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PÁGINA 11
Quem projetou
primeiro?
PÁGINA 18
Evolução
— mitos e fatos
PÁGINA 24
A ciência e o
relato de Gênesis
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Importa em que
você crê?
PÁGINA 30
Bibliografia
& Nasa/JPL/Caltech
tentar a vida. Mais afastado do centro, es-
ses elementos são escassos demais; mais
perto, o ambiente é perigoso demais devi-
do à maior concentração de radiação po-
tencialmente letal e de outros fatores. “Vi-
vemos numa região nobre”, diz a revista
Scientific American.1
A “rua” ideal: Não menos “nobre” é a
“rua” da Terra, ou sua órbita na “cidade”, o
sistema solar. A uns 150 milhões de quilô-
O “endereço” perfeito da Terra metros do Sol, essa órbita fica numa limita-
Ao escrever seu endereço, o que você da zona habitável porque ali as condições
inclui? Talvez o país, a cidade e a rua. não são nem frias nem quentes ao extre-
Para efeito de comparação, chamemos a mo. Além disso, a trajetória da Terra é qua-
Via Láctea de “país” da Terra; o sistema so- se circular, mantendo-nos praticamente à
lar (o Sol e seus planetas) de “cidade” da mesma distância do Sol o ano todo.
Terra; e a órbita da Terra no sistema so- Enquanto isso, o Sol é a perfeita “usina
lar de “rua” da Terra. Graças aos avanços de energia”. É estável, do tamanho ideal, e
na astronomia e na física, os cientistas têm emite a quantidade exata de energia. Por
compreendido cada vez mais as vantagens boas razões, tem sido chamado de “estrela
de nossa localização especial no Universo. muito especial”.2
Para começar, a nossa “cidade”, ou sis- O “vizinho” perfeito: Se você fosse esco-
tema solar, está localizada na região ideal lher um “vizinho” para a Terra, não have-
da Via Láctea — não muito perto do centro ria opção melhor do que a Lua. Seu diâme-
nem muito longe dele. Essa “zona habitá- tro mede um pouco mais de um quarto do
vel”, como os cientistas a chamam, contém diâmetro da Terra. Assim, em comparação
as concentrações rigorosamente certas dos com outras luas do sistema solar, a nossa
O PLANETA VIVO 5
Lua é excepcionalmente grande em rela-
ção ao planeta que ela orbita. Mera coinci-
dência? Parece improvável.
Por um lado, a Lua é a principal res-
ponsável pelas marés, que desempenham
um papel vital na ecologia da Terra. A Lua
também contribui para a estabilidade do
eixo de rotação do planeta. Sem a Lua, fei-
ta sob medida, nosso planeta seria como
um pião em baixa velocidade que acaba
tombando e girando de lado. O clima, as
marés e outras condições sofreriam mu- Os escudos protetores da Terra
danças catastróficas. O espaço é um lugar perigoso, onde é
teção que recebe do campo magnético da dra. A atmosfera queima a vasta maioria
Terra. Erupções e explosões na coroa so- desses, que se tornam rastros de luz cha-
Aurora: foto: Jan Curtis (http://latitude64photos.com); meteorito: ESA, Nasa
lar causam auroras intensas, ou coloridas mados meteoros. Mas os escudos da Ter-
exibições de luz visíveis na atmosfera supe- ra não bloqueiam a radiação vital à vida,
rior, perto dos polos magnéticos da Terra. como o calor e a luz visível. A atmosfera
A atmosfera da Terra: Esse cobertor de até mesmo ajuda a distribuir o calor ao re-
gases, além de nos manter respirando, for- dor do globo e, à noite, atua como um co-
nece proteção adicional. Uma camada ex- bertor, diminuindo a velocidade do escape
terna da atmosfera, a estratosfera, contém de calor.
uma variedade de oxigênio chamada ozô- A atmosfera e o campo magnético da
nio, que absorve até 99% da radiação ultra- Terra são realmente maravilhas de proje-
violeta (UV). Assim, a camada de ozônio to ainda não bem entendidos. O mesmo
ajuda a proteger da radiação nociva muitas pode-se dizer dos ciclos que sustentam a
formas de vida, incluindo a dos humanos vida neste planeta.
e a dos plânctons, dos quais dependemos
para a produção de grande parte do nosso
oxigênio. A quantidade de ozônio estratos-
A atmosfera nos
férico não é fixa. Em vez disso, é variável, protege dos meteoros
aumenta de acordo com o aumento da in-
tensidade da radiação UV. Portanto, a ca-
mada de ozônio é um escudo versátil e efi-
ciente.
