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Aluna: Renata Karoline da Silva Santos

Anotações de aula

Kant e o direito
Kant acreditava que o direito cosmopolita deveria se perpassar entre as nações
devido ao aumento de desigualdade social e pluralidade econômica, então o
direito cosmopolita tem como base envolver o direito de todos os cidadãos do
mundo em volta do que seria um “direito clássico universal” e paz deveria ser
positiva e cosmopolita, algo que perpassasse um único ambiente. Logo, o
Direito Público compreende o direito do Estado, direito das gentes, e o direito
cosmopolita, onde cada nível é linkado ao outro e coexistem entre si, na
concepção de Immanuel Kant existiria um direito comum a todos, por sua vez,
“cidadãos do mundo”, que deve ter pra isso, uma aliança de povos, que seria
diferente de um Estado de povos, o que traria ao lado de cada Estado uma
“sociedade cosmopolita”, onde o cidadão não seria apenas membro do seu
Estado mas de uma sociedade maior, como uma condição positiva para a paz,
em que termos de hospitalidade deverão ser negociados. Kant através do
Direito Cosmopolita usa um argumento pacifico para a construção de um direito
igual a todos os cidadãos do mundo, porém como é salientado no final do
vídeo, tudo isso depende na atualidade, de uma análise das lutas para sua
efetivação.
Foucault e o Poder
Para Foucault, não existe poder, ao menos não da forma clássica muito
difundida por muitos especialistas, e sim, relações de poder, o que é explicitado
por sua concepção de biopoder que seria a pratica do estados modernos e a
regulamentação de inúmeras técnicas para exercer a subjugação dos corpos e
portanto, o controle de sua população que seria a forma de governar a vida,
suplantada não pelo o poder em seu conceito, mas por relações de poder
estruturais, o que perpassa por poder disciplinar, este que é feito não através
de uma forma direta, punindo, negando e proibindo, mas adestrando e
produzindo um cidadão dócil, de forma que não se detém o poder, mas se
exerce, e para exercer poder, precisamos de uma ligação de coexistência,
precisa se acreditar no poder, para se sentir dominado por ele, como exemplo,
temos a concepção de Estado, o Estado em seu campo físico não existe, o que
nos leva enquanto cidadãos a crer no Estado e na sua força, é sobretudo
acreditar na sua existência através dos seus braços, sejam eles ideológicos ou
armados, portanto a crença no “poder” do Estado, é a crença nas relações de
poder por ele sustentadas, poder é força, e uma força que não se manifesta no
singular mas sim em conjunto com outros elementos em que o poder se
relaciona com relações de poder que mostram suas forças ao disciplinar, coagir
e controlar os indivíduos da sociedade.
Tocqueville e a democracia americana
Tocqueville defende que a democracia parte de uma igualdade de condições,
se atendo ao cuidado do individualismo superar a democracia, afinal em sua
ida aos Estados Unidos, ele percebeu que a democracia americana, seu foco
de estudo, era desprendida de bens e valores, e até da política dos clássicos
gregos, Tocqueville estudou a democracia como uma forma de religião local,
estado social, em que diz também que a “democracia é uma maneira de ser da
sociedade, e a soberania do povo é uma forma de governo”, Tocqueville
também distinguia individualismo de egoísmo dentro de um regime
democrático, e considerava a população americana solidaria quando
necessária um com outros, na maior parte de sua essência. Tocqueville
defendia que o processo da civilização tenderia a igualdade, mas que o avanço
da população a essa igualdade teria que enfrentar a velha ordem que resiste,
que ocupa espaços de poder, que na sua visão foi o que aconteceu na
Revolução.

A democracia brasileira e o apagamento da Historiografia


Conforme apresentado no texto de Lilia Schwarz, do livro “O espetáculo das
raças” o Brasil Republicano foi formado pela a perspectiva da geração de 70
que optava por valorizar padrões eugênicos que servissem a um segmento
específico da população baseado em um padrão de ciência retrógrado pela a
estratificação das raças no qual, a “raça” negra foi projetada para ser
subalternizada diante da construção da República no Brasil. Assim sendo,
livros como “História da vida privada" se tornam essenciais para fazer um
resgate historiográfico da população brasileira e seus sentidos criados de
liberdade ofuscados pela a escolha política e de caráter questionável do
população que ocupava espaços de poder já que se buscava ofuscar o papel
da população negra e como Whamyra Albuquerque cita em seu artigo
trabalhado em aula, até o movimento negro que buscava ruptura era apagado
pelo o governo que desejava que a população negra participasse da
construção de nacionalidade de forma branda e não sendo crítica ao Estado
Republicano além de se abrir portas à população imigrante que se possibilitava
mais acesso a cidadania do que a população negra recém libertada. Diante
disso, a República Brasileira passa a ser construída de forma contraditória ao
princípio do latim “coisa pública” ignorando a maior parte da sua população,
restringindo o valor de sua existência e dificultando dessa forma que o Estado
brasileiro se tornasse uma nação.
O regime brasileiro inaugurou sua república pregando um liberalismo que
conforme no texto supracitado não seguia a ideologia liberal, já que buscava
apoiar as elites locais financeiramente, essencialmente as agrárias, além de ter
um sistema de votação baseado no controle de escolha de voto, os aparelhos
políticos também favoreciam os mecanismos conservadores e seu espaço
garantido desde a monarquia dentro do poder. A democracia brasileira excluía
a maior parte da sua população não só no âmbito político, mas também de
representatividade popular já que a grande parte da mesma, além de ser
oprimida era mantida isolada da “urbanização” e “modernização” do país,
buscando formas de vivências alternativas como a existência de Canudos
demostra e a rejeição a forma que se conduziu a revolta as Vacina demostram.
O governo brasileiro não buscou ofertar políticas públicas que auxiliassem sua
população como um todo e sim favorecer espaços de poder de elites de forma
arbitrária e que excluía a maior parte da sua população, fator que coloca o
Brasil até os dias de hoje não só por sua dimensão geografia distante da
consolidação de uma identidade nacional difundida e estabelecida.

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