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Escola Estadual de

Educação Profissional - EEEP


Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Agropecuária

Fitopatologia
Governador
Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
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Sumário

Fitopatologia 03
1. Generalidades Sobre Fitopatologia 03
2. Objetivos da Fitopatologia 04
3. Historia da Fitopatologia 05
3.1. Período Místico 05
3.2. Período da Predisposição 06
3.3. Período Etiológico 06
3.4. Período Ecológico 07
3.5. Período Atual 07
4. Fitopatologia no Brasil 08
5. Características Gerais de Fitopatologia 09
5.1. Fungos 09
5.1.1. Estruturas 09
5.1.2. Reprodução 11
5.1.3. Metabolismo 16
5.1.4. Classificação 18
5.1.4.1. Divisão Zygomycota 18
5.1.4.2. Divisão Ascomycota 18
5.1.4.3. Divisão Basidiomycota 18
5.1.4.4. Divisão Deuteromycota 19
5.2. Bactérias 19
5.2.1. Sintomatologia e Diagnose Preliminar 20
5.2.1.1. Classificação dos Sintomas 20
5.2.2. Sintomas das Bactérias Fitopatogênico 20
5.3. Fitonematodeo 24
5.3.1. Anatomia e Morfologia dos Nematoides 25

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5.3.2. Biologia Geral 31


5.3.3. Ecologia 33
5.3.4. Problemas com Nematoide 34
6. Introdução a Microscopia 43
6.1. Partes do Microscópio 44
6.1.1. Mecânicas 44
6.1.2. Óticas 46
6.2. Aumento de um Microscópio 48
6.2.1. Focalização de Microscópio 48
6.2.2. Cuidados com Microscópio 49
6.2.3. Uso do Microscópio 50
7. Literatura Consultada 52

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FITOPATOLOGIA

1. GENERALIDADES SOBRE FITOPATOLOGIA

Fitopatologia é uma palavra de origem grega (phyton = planta, pathos =


doença e logos = estudo), podendo ser definida como a ciência que estuda:

 os organismos e as condições ambientais que causam doenças em


plantas;

 os mecanismos pelos quais esses fatores produzem doenças em plantas;

 a interação entre agentes causando doenças e a planta doente;

 os métodos de prevenção ou controle de doenças, visando diminuir os


danos causadas por estas.

Portanto, Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças de plantas,


abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia,
etiologia, epidemiologia, até o seu controle.

No inicio, a Fitopatologia era uma ciência ligada diretamente à Botânica,


tornando-se uma disciplina autônoma somente no século passado. Embora
autônoma, a Fitopatologia usa os conhecimentos básicos e técnicas de
Botânica, Microbiologia, Micologia, Bacteriologia, Virologia,
Nematologia, Anatomia Vegetal, Fisiologia Vegetal, Ecologia, Bioquímica,
Genética, Biologia Molecular, Engenharia Genética, Horticultura, Solos,
Química, Física, Meteorologia, Estatística e vários outros ramos da
ciência.

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2. OBJETIVOS DA FITOPATOLOGIA

De acordo com ZAMBOLIM e CHAVES (1983), a Fitopatologia é


uma ciência cujo campo de estudo abrange quatro objetivos:

1.Estudar as causas das doenças de plantas, de natureza biótica


(organismos vivos)e abióticas (condições adversas do meio ambiente);

2.Estudar os mecanismos pelo qual os fitopatógenos


desenvolvem o processo doença;

3.Estudar as interações entre agentes causais e as plantas doentes;

4.Desenvolver métodos de controle de doenças das plantas

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3. HISTORIA DA FITOPATOLOGIA

E mb o r a a F i t o p a t o l o g i a , c o mo c i ê n c i a , s e ja r e l a t i v a me n t e
nova, as doenças das plantas são conhecidas desde há
mu i t o , p o i s , d e s d e q u e o h o me m p a s s o u a v i v e r e m
sociedade, assentando a base de sua alimentação nos produtos
agrícolas, o problema da escassez dos alimentos intimamente
relacionado com a ocorrência de doenças, teve sempre grande
importância e mereceu a atenção de historiadores de várias épocas.
Na Bíblia, encontramos, talvez, as referências mais antigas a doenças de
plantas, sempre atribuídas a causas místicas. Geralmente apresentadas
como castigo divino (GALLI e CARVALHO,1978). P a r a f i n s
d i d á t i c o s , p o d e - s e d i v i d i r o e s t u do d a s d o e n ç a s d a s p l a n t a s
e m v á r i o s períodos distintos.

3.1. Período Místico


Período compreendido entre a mais remota antiguidade e o início d o
s é c u l o X I X . N e s t e p e r í o d o d e v i d o à a u s ê n c i a d e u ma
e x p l i c a ç ã o r a c i o n a l p a r a a s doenças das plantas, o homem em
sua ignorância, tendia a atribuí-las à causas místicas, embora sejam
encontradas muitas referências a condições climáticas como causa primária
das doenças (GALLI e CARVALHO, 1978). J á no final do
período místico, alguns botânicos apresentavam
descrições mi n u c i o s a s d a s d oe n ç a s , c o m b a se n a s u a
s i n t o ma t o l o g i a . Ao me s mo t e mp o , alguns micologistas
chamavam atenção para a associação entre planta doente e fungo.
Durante t o d o e s s e p e r í o d o , h o u v e u m p r e d o mí n i o a c e n t u a d o
d a s t e o r i a s d a g e r a ç ã o e s p o n t â n e a (BERGAMIN FILHO e
KIMATI, 1995).

