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Thomas Smyth
Originalmente publicado em inglês sob o título: Calvin and His Enemies, Thomas Smyth, D.
D.
© Rev. Thomas Smyth, D. D.
© Books For The Ages, AGES Software, Albany, OR USA
CD-Room, Version 1.0, 1998.
Editora CLIRE/Os Puritanos
Capa
Créditos
— Palavra de apreço do tradutor
— Prefácio
Capítulo 1 — Observações introdutórias
Capítulo 2 — Calvino foi um dos mais eminentes de todos os reformadores,
notável por sua coragem
Capítulo 3 — O gênio e obras de Calvino
Capítulo 4 — Calvino defendido da acusação de ambição. demonstram-se sua
verdadeira grandeza e maravilhosa influência
Capítulo 5 — Calvino defendido da acusação de mesquinhez, intolerância e
perseguição
Capítulo 6 — Calvino defendido da acusação de falta de afeto e amizade naturais
Capítulo 7 — Ilustradas as obrigações de que somos devedores para com Calvino
como cidadãos e cristãosamericanos
Capítulo 8 — As cenas finais da vida de Calvino
Capítulo 9 — Defesa suplementar ordenação de Calvino
Apêndice 1 — O caso de Serveto
Apêndice 2 — A vontade de joão Calvino
Apêndice 3 — Origem da calúnia de que Calvino pretendera anular o dia do
senhor
Apêndice 4 — A esposa de Calvino
Mídias
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PA L AV R A D E A P R E Ç O D O T R A D U T O R
1 Books For The Ages — AGES Software , Albany, OR USA — Version 1.0 ©
1998.
P R E F Á C IO
25 “Não importa quão quebrada e deformada, existe algum tipo de igreja”. E como
prova disto, ele cita 2 Tessalonicenses 2.4. Veja suas cartas a Socino em 1549 e
Scott, ibid. 400.
26 Carta a Farel de Strasburg, 1538, em Waterman, pp. 249, 250.
27 Veja os pontos de vista de Calvino sobre o tema do Episcopado, plenamente
defendido e estabelecido pelo Dr. Miller, em suas cartas recentes ao Bispo Ives, e
também em sua obra sobre o Ministério Cristão, 2ª e 8ª edição.
28 Institutas, Livro I, capítulo 16, §§ 8, 9.
29 Ibid., Livro II, Capítulo 3, § 5 e Livro I 18, § 2.
30 Ibid. Livro II, capítulo 3, § 5, §§ 1, 4, 5 etc.
31 Veja como provas, numerosos extratos, in Scott’s Contin, in Miller, vol. 2, pp.
508, 521, 525, 379, 385, 405.
32 Institutas, Livro III, capítulo 24.
33 Sobre Romanos 5.18.
34 Institutas Livro III, capítulos 3, § 21, 22, § 10 e 24, §§ 6, 8, 16, 17, e Scott, p.
597.
35 Institutas Livro Ii, capítulo 1, §§ 10, 11 e Livro II capítulo 1, §§ 6, 8.
36 Ibid. Livro I capítulo 15, §§ 4 e 6; Livro II capítulo 2, § 12 e Livro II capítulo 1,
§§ 13, 19, 22 e capítulo 3, § 4.
37 Institutas Livro III capítulo 24, § 4, e capítulo 14, §§ 17-21.
38 Institutas Livro IV, capítulo 16.
39 Institutas Livro IV capítulo 19, §§ 4, 13.
40 “Se você ler as cartas de Calvino, achará muito pouco sobre a predestinação e
muito mais sobre as demais doutrinas do Cristianismo.”
41 Veja Scott’s Contin, de Miller, vol. 8, pt. 545, 550 e 583, e Bib. Repertory, 1831,
p. 421.
42 Dr. Taylor’s Biography of the Age of Elizabeth, vol. 2, p. 46.
43 Veja Clarke’s History of Intol., vol. 1, pp. 18 e 21.
44 Viller on the Reformation, p. 260.
45 Scott’s Contin. vols. 8, 420, 432, 433, 435, 437, 438. D’Aubigne History of
Reformation, vol. 3, p. 630. Baze’s Life, pp. 109, 110, 156, 197.
