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O filme “A Cor do Paraíso” é uma emocionante história de um garoto de

aproximadamente oito anos que tem uma deficiência visual. Mohammad frequenta
uma escola no Teerã para crianças cegas e fica por um ano. Durante uma aula a
professora dita um pequeno texto “O sol ilumina a Terra. O sol aquece a Terra e
brilha sobre ela...” no qual seus alunos usam um reglete, uma prancheta com
encaixe para prender uma chapa com furos (celas) e com uma agulha vai sendo
gravado letras em braile e com uma perfeição fora do normal.
Finalmente chega às férias e todas as crianças vão passar três meses com
suas famílias. O único a ficar por último é Mohammad, um sentimento de angústia e
de desprezo vai surgindo nele pela demora de seu pai. À espera de seu pai, ocorre
uma cena muito tocante, o menino escuta o canto de um passarinho e um miar de
um gato. Ele logo sentiu que algo poderia acontecer com o passarinho se ele não
ajudasse. Com uma forte sensibilidade auditiva e sensorial ele vai de encontro ao
passarinho e sobe na árvore que está o ninho e o salva.
Hashem, pai de Mohammad, argumenta com o professor e o diretor que não
tem quem cuide do seu filho depois do falecimento de sua esposa e diz não poder
levá-lo consigo, pois não tem quem o ajude. Porém a escola não tem funcionários
para ficar com o menino em período de férias e logo seu pai é convencido que será
melhor para os dois.
Seu pai muito irritado o leva e nem se emociona com o abraço e o choro do
filho, que fica feliz com sua presença. Durante o percurso para a aldeia, o menino
que está num ônibus coloca sua mão para fora e senti o vento e o cheiro gostoso da
vegetação.
Quando chega enfim em sua casa, Mohammad é recebido com carinho pelas
crianças da aldeia. Suas irmãs ficam emocionadas e leva ele ao encontro de sua
avó amada. A avó o recebe com muito amor e carinho e diz que daria a vida por ele.
O pai do menino esconde da futura família da noiva a existência do seu filho,
por causa de sua condição física. Num misto de ignorância e rejeição ele não aceita
o filho como um ser normal e faz de tudo para afastá-lo de perto de si para não
atrapalhar seus caminhos.
O menino vai ao mar com seu pai, enquanto este trabalha carregando areia,
ele sente as ondas baterem em seus pés e o canto dos pássaros através da
exploração sensorial dos sons. Depois de muita insistência com sua avó que pede
para o professor da escola da aldeia, ele vai a um dia de aula e surpreende a todos.
O professor ao pedir para um aluno ler um texto, este gagueja e Mohammad vai
auxiliando através do seu texto em braile que foi ditado por sua professora é que fala
do Sol. Todos param para escutar, e ficam deslumbrados com a destreza do
menino.
Sem a permissão de sua mãe, Hashem leva Mohammad à força para um
jovem marceneiro cego para torná-lo como aprendiz. O menino sente o forte
desprezo do pai e reclama cadê o Deus Alá, cadê o nosso Deus. O jovem
marceneiro explica a ele que Deus é invisível e para sentir a presença dele basta
sentir o sol aquecer sua pele.
Sua avó querida adoece e Hashem questiona sua mãe se quer que trouxesse
de volta Mohammad e ela então diz se preocupar somente com o seu futuro e não
com o menino e vindo a morrer depois de alguns dias. Neste momento, o menino
que está diante de um lago sente a forte presença de Alá através dos raios solares
que transbordam em seu corpo. A família da noiva desfaz o casamento por achar
que não é de bom pressentimento à morte da avó e por descobrirem a verdade
sobre o menino. Desesperado, Hashem vai buscar Mohammad e quase desiste,
mas senti que falhou com o menino.
Ao voltarem para a aldeia, passam por uma ponte estreita, o menino que está
em cima do cavalo cai no rio e seu pai pula para salvá-lo, mas a correnteza é forte e
ele não consegue ir de encontro ao seu filho. Os dois são arrastados até a beira mar
e seu pai ao despertar encontra Mohammad desmaiado. Desesperado pega no seu
colo e chora, o menino chega a mexer seus dedos da mão e nessa hora o Sol bate
em seus dedos e ele sente Deus.
O pai que tanto temia qual seria seu futuro carregando como um fardo pesado
seu filho deficiente, e quem tomaria conta quando este fosse velho, desprezou a
tudo e a todos e por fim acabou perdendo as pessoas que mais o amava e sentia
orgulho dele. A hostilidade do pai não deixou ele perceber que a pior cegueira é
aquela que não enxerga com o coração, a pureza e a esperança de dias melhores
virão e poder sentir num ser tão indefeso como seu filho a grandeza de espírito e a
gratificação do amor eterno.

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