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RESUMO

ALVANI, Maria Fernanda; DE OLIVEIRA, Maria Beatriz; NACAYAMA, Cristiano Kenji.


Metodologia para análise de cafeína em café torrado por cromatografia líquida de alta
eficiência. 2021. 5 f. Artigo (Graduação em Química Bacharelado) – Departamento de
Química, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2021.

O café é uma das bebidas mais antigas do mundo e também uma das mais populares. São
encontrados em sua composição diversos compostos bioativos, sendo o principal a cafeína. A
cafeína é um alcalóide, que apresenta ações farmacológicas, como alterações no sistema
nervoso central, sistema cardiovascular e homeostase de cálcio. Outros efeitos do seu consumo
são aumento da capacidade de alerta e redução da fadiga, com concomitante melhora no
desempenho de atividades que requeiram maior vigilância. Na literatura, há inúmeros métodos
de análise da cafeína, como a cromatografia líquida de alta eficiência. O objetivo deste trabalho
é revisar criticamente o método da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência na análise da
cafeína em amostras de café verde. Para isso, foram utilizadas amostras de café verde do tipo
arábica e conilon. As amostras foram torradas, moídas e armazenadas em sacos plásticos. Um
gradiente de ácido acético/acetonitrila foi usado como fase móvel e a detecção ocorreu no UV.
A extração das amostras foi feita com acetonitrila/água (5:95 v/v) a 80ºC/10 min. As curvas de
calibração foram lineares em intervalos de concentração de 10,0 a 25,0 mg/L. O CV entre
extrações foi de 2,2%, intra-dia foi de 1,7% e inter-dia de 3,9%. O ensaio de verificação de
exatidão apresentou 104%. Observou-se um teor de 1,35 g 100 g-1 para café arábica e 2,25 g
100 g-1 para café conilon. Obteve-se uma boa recuperação, repetibilidade e linearidade, com
um limite de detecção de 0,04 μg mL-1, permitindo uma quantificação segura. O método se
mostrou eficiente e rápido.

Palavras-chave: Café, cafeína, CLAE.

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1 INTRODUÇÃO

Entre as bebidas mais consumidas e apreciadas no mundo, está o café. Nele, são encontrados
diversos compostos bioativos. A cafeína, também conhecida como 1,3,7-trimetilxantina,
presente no café age principalmente como estimulante do sistema nervoso central, função
cardíaca e circulação sanguínea. Quando consumido moderadamente, a bebida tem efeitos
positivos como maior disposição, melhora na performance cognitiva e estado de alerta (DE
SOUZA et al., 2015). Porém quando consumido em doses muito elevadas pode acarretar
nervosismo, insônia, ansiedade, tremores, taquicardia e problemas gastrointestinais (BIZZOTO
et al., 2013).

Devido aos diversos efeitos da cafeína sobre os organismos, há um amplo interesse na análise
desse composto. Assim, vários métodos de análise podem ser utilizados, como a cromatografia
líquida de alta eficiência e espectrofotometria (DE MARIA; MOREIRA, 2007). O objetivo
deste trabalho é revisar criticamente o método da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência na
análise da cafeína em amostras de café verde.

2 MÉTODOS

2.1 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

A cromatografia é uma técnica utilizada para a separação dos componentes muito similares de
uma mistura. Nesse tipo de análise, é transportada uma amostra por uma fase móvel, que pode
ser gasosa ou líquida. A fase móvel passa por uma fase estacionária imiscível e fixa, dentro de
uma coluna ou superfície sólida. Havendo a distribuição dos solutos entre as fases, ocorrerá a
separação dos compostos.
Na Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, a fase móvel é líquida. É utilizado pequenas
colunas contendo materiais que proporcionem eficientes separações e a fase móvel tem altos
valores de pressão, o que força sua passagem pela coluna (WELTER, 2011). Utiliza-se esse
método para separar espécies iônicas, macromoléculas e compostos termolábeis (PERES,
2002).