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3.2. Período da Predisposição


Teve início no começo do século XIX, quando já era evidente a
associação entre fungos e plantas doentes. Em 1807 Prevóst, na França
publicou um trabalho em que mostrava ser o fungo, Tilletia tritici, o
responsável pela cárie do trigo. Embora o trabalho de Prevóst tivesse
sido bem aceito, suas teorias não eram estendidas para outras
doenças, sendo a cárie do trigo considerada uma exceção, pois,
nos demais c a s o s , o s f u n g o s , a c r e d i t a v a - s e , a p a r e c i a m
p o r g e r a ç ã o e s p o n t â n e a . N e s t e p e r í o d o os micologistas,
passaram a catalogar fungos em associação com plantas doentes. E
outros descreveram muitos parasitas importantes, como os Uredinales,
Ustilaginales, Erysiphales e outros fungos. Em 1853 Anton De Bary
conseguiu provas científicas de que a requeima da batata era causada
pelo fungo Phytophthora infestans (BERGAMIN FILHO e
KIMATI,1995).

3.3. Período Etiológico


Os trabalhos de Julius Kuhn e DeBary deram início a
este período. Em 1860 Pasteur destrói a teoria da geração
espontânea. Robert Koch, em 1881,estabelece seus postulados. An t e
t a n t o s e v e n t o s i mp o r t a n t e s , a F i t o p a t o l o g i a ma r c a n o t á v e i s
p r o g r e s s o s , i n i c i a n d o - s e c o mo c i ê n c i a . A ma i o r p a r t e d a s
d o e n ç a s i mp o r t a n t e s s ã o d e s c r i t a s n e s s e período, como os
oídios, os míldios, as ferrugens, os carvões que foram estudados
com detalhes. Em 1876 Burril relata a primeira bacteriose sobre
pereira; Mayer, em 1886,trabalhando na Holanda verifica o caráter
infeccioso das viroses. Igualmente, data desse período o
aparecimento do primeiro fungicida, a calda bordalesa, descoberta por
Millardetem 1882 (BERGAMIN FILHO e KIMATI, 1995).

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3.4. Período Ecológico


Depois de um período em que os fitopatologistas catalogaram as
principais doenças e seus agentes, teve início o chamado período
ecológico, no qual se reconhece a importância do meio ambiente na
manifestação da doença. Nesta época, foram conduzidos estudos
minuciosos sobre os mais variados fatores do meio, como climáticos,
edáficos, nutricionais, estacionais e outros. As doenças das plantas
passaram a ser vistas, então nesse período, como resultantes da
interação entre planta, o meio e o patógeno. Ao me s mo t e mp o ,
i n i c i a r a m- s e p e sq u i s a s s o b r e r e s i s t ê n c i a e p r e d i s po s i ç ã o d a s
e s p é c i e s v e g e t a i s a o s d i f e r e n t e s p a t ó g e n o s , b e m c o mo o s
estudos correlatos sobre genética e melhoramento. Dentro
dessa fase, apareceram os primeiros conceitos sobre variabilidade
dos patógenos. Também nessa época, apareceram os fungicidas mercuriais
orgânicos para o t r a t a me n t o d e s e me n t e s e , ma i s t a r d e , e m 1 9 3 4
os fungicidas orgânicos do grupo dos tiocarbamatos
(BERGAMIN FILHO e KIMATI, 1995).

3.5. Período Atual


Durante as décadas de 40 e 50, muitas pesquisas básicas foram
conduzidas sobre a fisiologia de fungos, sobre a fisiologia de plantas, sobre
o progresso da d oe n ç a e m c o n d i ç õ e s d e c a mp o e , c o m o
p r o g r e s s o d a f i s i o l o g i a , d a mi c r o b i o l o g i a , d a bioquímica e da
bioestatística, fatos foram relacionados e novas teorias foram estabelecidas
sobre a interação entre planta e patógeno e a sua resultante, a
doença, tanto em condições controladas como naturais. Os t r a b a l h o s
p i o n e i r o s d e Ga u ma n n , Wa l k e r , Lu d wi g e o u t r o s s o b r e
t o x i n a s , e n z i ma s e d e ma i s me t a b ó l i t o s t ó x i c o s , a b r i r a m
n o v a s p e r s p e c t i v a s p a r a a c i ê n c i a d a F i t o p a t o l o g i a . Ao