46 D’Aubigne, History of Reformation.
47 Beza’s Life, pp. 168, 203.
48 Scott, ibid. 423. Beza, ibid. 163.
49 Scott, ibid. 347, 356, 374, 430, 443. Beza ibid. 167, 180 e 199.
50 Scott, ibid. pp. 434, 440. Beza’s Life, ibid. 168, 283.
51 Scott, ibid. 427, 436. Beza’s Life, ibid. 169, 195.
52 Scott, ibid. 439. William’s relig. Liberty, p. 135.
53 Veja observações ulteriores em Apêndice 1.
C AP Í T U L O 6
C A LV IN O D E F E N D ID O D A A C U S A Ç Ã O D E
FA LTA D E A F E T O E A M IZA D E N AT U R A IS
60 Veja Apêndice.
61 * Referência a Sexto Élio Petão Cato (Sextus Aelius Paetus Catus) político da
gente Élia da República Romana eleito cônsul em 198 a.C. juntamente com Tito
Quíncio Flaminino. (Nota do Editor)
62 O seguinte são as linhas de Beza, em referência ao túmulo de Calvino.
63 The Rev. Mr. Sibson, A. B., of Trinity Coll., Dublin, em sua transl. Of Beza’s Life,
pp. 118, 119.
C AP Í T U L O 9
D E F E S A S U P L E M E N TA R O R D E N A Ç Ã O D E
C A LV IN O
64 Veja estes pontos de vista plena e literalmente sustentados pela Confissão das
Igrejas Francesas, art. 31, Quick’s Synodicon, vol. 1, p. 13; e por muitas outras
corporações e autores reformados apresentados em Henderson’s Revelation &
Consid. Pp. 252-263.
65 Veja Broughtoh’s Eccl. Diet. Vol. 2, 468.
66 Beza’s Life.
67 A oferta do sacrifício do corpo e sangue de Cristo pela transubstanciação.
68 Calvino, 1, Opp. folio, 1.
69 Veja Seaman’s Vind. do julgamento da Igreja Reformada concernente à
Ordenação. Londres, 1647.
70 Hoc tamen honorifico munere dignatus est, ut evangelii praeco essem ac
minister. Op. Tom. 3.
71 Ad. J. Sadoletum Responio, etc., in Op. Tom. 8. 105, etc.
72 Animadversiones in Bellarm. Controv. V Lib. cap. 3, in Dr. Miller on Min. p 407.
73 Controy. V. Lib. cap. 3, in Dr. Miller on Min.
74 Veja Examinations and Writings of Philpot, Parker Society edition, pp. 45, 46.
75 Fox’s Exam. of Philpot.
76 Eccl. Pol. Pref. vol. 1, pp. 158, 159, Keble’s ed.
77 Strype’s Mere. II. 1. p. 531, 532, Oxf. ed. Strype’s Grindal, p. 156, Oxf. ed.
78 Wilking’s Concilia, etc., vol. 4, pp. 321, 322.
79 Bullinger sobre os Sacramentos, Cambridge, 1840, p. 287.
AP Ê N D IC E 1
O C A SO D E SER VET O
— P. Chenalat.
AP Ê N D IC E 3
O R IG E M D A C A L Ú N IA D E Q U E C A LV IN O
P R E T E N D E R A A N U L A R O D IA D O S E N H O R
— H.B.
* * * * *
Testemunho de um Unitariano
O que segue provém da pena de George Bancroft, autor da História
dos Estados Unidos, anteriormente ministro plenipotenciário da
Inglaterra, unitariano em suas opiniões religiosas.