O dispositivo para a CLAE funciona com um sistema de distribuição de solventes, um detector


e um computador para mostrar os resultados (HARRIS, 2008).
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2.2 Parte Experimental
Material
Foram utilizadas amostras de café verde do tipo arábica e conilon. As amostras foram torradas,
moídas e armazenadas em sacos plásticos.

Reagentes
Para o preparo da fase móvel, foram utilizados acetonitrila e metanol, ácido fórmico, ácido
sulfúrico e ácido acético glacial.
Como padrão foram empregados ácido caféico, ácido ferúlico, ácido cumárico, ácido
clorogênico, ácido nicotínico, cafeína e trigonelina.

Avaliação das condições cromatográficas


Um gradiente de ácido acético/acetonitrila foi usado como fase móvel e a detecção ocorreu no
UV.
A identificação dos compostos foi feita no próprio cromatógrafo a líquido, com base nos
tempos de retenção dos solutos eluídos da coluna comparados com o do padrão e por co-
cromatografia. A quantificação foi feita por padronização externa, construindo-se as curvas de
calibração, onde a área do pico cromatográfico foi proporcional à quantidade de padrão
injetado.

Extração
A extração das amostras foi feita com acetonitrila/água (5:95 v/v) a 80ºC/10 min.

Avaliação do método
A fim de avaliar o método, foram utilizadas as recomendações da AOAC, analisando a
linearidade, repetibilidade, recuperação e sensibilidade.

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3 RESULTADOS

As curvas de calibração mostraram-se lineares na faixa estudada e com alta correlação (R2
acima de 0,99 para p < 0,001), em intervalos de concentração de 10,0 a 25,0 mg/L para cafeína.
Sobre a repetibilidade, o CV entre extrações foi de 2,2%, intra-dia foi de 1,7% e inter-dia de
3,9%. O ensaio de verificação de exatidão apresentou um valor de 104%. Observou-se um
limite de detecção de 0,04 μg mL-1.
Como a cafeína é estável a torra, foi observado um teor de 1,35 g por 100 g de amostra para
café arábica e 2,25 g por 100 g de amostra para café conilon.

4 CONCLUSÃO
O método aplicado para análise das amostras de café arábica e conilon se mostrou efetivo e
rápido. Obtendo uma boa recuperação, repetibilidade e linearidade, com um limite de detecção
de 0,04 μg mL-1, o que permitiu a quantificação com segurança.

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REFERÊNCIAS

ALVES, Sandriel T.; BENASSI, Marta de T.; DIAS, Rafael C. E. Metodologia para análise
simultânea de ácido nicotínico, trigonelina, ácido clorogênico e cafeína em café torrado
por cromatografia líquida de alta eficiência. Quim. Nova, Vol. 29, No. 6, 2006.

BIZZOTO, Carolina S. et al. Comparison of capillary electrophoresis and high


performance liquid chromatography methods for caffeine determination in decaffeinated
coffee. Food Sci. Technol. Jan.-Mar. 2013.

DE SOUZA, Patrícia et al. Efeito da cafeína no organismo. III Ciclo Científico da Faculdade
São Paulo – FSP, 2015.

DE MARIA, Carlos A. B.; MOREIRA, Ricardo F. A. Cafeína: revisão sobre métodos de


análise. Quím. Nova v. 30 n. 1, São Paulo, jan./fev. 2007.

HARRIS, Daniel C. Análise Química Quantitativa. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

PERES, Terezinha B. Noções básicas de cromatografia. Biológico, São Paulo, v.64, n.2,
p.227-229, jul./dez., 2002.

WELTER, Sinara Q. Extração e quantificação de cafeína em energéticos através de


cromatografia líquida de alta eficiência e espectrofotometria. 2011. 38 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Química bacharelado) - UTFPR, Pato Branco, 2011.

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