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Universidade Fernando Pessoa Psicomotricidade

Faculdade Ciências da Saúde

Licenciatura em Terapêutica da Fala

Trabalho elaborado pelos alunos:

Cátia Teixeira

Sérgio Alves

Pedro Graça

Introdução:

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A funçã o motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento


afectivo estã o intimamente ligados na criança: a psicomotricidade quer justamente
destacar a relaçã o existente entre a motricidade, a mente e a afectividade e facilitar
a abordagem global da criança por meio de uma técnica.

A estrutura espacial é a tomada de consciência da situaçã o do seu pró prio


corpo num determinado contexto, isto é, do lugar e da orientaçã o que pode ter em
relaçã o à s pessoas e ou objectos. É também a tomada de consciência da situaçã o
dos objectos entre si e a possibilidade, para o sujeito, de organizar-se perante o
mundo que o rodeia, de organizar as coisas entre si, de colocá -las num lugar e de as
movimentar.

Quando a criança domina os diversos termos espaciais (locativos),


ensinamos-lhe a orientar-se, isto é: poder virar-se para os lados, ir para frente,
para trá s, para a direita, para a esquerda, para cima, para baixo, etc. Podemos
também ensinar em permanecer em fila.

Este trabalho tem com principal objectivo desenvolver três actividades para
trabalhar a orientaçã o espacial das crianças em relaçã o a 3 objectos.

Actividades:

1. Procedimento:

Com os três cubos disponíveis (Azul, Vermelho e Amarelo) realiza as seguintes

actividades:

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a) Com os cubos alinhados sobre a mesa indica:

a. A cor do cubo que está no meio;

b. A cor do cubo que está à direita;

c. A cor do cubo que está à esquerda.

(Baralham-se os cubos)

b) Coloca o cubo azul no meio, o vermelho à direita e o amarelo à esquerda.

c) Faz uma torre com os 3 cubos de forma que o vermelho fique em baixo e o

amarelo no topo (em cima de tudo).

d) Coloca o cubo vermelho em frente ao amarelo e o azul atrá s do amarelo.

e) Coloca o cubo azul em cima do vermelho e o amarelo ao lado do vermelho.

f) Coloca o cubo amarelo ao lado do azul e o azul por baixo do vermelho.

g) Coloca o cubo azul perto do amarelo e o vermelho longe dos outros dois.

h) Posiciona os cubos de maneira a formar (desenhar) uma linha horizontal.

i) Posiciona os cubos de maneira a formar (desenhar) uma linha vertical.

j) Posiciona os cubos de maneira a formar (desenhar) uma linha oblíqua.

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2. Procedimento

A actividade consiste em fazer pedidos à criança, com o aumento do grau de


dificuldade dos mesmos, para que esta manipule 3 objectos diferentes de â mbito
escolar conforme lhe é pedido. No final de cada pedido voltam-se a colocar os
objectos numa posiçã o aleató ria, antes de fazer o pedido seguinte.

Nota: Caso a criança nã o compreenda alguma das ordens, apresentam-se


imagens do que é pretendido e se mesmo assim a criança nã o compreender entã o o
terapeuta exemplifica a tarefa.

Material: Estojo escolar, Caneta e Borracha.

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Exemplo de Pedidos de Manuseamento dos Objectos:

a) Coloca a borracha e a caneta à direita do estojo.


b) Coloca a caneta à esquerda do estojo e a borracha à direita do estojo.
c) Coloca a caneta e a borracha dentro do estojo.
d) Coloca a caneta em cima do estojo e a borracha debaixo do estojo.
e) Coloca o estojo perto da caneta e a borracha longe do estojo.
f) Coloca a borracha atrá s do estojo e a caneta à frente do estojo.
g) Coloca a caneta atrá s da borracha e o estojo à direita da borracha.
h) Coloca o estojo em cima da borracha e a caneta ao lado do estojo.
i) Coloca a borracha junto do estojo e a caneta à esquerda da borracha.
j) Coloca a caneta no meio do estojo e da borracha.

3. Procedimento:

Serã o verbalizadas um conjunto de ordens para que a criança as execute, de


forma a trabalhar em simultâ neo a orientaçã o espacial em relaçã o a 3
objectos e os locativos.

Material: 2 mecos (amarelo, azul) e 1 bola cor-de-rosa.

