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DICAS PARA ELABORAÇÃO DE UMA MONOGRAFIA

O trabalho consiste na organização coerente de idéias, originadas de bibliografia de autores


consagrados que escreveram sobre o tema de interesse do aluno. Pode ser desenvolvido
como análise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo já existente, a partir de um
esquema conceitual bem definido.
Isto posto, o trabalho deverá seguir a forma abaixo descrita.

♦ INTRODUÇÃO
Comece a sua monografia com um breve resumo introdutório. Este resumo deve dar
resposta a seis perguntas:
1. Que interrogante(s) seu trabalho irá responder?
Assinale qual é o problema, deficiência, fato histórico, político, administrativo, técnico,
econômico ou outro, ao qual o autor tentará responder ou interpretar. Identifíque-o com
clareza. Se não puder identificá-lo claramente é porque ele não está claro em sua própria
mente.
Para evitar este tipo de “névoa”, é conveniente que as escreva antes de iniciar sua
pesquisa. Se achar difícil formular as perguntas ou interrogantes aos quais tentará dar
resposta, reestude seu tema até que encontre algo que lhe agrade e o convença. Se não o
fizer, sua monografia poderá ficar confusa e volátil. Estabeleça com clareza qual é o
propósito concreto de sua pesquisa.
2. De onde surgiram os interrogantes? De que debate político ou acadêmico, ou de
problemas da vida real?
Busque antecedentes que ajudem a clarificar e a por em contexto as perguntas ou
matérias de que irá tratar.
Se existe literatura prévia, descreva brevemente a evolução, as posições ou
interpretações propostas pelas diferentes escolas de pensamento ou grupos de interesse,
os aspectos em que coincidem, os aspectos que diferem e aqueles que não foram
analisados ou considerados.
3. Que resposta ou respostas seu trabalhou oferece?

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Indique com clareza suas conclusões e as resuma em poucas linhas. Uma boa
monografia não deve tentar manter o leitor “em suspense”, e sim mostrar desde o
começo o que é que o autor se propõe a demonstrar ou a sustentar.
4. Que explicações, argumentos, interpretações ou esquemas o trabalho apresenta e
concorda, e quais rejeita ou refuta. Isto, se não o fez na questão 2.
5. Como seu trabalho chegará às respostas?
Descreva brevemente suas fonte de informação. Nesta parte deve-se instruir o leitor,
com toda clareza, acerca do raciocínio lógico que irá percorrer para demonstrar sua tese.
Assinale ao leitor que antecedentes ou que evidências existem ou não, que pesquisas são
críveis e quais não são.
Se existem aspectos importantes que o autor irá deixar sem tratamento assinale-os com
clareza e indique porque não os abordará. Assim, em vez de ter que rodear as brechas e
vazios de sua tese, desfaça-se deles, honestamente, na introdução.
6. Em que seqüência será exposto o trabalho?
Faça um “mapa” orientador para guiar o leitor. Em resumo, o mais importante em uma
monografia é identificar com clareza:
1. Qual é o assunto?
2. Porque surgiu este tema?
3. Qual é a resposta que se propõe?
Esta enumeração lhe ajudará, durante seu trabalho, a assegurar-se de que, efetivamente:
está provando o que foi dito que se iria provar, sem perder-se pelo caminho; e
estabelecerá, desde o princípio, o que se pretende demonstrar e o que não se pretende.
Os pontos N° 5 e 6 acima são menos importantes para a introducao, porém não podem
ser omitidos da introdução, já que eles são importantes ajudas para que o leitor
compreenda seu trabalho.
Uma introdução deste tipo ajudará o leitor a captar a essência de sua argumentação, mas
pode ser difícil de escrever, já que ao fazê-lo, detectará deficiências ou contradições em
seus antecedentes ou na argumentação. Se isso acontecer, repense e reorganize seu
texto.
Às vezes, ao terminar o trabalho pode ser necessário ou conveniente, refazer ou corrigir
a Introdução, faça-o, mas por nenhum motivo inicie o trabalho sem uma introdução,
ainda que seja provisória, para que lhe sirva de guia durante todo o trabalho.

