Você está na página 1de 4

Relatório do Experimento Pêndulo Simples

Lucas Ferraz da Costa∗


Engenharia de Produção, CCT, UENF.
(Dated: 8 de setembro de 2021)
Um pêndulo é um sistema composto por uma massa acoplada a um pivô, que permite sua movi-
mentação livremente. A massa fica sujeita à força restauradora causada pela gravidade e a partir
disso, o relatório tem como objetivo realizar todo experimento para colher os dados testados para
realizar os cálculos com as fórmulas expostas no mesmo. O objetivo do relatório é realizar medidas
de período de um pêndulo simples e verificar sua dependência com a massa, com o comprimento do
fio e com o ângulo máximo do movimento. Além disso, obteve-se a aceleração da gravidade local.

I. INTRODUÇÃO Pode-se demonstrar que, para pequenas oscilações


com, θ menor ou igual a 10◦ .
As oscilações desempenham um papel fundamental na A fórmula anterior nos mostra que o tempo da oscila-
física, seja na mecânica, na acústica, na eletricidade e ção no pêndulo simples não depende da massa do objeto
na ótica. Um sistema massa mola é a realização mais que se encontra a oscilar. Para deduzirmos essa fórmula,
simples do que se chama de oscilador harmônico: um é necessário assumir que a oscilação ocorre apenas em
corpo (massa), acoplado a outro corpo material (mola), ângulos pequenos, de modo que o seno do ângulo θ seja
é mantido em sua posição de equilíbrio, onde a mola se muito próximo ao próprio valor de θ, em graus.
encontra sem deformações, portanto livre de tensões in- Muitas vezes a incerteza instrumental é indicada no
ternas. Se deslocado de sua posição de equilíbrio, a massa próprio aparelho, por exemplo, um cronômetro pode vir
sofre a ação de uma força restauradora linear que a força com a indicação de 0,01s, que indica a sua incerteza ins-
a retornar ao ponto de equilíbrio. Esta força é devida à trumental. Na falta de indicações do fabricante, para
tendência da mola de retomar ao seu estado original, sem aparelhos analógicos adota-se usualmente a incerteza ins-
deformações nem tensões internas. trumental, como a metade da menor medida, ou metade
Um pêndulo simples é constituído de um objeto de da menor divisão de escala, enquanto que nos aparelhos
massa m, com volume relativamente pequeno, suspenso digitais adota-se a incerteza com a menor medida, ou a
por um fio, de comprimento l, inextensível e de massa menor divisão de escala.
desprezível. Vamos admitir que na situação inicial, o pên- Entretanto, no caso do cronômetro, há um erro adicio-
dulo se encontra em repouso, na vertical. Ao ser afastado nal, independente do erro do próprio instrumento, que é
de um ângulo dessa posição de equilíbrio e, em seguida, devido à limitação humana, nesse caso o tempo de reação
solto, o pêndulo executará um movimento oscilatório em do olho humano a um estímulo, o qual é da ordem de 0,1
um plano vertical, sob a ação da aceleração da gravidade. segundos. Porém esse tempo de reação é o mesmo quando
Todo movimento oscilatório é caracterizado por um pe- medimos o tempo de uma oscilação ou quando medimos
ríodo T, que é o tempo necessário para se executar uma o tempo de um número maior (5 ou 10) de oscilações.
oscilação completa. O relatório tem como objetivo estudar o pendulo sim-
No caso do pêndulo simples, uma análise detalhada da ples, determinando o período de oscilação para o sistema
dinâmica do problema leva à seguinte equação:[2]: e calcular a aceleração da gravidade, mostrando a não
dependencia da massa no periodo de oscilação.
1 θo 1 3 θo
T = T o(1 + 2
sen2 + 2 2 sen4 + . . .) (1)
2 2 2 4 2 II. METODOLOGIA
em que
√ Para a realização do experimento proposto no relató-
l rio foram utilizados os seguintes materiais: Suporte para
T = 2π (2)
g fazer pêndulo, cronômetro digital, linha fina, balança e
esferas de massas diferentes.
Onde: Inicialmente, o experimento foi montado e ajustado
T é o periodo(s); com o intuito de atender todas as especificações neces-
L é o comprimento do fio(m); sárias para realizá-lo da melhor maneira possível. Na
g que é a gravidade (m/s2 ); imagem a seguir, podemos ver os materiais que foram
utilizados durante o experimento. Na imagem, podemos
observar cinco esferas, sendo elas de diferentes massas.
Os materiais das esferas são: Isopor, aço inox, plástico,
alumínio e chumbo. Suas respectivas massas são apre-
∗ Electronic address: 00114115173@pq.uenf.br sentadas na tabela que vem abaixo da imagem. Todo
o material utilizado na realização do experimento como ângulo (θ) e também a massa das esferas (m) para efeito
suporte, linha, cronômetro e balança também são apre- de comparação no resultado final.
sentados também na imagem. A balança e o cronometro
foram devidamente calibrados antes do início do expe-
rimento. Os resultados que foram obtidos através das III. RESULTADOS E DISCUSSÕES
tentativas serão expostos mais a frente.
Os resultados obtidos através da balança para os pe-
sos das esferas seguem abaixo apresentados na Tabela I,
aonde estão acompanhado de seu erro, o qual gira em
torno de pm 0,1.