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me s mo t e mp o , a s c o n t r i b u i ç õ e s a d v i n d a s d o e s t u d o d a s
c o n d i ç õ e s ecológicas eram cada vez menores, indicando claramente a
necessidade da formulação de novos princípios e idéias, que
permitissem uma revitalização dos conceitos (GALLI e
CARVALHO, 1978).T a l s e d e u c o m a p u b l i c a ç ã o , e m 1 9 4 6 ,
d o l i v r o P f l a n z l i c h e I n f e k t i o n s l e h r e (traduzido para o inglês,
em 1950, com o título Principles of plant infection), de autoria de Ernest
Gaumann. Neste livro, novas idéias e princípios são apresentados,
iniciando-se duas novas abordagens dentro da Fitopatologia,
abordagens que perduram até hoje e coexistem e m h a r m o n i a : a
abordagem fisiológica, na qual as doenças de plantas
p a s s a m a s e r encaradas com base nas relações fisiológicas,
dinâmicas, entre a planta e o patógeno e a abordagem
e p i d e mi o l ó g i c a , b a s e a d a n u ma vi s ã o h o l í s t i c a d e c o mo a
d o e n ç a c r e s c e n o campo (BERGAMIN FILHO e KIMATI).

4. FITOPATOLOGIA NO BRASIL

A h i s t ó r i a i n i c i a l d a F i t o p a t o l o g ia n o B r a s i l e s t á l i g a d a e m
s u a ma i o r p a r t e a cientistas estrangeiros que vieram ao país e
estudaram problemas espécies de patologia r e l a c i o n a d o s c o m
as plantas que, no século XIX e início do século XX,
e r a m d e importância para a nossa agricultura como cana-de-
açúcar, cafeeiro, videira, coqueiro e outras (PUTTEMANS, 1936;
FIDALGO, 1968; COSTA, 1975).PUTTEMANS (1936), um dos
nossos primeiros fitopatologistas, menciona como trabalho
pioneiro, feito com doenças de plantas no Brasil, o realizado pelo
alemão F. M. Draenert, que estudou uma bacteriose da cana-de-açúcar na
Bahia. Só no final do século XIX, com a criação das primeiras

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Escolas de Agronomia no B r a s i l , a q u i s e i n i c i o u a f o r ma ç ã o
d e p r o f i s s i o n a i s c o m c o n h e c i me n t o e m d o e n ç a s d e plantas
(CUPERTINO, 1993).

5. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE FITOPATOGENOS


Taxonomicamente são classificados em Domínio, Reino, Filo, Classe,
Ordem, Família, Gênero e Espécie.

5.1. Fungos
Organismos pertencentes ao Domínio Eukarya, Reino Mycota,
eucarióticos, unicelulares ou filamentosos, aclorofilados, crista
mitocondrial plana, heterotróficos (nutrição adsortiva), com reprodução
assexual e sexual, constituído de parede celular com presença de quitina ou
quitasina, e com ausência de flagelos em todos os estádios de seu ciclo de
vida.

5.1.1. Estrutura

Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando


colônias de dois tipos:leveduriformes; filamentosas.

As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por


microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e
reprodutivas.

As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou


pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos
multicelulares em forma de tubo—as hifas.

As hifas podem ser contínuas ou cenocíticas e tabicadas ou septadas.


Possuem hifas septadas os fungos das Divisões Ascomycota,
Basidiomycota e Deuteromycota e hifas cenocíticas, os das
Divisões Mastigomycota e Zygomycota.

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Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que se


desenvolve no interior do substrato, funcionando também como elemento
de sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio
vegetativo. O micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio
de cultivo é o micélio aéreo.
Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de
frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo.

Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados,


segundo sua origem, em externos e internos, sexuados e assexuados.
Embora o micélio vegetativo não tenha especificamente funções de
reprodução, alguns fragmentos de hifa podem se desprender do micélio
vegetativo e cumprir funções de propagação, uma vez que as células
fúngicas são autônomas.

Estes elementos são denominados de taloconídios e compreendem os:


blastoconídios, artroconídios e clamidoconídios.

Os blastoconídios, também denominados gêmulas, são comuns nas


leveduras e se derivam por brotamento da célula-mãe. Às vezes, os
blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe, formando cadeias, as
pseudo-hifas, cujo conjunto é o pseudomicélio.

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Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas em segmentos


retangulares. São encontrados nos fungos do gênero Geotrichum,
em Coccidioides immitis e em dermatófitos.

Os clamidoconídios têm função de resistência, semelhante a dos esporos


bacterianos. São células, geralmente arredondadas, de volume aumentado,
com paredes duplas e espessas, nas quis se concentra o citoplasma. Sua
localização no micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em
condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e
temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico.

Entre outras estruturas de resistência devem ser mencionados os esclerócios


ou esclerotos, que são corpúsculos duros e parenquimatosos, formados pelo
conjunto de hifas e que permanecem em estado de dormência, até o
aparecimento de condições adequadas para sua germinação. São
encontrados em espécies de fungos das Divisões Ascomycota,
Basidiomycota e Deuteromycota.

5.1.2. Reprodução

Os fungos se reproduzem em ciclos assexuais, sexuais e parassexuais.


Segundo Alexoupolos, a reprodução assexuada abrange quatro
modalidades:

1) fragmentação de artroconídios;

2) fissão de células somáticas;

3) brotamento ou gemulação do blastoconídios-mãe;

4) produção de conídios.

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Os conídios representam o modo mais comum de reprodução assexuada;


são produzidos pelas transformações do sistema vegetativo do próprie
micélio. As células que dão origem aos conídios são denominadas células
conidiogênicas.