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DESENVOLVIMENTO
Para a argumentação deve-se ter em mente quatro elementos:

1. Use evidência empírica – fatos, cifras, história – para apoiar sua argumentação.
Empregar razões somente dedutivas às vezes é aceitável, mas as razões baseadas em
evidências concretas são mais convincentes.
2. Diga clara e explicitamente o que lhe mostram as evidências apresentadas.
Não deixe que “os fatos falem por si mesmos”, destaque-os.
3. “Discuta consigo mesmo”.
Depois de estabelecer seu raciocínio, indique as perguntas ou objeções que poderia
apresentar um leitor cético e, brevemente, responda-as. Isto demonstrará aos leitores que
o autor foi reflexivo e profundo em seus raciocínios, que está consciente dos possíveis
contra argumentos ou interpretações alternativas dos fatos apresentados e que o autor
considerou adequadamente.
Com freqüência, obviamente, os céticos poderão tomar preciosos pontos de seu trabalho.
Admita antecipadamente essa possibilidade. Seja autocrítico, não superavalie sua teoria,
nem suas evidências.
4. Identifique apropriadamente todas as referências e a bibliografia de todas as fontes de
informação e fatos aceitos como válidos.
Coloque as citações textuais entre asterísticos e identifique na forma prevista. Os
conceitos utilizados para explicações que não forem objeto do trabalho devem ser
esclarecidos mediante uma nota de rodapé de página e com a devida indicação da fonte.
Quando usar uma idéia ou argumento de outro autor identifique a obra no título
Bibliografia.
A qualidade e pertinência das citações permitem aos leitores repetir ou comprovar sua
investigação e dão uma idéia da seriedade e magnitude de sua pesquisa e conhecimento
do tema que está tratando, sem exageros. Além disso, o reconhecer as idéias alheias é
uma demonstração de honradez intelectual altamente apreciada em todos os meios
acadêmicos.

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CONCLUSÃO
Na conclusão, o autor provavelmente fará uma recapitulação de sua argumentação. No
entanto, um bom resumo introdutório nesta parte do trabalho, normalmente, torna
desnecessárias conclusões extensas. Nesse ponto, faça uma breve recapitulação das
conclusões mais significativas e empregue o restante do espaço das conclusões para
explorar as implicâncias e conseqüências de seus argumentos.
Por exemplo: Que recomendações decorrem de sua análise, que outras situações surgem do
discutido, que estudos posteriores surgem como recomendáveis ou necessários.
Às vezes, quando não é necessário tirar conclusões extensas, este parágrafo se substitui por
“reflexões finais” nas quais se manifestam as inquietudes que surgem das conclusões.

OUTRAS RECOMENDAÇÕES

ESCRITURAÇÃO
Uma boa redação é fundamental para gerar um pensamento claro e uma comunicação
efetiva com o leitor, por isso tenha em mente os seguintes pontos:

1. Seu texto deve referir-se a um tema somente, ou a um conjunto relativamente limitado


de temas relacionados, e deve mostrar-se de uma forma simples. Evite complicar ou
“perder-se” entre temas ou comentários extras.
Se o autor desenvolve uma linha argumental que posteriormente resulta redundante ou
complementaria, mas não fundamental, elimine-a! Isto é doloroso, mas por razões ou
argumentos prescindíveis ainda lhe resta força à sua tese central, além disso, no mundo
intelectual, cerca de 50% do trabalho se faz para logo se desfazer!
2. É recomendada a seguinte estrutura para as seções e subseções:
a. Sua proposição, simplesmente.
b. As evidências que apóiam ou comprovam sua proposição.
c. Contra-argumentos, limitantes ou condicionantes a sua proposição.
d. Sua proposição, matizada.
3. Comece cada seção com frases que resumam o que elas conterão. Se ao terminar o
trabalho elas resultem redundantes com o resumo introdutório ou com as conclusões,

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elimine-as, mas conserve-as enquanto o trabalho não estiver concluído, para ver como
ficam.
Estas frases o ajudarão a manter-se centrado no que está fazendo em cada seção e o
forçará a enfrentar as contradições ou deficiências em sua argumentação.
Às vezes estas “frases chaves” se redigem melhor quando já está escrita toda a seção,
mas nunca deixe de incluí-las em algum momento do trabalho.
4. Comece cada parágrafo com uma frase que “destile” a idéia do parágrafo. As frases que
seguem podem incluir material que explica ou amplia o ponto inicial da frase. As
condicionantes e contra argumentações irão à continuação.
Os parágrafos devem ter a mesma estrutura que o conjunto da seção.
O leitor deve ser capaz de captar a essência de sua argumentação lendo somente a
primeira frase de cada parágrafo.
5. Escreva frases curtas e afirmativas. Evite a voz passiva, por exemplo: “Os klingons
foram mortos”, mas quem o fez? Em forma afirmativa e voz ativa seria: “Linus mandou
matar os klingons”.
6. Sempre escreva a partir de um esquema. Os esquemas são de grande ajuda para a
coerência e a compreensão.