Será mera
A atmosfera também nos protege contra coincidência que o
um bombardeio diário de detritos do espa- nosso planeta seja
ço — milhões de objetos cujo tamanho va- protegido por dois
ria de minúsculas partículas a blocos de pe- versáteis escudos?
Ciclos naturais que sustentam a vida
Se fosse cortado o suprimento de ar puro e de
água tratada de uma cidade, e bloqueado seu siste-
ma de esgoto, doenças e mortes logo se seguiriam.
Mas considere: nosso planeta não é como um res-
taurante, onde a reposição de alimentos e suprimen-
tos vem de fora para dentro e o lixo é retirado. Os
essenciais ar puro e água limpa não vêm do espaço,
nem lixo e outros resíduos são despachados para lá.
Então como a Terra permanece saudável e habitá-
vel? A resposta: por causa dos ciclos naturais, como
os da água, do carbono, do oxigênio e do nitrogênio,
explicados e ilustrados aqui de maneira simples.
Moléculas
A orgânicas
Bactérias
B C
Reciclagem perfeita
Os humanos, com toda sua avançada
tecnologia, geram anualmente incontáveis
toneladas de lixo tóxico não reciclável. No
entanto, a Terra recicla todo seu lixo de
modo perfeito, por meio de engenhosos
processos químicos.
Como você acha que surgiram os siste-
mas de reciclagem da Terra? “Se o ecossis-
tema da Terra tivesse realmente evoluído
só por acaso, teria sido impossível alcançar Como responderia?
tal nível perfeito de harmonia ambiental”, ˛ Você acha que as características
diz Michael A. Corey, escritor de religião e da Terra são produto de projeto
ciência.5 Você concorda com essa conclu- intencional? Em caso afirmativo,
são? quais dos fatos acima você acha
mais convincentes?
˛ Como você responderia à afirmação
de que a Terra não é nada especial,
que é apenas mais um local em que a
evolução poderia ocorrer?
O PLANETA VIVO 9
Fervilhando de vida
Ninguém sabe quantas espécies exis-
tem na Terra. As estimativas variam
de 2 milhões a 100 milhões.6 Qual a
amplitude da vida no nosso planeta?
Solo: Descobriu-se que apenas 100
gramas de solo abrigam 10 mil espé-
cies de bactérias,7 sem contar o nú-
mero de micróbios. Algumas espécies
foram encontradas quase três quilôme-
tros abaixo da superfície do solo!8
Ar: Além dos pássaros, morcegos e
Bactérias insetos que voam no espaço, a atmos-
subterrâneas fera está cheia de pólen e de outros es-
poros, bem como de sementes e, em
certas regiões, de milhares de tipos de
micróbios. A diversidade de vida micro-
biana no ar “rivaliza com a diversidade
de micróbios no solo”, diz a revista
Scientific American.9
Água: Os oceanos ainda são um
grande mistério, pois, a fim de estudar
Pólen as suas profundezas, os cientistas mui-
tas vezes precisam usar custosa tecno-
logia. Até mesmo os recifes de coral,
relativamente acessíveis e bem pesqui-
sados, talvez abriguem milhões de es-
pécies ainda não conhecidas.
Será que essa espantosa variedade de
vida surgiu por acaso? Muitos concor-
dariam com o poeta que escreveu:
“Quantos são os teus trabalhos, ó
Anêmona Jeová! A todos eles fizeste em sabedo-
ria. A terra está cheia das tuas produ-
ções.”1 — Salmo 104:24.
1 Na Bíblia, o nome de Deus é Jeová.
— Salmo 83:18.
