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Anotações de aula
Kant e o direito
Kant acreditava que o direito cosmopolita deveria se perpassar entre as nações
devido ao aumento de desigualdade social e pluralidade econômica, então o
direito cosmopolita tem como base envolver o direito de todos os cidadãos do
mundo em volta do que seria um “direito clássico universal” e paz deveria ser
positiva e cosmopolita, algo que perpassasse um único ambiente. Logo, o
Direito Público compreende o direito do Estado, direito das gentes, e o direito
cosmopolita, onde cada nível é linkado ao outro e coexistem entre si, na
concepção de Immanuel Kant existiria um direito comum a todos, por sua vez,
“cidadãos do mundo”, que deve ter pra isso, uma aliança de povos, que seria
diferente de um Estado de povos, o que traria ao lado de cada Estado uma
“sociedade cosmopolita”, onde o cidadão não seria apenas membro do seu
Estado mas de uma sociedade maior, como uma condição positiva para a paz,
em que termos de hospitalidade deverão ser negociados. Kant através do
Direito Cosmopolita usa um argumento pacifico para a construção de um direito
igual a todos os cidadãos do mundo, porém como é salientado no final do
vídeo, tudo isso depende na atualidade, de uma análise das lutas para sua
efetivação.
Foucault e o Poder
Para Foucault, não existe poder, ao menos não da forma clássica muito
difundida por muitos especialistas, e sim, relações de poder, o que é explicitado
por sua concepção de biopoder que seria a pratica do estados modernos e a
regulamentação de inúmeras técnicas para exercer a subjugação dos corpos e
portanto, o controle de sua população que seria a forma de governar a vida,
suplantada não pelo o poder em seu conceito, mas por relações de poder
estruturais, o que perpassa por poder disciplinar, este que é feito não através
de uma forma direta, punindo, negando e proibindo, mas adestrando e
produzindo um cidadão dócil, de forma que não se detém o poder, mas se
exerce, e para exercer poder, precisamos de uma ligação de coexistência,
precisa se acreditar no poder, para se sentir dominado por ele, como exemplo,
temos a concepção de Estado, o Estado em seu campo físico não existe, o que
nos leva enquanto cidadãos a crer no Estado e na sua força, é sobretudo
acreditar na sua existência através dos seus braços, sejam eles ideológicos ou
armados, portanto a crença no “poder” do Estado, é a crença nas relações de
poder por ele sustentadas, poder é força, e uma força que não se manifesta no
singular mas sim em conjunto com outros elementos em que o poder se
relaciona com relações de poder que mostram suas forças ao disciplinar, coagir
e controlar os indivíduos da sociedade.
Tocqueville e a democracia americana
Tocqueville defende que a democracia parte de uma igualdade de condições,
se atendo ao cuidado do individualismo superar a democracia, afinal em sua
ida aos Estados Unidos, ele percebeu que a democracia americana, seu foco
de estudo, era desprendida de bens e valores, e até da política dos clássicos
gregos, Tocqueville estudou a democracia como uma forma de religião local,
estado social, em que diz também que a “democracia é uma maneira de ser da
sociedade, e a soberania do povo é uma forma de governo”, Tocqueville
também distinguia individualismo de egoísmo dentro de um regime
democrático, e considerava a população americana solidaria quando
necessária um com outros, na maior parte de sua essência. Tocqueville
defendia que o processo da civilização tenderia a igualdade, mas que o avanço
da população a essa igualdade teria que enfrentar a velha ordem que resiste,
que ocupa espaços de poder, que na sua visão foi o que aconteceu na
Revolução.