrupção das


atividades e a constituição de regime especial de compensação de jornada, por meio de
banco de horas, em favor do empregador ou do empregado, estabelecido por meio de
acordo coletivo ou individual formal, para compensação no prazo de até 18 meses,
contado da data do encerramento do estado de calamidade pública. Os parágrafos 1° e
2° do mencionado artigo, nos deixa claro, que devem ser respeitados dois requisitos
para a implementação do banco de horas, que são:

 1º A compensação de tempo para recuperação do período interrompido poderá


ser feita mediante prorrogação de jornada em até duas horas, que não poderá
exceder dez horas diárias.
 2º A compensação do saldo de horas poderá ser determinada pelo empregador
independentemente de convenção coletiva ou acordo individual ou coletivo.

Em síntese, antes da reforma trabalhista esta prática só seria legal se fosse acordada por
meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho com a participação do sindicato. Com
a inclusão do §5° do art 59 da CLT, o empregador poderá também se valer do banco de
horas por meio de acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no
período máximo de 6 meses.

Referencias:

MP 936/2020

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Mpv/mpv936.htm

MP 937/2020

https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/141395

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