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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

SEM 5766 – ANÁLISE MODAL DE ESTRUTURAS

Aula # 1 – Revisão de Conceitos – 01 GDL

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 1 Prof. Paulo S. Varoto


As Rotas da Análise Modal
ANÁLISE MODAL TEÓRICA

Descrição da Modos de Níveis de


estrutura vibrar resposta

Modelo Modelo Modelo de


Espacial Modal Resposta
[M] [C] [K] ωr [Φ] αjk(ω) h(t)

ANÁLISE MODAL EXPERIMENTAL

Medidas Modos de Modelo


da resposta vibrar estrutural

Modelo de Modelo Modelo


Resposta Modal Espacial

αjk(ω) h(t) ωr [Φ] [M] [C] [K]

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Objetivos

Objetivo principal desta aula é realizar uma revisão de conceitos


básicos da teoria de vibrações mecânicas relacionados com sistemas
de 01 Grau de Liberdade (01 GDL). Serão cobertos os seguintes principais
tópicos:

•  Resposta livre
•  Determinação experimental do fator de amortecimento modal
•  Resposta forçada harmônica – conceito de FRF
•  Propriedades da FRF
•  Excitação sísmica – conceito de transmissibilidade

Bibliografia:

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PARTE I

SISTEMAS COM 01 GDL

RESPOSTA LIVRE

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Revisão – Sistemas com 01 GDL

Modelo de 01 GDL com amortecimento viscoso:

u (t)
k

//\\//\\
p (t)
m c

//\\//\\
//\\//\\ //\\//\\

Equação de movimento: 2a de Newton

 
∑ F = mu

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Cont. ...
Obtém-se então a seguinte equação diferencial do movimento:

mu + cu + ku = p(t ) Eq. 1

Onde:
•  mu é o termo de inércia
•  cu é a força de amortecimento viscoso
•  ku é a força de mola
•  p (t ) é a força de excitação externa

A Eq. 1 admite as seguintes condições iniciais


u (0) = u0 Posição em t = 0

u (0) = u0 Velocidade em t = 0

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Cont. ...
A Eq. 1 pode ser reescrita em função dos chamados parâmetros modais:

2 ⎛ ωn 2 ⎞
u + 2ςωn u + ωn u = ⎜ ⎟ p(t ) Eq. 2
⎜ k ⎟
Onde : ⎝ ⎠

k
ωn 2 = Freqüência natural não amortecida do sistema em rad/s
m (Propriedade do sistema que depende somente da massa e rigidez e não é função
da excitação)

c
ς= Fator ou razão de amortecimento viscoso (admensional)
ccr (Propriedade mensurável do sistema que exprime dissipação de energia)

2k
ccr = 2mωn = = 2 km Constante de amortecimento crítico em Ns/m
ωn

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01 GDL – Resposta Livre
A solução da Eq. 2 é dada pela soma das soluções particular e complementar:

u (t ) = u p (t ) + uc (t ) Eq. 3

Onde:
•  up(t) é a solução permanente ou de regime e depende somente da excitação p(t)

•  uc(t) é a solução complementar ou homogênea e depende das CIs


Para o caso da vibração livre, consideramos p(t) = 0 e então

u + 2ςωn u + ωn 2u = 0 Eq. 4

E a solução geral da Eq. 4 é dada por:

u (t ) = C e s t Eq. 5

Substituindo, vem :

( s 2 + 2ςωn s + ωn 2 )C e s t = 0 Eq. 6

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Cont. ...
Desta última Eq. 6 obtemos a Equação Característica do Sistema Amortecido, que
é dada por
s 2 + 2ςωn s + ωn 2 = 0 Eq. 7

Esta última Eq. 7 é de fundamental importância nos estudos da vibração livre e


também no controle da vibração. Conforme será visto, suas raízes fornecem
informação importante sobre características físicas do sistema.

Na teoria de controle clássico tais raízes são denominadas pólos do sistema e


fornecem informações sobre a estabilidade do sistema. Estas raízes são geralmente
complexas e possuem parte real negativa para sistemas estáveis !
Im

Pólos do Re
sistema

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Resposta Livre Não Amortecida
u
Neste caso fazemos ζ = 0 na Eq. 4, obtendo assim k
m
u + ωn 2u = 0 Eq. 8

E a correspondente equação característica não amortecida é a seguinte

s 2 + ωn 2 = 0 Eq. 9

Cujas raízes são dadas por: i = −1


Eq. 10
s1,2 = ± iωn
As raízes da eq. característica do sistema
E recordando que são complexas conjugadas e imaginárias
puras. Elas são também dadas em função
k da frequência natural não amortecida
ωn = do sistema !
m
Eq. 11

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Cont. ...
Então, uma vez que temos duas raízes complexas e conjugadas, a solução da
Eq. 8 que é a Eq. 5 é reescrita como
Esta é na verdade uc(t) de u(t) = uc(t) + up(t)

u (t ) = C1eiωnt + C2 e −iωnt Eq. 12

Onde C1 e C2 são constantes de integração e dependem das condições iniciais.