Está em tempo de censurar a intolerância que limitaria o louvor
de Calvino a uma única seita. Os que não nutrem admiração pela
riqueza e posição, jamais podem admirar o Reformador genebrino;
pois ainda que ele possuísse a mente mais rica de seu tempo, jamais
saiu dos limites da pobreza frugal. Aos demais dentre nós se pode
permitir que reverenciem suas virtudes e desculpem seus erros. Ele
viveu em uma época em que as nações foram abaladas em seu
cerne pela excitação da Reforma, em que os campos da Holanda e
da França foram umedecidos pela carnificina da perseguição; quando
a punição dos monarcas, de um lado, ameaçava todos os
protestantes com proscrição e morte; e o Vaticano, do outro,
expedia seus anátemas e seu clamor por sangue. É também verdade
que naquele dia a influência de um erro antigo, há muito
estabelecido, dificilmente era disputado; o perigo constante de sua
posição; o mais intenso desejo de assegurar união entre os
antagonistas do papado; a avassaladora consciência de que sua luta
era pela emancipação do mundo cristão — isso induziu o grande
Reformador a defender o uso da espada para a extirpação do erro.
Reprovando e lamentando sua adesão à doutrina cruel que toda a
cristandade recebera implicitamente durante séculos, podemos,
como republicanos, recordar que Calvino foi não meramente o
fundador de uma seita, mas, antes de tudo, entre os mais eficientes
dos legisladores republicanos modernos. Na verdade, mais
benevolente para com a raça humana do que Solon, mais resignado
do que Lycurgus, o gênio de Calvino infundiu perenes elementos às
instituições de Genebra e fez dela, para o mundo moderno, a
fortaleza da liberdade popular, o solo fértil da democracia.
Reiterando, orgulhamo-nos de nossas escolas; Calvino foi o pai
da educação popular, o inventor do sistema de escolas livres.
Reiterando ainda, orgulhamo-nos dos Estados livres que
guarneceram o Atlântico. Os Peregrinos de Plymouth eram
calvinistas; a melhor influência da Carolina do Sul veio dos calvinistas
franceses. William Penn era discípulo de huguenotes; os navios da
Holanda, que trouxeram os primeiros colonizadores a Manhattan,
estavam cheios de calvinistas. Aquele que não honra a memória,
não respeita a influência de Calvino, sabe muito pouco da origem
da liberdade americana.
Ou porventura as considerações pessoais é que principalmente
conquistam aplauso? Então ninguém merece nossa simpatia e nossa
admiração mais que Calvino. O jovem exilado de França, que
granjeou a imortalidade da fama antes mesmo que completasse vinte
e oito anos de idade, ora se aventura como o apóstolo da verdade,
levando as novas doutrinas ao coração da Itália; e ora, com
dificuldade, escapa da fúria da perseguição papal, o mais puro
escritor, o mais hábil dialético de sua época; promovendo a livre
investigação ao seu limite máximo e, no entanto, só valoriza a
investigação como o meio de chegar a princípios fixos. A luz de seu
gênio dissipou a máscara das trevas, cuja superstição foi mantida
durante séculos pela intimidação da religião. Sua probidade era
inquestionável; seus costumes, impolutos. Sua única felicidade
consistia em ‘promover a glória e o bem’; pois o sofrimento encontrou
seu caminho em todas as suas relações privadas.
Ele foi exilado de seu lugar de exílio. Como esposo, ele se viu
destinado a prantear a perda prematura de sua esposa; como pai,
sentiu as amargas punções de sepultar seu filho único. Sozinho no
mundo, sozinho em terra estranha, ele prosseguiu sua carreira com
serena resignação e inflexível firmeza. Nenhum afeto pelo ócio o
desviou de suas vigílias; nenhum temor do perigo relaxou a intrepidez
de sua eloquência; nenhuma enfermidade física freou a incrível
atividade de sua mente; e assim seguiu em frente, ano após ano,
solitário e frágil; no entanto, labutou em prol da humanidade; mesmo
depois de uma vida de glória, ele deu a seus herdeiros, por herança,
uma fortuna: em livros, em mobília, em estoques e dinheiro, os quais
não excederam a duzentos dólares; “e, ao mundo, uma Reforma
pura, um espírito republicano pela religião, com os princípios
congêneres da liberdade republicana.”
