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CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CURSO DE PEDAGOGIA

PROJETO INTEGRADOR I

ROSEMEIRE DE ANDRADE
R.A: 127348549

AFETIVIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL:


A importância da afetividade no desenvolvimento educacional

Mirante do Paranapanema
2018
ROSEMEIRE DE ANDRADE

AFETIVIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL:


A importância da afetividade no desenvolvimento educacional

Projeto de Pesquisa apresentado à


Anhanguera-Uniderp, como requisito parcial
para o aproveitamento da disciplina Projeto
Integrador I da 6ª série do Curso de Pedagogia.

Tutor a Distância: Dayse de Souza Lourenço


Simões

Mirante do Paranapanema
2018
PIAGET, Jean. A linguagem e o pensamento da criança. SP, Martins Fontes, 1986.

No livro o autor, Jean Piaget foi um mestre da observação do mundo


natural antes de voltar sua mente para assuntos humanos. Quando criança e
adolescente ele vagava pelas colinas, riachos e montanhas da Suíça coletando
caracóis, e mais tarde escreveu sua tese de doutorado sobre os moluscos das
montanhas Valais.
Se houvesse respostas, ele sabia que elas poderiam beneficiar
muito os professores, e foi para eles, principalmente, que ele escreveu A Linguagem
e o Pensamento da Criança. Como Edouard Claparede observa em seu prefácio, a
maioria dos exploradores da mente da criança tinha focado na natureza quantitativa
da psicologia infantil – pensava-se que as crianças eram como eles eram, porque
elas têm menos habilidades mentais que o adulto e cometem mais erros. Mas Piaget
acreditava que não era uma questão de crianças com menos ou mais de alguma
coisa – elas são fundamentalmente diferentes na maneira de pensar. Existem
problemas de comunicação entre adultos e crianças não por causa de lacunas de
informação, mas devido às bastante diferentes maneiras que cada um tem de ver-se
dentro de seus mundos.
Nas páginas de abertura, Piaget pergunta o que ele admite ser uma
pergunta estranha: “Quais são as necessidades que a criança tende a satisfazer
quando ela fala?” Qualquer pessoa em sã consciência diria que o propósito da
linguagem é comunicar com os outros, mas se este era o caso, ele se perguntou,
por que as crianças falam quando não há ninguém por perto, e por que mesmo os
adultos falam para si mesmos, seja internamente ou resmungando em voz alta?
Ficou claro que a linguagem não pode ser reduzida à uma função de simplesmente
comunicar pensamento.

Piaget conduziu sua pesquisa no Instituto Rousseau em Genebra, inaugurado


em 1912 para o estudo da formação da criança e professor. Lá ele observou
crianças de quatro e seis anos, anotando tudo o que elas diziam enquanto
brincavam e jogavam, e o livro inclui transcrições de suas ‘conversas’. O que Piaget
descobriu rapidamente – e que todos os pais puderam confirmar – é que quando as
crianças falam, muitas vezes elas são não falam com ninguém em particular. Elas
estão pensando em voz alta. Ele identificou dois tipos de discurso, egocêntrico e
socializado, sendo assim esse material será muito útil na construção do artigo, pois
permitirá relacionar as questões que envolvem teoria e prática.

GALVÃO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil.


4 ed. Petrópolis: Vozes, 1998.

A autora Izabel Galvão, introduz o leitor na abrangente e dinâmica teoria


dialética do desenvolvimento infantil desenvolvida pelo psicólogo francês Henri
Wallon, sendo sua leitura de fundamental importância tanto para estudiosos do
psiquismo humano quanto para aqueles que estejam voltados à prática educativa,
posto que a teoria walloniana é capaz de conceber aos educadores subsídios
diversos para novas reflexões pedagógicas, suscitando a adoção de uma ação
educacional que atenda às necessidades da criança nos planos afetivo, cognitivo e
motor e que promova o seu desenvolvimento em todos esses níveis.

Uma pedagogia inspirada na psicogenética walloniana não considera o


desenvolvimento intelectual como a meta máxima e exclusiva da educação, de
forma que o sincretismo dá lugar ao pensamento categorial, não beneficiando tão
somente a inteligência, mas a pessoa como um todo. Wallon entende como
inconcebível a ideia de uma personalidade que se forma isolada da sociedade,
sendo assim, salienta que a educação deve obrigatoriamente integrar, à sua pratica
e aos seus objetivos, tanto a dimensão social quanto a individual.