A solução para u(t) pode ser reescrita como:

u (t ) = A1 cos ωnt + A2 sen ωnt Eq. 13

Onde a Eq. 13 foi obtida com o auxílio das Relações de Euler

e ±iθ = cos θ ± i senθ Eq. 14

Agora, as constantes A1 e A2 são dadas por:


u (0) = u0 = A1
u (0) = u0 = A2ωn Eq. 15

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Cont. ...
Então, em função dos parâmetros físicos temos:
O sistema vibra na sua
freqüência natural não
! u0 $ amortecida !
u(t) = u0 cosω nt + # & sen ω nt Eq. 16
" ωn %
Um exemplo gráfico
2π Período natural não
10 u0 Tn = amortecido [s] Eq. 17
ωn
5
U
u0 α / ωn ω Frequência natural
f n = T1 = 2πn
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
n não amortecida [Hz] Eq. 18
Deslocamento

5
1/2
10
Tn
Tempo
U= ( A12 + A22 ) Módulo Eq. 19

α ângulo de fase
Outra forma da solução
" α %
u(t) = U cos(ω nt − α ) = U cosω n $ t − ' Eq. 20
# ω n&

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Resposta Livre Amortecida

Neste caso, a equação de movimento livre é dada por

u + 2ςωn u + ωn 2u = 0 Eq. 21

E como no caso não amortecido assumimos a solução como

u (t ) = C e s t Eq. 22

Substituindo-se a Eq. 22 na Eq. 21 temos

( s 2 + 2ςωn s + ωn 2 )C e s t = 0 Eq. 23

De onde obtemos a equação característica do sistema amortecido

s 2 + 2ςωn s + ωn 2 = 0 Eq. 24

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Cont. ...
Neste caso, a equação característica do sistema, Eq. 24 possui duas raízes
complexas conjugadas da seguinte forma

s1,2 = −ςωn ± ωn ς 2 − 1 Eq. 25

O valor do fator de amortecimento ζ define três casos possíveis:

ς =1
0.5
•  Sub Amortecido: 0 ≤ ς ≤ 1
0 •  Criticamente Amort.: ς = 1
•  Sobre Amortecido: ς > 1
0.5 ς >1
ς <1
1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

Veremos cada um destes casos individualmente em seguida

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Cont. ... Para a Análise
Modal
a) Sistema sub amortecido ζ < 1 o mais importante !

Neste caso, escrevemos as raízes da equação característica como:

s1,2 = −ςωn ± i ωd Eq. 26

Onde neste caso, a constante ωd é frequencia natural amortecida (rad.s-1) do


sistema:
ωd = ωn 1 − ς 2 Eq. 27

E o período natural amortecido Td é dado por


Td = Eq. 28
ωd

Deve-se notar que este caso (ζ < 1) é o caso mais importante sob o ponto de
vista experimental e prático. As grandezas ωd e Td são as grandezas mensuráveis
nos problemas reais.

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Cont. ...
A solução para a vibração livre é então escrita como (Eq. 22):

u (t ) = e −ς ωn t ( A1 cos ωd t + A2 sen ωd t ) Eq. 29

Ou então em função das CIs

−ςωnt ⎡ ⎛ u0 + ςωnu0 ⎞ ⎤


u (t ) = e ⎢u0 cos ωd t + ⎜⎜ ⎟⎟ sen ωd t ⎥ Eq. 30
⎣ ⎝ ωd ⎠ ⎦
1
Td
e −ς ω n t O sistema vibra na
freqüência natural
0.5

Amortecida !
0
uc

0.5
Td

1
e −ς ω n t
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Tempo (s)

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Cont. ...
Outra forma de escrevermos a solução seria:

u (t ) = Ue −ς ωn t cos(ωd t − α ) Eq. 31

Com:
2
⎛ u + ςωnu0 ⎞
U 2 = u0 2 + ⎜⎜ 0 ⎟⎟ Magnitude Eq. 32
⎝ ωd ⎠

u + ςωnu0
tg α = 0 Ângulo de Eq. 33
ωd u0 fase

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Cont. ...
a) Sistema criticamente amortecido ζ = 1
As raízes da equação característica são dadas por
s = −ςωn Eq. 34

E a solução fica:
u (t ) = (C1 + C2t ) e −ςωnt Eq. 35

Ou em função das condições iniciais

u (t ) = [u0 + (ςωnu0 ) t ] e −ςωnt Eq. 36

b) Sistema sobre amortecido ζ > 1


Definimos:
freqüência natural amortecida
ω * = ωn ς 2 − 1 para ζ > 1 Eq. 37

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Cont. ...
E a solução é então dada por

u (t ) = e −ςωnt (C1 cosh ω *t + C2 senh ω *t ) Eq. 38

Exemplos
1

ζ=1
Amplitude [mm]

0.5
ζ = 1,5

ζ = 2,0

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

Tempo [s]

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Determinação Experimental do Amortecimento

Consiste em utilizar a resposta livre amortecida do sistema de 01 para se


obter estimativas do fator de amortecimento modal ζ. Denomina-se de Método
do decaimento logarítmico.

0.5
e −ς ω n t
uP
uQ
0
uc

t0 t1

0.5

e −ς ω n t
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Tempo (s)

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Cont. ...
Toma-se as amplitudes do movimento no início e no final de um ciclo, uP e uQ,
respectivamente. Então, temos com base na Eq. 31

u P (t ) = Ue −ς ωn t P cos(ωd t − α ) Eq. 39

u (t ) = Ue −ς ωn t cos(ωd t − α )

−ς ωn tQ
uQ (t ) = Ue cos(ωd t − α ) Eq. 40

Agora: uP
= eςωnTd Eq. 41
uQ
O decremento log é então definido por
⎛ u P ⎞ 2π
δ = ln⎜⎜ ⎟⎟ = ςωnTd Td = Eq. 42
2
⎝ uQ ⎠ ωn 1 − ς

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Cont. ...
Então, das Eqs. 28 e 42 obtemos
2πς
δ = ςωnTd = Eq. 43
2
1−ς

De onde obtemos o valor de ζ. Para valores de ζ < 0,2


δ ≅ 2πς Eq. 44

Que é equivalente a

⎛ 1 ⎞ ⎛⎜ u P ⎞⎟
ς ≅ ⎜ ⎟ ln⎜ ⎟ Eq. 45
⎝ 2π ⎠ ⎝ uQ ⎠

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PARTE II

SISTEMAS COM 01 GDL

RESPOSTA FORÇADA
•  Resposta harmônica – conceito de FRF
•  Resposta à excitação qualquer – Laplace, Fourier
Duhamel •  senoidal
•  impulso
•  aleatória
u + cu + ku =
m •  pseudo-aleatória
•  chirp
•  degrau
•  rampa
•  acústica