Tentação de João Calvino
Um acontecimento interessante sobre Calvino, que apesar de honrar
muito sua moral e caráter religioso, é um fato histórico curioso que
merece ser conhecido por todos. Foi relatado em Genebra por
Diodato, um dos sucessores de Calvino, ao primeiro Lord Orrery,
que floresceu sob o reinado de Carlos I. A citação é tomada de “As
Cartas aos Estados Unidos da América e Memórias do Legítimo e
Honorável Roger Boyle.”
Sendo Eckius enviado pelo Papa, a França, como núncio, em
seu retorno resolveu passar por Genebra com o propósito de ver
Calvino; e, em havendo ocasião, tentar reconduzi-lo à igreja romana.
Portanto, quando Eckius buscou fazer aliança com Genebra, deixou
ali seu séquito e foi, acompanhado de alguém, à cidade durante a
tarde. Deixando seus cavalos em uma estalagem, inquiriu onde
Calvino vivia, cuja casa lhe foi mostrada. Ele bateu à porta e o
próprio Calvino lhe veio abri-la.
Eckius perguntou pelo senhor Calvino; então foi informado que
aquele era o próprio. Eckius o relacionara com algum estranho; e,
tendo ouvido falar tanto de sua fama, esperava ver outra pessoa.
Calvino o convidou a entrar, e então o acompanhou; discursando
sobre muitas coisas acerca da religião, Eckius percebeu que Calvino
era um engenhoso erudito; então quis saber se ele não tinha um
pátio por onde caminhar. Ao que Calvino respondeu que sim, e
ambos se encaminharam para lá; e, ali, Eckius começou a inquirir
dele por que havia deixado a igreja romana, e lhe apresentou alguns
argumentos com o fim de persuadi-lo a retornar. Calvino, porém,
disse que de modo algum poderia inclinar-se a pensar nisso. Por fim,
Eckius lhe informou que poria sua vida em suas mãos; e então se
identificou como sendo Eckius, o núncio do Papa.
Com esta descoberta, Calvino ficou não pouco surpreso, e
rogou-lhe perdão por não havê-lo tratado com o aquele devido
respeito que sua posição bem merecia. Eckius retribuiu o gesto e lhe
disse que, se porventura quisesse voltar ao seio da igreja romana,
certamente lhe conseguiria o chapéu de Cardeal. Calvino, porém,
não se deixou convencer pela oferta. Então Eckius perguntou-lhe qual
era sua renda. Ele disse ao Cardeal que possuía uma casa com
jardim e cinquenta libras por ano, além de um presente anual de
algum vinho e trigo; com o quê ele viveu contente. Então Eckius lhe
disse que um homem de sua posição merecia uma renda muito
melhor; e então renovou seu convite a voltar para a igreja romana,
prometendo-lhe um estipêndio melhor, caso concordasse. Calvino,
porém, agradecendo, garantiu-lhe que vivia muito satisfeito com sua
condição. Nisso, o jantar ficou pronto; havendo desfrutado de sua
companhia da melhor maneira possível, escusados os defeitos dela,
ele lhe prestou grande respeito.
Após o jantar, Eckius desejou conhecer, caso ele lho permitisse,
a igreja, a qual, antigamente, fora a catedral daquela cidade. Calvino
respondeu mui prontamente que sim; no ínterim, ele notificou aos
oficiais que estivessem prontos com as chaves, solicitando que
alguns dos síndicos estivessem presentes ali, não lhes informando
quem era o estranho. Portanto, assim que se prontificaram, ambos
saíram em direção à igreja e, enquanto Eckius saía da casa de
Calvino, ele tirou uma bolsa com cerca de cem pistolas [antiga
moeda romana] e a deu de presente a Calvino. No entanto, Calvino
solicitou que fosse escusado; então Eckius lhe disse que o propósito
daquele presente era para a compra de livros, como uma expressão
de seu respeito para com ele. Calvino, a contragosto, aceitou a
bolsa, e prosseguiram rumo à igreja, onde os síndicos e oficiais os
aguardavam; à vista dos quais, Eckius imaginou que fora traído, e
sussurrou seus pensamentos ao ouvido de Calvino; este, porém, lhe
garantiu que era o contrário.
