Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONTÍNUO E DISCRETO
AULA 1
Caros alunos!
O curso de Transformadas, que se inicia nesta primeira aula, busca trazer
a você ferramentas de Matemática Avançada que o permitirão resolver
problemas específicos da área de Engenharia, como aqueles encontrados em
modelagem de sinais para a Engenharia Elétrica, ou modelagens avançadas de
fenômenos físicos, como as Equações de Onda, as Equações de Calor ou as
Equações de Laplace, além de tantas outras.
Antes de entrarmos diretamente na temática referente às transformadas,
essa primeira aula irá apresentar a Série de Fourier e algumas de suas
propriedades, como a sua continuidade, sua convergência, além de outras
características. O estudo da Série de Fourier o permitirá compreender os
fundamentos acerca da Transformada de Fourier.
2
TEMA 1: FUNÇÕES PERIÓDICAS; CONVERGÊNCIA UNIFORME
𝑺 = ∑ 𝒂𝒏 = 𝒂𝟏 + 𝒂𝟐 + ⋯ + 𝒂𝒏
𝒏=𝟏
3
Nesse caso,
𝟏
𝒂𝒏 =
𝒏(𝒏 + 𝟏)
Com o uso de decomposição em frações parciais, podemos realizar a
decomposição desta fração em
𝟏 𝟏 𝟏
= −
𝒏(𝒏 + 𝟏) 𝒏 𝒏 + 𝟏
Portanto, esta série pode ser reescrita:
∞
𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏
𝑺=∑ = + + +⋯+ +⋯
𝒏(𝒏 + 𝟏) 𝟏. 𝟐 𝟐. 𝟑 𝟑. 𝟒 𝒏(𝒏 + 𝟏)
𝒏=𝟏
∞ ∞
𝟏 𝟏 𝟏
𝑺=∑ = ∑( − )
𝒏(𝒏 + 𝟏) 𝒏 𝒏+𝟏
𝒏=𝟏 𝒏=𝟏
𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏
= (𝟏 − ) + ( − ) + ( − ) + ⋯ + ( − )
𝟐 𝟐 𝟑 𝟑 𝟒 𝒏 𝒏+𝟏
𝟏 𝒏
𝑺=𝟏− =
𝒏+𝟏 𝒏+𝟏
Veja que, por características de cada elemento alguns fatores foram
𝒏
eliminados em cadeia com outros, resultando apenas o termo . Perceba
𝒏+𝟏
também que
𝒏
𝐥𝐢𝐦 𝑺𝒏 = 𝐥𝐢𝐦 =𝟏
𝒏→∞ 𝒏→∞ 𝒏 + 𝟏
∑ 𝒙𝒏 = 𝟏 + 𝒙 + 𝒙𝟐 + 𝒙𝟑 + 𝒙𝟒 + ⋯
𝒏=𝟏
4
∞
𝒂𝟎 𝒏𝝅𝒙 𝒏𝝅𝒙
+ ∑ [𝒂𝒏 𝐜𝐨𝐬 ( ) + 𝒃𝒏 𝒔𝒆𝒏 ( )]
𝟐 𝑳 𝑳
𝒏=𝟏
∑ 𝑴𝒏
𝒏=𝟏
5
A Série de Fourier é uma série utilizada para reescrever uma função dada.
Iniciam-se os estudos da série de Fourier de uma função periódica, o qual é
entendida como uma função que se repete após um período fundamental P.
Portanto, dizemos que uma função periódica é tal que
𝒇(𝒙 + 𝑷) = 𝒇(𝒙)
Por exemplo, a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥) é definida como uma função de
período fundamental 𝑷 = 𝟐𝝅, visto que, acrescido 2𝜋 ao argumento da função,
seu resultado passa a ser o mesmo. Esse fenômeno pode ser observado no
gráfico da Figura 1.
6
Compreendendo os conceitos de sequência, série, convergência e
funções periódicas você conseguirá entender os conceitos abordados no
próximo tema: A Série de Fourier.