Os conídios podem ser hialinos ou pigmenntados, geralmente escuros - os


feoconídios; apresentar formas diferentes— esféricos, fusiformes,
cilíndricos, piriformes etc; ter parede lisa ou rugosa; serem formados de
uma só célula ou terem septos em um ou dois planos; apresentar-se
isolados ou agrupados.

As hifas podem produzir ramificações, algumas em plano perpendicular ao


micélio, originando os conidióforos, a partir dos quais se formarão os
conídios. Normalmente, os conídios se originam no extremo do
conidióforo, que pode ser ramificado ou não. Outras vezes, o que não é
muito frequente, nascem em qualquer parte do micélio vegetativo, e neste
caso são chamados de conídios sésseis, como no Trichophyton rubrum.

O conidióforo e a célula conidiogênica podem formar estruturas bem


diferenciadas, peculiares, o aparelho de frutificação, também denominado
de conidiação que permite a identificação de alguns fungos patogênicos.

No aparelho de conidiação tipo aspergilo, os conídios formam cadeias


sobre fiálides, estruturas em forma de garrafa, em torno de uma vesícula
que é uma dilatação na extremidade do conidióforo.

Conídios de Aspergillus agrupados em forma de cabeça, ao redor de uma


vesícula.

Nos penicílios falta a vesícula na extremidade dos conidióforos que se


ramificam dando a aparência de pincel. Como no aspergilo, os conídios
formam cadeias que se distribuem sobre as fiálides.

Quando um fungo filamentoso forma conídios de tamanhos diferentes, o


maior será designado como macroconídio e o menor microconídio.

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Alguns fungos formam um corpo de frutificação piriforme denominado


picnídio, dentro do qual se desenvolvem os conidióforos, com seus
conídios—os picnidioconidios. Essa estrutura é encontrada
na Pyrenochaeta romeroi, agente de eumicetoma.

Corte transversal de um picnídio mostrando conídios.

Os propágulos assexuados internos se originam de esporângios globosos,


por um processo de clivagem de seu citoplasma, e são conhecidos como
esporoangiosporos ou esporos. Pela ruptura do esporângio, os esporos são
liberados.

Reprodução assexuada interna.

Os esporos sexuados se originam da fusão de estruturas diferenciadas com


caráter de sexualidade. O núcleo haplóide de uma célula doadora funde-se
com o núcleo haplóide de uma célula receptora, formando um zigoto.
Posteriormente, por divisão meiótica, originam-se quatro ou oito núcleos
haplóides, alguns dos quais se recombinarão, geneticamente.

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Reprodução sexuada.

Os esporos sexuados internos são chamados ascosporos e se


formam no interior de estruturas em forma de saco, denominadas ascos. Os
ascos podem ser simples, como em leveduras dos
gêneros Saccharomyces e Hansenula, ou se distribuir em lóculos ou
cavidades do micélio, dentro de um estroma, o ascostroma ou ainda ester
contidos em corpos de frutificação, os ascocarpos.

Três tipos de ascocarpos são bem conhecidos: cleistotécio, peritécio


e apotécio.

O cleistotécio é uma estrutura globosa, fechada, de parede formada


por hifas muito unidas, com um número indeterminado de ascos, contendo
cada um oito ascosporos.

O peritécio é uma estrutura geralmente piriforme, dentro da qual os


ascos nascem de uma camada hemenical e se dispõem em paliçada,
exemplo, Leptosphaeria senegalensis, Neotestudina rosatii.

O apotécio é um ascocarpo aberto, em forma de cálice onde se


localizam os ascos.

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Diferentes tipos de ascos e ascocarpos.

Basidiosporos

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Os fungos que se reproduzem por ascosporos ou basidiosporos são fungos


perfeitos. As formas sexuadas são esporádicas e contribuem, através da
recombinação genética, para o aperfeiçoamento da espécie. Em geral, estes
fungos produzem também estruturas assexuadas, os conídios que
asseguram sue disseminação. Muitos fungos, nos quais não foi até agora
reconhecida a forma sexuada de reprodução, são incluídos entre os fungos
imperfeitos. Quando é descrita a forma perfeita de um fungo, essa recebe
uma outra denominação. Por exemplo, o fungo
leveduriforme, Cryptococcus neoformans, em sue fase perfeita é
denominado Filobasidiella neoformans.

A fase sexuada dos fungos é denominada te teleomórfica e a fase assexuada


de anamórfica.

A maior parte das leveduras se reproduzem assexuadamente por


brotamento ou gemulação e por fissão binária. No processo de brotamento,
a célula-mãe origina um broto, o blastoconídio que cresce, recebe um
núcleo após a divisão do núcleoda célula-mãe. Na fissão binária, a célula-
mãe se divide em duas células de tamanhos iguais, de forma semelhante a
que ocorre com as. bactérias. No seu ciclo evolutivo, algumas leve auras,
como Saccharomyces cerevisiae, podem originar esporos sexuados,
ascosporos, depois que duas células experimentam fusão celular e nuclear,
seguida de meiose.

