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Estudo de

Caso

Principais Cadeias de
Produção Animal
Professora Dra. Maria Clara Melo Ferreira
Unicesumar
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estudo de
caso

As mudanças sociais e econômicas que ocorrem na sociedade contemporânea exigem


das organizações novos investimentos, seja no sentido de manter-se estável no mercado as-
segurando a sua sobrevivência ou de alcançar a competitividade das organizações líderes.
É fundamental que as organizações encontrem novas maneiras de trabalhar para evo-
luírem junto com a sociedade e se fixarem no mercado em que atuam, além de terem a
oportunidade de produzir relações construtivas, produtivas e sustentáveis.
No setor leiteiro esse conceito é o mesmo. Esse sistema agroindustrial, assim como o
sistema agroindustrial do trigo sofreu com as mudanças econômicas ocorridas no Brasil na
década de 90, como a valorização da moeda, a entrada de empresas estrangeiras no mercado
nacional, maior poder de compra do consumidor, entre outras, os produtores se viram cer-
cados por uma série de exigências impostas pelas novas indústrias e muitos deles, em geral,
pequenos produtores, não conseguiram atendê-las basicamente pela falta de dinheiro e de
conhecimento e acabaram abandonando a atividade.
Esse acontecimento na história da pecuária leiteira no Brasil mostrou o quão fraco era
o sistema na época, que o leite produzido e entregue às indústrias era em menor quanti-
dade e de baixa qualidade, além de deixar claro que a tecnologia utilizada pela indústria de
lácteos do país estava ultrapassada.
O sistema estava em colapso e, diante desse fato, os atores da cadeia do leite perceberam
que a única solução era a adaptação ao novo cenário em direção à maior competitividade.
É dentro desse cenário que surge o conceito de cooperação. A cooperação entre os pro-
dutores de leite é importante não somente para a compra de insumos ou para atingir escala
de comercialização, mas também para adaptar os pequenos produtores aos novos padrões
competitivos.
No Estado do Paraná, foi possível identificar ações de cooperação capazes de influen-
ciar no rumo da cadeia do leite visando aos benefícios da contribuição das ações coletivas.
Na região de Santa Izabel do Oeste (PR), foi observado um interessante tipo de coope-
ração para o desenvolvimento do sistema agroindustrial do leite na região.
Uma das indústrias captadoras de leite atuantes na região, “Leite é bom”, apresentou uma
maneira diferente de negociar com seus fornecedores, essa empresa foi a única a apresentar
um contrato que oferece garantias às partes envolvidas na negociação, a compra e venda
do leite.
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estudo de
caso

A empresa Leite é bom atua no mercado lácteo desde de 1993, com o mesmo sistema
de negociação das demais empresas atuantes no mercado, porém, em 2011 passou a utili-
zar um sistema de semelhante ao sistema de integração utilizado a anos na avicultura.
A empresa fornece ração e assistência técnica aos produtos, em alguns casos, para os pro-
dutores que estão presentes nesse projeto desde o início, a empresa fornece alguns animais
para melhoria do plantel.
O produtor de leite, por sua vez, deve cumprir com a exigências estipuladas pela empresa
como qualidade e quantidade do leite a ser entregue à indústria.
As duas partes envolvidas na negociação são beneficiadas, a empresa tem a garantia de
que receberá matéria-prima de qualidade, dentro dos padrões exigidos pela IN-62, gerando,
portanto, produtos derivados de boa qualidade. O produtor rural, além de aprender com a
assistência técnica disponibilizada, tem a oportunidade de melhorar o rebanho, além disso,
sabe exatamente qual será a sua renda ao final de cada produção, pois os valores a serem
pagos são estipulados no momento da elaboração do contrato.
Diante de tal relato, fica claro como a boa coordenação dos elos que compõem um
sistema agroindustrial é fundamental para a geração de benefícios importantes não apenas
para esses elos que estão trabalhando em conjunto, mas para todo o setor.
O mesmo poderia ser feito, por exemplo, nas demais cadeias produtivas do agronegó-
cio brasileiro tais como a cadeia piscícola e cadeia da carne. Um sistema em cooperação
tem maior probabilidade de sucesso quando é estruturada e baseada em fatores motivacio-
nais, assim o objetivo central, a competitividade e os lucros, são bem mais fáceis de serem
alcançados.

Fonte: a autora baseada em um caso verídico.

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