Com isso, entraram na igreja; e Eckius, tendo visto tudo, disse a
Calvino que não esperava ver coisas em tão decente ordem, quando
fora informado do contrário. Após haver tido uma visão plena de
tudo, Eckius foi saindo da igreja, porém Calvino o deteve um pouco
e, chamando os síndicos e oficiais, juntos, tirou a bolsa de ouro que
Eckius lhe dera, dizendo-lhes que recebera aquele ouro deste nobre
estrangeiro, e que agora lha dava aos pobres, e, assim, a
depositava por inteiro na caixa dos pobres que era mantida ali. Os
síndicos agradeceram ao estrangeiro, e Eckius admirou a caridade e
modéstia de Calvino. Quando já fora da igreja, Calvino convidou
Eckius outra vez a entrar em sua casa, porém respondendo que tinha
de partir; assim, agradecendo-lhe por todas as suas civilidades,
pediu licença. Calvino, porém, acompanhou-o até a estalagem, e
caminhou com ele uma milha fora dos territórios de Genebra,
quando, com fortes amplexos, se despediram um do outro.
Eckius era um doutor mui galardoado, professor na Universidade
de Ingolstadt, memorável por sua oposição a Lutero, Melancthon e
outros reformadores alemães. Morreu em 1543, com a idade de
cinquenta e sete anos.
Ordenação de Calvino
A principal dificuldade, a qual eu tive ocasião de mencionar quando
notei a alegação feita por romanistas e prelados, de que Calvino
nunca foi ordenado, foi o fato de que não há registro, em tantas
palavras, de seu tempo e lugar, e das pessoas que oficiaram a
ordenação. Entretanto, tenho mostrado que há muita evidência de
que se poderia aduzir a certeza do fato e seu reconhecimento
universal da parte de todos os seus contemporâneos, tanto
romanistas quanto anglicanos e reformados.
Mas é possível resolver a dificuldade pelo uso de um
argumentum ad hominem. Então pergunto: alguém já questionou a
ordenação do Bispo Butler, ou alguém que nutre dúvida hoje de que
ele foi ordenado real e canonicamente? A resposta deve ser dada na
negativa. E, no entanto, sobre a base presumida dada por nossos
oponentes, sua ordenação pode ser completamente negada. Pois,
em sua vida escrita por Mr. Bartlett, está registrado que “não
aparece em que tempo ele recebeu ordens, nem o bispo por quem
ele foi ordenado”. E, outra vez: “Talvez seja pouco regular que, não
obstante, seu memorando privado, o qual se refere à data de quase
todos os demais eventos conectados com sua vida pública, não há
alusão nem ao período de sua ordenação nem ao prelado que lhe
conferiu ordens.”
Certamente, isto é muito singular e mais que um paralelo ao
caso de Calvino. Este foi educado na Igreja de Roma? Butler foi
criado na Igreja Presbiteriana. Calvino teve dificuldade em formatar
sua mente para abraçar as opiniões reformadas? Assim teve Butler
em receber os dogmas da Instituição. Calvino abraçou e professou
as opiniões reformadas com respeito à Igreja, e o ministério, e a
ordenação? Assim também teve Butler com as opiniões da Igreja
Instituída da Inglaterra. E estas opiniões professadas por Butler,
esta mesma mudança de relacionamento, torna indubitável que ele
teria sido regularmente ordenado, embora houvesse a ausência tão
misteriosa de toda prova — e com quanto mais certeza devemos
concluir que esse foi também o caso com respeito a Calvino! Porque,
se é possível pressupor tal omissão na Inglaterra, em um período
tão recente e sob as circunstâncias do caso, quanto mais se pode
presumi-la no período mais antigo da Reforma e em meio à
insipiência de todos os seus arranjos.
Portanto, nossos oponentes, antes de expor novamente sua
capciosa malícia, injuriando-nos com o caso de Calvino, fariam
melhor aprendendo a sabedoria daquele provérbio, que reza: “Quem
vive em casa de vidro não deveria lançar pedras.”