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Relação entre Domínios

Função Transferência
FT

DOMÍNIO
DE
s = iω

L LAPLACE

L-1

DOMÍNIO F DOMÍNIO
DO DA
TEMPO FREQUÊNCIA

F -1
Equações Função Resposta em
Diferenciais Freqüência
Tranformada de FRF
Fourier

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Resposta Harmônica

Será considerado inicialmente o modelo com amortecimento viscoso:

u (t)
k

//\\//\\
p (t)
m c

//\\//\\
//\\//\\ //\\//\\

Com o seguinte modelo de excitação:

jω t •  p0 – amplitude da força
p (t ) = p0 e •  ω – freqüência do distúrbio Eq. 46

harmônico

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Cont. ...
A equação de movimento é escrita como:
u + cu + ku = p0 e jω t
m Eq. 47
Estudaremos o
Ou em função dos parâmetros modais: caso onde ζ < 1 !
# ω2 &
u + 2ςω n u + ω n u = % n (
2
p0 e jω t Eq. 48
% k (
$ '

Baseado na hipótese de linearidade do sistema, assumimos uma solução da forma

u(t) = U 0 e jω t Eq. 49

A qual quando substituída na Eq. 34 fornece a solução para a amplitude U0


p0
U0 = k
p0 # &
2
# ω &
U0 = ω
1− % + j2ζ %
Eq. 51 k − mω 2 + jcω (
$ ωn '
(
$ ωn ' Eq. 52

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Cont. ...
De onde extraímos a FRF do sistema

U 1
H (ω ) = (ω ) = Eq. 53
U0 1 − r 2 + j 2ς r

Onde r = ω/ωn é denominada razão admensional de freqüências

A última expressão também pode ser expressa em termos dos parâmetros


físicos do sistema

1 N (ω )
H (ω ) = =
k − mω 2 + jcω D(ω ) Eq. 54

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Cont. ...
Conforme mostra a última expressão, a FRF agora representa um quociente de
dois polinômios complexos, sendo eles N(ω) e D(ω). Para o caso do polinômio
do denominador, temos

D(ω ) = R(ω ) + j I (ω ) Eq. 55

onde
D(ω ) = k − mω 2 Sua raiz fornece ωn !

I (ω ) = cω Relacionado com o amortecimento do sistema !

Já o polinômio do numerador é uma constante para o caso do sistema com 01 GDL !

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Cont. ...
Portanto, quando escrevemos a excitação do sistema na forma de uma
exponencial complexa, a solução para a FRF do sistema é essencialmente a
mesma, com exceção de que agora H(ω) é uma função complexa da
freqüência de excitação.
1
H (ω ) = Eq. 56
2 2 2 2
(k − mω ) + c ω
1
H (ω ) =
k − mω 2 + jcω

⎛ cω ⎞
α ( ω ) = tan −1 ⎜ 2
⎟ Eq. 57
⎝ k − mω ⎠

Vejamos a ilustração gráficas destas duas últimas expressões em função de ω !

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Gráficos de H(ω)
30

25

ζ = 0,1
20

Magnitude
15
ζ = 0,6
10

1/ k
H (ω ) = 2 2 2 5
(1 − r ) + (2ς r )
0
0 0.5 1 1.5 2
200

ζ = 0,1
Ângulo de
150
Fase
100

2ς r
tan α =
1− r2 50 ζ = 0,6

Mais comentários adiante ! 0


0 0.5 1
r 1.5 2

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Cont. ...
A solução de regime permanente do sistema assume u p (t,ω ) = H (ω ) p0 e jω t
1 jωt
u p (t ) = p0 e
k − mω 2 + jcω Eq. 58

E a solução completa fica então

−ςω nt
( " u0 + ςω nu0 % + jω t
u(t) = e *u0 cosω d t + $ ' sen ω d t - + p0 H (ω )e Eq. 59
) # ωd & ,

1
Deslocamento [m]

2
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo [s]

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O Fenômeno do Batimento (“Beating”)
Fenômeno interessante: Batimento
Ocorre quando ω ≅ ωd na Eq. 25
1

0.5
Deslocamento [m]

0.5

1
0 50 100 150 200 250 300
Tempo [s]

0.5

0.5

1
0 20 40 60 80 100 120

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Resposta Ressonante

A condição de ressonância é atingida quando a freqüência de excitação


iguala-se à freqüência natural do sistema, ou seja,
1 Eq. 60
H (ω ) r =1 =

O valor de r para o qual a FRF atinge seu valor máximo (valor de pico) é
obtido a partir de

rpico = (H (ω )) = 0 Eq. 61
∂r
Esta derivada fornece
rpico = 1 − 2ς 2 rpico ≠ 1 ! Eq. 62

1 1 ωn
E H (ω ) max = =
2ς 1 − ς 2 2ς ωd Eq. 63

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Cont. ...
50

Deslocamento [m]
Não
0 Amortecido
Eq. 32

50
0 2 4 6 8 10
Tempo [s]

10
1

5
Deslocamento [m]

0 Amortecido
Eq. 31
5

10
0 1 2 3 4 5
Tempo [s]

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Propriedades Importantes da FRF

Como visto antes, a resposta de regime à entrada harmônica pode ser escrita
u (t ) = H (ω ) p0 e jωt = H (ω ) p0 e j(ωt −α ) Eq. 64

Sendo o ângulo de fase dado por


cω 2ς r
tgα = = Eq. 65
k − mω 2 1 − r 2
Duas outras FRF comumente usadas são as FRF de mobilidade e acelerância:

•  Mobilidade: A variável de saída é a velocidade V = jωU

Y ( ω ) = jω H ( ω ) = ω H ( ω )e jα Eq. 66

•  Acelerância: A variável de saída é a aceleração A = (jω)2U

A( ω ) = jωY ( ω ) = −ω 2 H ( ω ) Eq. 67

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Diagrama de Bode
É uma representação gráfica da amplitude e fase da FRF como função da
frequência de excitação.
1
Equação da FRF: H ( ω ) =
k − mω 2 + j cω
linear logarítmica
1 ⎛ 1 ⎞
a) Quando ω <<< ωn : H( ω ) ≈ log ⎜ ⎟ = − log ( k ) Eq. 68
k ⎝ k ⎠

1 ⎛ 1 ⎞
b) Quando ω >>> ωn : H( ω ) ≈ log ⎜ ⎟ = − log ( m ) − 2 log ( ω ) Eq. 69
mω 2 ⎝ mω 2 ⎠

1 ⎛ 1 ⎞
c) Quando ω = ωn : H( ω ) = log ⎜ ⎟ = − log ( c ) − log ( ω )
cω ⎝ cω ⎠ Eq. 70

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Cont. ...

Exemplo 1: 01 GDL viscoso - FRF Receptância

4
1 10
B amortecimento
massa
5
1 10
|H( ω )| (m/N)

A rigidez

6
1 10

7
1 10 3
10 100 1 10
Frequência [rad/s]

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Cont. ...
Exemplo 2: 01 GDL viscoso - FRF Mobilidade

0.01
B amortecimento
massa

0.001
|Y( ω )| (m/s/N)

4 rigidez
1 10

5
1 10 3
10 100 1 10
Frequência [rad/s]

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Cont. ...
Exemplo 3: 01 GDL viscoso - FRF Acelerância

1
amortecimento B rigidez

0.1
|H( ω )| (m/s2/N)

massa A

0.01

0.001 3
10 100 1 10
Frequência [rad/s]

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Cont. ...
Exemplo 4: Real/Imaginário - Receptância
5
5 10
Real [m/N]

5
5 10 3
10 100 1 10
Frequência [rad/s]

0.0001
Imaginário [m/N]

0.0001 3
10 100 1 10
Frequência [rad/s]

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Cont. ...
Exemplo 5: Diagrama de Nyquist - viscoso

Receptância Mobilidade
0 0.004
Im

5
B
2 10 0.002
O
5 C B
0

Im
4 10
A=D

6 10
5 A D 0.002
C
Real Real
5 0.004
8 10 5 5 5 5 0 0.002 0.004 0.006 0.008
4 10 2 10 0 2 10 4 10

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01 GDL – Amortecimento Histerético ou Estrutural

O modelo de amortecimento histerético (estrutural) é aquele onde a força de


amortecimento é proporcional ao deslocamento mas em fase com a velocidade:

u
fD = ς k u
u Eq. 71

Logo a Equação de movimento para o sistema de 01 GDL fica

u
mu + ς k u + ku = p(t ) Eq. 72
u

Outra maneira de escrever a equação de movimento é usando o conceito de rigidez


complexa
f D (t ) = jη ku(t ) Eq. 73

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 42 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Assim temos a nova equação de movimento para excitação harmônica

mu + k (1 + jη ) u = p0 e jω t Eq. 74

Assumindo uma solução da forma

u (t ) = U 0 e j ω t Eq. 75

Temos como solução para a amplitude de vibração

p0 1/ k
U0 = = F0 Eq. 76

k − mω 2 + jkη 1 − (ω / ωn ) 2 + jη
E a FRF do sistema com amortecimento histerético é
1/ k
H (ω ) = Importante: a parte imaginária
Eq. 77
1 − (ω / ωn ) 2 + jη de H(ω) não depende de ω !

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Cont. ...
Gráfico:
1

η1 = 0.01

0.1 1/ k
H (ω ) =
1 − (ω / ωn ) 2 + jη

0.01 η4 = 0.25

0.001
0 50 10 0 15 0 20 0 25 0

Frequência [Hz]
0

50

10 0
0 50 10 0 15 0 20 0 25 0

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 44 Prof. Paulo S. Varoto


Excitação Sísmica – Isolação de Vibração
Neste caso o modelo é o seguinte

x (t) u (t)
A entrada é o movimento
via suporte, típico em
problemas de isolação ! k

//\\//\\
c m
//\\//\\
//\\//\\ //\\//\\

E a equação de movimento é a seguinte:

k ( x − u ) + c( x − u ) = mu Eq. 78

Definindo agora o deslocamento relativo ente a base e a massa:

z = x −u Eq. 79

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 45 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...

Temos então que a equação de movimento no deslocamento relativo é:

mz + cz + kz = peff (t ) Eq. 80

O lado direito da Eq. 80 é o carregamento efetivo que é dado por:

peff (t ) = −mx Eq. 81

Observem que esta ¨força efetiva¨ é na verdade uma pseudo força de inércia, pois
é dada pelo produto da aceleração da base pela massa m ! E portanto, a massa
responde à esta força como sendo a fonte de distúrbio do sistema. De forma
alternativa, podemos expressar a equação de movimento, Eq. 80 em função do
deslocamento absoluto da massa m. Neste caso temos:

mu + cu + ku = kx + cx Eq. 82

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 46 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Comparando-se os dois modelos acima descritos, Eq. 80 e Eq. 81, temos:

mz + cz + kz = peff (t ) Eq. 83 mu + cu + ku = kx + cx Eq. 84

•  Descrita em termos do deslocamento •  Descrita em termos do deslocamento


relativo z. absoluto u.
•  Experimentalmente requer que x e u •  Experimentalmente requer que apenas
sejam medidos e então z calculado ! u seja medido
•  A excitação é dada pela pseudo força •  A excitação é dada pela soma de parte
de inércia das forças de mola e amortecedor !