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O que ensinam baleia não precisariam de tantos flaps nem
as nadadeiras da baleia de outros dispositivos mecânicos para al-
terar o fluxo do ar. Tais asas seriam mais
O que os projetistas de aviões podem seguras e de manutenção mais fácil. John
aprender da baleia jubarte (ou baleia-cor- Long, especialista em biomecânica, acredi-
cunda)? Pelo visto, muita coisa. Uma ba- ta ser “bem provável” que um dia, em breve,
leia jubarte adulta pesa umas 30 toneladas “todos os aviões comerciais a jato tenham
— o peso de um caminhão carregado — e asas com saliências parecidas com as das
tem um corpo relativamente inflexível, com nadadeiras da baleia jubarte”.11
grandes nadadeiras, ou barbatanas, que pa-
recem asas. Esse animal de 12 metros de Imitação das asas da gaivota
comprimento é muito ágil debaixo da água.
É claro que as asas dos aviões já imitam
O que mais intrigou os pesquisadores foi o formato das asas de aves. No entanto, re-
como esse animal de corpo inflexível conse- centemente, engenheiros levaram essa imi-
gue nadar em círculos incrivelmente fecha- tação a novos níveis. “Pesquisadores na
dos. Eles descobriram que o segredo está Universidade da Flórida”, publicou a revis-
no formato das nadadeiras da baleia. A bor- ta New Scientist, “construíram um protótipo
da frontal delas não é lisa, como a asa de de aeronave comandada por controle remo-
avião, mas serrilhada, com uma fileira de sa- to, que tem a capacidade de pairar, descer e
liências chamadas tubérculos. subir rapidamente como uma gaivota”.12
À medida que a baleia desliza pela água, As gaivotas realizam suas notáveis acro-
esses tubérculos aumentam a força de sus- bacias aéreas flexionando as asas nas articu-
tentação e diminuem a resistência da água. lações do cotovelo e do ombro. Copiando o
Como? A revista Natural History explica
que os tubérculos fazem com que a água
flua pela nadadeira num fluxo giratório sua-
ve, mesmo quando a baleia sobe em ângu-
los bem íngremes.10
Que aplicações práticas oferece essa
descoberta? Ao que tudo indica,
as asas de aviões projetadas
de acordo com o formato
da nadadeira dessa
Fibras
˛ Produto de fabricação humana: Kevlar é
uma resistente fibra de fabricação humana
usada em produtos como coletes à prova
de bala. Fabricar o kevlar exige temperatu-
ras altas e o uso de perigosos solventes.
˛ Produto natural: As aranhas orbitelas pro-
duzem sete tipos de seda. A mais resisten-
te, conhecida como seda do fio estrutural,
é mais leve do que o algodão, mas propor-
cionalmente mais forte do que o aço e
mais resistente do que o kevlar. Se fosse
ampliada para ficar do tamanho de um
campo de futebol americano, uma teia fei-
ta de seda de fio estrutural com 1 centíme-
tro de espessura e com 4 centímetros de
espaço entre os fios poderia parar um Jum-
bo em pleno voo! As aranhas produzem a
seda do fio estrutural em temperatura am-
biente, usando água como solvente.
Vista microscópica da
secreção de seda de aranha
Copyright Dennis Kunkel Microscopy, Inc.
Lentes
˛ Produto de fabricação humana: Enge-
nheiros desenvolveram um olho artificial
composto que acomoda 8.500 lentes num
espaço do tamanho de uma cabeça de alfi-
nete. Tais lentes poderiam ser usadas em detec-
tores de movimento de alta velocidade e em câmeras
multidirecionais ultrafinas.
˛ Produto natural: Cada olho da libélula tem umas 30 mil
lentes. Essas lentes produzem imagens que se combi-
nam para criar um amplo campo de visão em mosaico.
Os olhos compostos da libélula são detectores de movi-
mento por excelência.