O fenômeno de parassexualidade foi demonstrado em Aspergillus. Consiste


na fusão de hifas e formação de um heterocarion que contém núcleos
haplóides. Às vezes, estes núcleos se fundem e originam núcleos diplóides,
heterozigóticos, cujos cromossomas homólogos sofrem recombinação
durante a mitose. Apesar destes recombinantes serem raros, o ciclo
parassexual é importante na evolução de alguns fungos. A tabela abaixo
apresenta, de forma esquemática, os conceitos mencionados.

5.1.3. Metabolismo

Os fungos são microrganismos heterotróficos e, em sue maioria, aeróbios


obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras, aeróbias
facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo
na ausência deste elemento.

Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de


reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução
assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se
efetua apenas em atmosfera rica em oxigênio.

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Em condições aeróbicas, a via da hexose monofosfato é a responsável por


30% da glicó1ise. Sob condições anaeróbicas, a via clássica, usada pela
maioria das leveduras, é a de Embden-Meyerhof, que resulta na formação
de piruvato.

Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo


de fermentação alcoó1ica de grande importância industrial, na fabricação
de bebidas e na panificação.

Os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases,


proteinases, amilases etc., que hidrolisam o substrato tornando-o
assimilável através de mecanismos de transporte ativo e passivo. Alguns
substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas; há fungos
que hidrolisam substâncias orgânicas, como quitina, osso, couro, inclusive
materiais plásticos.

Muitas espécies fúngicas podem se desenvolver em meios mínimos,


contendo amônia ou nitritos, como fontes de nitrogênio. As substâncias
orgânicas, de preferência, são carboidratos simples como D-glicose e sais
minerais como sulfatos e fosfatos.

Oligoelementos como ferro, zinco, manganês, cobre, molibdênio e cálcio


são exigidos em pequenas quantidades. No entanto, alguns fungos
requerem fatores de crescimento, que não conseguem sintetizar, em
especial, vitaminas, como tiamina, biotina, riboflavina, ácido pantotênico
etc.

Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu


desenvolvimento. Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente com
elevada concentração de sal.

A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, havendo espécies


psicrôfilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importância médica, em
geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre 20° e 30°C.

Ainda que o pH mais favorável ao desenvolvimento dos fungos esteja


entre 5, 6 e 7, a maioria dos fungos tolera amplas variações de pH. Os
fungos filamentosos podem crescer na faixa entre 1,5 e 11, mas as
leveduras não toleram pH alcalino. Muitas vezes, a pigmentação dos
fungos está relacionada com o pH do substrato. Os meios com pH entre 5 e
6, com elevadas concentrações de açúcar, alta pressão osmótica, tais como
geléias, favorecem o desenvolvimento dos fungos nas porções em contato
com o ar.

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Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são
por ela inibidos e outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em
geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento
fungicida.

5.1.4. Classificação

Filos: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota.

5.1.4.1. Divisão Zygomycota

Inclui fungos de micélio cenocítico, ainda que septos podem separar


estruturas como os esporângios. A reprodução pode ser sexuada, pela
formação de zigosporos e assexuada com a produção de esporos, os
esporangiosporos, no interior dos esporangios.

5.1.4.2. Divisão Ascomycota

Agrupa fungos de hifas septadas, sendo o septo incompleto, com os típicos


corpos de Woronin. A sua principal característica é o asco, estrutura em
forma de saco ou bolsa, no interior do qual são produzidos os ascosporos,
esporos sexuados, com forma, número e cor variáveis para cada espécie.
Algumas espécies produzem ascocarpos e ascostromas no interior dos quais
se formam os ascos Conídios, propágulos assexuados. são também
encontrados.

5.1.4.3. Divisão Basidiomycota

Compreende fungos de hifas septadas, que se caracterizam pela produção


de esporos sexuados, os basidiosporos, típicos de cada espécie. Conídios ou
propágulos assexuados podem ser encontrados. A espécie patogênica mais
importante se enquadra na classe Teliomycetes.

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Principais estruturas de Basidiomycota.

5.1.4.4. Divisão Deuteromycota

Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam apenas por conídios e


por isso são conhecidos como Fungos Imperfeitos.

5.2. Bacterias
São organismos microscópicos, unicelulares, que possuem parede celular.
Elas não possuem núcleo verdadeiro como o de organismos superiores,
separado do restante dos outros componentes celulares por uma membrana,
e seu material genético, um DNA circular de fita simples, se localiza
diretamente no citoplasma da célula. Além desse DNA, elas possuem os
plasmídeos, DNA’s extra-cromossômicos, que controlam certas
características exibidas por estes organismos como resistência à
estreptomicina, cobre e a outros antibióticos.
As bactérias fitopatogênicas estão distribuídas em vários gêneros, espécies
e subespécies separadas entre si por características culturais, bioquímicas,
fisiológicas e serológicas. Recentemente, o emprego de técnicas
moleculares promoveu profundas mudanças na taxonomia das bactérias
fitopatogênicas. Atualmente, são reconhecidos 26 gêneros de bactérias
fitopatogênicas, sendo que representantes de muitos desses gêneros

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(incluindo espécies, subespécies e patovares) já foram assinalados em


nosso país.