Veremos em seguida a solução de ambos os modelos para entradas harmônicas.


Inicialmente, consideramos o modelo descrito pela Eq. 83, definimos

peff (t ) = −mX 0 e jω t Eq. 85

Agora, substituindo-se a Eq. 85 nas Eqs. 83 e 84 e rearranjando temos

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 47 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...

mz + cz + kz = − mω 2 X 0 e jω t Eq. 86


mu + cu + ku = (k + jcω ) X 0 e jω t Eq. 87

Assumindo agora soluções harmônicas em z e u

z (t ) = Z 0 e jω t Eq. 88 u (t ) = U 0 e jω t Eq. 89

Substituição das Eqs. 88 e 89 nas Eqs. 86 e 87 fornecem as amplitudes

− mω 2 (k + jcω )
Z0 = 2
X0 Eq.90 U0 = X0
k − mω + jcω 2
k − mω + jcω Eq. 91

Reparem que a equação característica nos dois modelos é a mesma !

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 48 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Com base nas Eqs. 74 e 75, podemos definir a Função de Resposta em Freqüência
de Transmissibilidade de Movimento, ou simplesmente Transmissibilidade

Z0 − mω 2 U0 k + jcω
TRr (ω ) = (ω ) = Eq. 92 TRa (ω ) = (ω ) = Eq. 93
X0 k − mω 2 + jcω X0 k − mω 2 + jcω

As FRF definidas pelas Eqs. 92 e 93 são importantíssimas no estudo da isolação


de vibração pois elas definem a quantidade de movimento transmitida pela base
para a massa m por unidade de movimento de entrada no suporte. São grandezas
adimensionais. A Eq. 92 define a transmissibilidade relativa pois a variável de
saída é o movimento relativo (z = x - u) entre a base e a massa m. A Eq. 93 define
a transmissibilidade absoluta, pois é definida em termos do deslocamento
absoluto da massa m. Em função da razão de freqüências r = ω /ωn temos :

− r2 TRa (ω ) =
1 + j 2ςr
TRr (ω ) = 2
Eq. 94 2 Eq. 95
1 − r + j 2ςr 1 − r + j 2ςr

Vejamos agora os gráficos das duas TR(ω)

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 49 Prof. Paulo S. Varoto


Transmissibilidade Relativa
TRr 6

− r2
5 TRr (ω ) =
1 − r 2 + j 2ςr
4

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

200
r

150

100

50

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 50 Prof. Paulo S. Varoto


Transmissibilidade Absoluta
TRa6
U0 k + jcω
(ω ) =
k − mω 2 + jcω
5
X0
4

1
r= 2
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
200
r

150

100

50

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 51 Prof. Paulo S. Varoto


O Método da Transformada de Laplace
A transformada de Laplace de uma função real e contínua por partes é dada por


L[ f (t )] = F (s ) = ∫ f (t )e − st dt t > 0 Eq. 1

Onde s = σ + jω é denominada variável de Laplace, possuindo partes real e


imaginária. O operador L é denominado operador de Laplace. Algumas
características desta transformada na solução de EDOs são:
•  Transforma a EDO em uma equação algébrica !
• Solução completa incluindo as CIs é obtida em um único passo
•  Não existe dúvida de quais CIs deveriam ser usadas, já que a transformada as requer
automaticamente
•  A transformada de Laplace lida com entradas não contínuas de forma mais simplificada
Transformação
Domínio do Domínio de
Tempo => t Laplace => s

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 52 Prof. Paulo S. Varoto


Propriedades Importantes

•  Propriedade da Linearidade

L [a1 f1 (t ) + a2 f 2 (t )] = a1 F1 (s ) + a2 F2 (s ) Eq. 2

•  Diferenciação
df
L ⎡ ⎤ = sF (s ) − f (0 ) Eq. 3
⎢⎣ dt ⎥⎦

⎡ d 2 f ⎤ 2 df
L ⎢ 2 ⎥ = s F s − sf 0 − (0 )
( ) ( ) Eq. 4

⎣ dt ⎦ dt

⎡ d n f ⎤ n n−1 n−2 df d n−1 f


L ⎢ n ⎥ = s F (s ) − s f (0 ) − s (0 ) − … − n−1 (0 ) Eq. 5
⎣ dt ⎦ dt dt

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 53 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
•  Integração

F s ( ) + f −1 (0 )
()
L "# ∫ f t dt $% =
s s
Eq. 6

•  Teorema do atraso no tempo

( ) ( )
L "# f t − a µ t − a $% = e−as F s () Eq. 7

f(t) µ(t)

a t a t

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 54 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Algumas transformadas úteis são dadas abaixo

f(t) F(s)
δ(t)
1
1 1/ s
1 1
t n −1
( n − 1)! sn
s
sen at
s2 + a2
a
cos at
s2 + a2
1
e − at
s+a
t 1
s2

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 55 Prof. Paulo S. Varoto


Resposta ao Degrau Unitário

Neste caso a excitação é dada por:

p(t ) = p0 µ (t ) Eq. 8

Onde p0 é a amplitude e µ(t) é o degrau unitário que tem por definição

µ(t)
µ(t) µ(t-a)
1 ⎧0 t < 0
µ (t) = ⎨ Eq. 9
⎩1 t ≥ 0

a t
Então a equação de movimento é a seguinte
mu + cu + ku = p0 µ (t )
Eq. 10
u (0) = u0 ; u (0) = u0

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 56 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
A Eq. 10 pode ainda ser rescrita como:

2 ⎛ ωn 2 ⎞
u + 2ςωn u + ωn u = ⎜ ⎟ p0 µ (t ) Eq. 11
⎜ k ⎟
⎝ ⎠

Ilustraremos o processo de solução usando as duas técnicas conhecidas.