A teoria walloniana identifica a interdependência entre desenvolvimento


intelectual e conhecimento, inspirando uma pedagogia em que os conteúdos de
ensino têm um papel importante. Outro fator que recebe grande importância na
teoria walloniana é o meio, pois este é entendido como o campo sobre o qual a
criança aplica as condutas de que dispõe, ao mesmo tempo, que dele retira os
recursos para sua ação. Wallon considera que com o desenvolvimento ampliam-se
as possibilidades de acesso da criança às várias dimensões do meio, cada etapa do
desenvolvimento define um tipo de relação com seu ambiente, o que implica dizer
que a cada idade é diferente o meio da criança.
Em termos práticos, isso significa que o planejamento das atividades não
deve se restringir somente à seleção de seus temas, isto é, do conteúdo de ensino,
mas necessita atingir as várias dimensões que compõem o meio, incluindo uma
reflexão acerca do espaço em que será realizada a atividade, decidindo sobre
aspectos como a área ocupada, os materiais utilizados, os objetos colocados ao
alcance das crianças, a disposição do mobiliário, de modo a propiciar oportunidades
de interações sociais, pois, de acordo com Wallon, o ambiente escolar ao possibilitar
uma vivência social diferente do grupo familiar, desempenha importante papel na
formação da personalidade da criança e quanto maior a diversidade de grupos de
que participar, mais numerosos serão os parâmetros de relações sociais, o que
tende a enriquecer sua personalidade. Cabe, por fim, dizer que a leitura deste
pequeno livro fornece não somente informações e explicações muito relevantes
acerca das características da atividade da criança nas várias fases do seu
desenvolvimento - quando e como este desenvolvimento se dá -, mas também
procura demonstrar - de maneira bem mais sucinta, é verdade? As dimensões
político-sociais da educação, melhor conscientizando o leitor de que entre o regime
político de determinada sociedade e o sistema educacional nela vigente a relação
não é meramente causalidade, de modo que, mesmo que não seja notado
explicitamente, a educação tem sempre um papel político, já que os regimes
políticos invariavelmente prolongam seus objetivos à educação.

SAYEGH, Flávia. Relação entre desenvolvimento e aprendizagem para Piaget e


Vygotsky. Publicado em 15/10/2006.

A autora descreve que Piaget escreveu sobre a interação entre indivíduo e


meio constituída através de dois processos: organização interna das experiências e
adaptação ao meio. Piaget não deu ênfase aos valores sociais e culturais no
desenvolvimento da inteligência, pressupostos escritos por Vygotsky. Ela disserta
que as diferenças entre os dois autores parecem ser muitas, mas eles partilham de
pontos de vista semelhantes. Ambos entenderam o conhecimento como adaptação
e como construção individual e compreenderam a aprendizagem e o
desenvolvimento como autorregulados. Discordaram quanto ao processo de
construção desse conhecimento, ambos viram o desenvolvimento e a aprendizagem
da criança como participativa, não ocorrendo de maneira automática. Nesse sentido
a criança transforma aquilo que aprende de acordo com sua capacidade interna e
nata, tornando-se transformadora da aprendizagem, criadora, se essa capacidade
de aprendizagem e oportunidade lhe for oferecida.

Pensando nisso ela aborda que Vygotsky e Piaget estavam preocupados com
o desenvolvimento intelectual, porém cada um começou e perseguiu por diferentes
questões e problemas. Piaget estava interessado em como o conhecimento é
adquirido ou construído, onde a teoria é um acontecimento da invenção ou
construção que ocorre na mente do indivíduo, Vygotsky estava preocupado com a
questão de como os fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento
intelectual.
A teoria de Vygotsky é uma teoria de transmissão do conhecimento da cultura
para a criança, os indivíduos interagem com agentes sociais mais lecionados, como
professores e colegas. As crianças constroem e internalizam o conhecimento que
esses seres instruídos possuem. Enquanto que Piaget, não acreditava que a
transmissão direta desse tipo fosse viável. Para ele as crianças adquirem uma forma
própria de se desenvolver no social, mediante a construção pessoal desse
conhecimento. Piaget aprovou a construção individual como singular e diferente,
embora comumente ligada e próxima daquela da cultura, com isso a criança tem a
chance de errar e construir sendo assim esse material será muito útil na construção
do artigo, pois permitirá relacionar as questões que envolvem teoria e prática.

TAILLE, Y. de L .; OLIVEIRA, M. K; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias


psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.