5.2.1. Sintomatologia e Diagnose Preliminar


É a ciência que estuda os sintomas decorrentes das enfermidades dos
vegetais.

5.2.1.1. Classificação de Sintomas


Na classificação dos sintomas podem ser utilizados os seguintes critérios:
I – Localização dos Sintomas em relação ao agente etiológico
Sintoma Primário
Sintoma Secundário
II – Alteração a nível celular (Sintomas Histológicos)
Granulose
Plasmólise
Vacuolose
III – Alteração a nível da fisiologia da célula (Sintomas Fisiológicos)
Respiração
Transpiração
Síntese de Carbohidratos
Síntese de Enzimas
Síntese de Proteínas
IV – Alteração a nível de anatomia ou forma do Orgão (Sintomas
Morfológicos)
Classificação Morfológica:
- Sintomas Necróticos: São os sintomas que antecedem a morte ou a morte
propriamente dita dos tecidos.
• Plesionecrótico - Amarelecimento, Anasarca ou Encharcamento, Murcha,
etc.

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• Holonecrótico - Cancro, Canelura ou "Stem Pitting", Crestamento ou


Requeima,―D amping Off‖ ou Tombamento, Escaldadura, Estria ou
Listra, Fendilhamento ou Rachadura, Gomose, Mancha, Mumificação,
Necrose Vascular, Perfuração, Podridão, Pústula, Resinose, Seca, Seca dos
Ponteiros ou ―Die Back‖, etc
- Sintomas Plásticos: Envolve um sub ou super-desenvolvimento dos
tecidos.
• Hipoplástico - Albinismo, Afilamento foliar, Clareamento de Nervura,
Clorose, Enfezamento ou Nanismo, Mosaico, Mosqueado, Roseta, etc.
•Hiperplástico – Bronzeamento, Calo Cicatricial, Enação,
Encarquilhamento ou Encrespamento, Epinastia, Espessamento de
Nervura, Fasciação, Galha, Superbrotamento, Verrugose, etc.

5.2.2. Sintomas das Bactérias Fitopatogênicas


Manchas e necroses: O tecido afetado inicialmente apresenta anasarca,
evoluindo para morte e necrose. É o tipo de sintoma mais comum.
Dependendo do tipo, as lesões em folhas recebem diversas denominações,
como: mancha angular, quando as lesões foliares ficam delimitadas pelas
nervuras; crestamento, quando atinge grande parte do limbo foliar; estrias
ou riscas, que ocorrem em folhas com nervuras paralelas, como no caso de
gramíneas; cancros, quando as lesões são necróticas e profundas. Algumas
bactérias produzem toxinas, formando um halo amarelado ao redor das
lesões. Nos ramos, flores e frutos os sintomas podem assemelhar-se aos
observados nas folhas.

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Hiperplasia e hipertrofia: se caracterizam pela multiplicação celular


exagerada ou aumento no tamanho das células, resultante de desequilíbrio
no sistema hormonal da planta, levando a um crescimento excessivo do
órgão ou tecido afetado. Inclui a fasciação, que é a proliferação anormal de
raízes e brotos, geralmente com achatamento e fusão das partes afetadas;
galhas, que ocorrem na região do colo, em raízes e parte aérea e raízes em
cabeleira.

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Murcha: ocorre por obstrução dos feixes vasculares, devido à invasão e/ou
colonização pelas bactérias fitopatogênicas, impedindo ou dificultando o
transporte de água e nutrientes. A infecção vascular nem sempre resulta em
murcha aparente, podendo causar nanismo e/ou clorose.

Murcha bacteriana
Podridão mole: resulta em maceração de tecidos, devido à produção, pela
bactéria, de enzimas que degradam as substâncias pécticas da lamela média
e da parede celular. Este tipo de sintoma é muito importante também
durante o armazenamento, no caso de bulbos e rizomas.
Entretanto, a identificação de fitobacterioses não deve ser baseada apenas
na sintomatologia apresentada pelo hospedeiro, visto que diversos agentes
como vírus, fungos, nematóides, insetos ou mesmo desequilíbrios
nutricionais ou fitotoxidez, podem causar sintomas semelhantes. Além
disso, é importante ressaltar que diferentes gêneros e espécies bacterianas
podem incitar sintomas similares e que uma mesma bactéria pode provocar
mais de um tipo de sintoma. Por isto torna-se necessário, muitas vezes, a
realização de exames ou testes laboratoriais para a confirmação do agente
causal.

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5.3.Fitonematoides
Os nematóides constituem um diverso grupo dos invertebrados, abundantes
como parasitas ou na forma de vida livre no solo, em ambientes aquáticos
ou marinhos. Segundo Barker (1998), existe mais de 15.000 espécies
descritas, representando somente uma pequena porção dentro do filo
Nematoda. Cerca de 26% dos gêneros descritos habitam o solo sob
diferentes grupos funcionais, bacterívoros, fungívoros, onívoros,
predadores ou fitoparasitas. A umidade do solo, a umidade relativa e os
fatores ambientais afetam diretamente a sobrevivência dos nematóides. Os
nematóides possuem variadas formas de adaptação a mudanças que
ocorrem no ambiente causadas por diversos fatores, entre os quais o
manejo dos cultivos, estresse climático, época de plantio, fisiologia das
plantas e melhoramento genético (BLAKELY et al. 2002).
A importância dos nematóides para a agricultura não se restringe apenas às
perdas que alguns deles causam na produção agrícola. Os nematóides de
vida livre, que se alimentam de bactérias e fungos, têm um papel
importantíssimo na decomposição de matéria orgânica, essencial para a
melhoria das condições edáficas e, por conseqüência, da produtividade das
culturas. Nematóides parasitas de insetos também apresentam importante
função controladora de pragas agrícolas.