Inicialmente, pelo método clássico a solução da EDO, Eq. 10 é dada por

u(t ) = uH (t ) + uP (t ) Eq. 12

A solução homogênea uH(t) é obtida a partir da solução da EDO homogênea


associada, como visto anteriormente fazendo-se p(t) = 0. Temos para ζ < 1

u H (t ) = e −ς ωn t ( A1 cos ωd t + A2 sen ωd t ) Eq. 13

Onde A1 e A2 dependem das condições iniciais (ainda não usadas !)

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 57 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Já a solução de regime permanente segue a forma da excitação, ou seja:

p
u P (t ) = 0 Eq. 14
k

E então a solução completa é

−ς ωn t p0
u (t ) = e ( A1 cos ωd t + A2 sen ωd t ) + Eq. 15
k

Agora usamos as condições iniciais do problema para determinar as constantes


de integração A1 e A2
p
A1 = u0 − 0 Eq. 16
k
u0 ⎛ p0 ⎞
ς
A2 = + ⎜ u − ⎟
ωd 2 ⎝ 0 k ⎠ Eq. 17
1−ς

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 58 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Usando agora a transformada de Laplace, voltamos à Eq. 11

)# ω 2 & ,
( )
L u + 2ςω n u + ω n2u = L +% n ( p0 µ t .
+%$ k ('
() .
Eq. 18

* -
Usando as propriedades previamente definidas e a tabela fornecida obtemos

$ ω2 ' 1
( 2
) ( ) 2
s U (s) − su0 − u0 + 2ςω n sU (s) − u0 + ω nU (s) = & n
)p
&% k )( 0 s
Eq. 19

Repare então que a Eq. 19

•  é agora uma equação algébrica na transformada U(s) de u(t)

•  contém de imediato todas as condições iniciais do problema !

Agora podemos então resolver a Eq. 19 para U(s) algebricamente !

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 59 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Rearranjando os termos na Eq. 19 temos

# ω2 & 1
( )
s2 + 2ςω n s + ω n2 U (s) = % n ( p0 + s + 2ςω n u0 + u0
%$ k (' s
( ) Eq. 20

Eq. característica

E podemos então resolver a Eq. 20 para U(s)

1 ⎛ ωn 2 ⎞ (s + 2ςω n ) u0
Eq. 21

U ( s) = 2 ⎜ ⎟ p0 + u0 +
s( s + 2ςωn s + ωn 2 ) ⎜⎝ k ⎟⎠ s 2 + 2ςωn s + ωn 2 s 2 + 2ςωn s + ωn 2

A solução completa no tempo pode então ser obtida calculando-se a transformada


inversa de cada um dos termos do lado direito da Eq. 21. Embora existam tabelas
extensas com muitas transformadas, uma forma simples de calcular as inversas
é reduzindo os polinômios quadráticos do denominador em monômios usando-se
para tanto a técnica das frações parciais !

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 60 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Por exemplo, se assumirmos que o sistema é sub-amortecido, (ζ < 1) então

s 2 + 2ςωn s + ωn 2 = ( s − s1 )( s − s2 ) Eq. 22

Onde:

s1,2 = −ςωn ± iωd Eq. 23

São as raízes da equação característica do sistema sub-amortecido e

ωd = ωn 1 − ς 2 Eq. 24

Então a Eq. 21 pode ser escrita como

1 ⎛ ωn 2 ⎞ (s + 2ςωn ) u0
U ( s) = ⎜ ⎟ p0 + u0 + Eq. 25
⎜
s( s − s1 )( s − s2 ) ⎝ k ⎠ ⎟ ( s − s1 )( s − s2 ) ( s − s1 )( s − s2 )

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 61 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
E então podemos expandir cada um dos termos em frações parciais, por exemplo
1 A B
= + Eq. 26
( s − s1 )( s − s2 ) ( s − s1 ) ( s − s2 )

1 A B ( A + B) s − ( Bs1 + As2 )
= + = Eq. 27
( s − s1 )( s − s2 ) ( s − s1 ) ( s − s2 ) ( s − s1 )( s − s2 )

Em seguida procedemos a igualdade dos coeficientes do numerador das


expressões indicadas acima na Eq. 27
A+ B =0 Eq. 28

− ( Bs1 + As2 ) = 1
Eq. 29
1
De onde obtemos B= Eq. 30
− i 2ωd
1
A= Eq. 31
i 2ωd
SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 62 Prof. Paulo S. Varoto
Cont. ...
E a principal vantagem de reduzir a frações parciais é que :
e − at L 1
⎛ A B ⎞
L -1 s+a
L −1 ⎜⎜ + ⎟⎟ = Ae s1t + Be s2t Eq. 32
⎝ (s − s1 ) (s − s2 ) ⎠

Então expandindo todos os termos da Eq. 25 em frações parciais e calculando


a transformada inversa de cada um deles obtém-se a solução mostrada na Eq. 15
e cujo gráfico está mostrado abaixo
3
u(t)
2

t
2
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 63 Prof. Paulo S. Varoto


Resposta à Rampa Unitária
p(t)
Neste caso a excitação é dada por:

p(t ) = p0 tµ (t ) t
Eq. 33

E a presença da função degrau unitário na Eq. 33 serve apenas para indicar


que a excitação é válida apenas para t > 0 ! Então a equação de movimento é

mu + cu + ku = p0tµ (t ) Eq. 34


u (0) = u0 ; u (0) = u0

Esta última Eq. 34 também pode ser escrita como:

2 ⎛ ωn 2 ⎞
u + 2ςωn u + ωn u = ⎜ ⎟ p t
⎜ k ⎟ 0 Eq. 35
⎝ ⎠

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 64 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
O processo de solução é similar ao caso anterior, podemos resolver pelo
método clássico ou Transformada de Laplace. Neste último caso, temos que
calcular a transformada da função rampa, dada pela tabela em anexo

p
P( s ) = 20 Eq. 35
s
Aplicando então a transformada de Laplace à Eq. 34 temos

# ω2 & 1
(s2 + 2ςω n s + ω n2 )U (s) = % n ( p0 ( )
+ s + 2ςω n u0 + u0 Eq. 36
%$ k (' s 2

Aplicando a mesma técnica usada no caso do degrau (frações parciais) achamos


A solução para condições iniciais nulas é
ωn2 2ςω n2 p0 + e
−ςω nt
% (
.
u(t) = p0 t − -1 − sen ' ω n 1 − ς 2 t + ϕ * 0 Eq. 37
k k - 2 & )0
, 2ς 1 − ς /

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 65 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Onde φ é o ângulo de fase

2ς 1 − ς 2
tgφ = 2
Eq. 38
2ς − 1

u(t) 40

30

20

10

10
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 66 Prof. Paulo S. Varoto


Resposta ao Impulso Unitário
p(t)
Neste caso a excitação é dada por:

δ(t) δ(t-a)
p (t ) = δ (t ) Eq. 39

a t

A equação de movimento é então

2 ⎛ ωn 2 ⎞
u + 2ςωn u + ωn u = ⎜ ⎟ δ (t ) Eq. 40
⎜ k ⎟
⎝ ⎠

Assumindo condições iniciais nulas, a transformada de Laplace fica

2 2 ωn 2
( s + 2ςωn s + ωn )U ( s ) = Eq. 41
k

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 67 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
E a solução é
ωn 2 1
U ( s) = Eq. 42
k s 2 + 2ςωn s + ωn 2

Ou ainda

ωn 2 1
U ( s) = Eq. 43
k ( s − s1 )( s − s2 )

Calculando a transformada inversa temos a solução no tempo ao impulso


unitário com condições iniciais nulas

ω n2
u(t) = h(t) =
k (
st st
Ae 1 + Be 2 ) Eq. 44

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 68 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...

Com s1,2 = −ςωn ± iωd


Eq. 45

1
A= Eq. 46
i 2ωd

1
B= Eq. 47
− i 2ωd

0.1 ⎛ 1 ⎞ −ςωnt
u(t) h(t ) = ⎜⎜ ⎟⎟ e sen ωd t Eq. 48

0.05 ⎝ mωd ⎠

0 Para ζ = 0
0.05
⎛ 1 ⎞
h(t ) = ⎜⎜ ⎟⎟ sen ωnt Eq. 49
0.1
0 1 2 3 4 5 6 ⎝ mωn ⎠
t

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 69 Prof. Paulo S. Varoto


A Integral de Duhamel
O método de obtenção da resposta baseado na Integral de Duhamel pode ser
desenvolvido a partir da resposta ao impulso unitário discutida no caso
anterior. Esta técnica é baseada no princípio da superposição, válido apenas
para sistemas lineares. Veja a figura abaixo

p(t) Impulso de duração dτ


A resposta ao impulso de duração dτ é:

⎛ dI ⎞
du (t ) = ⎜⎜ ⎟⎟ sen ωn (t − τ ) Eq. 50

dI = p(τ)dτ

⎝ mωn ⎠
E a resposta total será a soma de todas as
t
respostas incrementais, ou seja:
τ

t
⎛ 1 ⎞
u (t ) = ⎜⎜ ⎟⎟ p(τ ) sen ωn (t − τ ) dτ
∫ Eq. 51
⎝ ωn ⎠ 0

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 70 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...

Ou simplesmente
t
u (t ) = p(τ ) h(t − τ ) dτ
∫ Eq. 52

E para o sistema de 01 GDL amortecido temos

t
⎛ 1 ⎞
u (t ) = ⎜⎜ ⎟⎟ p(τ ) e −ςωn (t −τ ) sen ωd (t − τ )dτ Eq. 53

⎝ mωd

⎠ 0

Estas duas últimas expressões são denominadas Integrais de Duhamel sendo que
a Eq. 52 é uma integral de convolução. As Eqs. 52 e 53 se prestam à obtenção
da resposta do sistema de 01 GDL à entradas gerais e condições iniciais nulas.

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 71 Prof. Paulo S. Varoto


Resposta à Excitação Periódica Geral – Séries de Fourier
Veremos uma ferramenta muito útil na obtenção da resposta forçada do sistema de
01 GDL a excitações periódicas: as Séries de Fourier !

Seja o sinal abaixo, periódico e de período igual a T

x(t)
Freqüência Fundamental:

t 2π
ω0 = Eq. 56
T

T
Periódico !
Então
x(t + T ) = x(t ) Eq. 57

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 72 Prof. Paulo S. Varoto


1
Idéia central: compor o sinal periódico
Através de sinais conhecidos !
x1(t)

x1(t)
0

Sinal Periódico ω1 = 1ω0


1
0 1 2 3 4
5
Tempo [s]

2
+

Harmônicas
x(t)

= x2(t)

x2(t)
0

5
ω2 = 2ω0
0 1 2 3 4 2
0 1 2 3 4
Tempo [s] Tempo [s]


Estes sinais conhecidos são na verdade 1

senos e cossenos cuja freqüência seja


múltipla da freqüência fundamental do
sinal periódico ! xN(t)
x3(t)
0

x(t ) ≅ A1 sen(ω1t ) + B1 cos(ω1t ) + ω N = Nω0


1

A2 sen(ω2t ) + B2 cos(ω2t ) + … 0 1 2
Tempo [s]
3 4

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 73 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Um sinal que seja periódico e contínuo por partes, satisfazendo a Eq. 57 pode
ser expandido em séries de Fourier de acordo com a seguinte expressão
∞ ∞
a0
x(t ) = +
2 ∑ a p cos( pω0t ) + ∑ bp sen( pω0t ) Eq. 58

p =1 p =1
Onde ω0 é a freqüência fundamental do sinal, conforme definido pela Eq. 56 e
Os coeficientes a0, ap e bp são denominados coeficientes da série de Fourier,
E são definidos de acordo com as seguintes expressões
τ +T0
a0 = T2 ∫ x(t )dt Eq. 59