La Taille considera que nada há de mais injusto que a crítica feita a Piaget de
desprezar o papel dos fatores sociais no desenvolvimento humano. O máximo que
se pode dizer é que Piaget não se deteve sobre a questão, mas, o pouco que
levantou é de suma importância. Para o autor, o postulado de Wallon de que o
homem é “geneticamente social” (impossível de ser pensado fora do contexto da
sociedade) também vale para a teoria de Piaget, pois são suas palavras: “desde o
nascimento, o desenvolvimento intelectual é, simultaneamente, obra da sociedade e
do indivíduo” (p.12).
Para Piaget, o homem não é social da mesma maneira aos seis meses ou
aos vinte anos. A socialização da inteligência só começa a partir da aquisição da
linguagem. Assim, no estágio sensório-motor a inteligência é essencialmente
individual, não há socialização. No estágio pré-operatório, as trocas intelectuais
equilibradas ainda são limitadas pelo pensamento egocêntrico (centrado no eu): as
crianças não conseguem seguir uma referência única (falam uma coisa agora e o
contrário daí a pouco), colocar-se no ponto de vista do outro e não são autônomas
no agir e no pensar. No estágio operatório-concreto, começam a se efetuar as trocas
intelectuais e a criança alcança o que Piaget chama de personalidade – o indivíduo
se submetendo voluntariamente às normas de reciprocidade e universalidade. A
personalidade é o ponto mais refinado da socialização: o eu renuncia a si mesmo
para inserir seu ponto de vista entre os outros, em oposição ao egocentrismo, em
que a criança elege o próprio pensamento como absoluto. O ser social de mais alto
nível é aquele que consegue relacionar-se com seus semelhantes realizando trocas
em cooperação, o que só é possível quando atingido o estágio das operações
formais (adolescência).

Embora tudo pareça resumir-se à relação sujeito-objeto, para La Taille, as


operações mentais permitem o conhecimento objetivo da natureza e da cultura e
são, portanto, necessidades decorrentes da vida social. Para ele, Piaget não
compartilha do “otimismo social” de que todas as relações sociais favorecem o
desenvolvimento. Para La Taille, a peculiaridade da teoria piagetiana é pensar a
interação pela perspectiva da ética (igualdade, respeito mútuo, liberdade, direitos
humanos). Ser coercitivo ou cooperativo depende de uma atitude moral, sendo que
a democracia é condição para o desenvolvimento da personalidade. Diz ele: “A
teoria de Piaget é uma grande defesa do ideal democrático” (p. 21).

A perspectiva de Vygotsky é sempre a da dimensão social do


desenvolvimento. Para ele, o ser humano constitui-se como tal na sua relação com o
outro social; a cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico
que molda o funcionamento psicológico do homem ao longo do desenvolvimento da
espécie (filogenética) e do indivíduo (ontogenética). O ser humano tem, assim, uma
dupla natureza: membro de uma espécie biológica que só se desenvolve no interior
de um grupo cultural.

Vygotsky rejeitou a ideia de funções fundamentais fixas e imutáveis,


“trabalhando com a noção do cérebro como um sistema aberto, de grande
plasticidade, cuja estrutura e modos de funcionamento são moldados ao longo da
história da espécie e do desenvolvimento individual” (p. 24). Para ele, o cérebro é
formado por sistemas funcionais complexos, isto é, as funções não se localizam em
pontos específicos, mas se organizam a partir da ação de diversos elementos que
atuam de forma articulada. O cérebro tem uma estrutura básica, resultante da
evolução da espécie, que cada membro traz consigo ao nascer. Essa estrutura pode
ser articulada de diferentes formas pelo sujeito, isto é, um mesmo problema pode
ser solucionado de diferentes formas e mobilizar diferentes partes do cérebro.

Há uma forte ligação entre os processos psicológicos e a inserção do


indivíduo num contexto sócio histórico específico. Instrumentos e símbolos
construídos socialmente é que definem quais possibilidades de funcionamento
cerebral serão concretizadas. Vygotsky apresenta a ideia de mediação: a relação do
homem com os objetos é mediada pelos sistemas simbólicos (representações dos
objetos e situações do mundo real no universo psicológico do indivíduo), que lhe
possibilita planejar o futuro, imaginar coisas, etc.

Em resumo: operar com sistemas simbólicos permite o desenvolvimento da


abstração e da generalização e define o salto para os processos psicológicos
superiores, tipicamente humanos. Estes têm origem social, isto é, é a cultura que
fornece ao indivíduo o universo de significados (representações) da realidade. As
funções mentais superiores baseiam-se na operação com sistemas simbólicos e são
construídas de fora para dentro num processo de internalização, construir sendo
assim esse material será muito útil na construção do artigo, pois permitirá relacionar
as questões que envolvem teoria e prática.

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