Esfera Massa (g)


Isopor 1,7 ± 0,11
Aço Inox 5,5± 0,1
Plástico 12,4 ± 0,1
Alumínio 25,2 ± 0,1
Chumbo 48,7 ± 0,1

Tabela I: Massa das esferas

Os resultados experimentais obtidos para os períodos


Figura 1: Materiais utilizados no experimento
de oscilações estão indicados nas tabelas a seguir. Esses
valores referem-se à medida de uma série de seis medidas.
Começamos o experimento medindo a massa m de cada Inicialmente foi feito a medição dos tempos a partir de
componente utilizado e ajustando o comprimento do fio diferentes comprimentos da linha utilizada, utilizando a
que suspende esta massa de modo que a distância entre o mesma massa e também o mesmo ângulo em todos os
ponto de suspensão do pêndulo e a extremidade inferior testes, levando em consideração que o ângulo θ utilizado
do pêndulo seja de aproximadamente = 11,5cm inici- no experimento tem o valor de 10 graus.
almente. Depois deslocamos o pêndulo da sua posição
de equilíbrio por um pequeno ângulo (aproximadamente m(g) l(cm) Tm(s)
10◦ ) e soltamos para medir o tempo em que o pêndulo
67,2 11,5 0,7606
leva para realizar algumas ocilações como mostrado na
Figura 2. Repetimos essa contagem por 6 vezes e ano- 67,2 15,5 0,8636
tamos nas Tabelas que serão apresentadas no tópico de 67,2 20,0 0,9548
resultados e discussões do experimento. 67,2 24,0 1,040
67,2 28,0 1,1186
67,2 32,0 1,1919
67,2 36,0 1,2626
67,2 40,0 1,3309

Tabela II: Tabela de resutados alterando o comprimento

Como podemos ver a partir dos resultados colhi-


dos, a medida que o comprimento da linha aumenta o
tempo captado no cronômetro de teste aumenta também,
nesse sentido, os dados experimentais demonstram, cla-
ramente, o aumento do período devido o aumento do fio,
principalmente no Tempo médio (Tm(s)) como podemos
ver em todos os tempos colhidos através do crônometro
e apresentado na Tabela II.
A seguir, os resultados experimentais obtidos para os
períodos de oscilações da massa, também levando em
consideração que o ângulo θ utilizado no experimento
Figura 2: Deslocamento do pêndulo da sua posição de equilí- tem o valor de 10 graus.
brio

Os valores são apenas iniciais, pois durante o experi-


mento foram variando tanto o comprimento (l), quanto o

2
l(cm) m(g) Tm(s) Segue a Tabela V com os valores que serão utilizados
11,0 1,7 1,3222 no gráfico:
11,0 5,5 1,3134
l(m) Tm(s) T m2 (s)
11,0 12,4 1,3301
0,11 0,7606 0,5785
11,0 25,7 1,3306
0,15 0,8636 0,7458
11,0 18,7 1,3266
0,20 0,9548 0,9116
11,0 67,2 1,3277
0,24 1,040 1,0816
Tabela III: Tabela de resutados alterando a massa da esfera 0,28 1,1186 1,2513
0,32 1,1919 1,4206
0,36 1,2626 1,5942
A partir dos resultados obtidos podemos ver que
mesmo com a alteração da massa das eferas os tempos 0,40 1,3309 1,7713
não tem grande alteração e a maioria dos tempos mé-
dios são próximos, o tempo médio que mais se difere é Tabela V: Tabela com T m2
o tempo da esfera de aço inox, e mesmo assim apresenta
uma variação bem pequena. Abaixo está o gráfico que representa a comparação en-
Agora realizaremos os testes alterando os valores do tre os resultados experimentais e teóricos obtidos do pe-
ângulo θ que era inicialmente 10◦ . Segue a Tabela IV ríodo pela variação do comprimento no eixo X, nota-se
abaixo: que o eixo Y o qual apresenta os valores de T m2 , tem um
valor baixo de incerteza para todos os pontos o que faz
θ l(cm) m(g) Tm(s) não ser vísivel no gráfico.
10 10,5 67,2 1,3308
20 10,5 67,2 1,3379
30 10,5 67,2 1,3582
45 10,5 67,2 1,3899
60 10,5 67,2 1,4329