τ
τ +T0
a p = T2 ∫ x(t ) cos( pω0t )dt Eq. 60

τ
τ +T0
b p = T2 ∫ x(t ) sen( pω0t )dt Eq. 61
τ

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 74 Prof. Paulo S. Varoto


Resposta do Sistema
Determinaremos agora a resposta do sistema de 01 GDL à uma entrada periódica
qualquer usando as Séries de Fourier. Lembrando que

mu + cu + ku = p(t ) Eq. 62

Onde p(t) é um sinal de força periódico geral. Realizando a expansão por Fourier
e substituindo-se o resultado na Eq. 62 temos
∞ ∞
p0
mu + cu + ku =
2
+ ∑ a p cos pω0t + ∑bp sen pω0t Eq. 63
p =1 p =1

A Eq. 63 é equivalente a
p
mu + cu + ku = 0 Eq. 64

2
mu + cu + ku = a p cos pω0 t Eq. 65

mu + cu + ku = b p sen pω0 t Eq. 66

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 75 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Já são sabidas as soluções de regime das Eqs. 64, 65 e 66

a0
u1 (t ) = Eq. 67
2k
ap
u2 (t ) = k cos( pωt − φ p )
2 2 2 2 Eq.687
(1 − p r ) + (2ςpr )

bp
u3 (t ) = k sen( pωt − φ p )
2 2 2 2 Eq. 69
(1 − p r ) + (2ςpr )

Com

2ςpr ⎞⎟
−1 ⎛⎜
φ p = tan ⎜ 2 2 ⎟ Eq. 70
⎝ 1 − p r ⎠

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 76 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
E então a solução completa fica sendo

∞ ap
a0 k
u (t ) =
2k
+ ∑ 2 2 2
(1 − p r ) + (2ςpr ) 2
cos( pωt − φ p ) +
p =1
Eq. 71
∞ bp
k
+ ∑ 2 2 2
(1 − p r ) + (2ςpr ) 2
sen( pωt − φ p )
p =1

Note que a Eq. 71 representa apenas a solução de regime permanente


da resposta do sistema de 01 GDL. Se as condições iniciais são nulas,
então a solução transiente é nula e a Eq. 71 é a resposta total do sistema.

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 77 Prof. Paulo S. Varoto


Séries de Fourier Complexas

A base das Séries de Fourier complexas estão nas seguintes relações

1 # jpω 0 t − jpω 0 t & Eq. 72


cos pω 0 t = e +e
2 $% '(

1 # jpω 0 t − jpω 0 t &


sen pω 0 t = e −e Eq. 73
2 %$ ('
Elas são definidas pela seguinte expressão

x(t ) = ∑ X p e j pω0t Eq. 74
p = −∞

A Eq. 74 estabelece que um sinal periódico e contínuo por partes pode ser
expandido como a soma de exponenciais complexas cada uma delas numa
freqüência múltipla inteira da freqüência fundamental do sinal !

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 78 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...

Os coeficientes Xp representam coeficientes de correlação entre o sinal


x(t) e as exponenciais complexas, e são dados pela integral de Fourier
T
1
Xp = x(t ) e − j pω0t
∫ Eq. 75
T
0

O par de equações dado pelas Eqs. 74 e 75 é freqüentemente chamado de


par de transformada de Fourier para sinais periódicos
Na prática, quando dispõe-se de uma amostra do sinal periódico, os Xp podem
ser calculados a partir da seguinte expressão

N −1 2πp
1 (− j )
N
Xp ≅
N ∑ x(ti ) e p = 0,1,2,…, ( N − 1) Eq. 76
i =1

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 79 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
Para um sinal não periódico as relações de Fourier são as seguintes


1
x(t ) = ∫ X (ω ) e jωt dω Eq. 77

−∞

X (ω ) = ∫ x(t ) e − jωt dt
Eq. 78
−∞

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 80 Prof. Paulo S. Varoto


Resposta ao Impulso vs Resposta em Freqüência
Lembramos que a resposta ao impulso de um sistema de 01 GDL com
Amortecimento viscoso (ζ < 1) é dada por

⎛ 1 ⎞ −ςωnt
h(t ) = ⎜⎜ ⎟⎟ e sen ωd t Eq. 79

⎝ mωd ⎠
Usando a Eq. 78 podemos calcular a transformada de Fourier da Eq. 79
∞ ∞
1
X (ω ) = ∫ x(t ) e − jω t
dt = ∫ mωd e −ςωnt sen ωd t e − jωt dt = 1 Eq. 80

−∞ −∞
Desta forma, através das definições acima é possível concluirmos que


1 Ou seja, a resposta ao impulso é a
h(t ) = ∫ H (ω ) e jωt dω transformada inversa de Fourier da Eq. 81
2π resposta em Freqüência e vice-versa !
−∞

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 81 Prof. Paulo S. Varoto


Cont. ...
0.01

0.005

h(t)
0

TRANSFORMADA INVERSA
TRANSFORMADA DIRETA

0.005

0.01
0 1 2 3 4 5
Tempo [s]

0.001

4
1 10
|H(w)|

5
1 10

6
1 10
0 5 10 15 20 25 30
Frequencia [Hz]

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 82 Prof. Paulo S. Varoto


Fechando a idéia !
DOMÍNIO

TEMPO FREQUÊNCIA

convolução multiplicação

TFP
Entrada - f (t) F (ω)
TFT

TFT

h (t) H (ω)

TFIT

TFP
Saída - x (t) X (ω)
TFIT

SEM 5766 – Análise Modal de Estruturas 83 Prof. Paulo S. Varoto

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