5.3.1. Anatomia e Morfologia dos Nematoides


Os fitonematoides são organismos alongados, não-segmentados,
geralmente de tamanho microscópico, de organização bastante complexa e
que se alimentam em células vegetais vivas. Machos e fêmeas são, em
geral, morfologicamente semelhantes, exceto pelos órgãos de reprodução,
porém há casos em que as fêmeas se avolumam enormemente, como nos
gêneros Meloidogyge, Heterodera e Tylenchulus. O comprimento está na
faixa de 0,3 a 3,0 mm e o diâmentro, de 15 a 50 micrometros. O corpo é

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formado por uma parede externa que delimita uma cavidade interna, cheia
de um fluido sob pressão, onde estão imersos os diversos órgãos (esôfago,
intestino, ovário ou testículo).

Diagrama ilustrando a morfologia da fêmea e da cauda de um macho de


nematoide fitoparasita típico. (de thihode, 1989)

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Parede do corpo – é formada por uma cutícula, hipoderme e células


musculares.
Pseudoceloma – É preenchido pelo fluido pseudocelômico, altamente
complexo em sua natureza, e que se encontra sobre pressão, formando
como que um esqueleto hidrostático. Tecidos fibrosos e grandes células
(pseudocelomócitos ) estão presentes.
Aparelho digestivo – a abertura oral é rodeada por lábios, geralmente 6 ou
menos. A cavidade bucal em fitonematoide é estilete. Este órgão é
alongado e oco, com função de perfurar células e retirar nutrientes de
plantas. O mais comum possui parte Antero cônica e uma haste cilíndrica
eu termina em três nódulos basais, onde se prendem músculos que
permitem sua livre movimentação.( Figura A )
Esofago - órgão de bombeamento muscular e glandular (Figura A )
Procorpo – região anterior e alongada do esôfago, que liga a cavidade
bucal ou estilete ao metacorpo.
Metacorpo ou bulbo mediano – estrutura esferoidal, muscular, que
funciona à semelhança de uma bomba de sucção e compreensão. Por meio
de pulsação muito rápida, permite a injeção na planta de substancias
produzidas pelo nematóide e a retirada dos alimentos para o se sustento.
Ilmo – região delgada e curta do esôfago.
Bulbo basal – porção terminal, onde estão alojadas três glândulas, uma
dorsal e duas subventrais.
O reto é um tubo curto e delgado, que conecta o intestino ao ânus, no caso
das fêmeas, ou à cloaca nos machos.

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Figura A – Regiões anteriores de nematóide. – nematóide para sita de


planta, com estilete estomastostílio e esófago de três partes. ( de thihod
1989)

Aparelho respiratório e circulatório - O aparelho respiratório não existe, as


trocas gasosas são realizadas através da cutícula. Parte das funções de um
sistema circulatório é executada, nos nematóides, pelo fluido
pseudocelômico.

Sistema excretor – há dois tipos , glandular e o tubular, do tipo glandular,


primitivo. Isto é, uma glândula, ou célula "renete‖ desenboca em um corpo
lateral situado à superfície do nematóide. O sistema tubular é formado por
tubos cegos, que se estendem no sentido do comprimento do nematóide e
se abrem no poro excretor.
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Sistema nervoso – constituído por uma região central, o anel nervoso, que
fica ao redor do istmo do esôfago, e por ramificações nervosas que daí
partem para as diversas partes do corpo.
Órgãos sensoriais ligados a este sistema:

As fibras nervosas podem penetrar através da cutícula, sendo modificadas


em órgãos sensoriais especializados, existentes principalmente no fim das
regiões anterior e posterior.

Os principais órgãos sensoriais são:

1. Papilas labiais - em torno da abertura oral dos nematóides. Função táctil.

2. Papilas genitais - órgãos suplementares dos machos. Podem estar nas


cutículaS ou nas asas causais e tem função táctil e provavelmente auxiliam
durante a cópula.

3. Deirídios - são pares de papilas, localizados lateralmente nas


proximidades do anel nervoso. Função táctil.

4. Anfídios - pares de órgãos localizados na região cefálica.

5. Fasmídios - pares de órgãos sensoriais lateriais, presentes na região


posterior de muitos Secernentea. Função quimioreceptora.

Sistema reprodutivo – na maioria das espécies de nematóide, os sexos são


separados e as fêmeas são facilmente distinguíveis dos machos, quando se
observa ao microscópio. Além das caracterizas genitas óbvias ( presença de
vulva nas fêmeas e espícula nos machos, por exemplo),os machos são
geralmente menores do que as fêmeas.

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Sistema reprodutivo de fitonematódes. A – macho; B – fêmea.

