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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

JOSÉ FIGUEIREDO BARRETO


REDES DE COMPUTADORES – Módulo I
TURMA: 1A TURNO: Manhã

MARIA APARECIDA CORRÊA DOS SANTOS

MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

ARACAJU - SE

2021
1. Panorama da Comunicação Oficial
A língua tem sua finalidade de comunicar, quer sendo pela fala ou escrita. Para que
haja uma comunicação, é necessário ter:
- alguém que comunique;
- alguma coisa a ser comunicado;
- e o destinatário que recebe esse comunicado;
Na redação oficial, quem sempre comunica é o serviço público que são: este/esta
aquele/aquela Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção; que
sempre é algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário
dessa comunicação é o público, uma instituição privada ou outro órgão ou entidade
pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes.
É necessário empregar um determinado nível de linguagem nos atos e nos
expedientes oficiais que decorre, do próprio caráter público desses atos e
comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o
funcionamento dos órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado se, em sua
elaboração, for empregada a linguagem adequada.
2. O que é a redação oficial
A Redação Oficial é a maneira pela qual os órgãos públicos redigem atos
normativos e comunicações.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É
que sua finalidade básica – comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura,
do texto jornalístico, da correspondência particular etc.
3. Atributos da redação oficial
Seus atributos são caracterizado como:
• clareza e precisão;
• objetividade;
• concisão;
• coesão e coerência;
• impessoalidade;
• formalidade e padronização; e
• uso da norma padrão da língua portuguesa.
4. Introdução
Para começar uma redação oficial, é necessário atenção para o uso dos pronomes de
tratamento em três momentos distintos: no endereçamento, no vocativo e no corpo do
texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo
do texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por
extenso. O endereçamento é o texto utilizado no envelope que contém a correspondência
oficial.
5. O padrão ofício
Até a segunda edição do Manual de Redação da Presidência da República, havia três
tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma: o
ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar
nomenclatura e diagramação únicas.
6. Tipos de documento
Os documentos oficiais possuem quatro tipos, que são:
• Variações dos documentos oficiais;
Suas variações são: Circular, Conjunto e Conjunto Circular.
• Exposição de Motivos;
É um documento oficial enviado por um Ministro de Estado ao Presidente ou Vice-
Presidente da República.
• Mensagem;
É utilizada apenas para a comunicação oficial entre os Chefes dos Três Poderes Públicos.
• Correio Eletrônico;
É o meio de comunicação formal mais utilizado atualmente, não só na administração
pública, mas também no meio empresarial particular, devido ao seu baixo custo e
celeridade.
( 7. É somente uma breve introdução para os próximos capítulos.)