Tabela IV: Tabela de resutados com alteração do ângulo

A Tabela IV apresenta valores constantes para a com-


paração, são eles o comprimento que apresenta o valor de
10,5cm e a massa que mantém seu valor fixo em 67,2g.
Figura 3: Gráfico de dispersão
Os resultados obtidos através da Tabela IV nos mos-
tram uma variação maior do que a variação que foi
achada na Tabela III, a qual variava a massa, porém, as Diante do resultado obtido a partir da Figura 3, pode-
maiores variações achadas na Tabela IV são com os mai- mos observar que obtivemos bons valores, pois a reta da
ores ângulos. Aparentemente, quanto maior o ângulo, disperção engloba todos os valores obtidos para a mon-
maior a sua variação e pior o seu comportamento. Como tagem do gráfico.
podemos perceber durante a realização do experimento, o A partir do gráfico que foi confeccionado foi possível
periodo de oscilação do pêndulo simples cai muito rápido, obter o coeficiente angular da reta bem com a sua incer-
pois ele acaba perdendo sua energia potencial devido o teza. Tomando a função da reta como:
tamanho do ângulo, por isso foi necessário realizar vários
testes para obter os resultados. 4π 2
A partir dos resultados colhido através de todo o g= (3)
b
estudo realizado anteriormente, foi-se montado uma
tabela, chamada de Tabela V, a qual apresenta os Comparando com a equação utilizada (5) com a gené-
valores que serão utilizados no gráfico de dispersão rica(4):
apresentado a seguir. A Tabela V traz os valores de
todos os comprimentos da linha l(m) e seu tempo médio
T(m) que foram apresentados acima na Tabela II, onde y = ax + b (4)
o estudo foi feito em cima da variação do comprimento
da linha, e também traz o cálculo do tempo médio T(m)
ao quadrado T m2 , onde o comprimentos apresenta-se Y = 0, 0887 + 4, 1764X (5)
em metros e os demasiados tempos em segundos.
onde:

3
A = 0,0887 Calculando o erro:
B = 4,1764
R2 = 0,9997

Com isso é feito a modulação da fórmula para obter-se 9, 81 − 9, 45


g=| | ∗ 100% (9)
o valor da gravidade procurado: 9, 45

l
T 2 = 4π 2 (6)
g o valor encontrado para o erro de g é de 3,8% , um valor
aceitável.
A partir disso, isolando o valor de g, obtém-se:

l
g = 4π 2 (7)
T2
Onde encontra-se T que é o mesmo que a incógnita B IV. CONCLUSÕES
encontrada na regressão linear:

Neste experimento investigamos a velocidade da gravi-


π2
g=4 (8) dade diante do que foi exposto anteriormente no relató-
B rio. Foi encontrado o valor de g = 9, 45m/s2 através dos
Aplicando os valores encontrados na regressão linear, calculos realizados durante a aula. Foi possível validar
temos que: os conceitos teóricos para este experimento através dos
dados obtidos, uma vez que a reta do gráfico confecci-
onado se comportou de maneira satisfatória em relação
g = 9, 4527 à previsão, e o valor da aceleração da gravidade condiz
com o valor teórico utilizado usualmente na literatura,
Com isso, podemos perceber que o valor da aceleração desta forma, podemos ter tranquilidade com o resultado
encontrado é bem próximo do valor da gravidade usual- que foi obtido no estudo realizado também levando em
mente considerado na literatura. consideração o valor do erro de 3,8%, o que é aceitável.

V. REFERÊNCIAS 6ł ed., Rio de Janeiro: LTC, 2002. cap 16-18, v.2.


[3] R. A. Serway and JR. J. W. Jewett ,Princípios de Física.,
[1] H. Kopka and P. W. Daly, A Guide to LATEX, 3rd ed. 1ł ed. São Paulo: Thomson, 2004. cap. 12-14, v.2.
Harlow, England: Addison-Wesley, 1999. [4] A. P. Tipler and G. Mosca,Física, 5ł ed. Rio de Janeiro:
[2] D. Halliday and R. Resnick, Fundamentos da Física, LTC, 2006. cap. 14, v.1.

Você também pode gostar