“Assim como o calor do Sol é um fato, a evolução também é um fato”, afirmou o pro-
fessor Richard Dawkins, destacado cientista evolucionista.16 Naturalmente, experiên-
cias e observações diretas provam que o Sol é quente. Mas será que experiências e
observações diretas dão ao ensino da evolução o mesmo apoio inquestionável?
Antes de respondermos a essa pergunta, nas mais curtas ou pelo mais longo que seus
cional de Ciências (NAS), nos Estados Uni- longos dominavam num ano, mas depois
ra, já existia por um tempo indetermina- criativos como modelo para o sábado
do antes do início dos dias criativos. (dia de descanso) semanal, cada um dos
Os geólogos estimam que a Terra já dias criativos deve ter durado literalmen-
existe há 4 bilhões de anos, e os astrôno- te 24 horas. (Êxodo 20:11) Será que a
mos calculam que o Universo pode ter fraseologia de Gênesis apoia essa conclu-
até 15 bilhões de anos. Será que esses são?
cálculos — ou possíveis ajustes futuros Não. O fato é que a palavra hebrai-
a eles — contradizem Gênesis 1:1? Não. ca traduzida “dia” pode significar vários
Se a vida não tivesse um sentido real, tem realmente sentido. Nosso Criador
você não teria objetivo na vida a não ser tem um propósito amoroso que benefi-
tentar fazer algum bem e talvez passar ciará a todos os que escolherem viver de
suas características genéticas para a gera- acordo com a Sua vontade. (Eclesiastes
ção seguinte. Ao morrer, você deixaria de 12:13) Esse propósito inclui a promes-
existir para sempre. Seu cérebro, com sua sa de uma vida sem caos, conflitos e cor-
capacidade de pensar, arrazoar e meditar rupção — até mesmo sem morte. — Salmo
sobre o sentido da vida seria apenas uma 37:10, 11; Isaías 25:6-8.
casualidade da natureza. Com bons motivos, milhões de pes-
Mas isso não é tudo. Muitos que creem soas ao redor do mundo creem que nada
na evolução afirmam que Deus não exis- dá mais sentido à vida do que aprender
te, ou que ele não intervirá nos assun- sobre Deus e obedecê-lo. (João 17:3) Tal
tos humanos. Em ambos os casos, nos- crença não é uma doce ilusão. As evidên-
so futuro dependeria de líderes políticos, cias são claras — a vida teve um Criador.
acadêmicos e religiosos. Com base nos
antecedentes desses homens, o caos, os
conflitos e a corrupção que atormentam
a sociedade humana continuariam. Se Como responderia?
a evolução fosse um fato, haveria mui- ˛ Em que você está inclinado
tos motivos para se viver de acordo com a crer — que somos fruto
o lema fatalista: “Comamos e bebamos, de uma evolução ou que
pois amanhã morreremos.” — 1 Coríntios fomos criados? Por que
15:32. responde assim?
Em contraste com isso, a Bíblia ensi- ˛ Quais são alguns bons
na: “[Com Deus] está a fonte da vida.” motivos para examinar a
(Salmo 36:9) Essas palavras têm profun- base de suas crenças?
das implicações.
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14. The Economist Technology Quarterly, matéria
Bibliografia “Technology That Imitates Nature”, 11 de junho
de 2005, pp. 18-22.
O planeta vivo
15. The New York Times, “Design for Living”,
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Are We?, de William C. Burger, 2003, pp. 24, 34.
16. Natural History, “Darwin & Evolution—The
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17. Origin of Species, de Charles Darwin, primei-
4. The Sacred Balance—Rediscovering Our Place ra edição, 1859, sexta edição, 1872,
in Nature, de David Suzuki, 2007, p. 102. pp. 285-286.
5. God and the New Cosmology—The Anthropic 18. Charles Darwin—The Origin of Species, intro-
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178.
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Volume 322, 10 de outubro de National Academy of Sciences, “Evidence Sup-
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9. Scientific American, “Microbe Census Reveals 25. Scientific American, “Natural Selection and
Darwin’s Finches”, de Peter R. Grant, outubro
5 David Hawks
r
certeza de que a Bíblia é verdadeira?. Esse vídeo de 4,5 minutos
está no jw.org.
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