Missão de Calvino ao Brasil
Foi durante esse tempo trevoso que ocorreu um evento que tem
escapado à observação de muitos antiquários e historiadores
americanos. Temos em mente a migração de protestantes franceses
para o Brasil. O Dr. Henry crê ser inexato chamar isto de missão. No
entanto, transparece das cartas de Richer, o pregador dos
refugiados, não vieram destituídos de alguns pensamentos de
converter os pagãos. Villegagnon, um fidalgo de Malta, deu ao
grande Coligni razão para crer que estava para garantir na América
um local onde os protestantes perseguidos pudessem achar um
refúgio. O Almirante foi vencido pelo prospecto benevolente. Uma
pequena ilha, supomos ter sido nas proximidades do Rio de Janeiro,
foi ocupada por Villegagnon, no nome de Coligni. Agora se
requisitavam ministros da Palavra, e Richer e Chattier foram
enviados de Genebra. Mas, por uma hedionda traição, estes pobres
não conformistas do sul, menos favorecidos que seus mais recentes
irmãos de Plymouth, foram ferozmente perseguidos sob os editos
franceses. Quatro deles fizeram uma boa confissão e foram
lançados ao mar. O resto escapou para a França. Jean de Lery,
mais tarde ministro em Berne, foi testemunha ocular dessas
atrocidades, as quais ele descreveu em seu retorno.
O interesse incomum que anexa a isto um capítulo um tanto
obscuro na história nos justifica acrescentar mais uns poucos
particulares. Nicolas Villegagnon foi vice almirante em Brittany, sob
Henrique II. Sentindo-se desapontado e envergonhado, em razão de
seus serviços não serem suficientemente reconhecidos, ele se pôs à
testa da expedição supracitada. Havia dois excelentes navios, e
içaram as velas em 1555. O rio Coligni, onde estabeleceram a
colônia, é suficientemente indicado pelo grosseiro extrato aproximado
da latitude. Os nativos foram amistosos, mas os povoados tinham
experiências mais acentuadas que os colonos. Richer, quem
acabamos de mencionar, tinha cinquenta anos de idade e Chattier,
cerca de trinta. Mesmo em sua viagem eram maltratados pelo povo
de Villegagnon. Aportaram no dia 7 de março de 1556 e mostraram
suas cartas, às quais estava apenso o nome de Calvino. A princípio,
o pérfido governador não tirou a máscara, mas inclusive tomava
parte na Ceia do Senhor, segundo o rito protestante, como aparece
na carta de Richer a Calvino. Nesta carta se encontram várias coisas
dignas de mais especial observação do que podemos conceder aqui.
Há muita candidez e piedade no relato do bom missionário. O povo é
rude, diz ele, ainda que não soubesse com certeza se eram canibais.
Não possuem nenhum senso de certo e errado e nenhuma ideia de
Deus, de modo que há pouca esperança de fazer Cristo conhecido a
eles. O idioma é o principal entrave. Ainda não se pode esperar que
haja mais povoados, por cuja conversa e exemplo o povo nativo
possa ser cristianizado.
Certo doutor erudito, Cointiac, usou mal os pregadores e se
declarou inimigo do navio huguenote. Neste caso, ele se uniu a
Villegagnon, que suspendeu Richer de suas funções. Chartier foi
enviado à Europa para representar as questões em disputa. Então,
Villegagnon começou a perseguir, e proibiu os míseros exilados de
escapar. Richer e seus companheiros retiraram-se para a floresta,
onde foram tratados pelos selvagens com humanidade. Os outros,
porém, que tentaram escapar do navio, foram apreendidos e presos.
Villegagnon, em seu novo zelo pelo papado, condenou à morte cinco
huguenotes, sob as ordens de Francisco I e Henrique II. Um deles,
Bordel, foi lançado ao mar para morrer como mártir. Assim também
morreram Vermeil e Pierre Bourdon. Villegagnon retornou à França e
escreveu contra o evangelho, porém foi confrontado por Richer. O
perseguidor morreu em miséria e impenitente.
AP Ê N D IC E 4
A E S P O S A D E C A LV IN O
Eu... etc., G. De F.
* * * * *
— G. De F.
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