8. Ortografia
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e é mais importante
em textos oficiais. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o
sentido da palavra, mas de toda uma frase.
Então, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve
sempre levar em conta também a correção ortográfica.
9. Uso de sinais
O Hífen é sinal usado para:
• Ligar os elementos de palavras compostas: vice-ministro;
• Para unir pronomes átonos a verbos: agradeceu-lhe;
• Para, no final de uma linha, indicar a separação das sílabas de uma palavra em
duas partes (a chamada translineação): com-/parar, gover-/no.
10. Formatação
• Aspas
Antes e depois de uma citação textual direta, quando esta tem até três linhas, sem utilizar itálico e
quando necessário, para diferenciar títulos, termos técnicos, expressões fixas, definições,
exemplificações e assemelhado.
• Itálico
títulos de publicações (livros, revistas, jornais etc.) ou títulos de congressos, conferências, slogans,
lemas sem o uso de aspas (com inicial maiúscula em todas as palavras, exceto nas de ligação) e
palavras e as expressões em latim ou em outras línguas estrangeiras.
• Negrito e sublinhado
Usa-se o negrito para realce de palavras e trechos.
(Obs.: Deve-se evitar o uso de sublinhado para realçar palavras e trechos em comunicações
oficiais. )
• Parênteses
São empregados para intercalar, em um texto, explicações, indicações, comentários, observações,
como por exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica, uma sigla.
• Travessão
O travessão, que é representado graficamente por um hífen prolongado (–), substitui parênteses,
vírgulas, dois-pontos.
(Obs.: Não se usa hífen (-) no lugar de travessão (–) ).
• Uso de siglas e acrônimos
Sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um título;
Acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas sílabas ou partes dos vocábulos de um
título.
11. Sintaxe
É a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras,
que, com ela, se unem para exprimir o pensamento. A clareza e a concisão na forma
escrita são alcançadas principalmente pela construção adequada da frase. O sujeito é o
ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. A fragmentação de frases
“consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação,
omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois compromete a
clareza do texto.
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam,
na sua forma, às palavras de que dependem. A regência é, em gramática, sinônimo de
dependência, subordinação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de
dependência que as palavras mantêm na frase. Pontuações são: Vírgula, ponto e vírgula,
dois-pontos, ponto de interrogação e de exclamação. E para finalizar, os pronomes
demostrativos são: Situação no espaço, no tempo e no texto.
12. Semântica
A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases e unidades maiores da
comunicação verbal, os significados que lhe são atribuídos. A clareza é um dos
requisitos fundamentais de todo texto oficial, e deve-se atentar para a tradição no
emprego de determinada expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao sentido do texto,
verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utilizadas.
A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de sentidos
diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os
homônimos homófonos). Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia. A
linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se pela norma padrão. Não é aceitável,
portanto, que, nesses textos, constem coloquialismos ou expressões de uso restrito a
determinados grupos, que comprometeriam sua própria compreensão pelo público.
13. Questões fundamentais da elaboração normativa
• Considerações preliminares
O Estado de Direito submete todas as relações ao regime da lei. Para tanto, as decisões
fundamentais para a vida da sociedade devem ser tomadas pelo Poder Legislativo, instituição
fundamental do regime democrático representativo. De um lado, a instituição de mecanismos
especiais destinados ao controle judicial da omissão legislativa, por outro lado, as exigências da
vida moderna não só impõem ao legislador o dever de agir, mas também lhe cobram resposta
rápida e eficaz aos problemas (dever de agir com a possível presteza e eficácia).
• Funções das normas jurídicas
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa de concretizar a Constituição, elas
devem criar os fundamentos de justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social
harmônico em um contexto de paz e de liberdade.
• Caráter subsidiário da atividade legislativa
É certo que a lei exerce um papel deveras relevante na ordem jurídica do Estado de Direito.
Porém, os espaços não ocupados pelo legislador não são dominados pelo caos ou pelo arbítrio. A
atividade legislativa é, e deve continuar sendo, uma atividade subsidiária. Significa dizer que o
exercício da atividade legislativa está submetido ao princípio da necessidade, isto é, que a
promulgação de leis supérfluas ou iterativas configura abuso do poder de legislar.
• Vinculação normativa do legislador e controle de constitucionalidade
A atividade legislativa deve ser exercida conforme as normas constitucionais (Constituição, art. 1°,
parágrafo único, e art. 5°). Da mesma forma, o poder regulamentar (Constituição, art. 84, caput,
inciso IV) deve ser exercido dentro dos limites estabelecidos pela lei. Isso significa que a ordem
jurídica não tolera contradições entre normas jurídicas, ainda que situadas em planos diversos.
14. Requisitos da elaboração normativa
O princípio da segurança jurídica, elemento fundamental do Estado de Direito, exige
que as normas sejam precisas e claras para que o destinatário das disposições possa
identificar a nova situação jurídica e as consequências que dela decorrem. As
formulações obscuras, imprecisas, confusas ou contraditórias devem ser evitadas.
15. Desenvolvimento de uma lei
• Considerações preliminares
A atividade legislativa não constitui um sistema linear e unidimensional em queos atores procedem
de forma previsível ou planejada. Ao contrário, a atividade legislativa é formada por um conjunto
de interesses diferenciados e de relações de força no complexo campo político
• O processo legislativo interno
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (processo legislativo externo), a
doutrina identifica o chamado processo legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada
para a tomada da decisão legislativa.
• Elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo federal
Diagnóstico, Alternativas, Competência legislativa, Necessidade de lei, Reserva legal, Norma
temporária, Medida provisória, Oportunidade do ato normativo, Densidade do ato normativo ,
Densidade do ato normativo, Norma penal, Norma tributária, Norma de regulação profissional,
Compreensão do ato normativo, Exequibilidade, Análise de custos envolvidos, Simplificação
administrativa, Simplificação administrativa e Avaliação de resultados.
16. Técnica legislativa
É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um espírito de sistema, tendo
em vista não só a coerência e a harmonia interna de suas disposições, mas também a sua
adequada inserção no sistema jurídico como um todo. Costuma-se distinguir a
sistemática da lei em sistemática interna (compatibilidade teleológica e ausência de
contradição lógica) e sistemática externa (estrutura da lei).
17. Tópicos de técnica legislativa
A norma jurídica, em sua acepção abstrata, se, por um lado, compreende a previsão
genérica de atos e fatos da vida social, por outro, tem por missão informar ao cidadão
sobre direitos e deveres por ela criados ou disciplinados, de forma clara e objetiva. Dessa
forma, são recomendados, a seguir, alguns recursos redacionais para a elaboração dos
textos normativos.
18. Apostila
• Definição e finalidade
A correção de erro material que não afete a substância do ato singular de caráter pessoal e as
retificações ou alterações da denominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a
denominação modificada em decorrência de lei ou de decreto superveniente à expedição do ato
pessoal a ser apostilado são realizadas por meio de apostila.
• Forma e estrutura
A apostila tem a seguinte estrutura:
Título: o termo “APOSTILA” escrito em letra maiúscula, com alinhamento
centralizado.
Texto: o conteúdo do texto deve apresentar a correção do erro material constante do ato
original.
Local e data: por extenso e alinhado à esquerda.
Identificação do signatário: abaixo da assinatura e com alinhamento à esquerda.
19. Atos normativos
• Forma e estrutura
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elementos básicos: a ordem legislativa e a
matéria legislada. A ordem legislativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do
decreto; a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.