♦ CRÍTICA
Peça a um de seus amigos que leia seu texto, antes de entregá-lo; faça o mesmo por eles
quando necessitem. Nem sempre se lê o que o outro quis ou pensou escrever.
Duas cabeças pensam melhor que uma, e saber dar e receber críticas é uma habilidade
importante.

APARÊNCIA
Cuide de entregar seu trabalho de forma limpa e ordenada. Passe-o pelo corretor de seu
computador. Um documento desordenado sugere uma mente desordenada.

COMO APERFEIÇOAR SEU ESTILO E TÉCNICA


Leia e releia os trabalhos do autor que lhe agrade e adote seu estilo em seus melhores
aspectos.

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♦ ASPECTOS GERAIS
⇒ Quando discordar de outro autor ou criticar uma situação, a argumentação não deve
apontar as pessoas nem as organizações, mas sim as idéias ou os fatos dos quais se
discorda ou que se criticam.
⇒ Um dos aspectos mais importantes a serem considerados para a monografia é a clareza e
a objetividade do texto. Assim, não se deve tentar mostrar erudição ao redigir textos com a
ordem das frases invertidas, ou com o excessivo emprego de termos arcaicos e pedantes. A
leitura do texto deve fluir agradavelmente, sem ser enfadonho ao leitor. O autor deve ser
claro, direto, conciso e objetivo. É óbvio que essa simplicidade não deve comprometer a
qualidade do texto, nem tampouco justifica o emprego de termos chulos, coloquiais ou
mesmo gramaticalmente pobres.
⇒ Deve ser evitada a excessiva fragmentação do texto em parágrafos. Deve-se ter em
mente que um parágrafo nunca deve conter apenas uma frase. As frases, por sua vez, não
devem ser muito longas, sendo recomendável que ocupem não mais do que cinco linhas.
⇒ Não se esqueça que caberá ao leitor a decisão sobre o impacto dos resultados do trabalho
redigido. Se os resultados do trabalho não forem realmente bons, não será uma redação
tendenciosa que os tornará mais valiosos. Por isso deve-se evitar o uso de termos muito
enfáticos, como "sensacional" ou "espetacular", ou superlativos, como "preciosíssimo" ou
"importantíssimo". Da mesma forma, o uso de letras maiúsculas deve se restringir a nomes
próprios. Não se devem empregar maiúsculas com a finalidade de se destacar determinadas
palavras.
⇒ O texto deve sempre ser escrito na terceira pessoa do singular. Por mais pessoais que
tenham sido os resultados obtidos, não devem ser empregadas construções como
"procuramos demonstrar que..." ou "meus resultados anteriores sugerem que...".

1. MODISMOS
Devem ser evitados os modismos, que são expressões inexistentes no português, ou
mesmo existentes, mas usadas em sentido diferente ao original. São exemplos dos
modismos: abrir as comportas, administrar a vantagem, a nível de, chocante, conquistar
o espaço, correr atrás do prejuízo, deitar e rolar, em grande estilo, em termos de, em
última análise, entrar em rota de colisão, extrapolar, imperdível, junto a, pano de fundo,
praticar preços ou juros, receber sinal verde, sentir firmeza e trocar farpas.
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2. NEOLOGISMOS
Deve-se ter cautela com os neologismos, sobretudo quando já existe uma palavra em
português para expressar um termo de outro idioma, por exemplo, deve-se evitar o texto
foi deletado quando é possível escrever o texto foi apagado. Quando houver a
necessidade de empregar termos em línguas estrangeiras, eles devem ser escritos em
itálico. Por exemplo, "os indivíduos foram submetidos a stress intenso...", "os animais
receberam água ad libitum... ", "ele foi considerado persona non grata... ", etc.

3. NOMES COMERCIAIS
Nomes comerciais ou marcas não devem ser mencionados no texto. Nele deve ser citado
apenas o nome técnico correspondente e a marca comercial deve ser citada em chamada
de rodapé. Por exemplo, não mencione “Fanta Uva”, use “refrigerante a base de uva"; use
"dipirona" no lugar de "Novalgina", etc.

BOA SORTE!

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