∞
𝒂𝟎 𝒏𝝅𝒙 𝒏𝝅𝒙
𝑓(𝑥) = + ∑ [𝒂𝒏 𝐜𝐨𝐬 ( ) + 𝒃𝒏 𝒔𝒆𝒏 ( )] (1)
𝟐 𝑳 𝑳
𝒏=𝟏
𝐿
𝑚𝜋𝑥
∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥
−𝐿 𝐿
∞
𝑎0 𝐿 𝑚𝜋𝑥 𝐿
𝑚𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
= ∫ cos ( ) 𝑑𝑥 + ∑[𝑎𝑛 ∫ cos ( ) cos ( ) 𝑑𝑥
2 −𝐿 𝐿 −𝐿 𝐿 𝐿
𝑛=1
𝐿
𝑚𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
+ 𝑏𝑛 ∫ cos ( ) 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥]
−𝐿 𝐿 𝐿
𝐿
𝑚𝜋𝑥
a) ∫ cos ( ) 𝑑𝑥 = 2𝐿
−𝐿 𝐿
𝐿
𝑚𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥 0, 𝑠𝑒𝑚 ≠ 𝑛
𝑏)∫ cos ( ) cos ( ) 𝑑𝑥 = {
−𝐿 𝐿 𝐿 𝐿, 𝑠𝑒𝑚 = 𝑛
7
𝐿
𝑚𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
𝑐)∫ cos ( ) 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = 0
−𝐿 𝐿 𝐿
𝐿
𝑚𝜋𝑥
∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥 = 𝑎𝑚 𝐿
−𝐿 𝐿
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿
1 𝐿
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝐿 −𝐿
𝑚𝜋𝑥
De forma equivalente, podemos multiplicar a equação 1 por 𝑠𝑒𝑛 ( )e
𝐿
𝐿
𝑚𝜋𝑥
∫ 𝑓(𝑥)𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
−𝐿 𝐿
𝑎0 𝐿 𝑚𝜋𝑥
= ∫ 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
2 −𝐿 𝐿
∞ 𝐿
𝑚𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
+ ∑ [𝑎𝑛 ∫ 𝑠𝑒𝑛 ( ) cos ( ) 𝑑𝑥
−𝐿 𝐿 𝐿
𝑛=1
𝐿
𝑚𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
+ ∫ 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥]
−𝐿 𝐿 𝐿
8
𝐿
𝑚𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥 0, 𝑠𝑒𝑚 ≠ 𝑛
𝑑)∫ 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = {
−𝐿 𝐿 𝐿 𝐿, 𝑠𝑒𝑚 = 𝑛
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿
∞
𝑎0 𝑛𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = + ∑ [𝑎𝑛 cos ( ) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 ( )]
2 𝐿 𝐿
𝑛=1
1 𝐿
𝑎0 =∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝐿 −𝐿
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
{ 𝐿 −𝐿 𝐿
1 𝐿 1 0 5
4
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = [∫ 0𝑑𝑥 + ∫ 4𝑑𝑥 ] = [𝑥]50 = 4
𝐿 −𝐿 5 −5 0 5
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥 1 0 𝑛𝜋𝑥 5
𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥 = [∫ 0. cos ( ) 𝑑𝑥 + ∫ 4 . cos ( ) 𝑑𝑥] =
𝐿 −𝐿 5 5 −5 5 0 5
4 5 𝑛𝜋𝑥 4 5 𝑛𝜋𝑥 5 4
[∫ cos ( ) 𝑑𝑥] = [ . 𝑠𝑒𝑛 ( )] = [𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜋) − 𝑠𝑒𝑛(0)] = 0
5 0 5 5 𝑛𝜋 5 0 𝑛𝜋
9
Também, se atentando a separação do intervalo de integração, iremos
determinar os coeficientes 𝑏𝑛 da Série de Fourier:
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥 1 0 𝑛𝜋𝑥 5
𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = [∫ 0. 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 + ∫ 4𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥] =
𝐿 −𝐿 𝐿 5 −5 5 0 5
4 5 𝑛𝜋𝑥 4 5 𝑛𝜋𝑥 5 4
∫ cos ( ) 𝑑𝑥 = [− . . cos ( )] = − [cos(𝑛𝜋) − cos(0)] =
5 0 5 5 𝑛𝜋 5 0 𝑛𝜋
4 4 4
− (cos(𝑛𝜋) − 1) = (1 − cos(𝑛𝜋)) = (1 − (−1)𝑛 )
𝑛𝜋 𝑛𝜋 𝑛𝜋
𝑎0 = 4
𝑎𝑛 = 0
4
𝑏𝑛 = (1 − (−1)𝑛 )
𝑛𝜋
∞
4 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = 2 + ∑ (1 − (−1)𝑛 ). 𝑠𝑒𝑛 ( )
𝑛𝜋 5
𝑛=1
2𝜋
1 𝐿 1 2𝜋 1 𝑥3 8𝜋 2
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 = [ ] =
𝐿 −𝐿 𝜋 0 𝜋 3 0 3
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥 1 2𝜋 𝑛𝜋𝑥 1 2𝜋
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 cos ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 cos(𝑛𝑥) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿 𝜋 0 𝜋 𝜋 0
10
Essa integração pode ser resolvida de duas formas distintas, ou através
do Método de Integração por Partes ou através do Método Tabular, ambos
aprendidos na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral.