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Ordens:
a) Coloca a bola rosa no meio do dos dois mecos.
b) Coloca a bola rosa á direita do Meco azul.
c) Coloca o Meco amarelo à frente do Meco azul.
d) Coloca a bola rosa em cima da mesa.
e) Coloca bola roda debaixo da mesa.
f) Coloca a bola rosa atrá s dos 2 mecos.
g) Contorna a bola rosa pelo lado direito do Meco amarelo.
h) Contorna a bola rosa pelo lado esquerdo do Meco azul.
i) Contorna a bola rosa pelo lado direito do Meco azul e do lado esquerdo
do Meco amarelo.
j) Coloca a bola rosa á direita do Meco amarelo e depois á frente do Meco
azul.
k) Coloca o Meco azul ao lado do Meco amarelo e a bola rosa á frente dos
dois.
l) Coloca o Meco amarelo atrá s da bola rosa, contorna a bola rosa pela
frente do Meco azul e junta os 3 objectos.

Objectivos destas actividades:

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1) Desenvolver competências a nível da orientação espacial:


1.1. A criança deverá ser capaz de manusear 3 objectos (iguais e diferentes) de
acordo com os diferentes locativos verbalizados pela terapeuta.
2) Desenvolver competências ao nível semântico:
2.1. A criança deverá ser capaz de responder a perguntas que envolvam noções
semântico-cognitivas espaciais: Locativos (em cima, em baixo, de lado, a frente,
atrás, direita, esquerda, perto, longe) e de cor (amarelo, azul, rosa, vermelho).
2.2. A criança deverá ser capaz de identificar imagens com os diferentes
locativos.
2.3.A criança deverá ser capaz de identificar imagens de âmbito escolar (estojo,
borracha e caneta), e de actividades lúdicas (cubos, mecos e bola).

3) Desenvolver competências pragmáticas:

3.1. A criança deverá ser capaz de aumentar o grau de iniciativa e de


responsividade, desenvolvendo um perfil de interacção comunicativo
social.
3.2. A criança deverá ser capaz de mostrar intencionalidade comunicativa.
3.3. A criança deverá ser capaz de cumprir turnos de turn-taking.
4. Desenvolver competências ao nível da cognição:
4.1. A criança deverá ser capaz de aumentar o nível/grau de atenção;
4.2. A criança deverá ser capaz de desenvolver capacidades de memória;
4.3. A criança deverá ser capaz de desenvolver competências de concentração.

Estratégias:

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- Espera estruturada - para tornar a criança uma interlocutora mais activa no processo
de comunicação e diminuir a sua passividade durante a sessão, este pequeno intervalo
de tempo é estratégico para a criança pensar e tentar responder ao que lhe é pedido.

- Desnível óptimo – Segundo Vigotsky, devemos assumir um papel comunicativo e


social superior ao da criança, estimulando-a, para que progrida do seu actual nível
quer cognitivo quer linguístico, para um patamar mais evoluído e adequado à sua faixa
etária.

- Feedback correctivo – a terapeuta deve corrigir a criança quando esta realiza de


forma errada determinada actividade, mas de modo correctivo e assim ela sabe como
executar da próxima vez.

- Descrição referencial – a terapeuta deve descrever o que a criança está a fazer ou um


acontecimento a que esta esteja a prestar atenção.

- Discurso simplificado – a terapeuta deve estabelecer uma comunicação simplificada


com a criança, em relação ao seu nível linguístico.

- Ensino incidental – deve-se utilizar o ensino incidental quando, num ambiente no


qual a aprendizagem acontece por descoberta, a criança participa activamente num
processo de busca e construção do conhecimento.

- Pista cinestésica – deve-se mostrar à criança, através do contacto corporal e ou


contacto directo em objectos, o que necessita fazer para realizar determinado
movimento e/ou posição e/ou actividade.

- Reforço positivo – é necessário reforçar a criança quando esta responde de forma


adequada ou até mesmo quando se autocorrige, para a motivar no decorrer da
restante avaliação/intervenção.

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- Reflexão acerca do próprio erro – é necessário (antes mesmo de corrigir a criança)


pedir para que pense na resposta e se acha que está bem, para que reflicta e se possa
autocorrigir.

- Variação dos traços suprassegmentais – deve-se exagerar na entoação vocal para


que a criança dirija a atenção para aquilo que se pretende, compreenda algumas
acções.

Conclusão:

Este trabalho foi importante para enriquecermos conhecimento relacionado com a


orientação espacial, nomeadamente, como nos orientamos no espaço em relação a 3
objectos. Através deste trabalho podemos desenvolver a nossa criatividade e criar
material útil para trabalhar essas competências. Foram criadas três actividades, cujo
grau de dificuldade foi aumentando de forma crescente. Esta pesquisa tal como a
anterior relacionada com as posições e os deslocamentos corporais só veio reforçar a
importância de um trabalho em equipa multidisciplinar, onde cada profissional
trabalha de forma específica a sua área de conhecimento, no entanto, existem
actividades onde se podem trabalhar aspectos gerais e todos eles intervêm. Em suma,
podemos concluir que nestas actividades podemos relacionar muitas outras
competências relacionadas com Terapia da Fala e aplicá-las em contexto de sessão.

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