20. Lei ordinária


• Definição
Trata sobre assuntos diversos da área penal, civil, tributária, administrativa e da maior parte das
normas jurídicas do país, regulando quase todas as matérias de competência da União, com
sanção do Presidente da República. O projeto de lei ordinária é aprovado por maioria simples.

• Objeto
O Estado de Direito (Constituição, art. 1°) define-se pela submissão de diversas relações da vida
ao Direito. Assim, não deveria haver, em princípio, domínios vedados à lei. Essa afirmativa é,
todavia, apenas parcialmente correta. Existem matérias que, por força constitucional, não serão
objeto de lei ordinária. Nesse sentido, a Constituição define matérias de competência exclusiva do
Congresso Nacional (art. 49), a serem disciplinadas mediante decreto legislativo.
21. Lei complementar
• Definição
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a rigidez dos preceitos constitucionais, e
tampouco comportam a revogação por força de qualquer lei ordinária superveniente.
• Objeto
Caberia indagar se a lei complementar tem matéria própria. Pode-se afirmar que, sendo toda e
qualquer lei uma complementação da Constituição, a sua qualidade de lei complementar seria
atribuída por um elemento de índole formal, que é a sua aprovação pela maioria absoluta de cada
uma das Casas do Congresso.
22. Lei delegada
• Definição
Trata-se de espécie normativa em desuso no âmbito federal. Apenas duas leis delegadas foram
promulgadas após a Constituição de 1988, a Lei Delegada n o 12, de 7 de agosto de 1992, e a Lei
no 13, de 27 de agosto de 1992.
• Objeto
A Constituição (art. 68, § 1°) estabelece que não podem ser objeto de delegação os atos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação

23. Medida provisória


• Definição
Medida provisória é ato normativo com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da
República em caso de relevância e urgência. A medida provisória deve ser submetida de imediato à
deliberação do Congresso Nacional. As medidas provisórias perdem a eficácia desde a edição se
não forem convertidas em lei no prazo de 60 dias, prorrogável por mais 60 dias.
• Objeto
As medidas provisórias têm por objeto, basicamente, a mesma matéria das leis ordinárias. O
Decreto nº 9.191, de 2017, recomenda que não seja objeto de medida provisoria a matéria “que
possa ser aprovada sem dano para o interesse público nos prazos estabelecidos pelo procedimento
legislativo de urgência previsto na Constituição” (art. 35, caput, inciso V).
24. Decreto
• Definição
Decretos são atos administrativos de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a
prover as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de modo expresso ou implícito,
na lei.
• Decretos singulares ou de efeitos concretos
Os decreto singulares costumavam não ser numerados, numa prática que foi abolida com o
Decreto nº 9.191, de 2017. Atualmente, apenas os decreto relativas às questões de pessoal não são
numerados e também não possuem ementa.
• Decretos regulamentares
Os decretos regulamentares são atos normativos subordinados ou secundários. A diferença entre a
lei e o regulamento, no Direito brasileiro, não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre
este.
• Decretos autônomos
Com a edição da Emenda Constitucional no 32, de 2001, introduziu-se no ordenamento pátrio ato
normativo conhecido doutrinariamente como decreto autônomo, decreto que decorre diretamente
da Constituição, possuindo efeitos análogos ao de uma lei ordinária.
25. Portaria
• Definição e objeto
É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem instruções sobre a organização
e o funcionamento de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua competência. Tal
como os atos legislativos, a portaria contém parte preliminar, parte normativa e parte final, dessa
forma, as considerações do subitem “19.1 Forma e estrutura” são válidas.
26. Introdução
O decreto legislativo e a resolução são utilizados pelo Congresso Nacional ou por
uma de suas Casas para tratar de matéria de sua competência exclusiva. Não estão
sujeitos à sanção pelo Presidente da República. A resolução, a seu turno, é utilizada
principalmente pelo Senado Federal para se desincumbir de suas competências
relacionadas ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias.
27. Iniciativa
A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A discussão e a votação dos
projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
• Iniciativa comum ou concorrente
A iniciativa comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a qualquer Deputado ou
Senador, a qualquer comissão de qualquer das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa
popular (BRASIL, 1988, art. 61).
• Iniciativa reservada
A Constituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias, privativamente, a
determinados órgãos.
28. Discussão
A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é confiada,
fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislativas. O projeto de lei aprovado
por uma Casa será revisto pela outra em um só turno de discussão e votação.
29. Emenda
• Titularidade do direito de emenda
Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda. Essa faculdade é reservada aos
parlamentares. Se, entretanto, for de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu
titular também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por meio de mensagem
aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos Deputados, que justifique a necessidade do
acréscimo.
• Espécies de emendas
Classificação das emendas (RICD, art. 118): Emenda supressiva ,emenda aglutinativa, emenda
substitutiva, emenda modificativa ,emenda aditiva, subemenda e emenda de redação.
30. Votação
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas do Congresso. Essa
decisão é tomada por: Maioria simples para aprovação dos projetos de lei ordinária e
Maioria absoluta dos membros para aprovação dos projetos de lei complementar.
31. Sanção
A sanção é o ato pelo qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto
de lei aprovado pelo Poder Legislativo.
• Sanção expressa
A sanção será expressa quando o Presidente da República manifestar a sua concordância com o
projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, no prazo de 15 dias úteis.
• Sanção tácita
A Constituição confere ao silêncio do Presidente da República o significado de uma declaração de
vontade de índole positiva.
• Sanção e vício de iniciativa
O eventual caráter convalidatório da sanção de projeto resultante de usurpação de iniciativa
reservada ao Chefe do Poder Executivo já ocupou tribunais e doutrinadores.
32. Veto
• Motivação e prazo do veto
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 dias úteis, contado da data do
recebimento do projeto, e comunicado ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua
oposição (Constituição, art. 66, § 1°).
• Extensão do veto
• Nos termos do disposto na Constituição, o veto pode ser total ou parcial (Constituição, art.
66, § 1°). O veto total incide sobre o projeto de lei na sua integralidade.
• Efeitos do veto
A principal consequência jurídica do exercício do poder de veto é a de suspender a transformação
do projeto – ou de parte dele – em lei. Na hipótese de veto parcial, a parte do projeto que logrou
obter a sanção presidencial converte-se em lei e passa a obrigar desde a sua entrada em vigor.
• Irretratabilidade do veto
Uma das mais relevantes características do veto é a sua irretratabilidade. Tal como já acentuado
pelo Supremo Tribunal Federal, manifestado o veto, o Presidente da República não pode retirá-lo
ou retratar-se para sancionar o projeto vetado (BRASIL, 1960).
• Rejeição do veto
O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser superado por deliberação do
Congresso Nacional. Daí afirma-se, genericamente, ter sido adotado, no Direito Constitucional
brasileiro, o sistema de veto relativo.
• Ratificação parcial do projeto vetado
Em se tratando de vetos parciais, o Congresso Nacional poderá acolher certas objeções contra
partes do projeto e rejeitar outras. No caso de rejeição parcial dos vetos, verificado nos termos do