Nesse caso, o uso do Método de Integração por Partes, nos faz obter:
4
𝑎𝑛 =
𝑛2
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥 1 2𝜋 𝑛𝜋𝑥 1 2𝜋
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿 𝜋 0 𝜋 𝜋 0
4𝜋
𝑏𝑛 = −
𝑛
∞
4𝜋 2 4 𝑛𝜋𝑥 4𝜋 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = + ∑ [ 2 cos ( )− 𝑠𝑒𝑛 ( )]
3 𝑛 𝜋 𝑛 𝜋
𝑛=1
∞
4𝜋 2 cos(nx) 𝜋𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)
𝑓(𝑥) = +4∑[ − ]
3 n2 𝑛
𝑛=1
1 𝐿 1 𝜋 1 1
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 + 𝜋)𝑑𝑥 = [𝑥 2 + 𝜋𝑥]𝜋−𝜋 = [2𝜋 2 − 0] = 2𝜋.
𝐿 −𝐿 𝜋 −𝜋 𝜋 𝜋
Vamos determinar 𝑎𝑛 .
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥 1 𝜋 𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 + 𝜋). cos ( ) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿 𝜋 −𝜋 𝜋
1 𝜋
= ∫ (𝑥 + 𝜋) cos(𝑛𝑥) 𝑑𝑥 =
𝜋 −𝜋
11
1 𝜋 1 𝜋 1
∫ 𝑥𝑐𝑜𝑠(𝑛𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝜋cos(𝑛𝑥) 𝑑𝑥 = 0 − 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)𝜋−𝜋 = 0
𝜋 −𝜋 𝜋 −𝜋 𝑛
Vamos determinar 𝑏𝑛 :
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥 1 𝜋 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 + 𝜋)𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿 𝜋 −𝜋 𝜋
1 𝜋
= ∫ (𝑥 + 𝜋)𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)𝑑𝑥 =
𝜋 −𝜋
1 𝜋 1 𝜋 2(−1)𝑛+1
∫ 𝑥𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝜋𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)𝑑𝑥 =
𝜋 −𝜋 𝜋 −𝜋 𝑛
∞
(−1)𝑛+1
𝑓(𝑥) = 𝜋 + 2 ∑ 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)
𝑛
𝑛=1
12
Em primeiro lugar, a função f(x) precisa ser definida em (L, L). Entretanto,
esta não precisa estar definida em todos os pontos, podendo existir um número
finito de pontos no qual não se conhece informações sobre f(x).
∞
𝑎0 𝑛𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = + ∑ [𝑎𝑛 cos ( ) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 ( )]
2 𝐿 𝐿
𝑛=1
13
Essa simplificação será vista em detalhes no Tema 5 desta aula. Antes
disso, serão definidas funções pares e ímpares e serão investigados quais os
resultados de algumas integrais notáveis que surgirão na simplificação de
algumas Séries de Fourier.
f(−x) = f(x).
14
Figura 5: 𝑓(𝑥) = |𝑥|, exemplo de função par. Fonte: (O autor)
Uma função é ímpar quando apresenta uma simetria em relação a origem.
Observe que a função f(x) = sen(x) da Figura 6 é um exemplo de função ímpar.
f(−x) = −f(x)
15
Alguns resultados acerca de funções pares e ímpares precisam ser
discutidos e entendidos para a simplificação das Séries de Fourier. Para isso,
seja
Ou seja, F(x) também é par. Se as funções f(x) e g(x) forem ímpares, veja
que
Ou seja, F(x) é par. Se uma das funções, digamos, f(x) é par e a outra
g(x) é ímpar, veja que:
Ou seja, F(x) é ímpar. Dessa forma, podemos resumir estes três primeiros
resultados como:
𝐿 0 𝐿 𝐿 𝐿 𝐿
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 2 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
−𝐿 −𝐿 0 0 0 0
𝐿 0 𝐿 𝐿 𝐿
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = − ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0
−𝐿 −𝐿 0 0 0
16
Ou seja, a integração de uma função ímpar ao longo de um limite de
integração simétrico resulta em zero.
𝐿 (5)
𝑓(𝑥) = ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑥). cos(4𝑥) 𝑑𝑥
−𝐿
No caso da equação 6,
𝐿 (6)
𝑔(𝑥) = ∫ cos(2𝑥) . cos(5𝑥) 𝑑𝑥,
−𝐿
temos o produto de duas funções cos(2x) por cos(5x). Como ambas as funções
são pares, podemos afirmar que cos(2x) . cos(5x) é par. Assim, o cálculo da
integral pode ser simplificado:
𝐿 𝐿
𝑔(𝑥) = ∫ cos(2𝑥) . cos(5𝑥) . 𝑑𝑥 = 2. ∫ cos(2𝑥) . cos(5𝑥) 𝑑𝑥
−𝐿 0
𝐿 (7)
ℎ(𝑥) = ∫ x 7 cos(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(4𝑥)𝑑𝑥,
−𝐿
𝐿 𝐿
ℎ(𝑥) = ∫ 𝑥 cos(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(4𝑥)𝑑𝑥 = 2. ∫ 𝑥 7 cos(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(4𝑥)𝑑𝑥
7
−𝐿 0
17
TEMA 5: SÉRIES DE FOURIER: SENOS E COSSENOS
∞
𝑎0 𝑛𝜋𝑥 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = + ∑ [𝑎𝑛 cos ( ) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 ( )]
2 𝐿 𝐿
𝑛=1
1 𝐿
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝐿 −𝐿
𝐿
1 𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿
Entretanto, no caso em que a função f(x) dada é par ou é ímpar, o cálculo
dos coeficientes a0 , an e bn se tornam mais simplificados. Vejamos o caso em
que a função f(x) é par no intervalo de −LaL. Nesse caso,
1 𝐿 2 𝐿
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿 0
visto que f(x) é uma função par.
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥 2 𝐿 𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥) cos ( ) 𝑑𝑥
𝐿 −𝐿 𝐿 𝐿 0 𝐿
𝑛𝜋𝑥
visto que 𝑓(𝑥). cos ( ) é uma função par.
𝐿
1 𝐿 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = 0
𝐿 −𝐿 𝐿
𝑛𝜋𝑥
visto que 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 ( ) é uma função ímpar.
𝐿
∞
𝑎0 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = + ∑ 𝑎𝑛 cos ( )
2 𝐿
𝑛=1
18
𝐿
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0
−𝐿
2
2 𝐿 2 2 𝑥2
𝑎0 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑥𝑑𝑥 = | = 2
𝐿 0 2 0 2 0
2 𝐿 𝑛𝜋𝑥 2 2 𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥). cos ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥. cos ( ) 𝑑𝑥
𝐿 0 𝐿 2 0 2
Essa integral precisa ser resolvida pelo método de integração por partes,
conhecido desde o Cálculo Diferencial e Integral. Nesse caso, chamamos 𝑢 = 𝑥,
19
𝑛𝜋𝑥 2 𝑛𝜋𝑥
𝑑𝑣 = 𝑐𝑜𝑠 ( ). Sendo assim, 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 e 𝑣 = 𝑛𝜋 𝑠𝑒𝑛 ( ) e pelo método de
2 2
2 2 2
𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = ∫ 𝑥. cos ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢. 𝑣 = 𝑢. 𝑣|20 − ∫ 𝑣. 𝑑𝑢
0 2 0 0
2𝑥 𝑛𝜋𝑥 2 2
2 𝑛𝜋𝑥
𝑎𝑛 = . 𝑠𝑒𝑛 ( )| − ∫ 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
𝑛𝜋 2 0 0 𝑛𝜋 2
2𝑥 𝑛𝜋𝑥 4 𝑛𝜋𝑥 2
𝑎𝑛 = . 𝑠𝑒𝑛 ( ) − 2 2 cos ( )|
𝑛𝜋 2 𝑛 𝜋 2 0
4 4
𝑎𝑛 = − [cos(𝑛𝜋) − cos(0)] = − [(−1)𝑛 − 1]
𝑛2 𝜋 𝑛2 𝜋 2
Agrupando os termos, podemos escrever a Série de Fourier de cossenos
da função dada pela equação 8:
∞
4 [(−1)𝑛 − 1] 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = 1 − 2 ∑ 2
. cos ( )
𝜋 𝑛 2
𝑛=1
∞
𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 ( )
𝐿
𝑛=1
𝐿
2 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
{ 𝐿 0 𝐿
Vamos determinar os coeficientes bn neste caso:
2 𝐿 𝑛𝜋𝑥 2 2 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
𝐿 0 𝐿 2 0 2
Essa integral também é solucionada pelo método de integração por
nπx
partes. Para isso, consideramos u = x e dv = sen ( ). Com essa escolha, du =
2
2 nπx
dx e v = − nπ cos ( ). E pelo método de integração por partes, podemos
2
2 2 2
𝑛𝜋𝑥 2
𝑏𝑛 = ∫ 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢. 𝑑𝑣 = 𝑢. 𝑣|0 − ∫ 𝑣. 𝑑𝑢
0 2 0 0
20
2𝑥 𝑛𝜋𝑥 2 2
2 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = [− cos ( )] − ∫ (− cos ( )) 𝑑𝑥|
𝑛𝜋 2 0 0 𝑛𝜋 2
2𝑥 𝑛𝜋𝑥 2 2 𝑛𝜋𝑥 2
𝑏𝑛 = − cos ( )+ . . 𝑠𝑒𝑛 ( )|
𝑛𝜋 2 𝑛𝜋 𝑛𝜋 2 0
4 4
𝑏𝑛 = − . cos(𝑛𝜋) = − . (−1)𝑛
𝑛𝜋 𝑛𝜋
Com a determinação de bn , podemos definir a Série de Fourier de Senos
da função dada pela equação 9:
∞
4 (−1)𝑛 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = ∑ . 𝑠𝑒𝑛 ( )
𝜋 𝑛 2
𝑛=1
∞
𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛( )
𝐿
𝑛=1
𝐿
2 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑑𝑥
{ 𝐿 0 𝐿
Vamos determinar os coeficientes bn :
4 3𝑥 𝑛𝜋𝑥 3 3 3 𝑛𝜋𝑥
𝑏𝑛 = . [− . cos ( )| + ∫ cos ( ) 𝑑𝑥]
3 𝑛𝜋 3 0 𝑛𝜋 0 3
12
𝑏𝑛 = . (−1)𝑛+1
𝑛𝜋
21
Assim, podemos escrever a Série de Fourier de senos do exemplo dado
pela equação 10:
∞
12 (−1)𝑛+1 𝑛𝜋𝑥
𝑓(𝑥) = ∑ . 𝑠𝑒𝑛 ( )
𝜋 𝑛 3
𝑛=1
FINALIZANDO
Caros alunos,
Com esta aula foi possível ter um entendimento inicial do que é a Série de
Fourier e de como podemos determinar a Série de Fourier de algumas funções
dadas. Também foi discutido como propriedades específicas das funções tornam
sua Série mais simplificada.
REFERÊNCIAS
22
DINIZ, Paulo R., DA SILVA, Eduardo B., NETTO, Sergio L. Processamento
Digital de Sinais: Projeto e Análise de Sistemas, 2ª edição. Bookman,
01/2014.
ALEXANDER, Charles K., SADIKU, Matthew O. Fundamentos de Circuitos
Elétricos, 5ª edição. AMGH, 03/2013.
BOYLESTAD, Robert L. – Introdução à Análise de Circuitos, 10ª. Edição.
Pearson Education do Brasil, 2004
ÇENGEL, Yunus A., PALM III, William J. Equações Diferenciais. AMGH,
01/2014.
NALON, José A. Introdução ao Processamento Digital de Sinais. LTC,
02/2009.
OPPENHEIM, Alan V., WILLSKY, Alan S., NAWAB, S. H. Sinais e Sistemas, 2ª
edição. Pearson Education do Brasil, 2010.
FIGUEIREDO, Djairo Guedes de. Análise de Fourier e equações diferenciais
parciais. 4. ed. Rio de Janeiro: IMPA, 2012.
ZILL, Dennis G., CULLEN, Michael .Matemática Avançada para Engenharia -
Vol III, 3ª edição. Bookman, 08/2011.
BRANNAN, James R., BOYCE, William E. Equações Diferenciais uma
Introdução a Métodos Modernos e suas Aplicações. LTC, 11/2008.
SPIEGEL, Murray R. Análise de Fourier. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 1976
J., ROBERTS. M. Fundamentos de Sinais e Sistemas. ArtMed, 09/2010.
HSU, Hwei P. Sinais e Sistemas, 2ª edição. Bookman, 01/2012.
23