disposto no art. 66, § 4°, da Constituição, compete ao Presidente da República a promulgação da
lei (Constituição, art. 66, § 5°) e, se este não a fizer, caberá ao Presidente ou ao Vice-Presidente do
Senado Federal fazê-lo (Constituição, art. 66, § 7°).
• Ratificação parcial de veto total
A possibilidade de rejeição parcial de veto total é uma questão menos pacificada. Themistocles
Brandão Cavalcanti, por exemplo, considera que “o veto total se possa apresentar como um
conjunto de vetos parciais, tal a disparidade e a diversidade das disposições que constituem o
projeto”.
• Tipologia do veto
Pode-se afirmar, em síntese, que, no Direito brasileiro, o veto observa a seguinte
tipologia: Quanto à extensão, quanto à forma, quanto aos fundamentos, quanto ao
efeito e quanto à devolução.
33. Promulgação
• Obrigação de promulgar
A promulgação das leis compete ao Presidente da República (Constituição, art. 66, § 7o ). Ela
deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decorrido da sanção ou da superação do veto. Nesse
último caso, se o Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Presidente do
Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-
lo o Vice-Presidente do Senado Federal, em prazo idêntico.
• Casos e formas de promulgação
A complexidade do processo legislativo, também na sua fase conclusiva – sanção, veto,
promulgação, faz que haja a necessidade de desenvolverem-se formas diversas de promulgação da
lei.
34. Publicação
A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência da promulgação da lei aos seus
destinatários.
• Modalidade de publicação
No plano federal, as leis e os demais atos normativos são publicados no Diário Oficial da União.
• Obrigação de publicar e prazo de publicação
A autoridade competente para promulgar o ato tem o dever de publicá-lo. Tradicionalmente, é que
a publicação deve ser feita na edição regular do Diário Oficial da União do primeiro dia útil
subsequente.
• Publicação e entrada em vigor da lei
A entrada em vigor da lei subordina-se aos seguintes critérios: o da data de sua
publicação, o do dia prefixado ou do prazo determinado, depois de sua publicação, o do momento
em que ocorrer certo acontecimento ou se efetivar dada formalidade nela previstos, após sua
publicação e o da data que decorre de seu caráter.
• Vacatio legis
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é chamado de período de vacância ou
vacatio legis. Na falta de disposição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um
lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obrigatoriedade (45 dias).
• Não edição do ato regulamentar reclamado e a vigência da lei
A tese dominante no Direito brasileiro era a de que lei, ou parte dela, cuja execução dependesse de
regulamento, deveria aguardar a edição do regulamento para obrigar (BRASIL, 1890, art.4º;
BEVILACQUA, 1944, p. 24).
35. Procedimento legislativo
O processo legislativo compreende a elaboração dos seguintes atos normativos:
emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos legislativos e resoluções.
• Procedimento legislativo normal
Trata da elaboração das leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e
complementares.
• Procedimento legislativo abreviado
Este procedimento dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deliberação
terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões Permanentes (Constituição, art. 58, §
2° , inciso I).
• Procedimento legislativo sumário
Entre as prerrogativas regimentais das Casas do Congresso Nacional, existe a de conferir urgência
a certas proposições. Existe um regime de urgência estabelecido pela própria Constituição, o que
se aplica aos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, excluídos os códigos
(Constituição, art. 64, § 1°).
• Procedimento legislativo sumaríssimo
Além do regime de urgência, que pode ser atribuído às proposições para seu andamento ganhar
rapidez, existe nas duas Casas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação
instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação. Trata-se do regime informalmente
denominado de “urgência urgentíssima”.
• Procedimento legislativo concentrado
O procedimento legislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação das matérias
em reuniões conjuntas de deputados e senadores.
• Procedimento legislativo especial
Nesse procedimento, englobam-se dois ritos distintos com características próprias: um destinado à
elaboração de emendas à Constituição; outro, à de códigos. Em ambos os casos, a apreciação cabe
a uma Comissão especial, que, na Câmara dos Deputados, também é designada para dar parecer
sobre projetos suscetíveis de serem examinados no mérito por mais de três comissões permanentes
(RICD, art. 34, caput, II).
• Medidas provisórias
Inspirado no art. 77 da Constituição italiana de 1947, o Constituinte brasileiro incorporou à
Constituição de 1988 a medida provisória (Constituição, art. 62), ato legislativo primário – isto é,
fundado diretamente na Constituição – emanado pelo Presidente da República, com força de lei
(ordinária), condicionada à sobrevida da disciplina normativa nela contida à conversão da medida
em lei formal. Com o advento da Emenda Constitucional no 32, de 2001, o procedimento
legislativo concentrado da medida provisória (vale dizer, deliberação e votação em reunião
conjunta das duas Casas do Congresso Nacional) foi abandonado.
• Consolidações da Legislação
O projeto de lei de consolidação terá, assim, de manter o conteúdo normativo original dos
dispositivos consolidados, e não é meio hábil para alterar opções políticas anteriormente tomadas.
Isso, no entanto, não significa vedação de alteração no texto das normas. Pelo contrário, a
consolidação deverá efetuar a divisão do texto legal segundo os critérios atualmente adotados,
atualizar termos e denominações, retificar e homogeneizar o vernáculo, eliminar ambiguidades
decorrentes do mau uso da linguagem, fundir dispositivos análogos, atualizar valores monetários,
suprimir dispositivos implicitamente revogados ou cuja eficácia ou validade encontre-se
completamente prejudicada e suprimir dispositivos declarados inconstitucionais pelo Plenário do
Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 1998, art. 13 e art.14 ).

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