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Cauda de um macho de um nematóide

Fêmea de um namatoide

5.3.2.Biologia Geral

Ciclo de vida

O ciclo de vida começa com o ovo, no qual se forma um nematóide juvenil,


forma jovem que não apresenta sistema reprodutivo maduro. O primeiro
juvenil que aparece no ovo é fruto do desenvolvimento do embrião e é
chamado de juvenil de 1º estádio, ou J1. Esse juvenil cresce e sua cutícula é
substituída por uma cutícula maior, que permitirá a continuidade de

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crescimento do corpo. Esta troca de cutícula recebe o nome de ecdise. A


parte cônica do estilete também e substituída na ecdise.

Após a 1ª ecdise, forma-se o juvenil de 2º estádio (J2), que com ajuda do


estilete, perfura a casca do ovo e eclode. Eclosão é o termo usado para a
saída do juvenil de dentro do ovo. Eclodir significa vir à luz, por tanto é o
juvenil que eclode, e não o ovo. O juveil de 2º estádio se locomove no solo
em busca de uma planta hospedeira para infectá-la. Do 2º estádio, o
nematóide ainda passa por mais três ecdises, resultando nos juvenis de 3º e
4º estádios e, finalmente, nos adultos(machos e fêmeas). Em alguns
nematóides, como no Pratylenchulus spp., sd ecdices ocorrem no solo e
todos os estádio juvenis e os adultos, machos e fêmeas, podem migrar
livres no solo, penetrar as rízes e migrar dentro delas, se alimentando e
causando lesões. A duração do ciclo de vida dos nematóides, de ovo a ovo,
é muito variavel, mas, para a maioria dos fitonematoides, é de 2-4 semanas,
dependendo da temperatura, como é apresentado:

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Reprodução

Os nematóides fitoparasitas podem se reproduzir por fertilização cruzada


(anfiximia) ou partenogênese. Em um grande numero de espécies os
machos são comus, em número igual ou menor do que o de fêmeas. È
comum o caso de machos serem raros ou mesmo inexistentes, e então a
reprodução se processa por partenogênese onde , não ocorre a fertilização
dos óvulos. Tanto a patenogenese quanto a anfiximixia podem ocorrer
dentro de um mesmo gênero de nematóides, como em pratylenchus e
Helicotylenchus. Em Radopholus similis a anfimixia predomina, mas
populações partenogenéticas são eventualmente predomina observadas.

O número de ovos produzidos varia com a espécie e as condições


ambientais. As fêmeas de Meloidogyne, por exemplo, produzem uma
média de 500 ovos produzidos por espécies ectoparasiticas que depositam
os ovos.

Alimentação

Os fitonematoides dependem do tecido de plantas para seu crescimento,


desenvolvimento e reprodução, sendo considerados, portanto, como
parasitas obrigatórios. Esta associação obrigatória com as plantas evoluiu
com adaptações dos sistema digestivo do nematóide, incluindo o
desenvolvimento de o estilete e um crescimento de mudanças fisiológicas
das glândulas esofagianas.

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Tipos de parasitismo

Ectoparasitas- apenas o estilete é introduzido nos tecidos da planta,


ficando o nematóide com o corpo do lado de fora.

Endoparasitas- são capazes de introduzir todo o corpo nos órgão


parasitados.

Semi-endoparasitas- penetram parcialmente a planta

Dormência

Os fitonematoides são parasitas obrigatórios, por isso, na ausência de


plantas hospedeiras, começa a haver um declínio da população. O mesmo
acontece quando as condições ambientais lhes são desfavoráveis. Contudo,
muitas espécies são capazes de prolongar a vida por um longo período,
através do fenômeno da dormência.

5.3.3.Ecologia

Os Fitonematoides passam pelo menos parte de sua vida no solo, no


entanto algumas características dos solos são importantes na sobrevivência
dos nematóides, como:

Temperatura – faixa ótima vai de 15 a 30ºC; inativos em temperaturas de 5


a 15º C e de 30 a 40º C. Abaixo ou acima desses limites , as temperaturas
podem ser letais, dependendo do tempo de exposição deles.

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Umidade – solos secos ou saturados são sempre desfavoráveis. Eles vivem


no filme de água qie envolvem as partículas de solo. Admite-se os
nematóides se encontram numa faixa de 40% a 60% da capacidade de
campo.

Textura – solos muitos argilosos dificultam a movimentação dos


nematóides e também encharcam mais facilmente; solos arenosos, são bem
drenados, mais por isso, tem grandes oscilações no teor médio de umidade.
Observações no campo tem mostrado, contudo, que os prejuízos são
maiores em culturas estabelecidas em solos mais arenosos.

5.3.4. Problemas com Nematoide

BANANA
Radopholus similis essa é a espécie mais importante para a cultura. Foi
descoberta no Brasil em 1959 pelo Dr. Jair Carvalho do Instituto Biológico
(Carvalho, 1959) a partir de mudas oriundas do litoral de São Paulo. Mais
de 40 anos após esse relato, ainda há ampla disseminação do parasito para
outras regiões produtoras. É um nematóide endoparasito migrador, ou seja,
penetra nas raízes da bananeira e migra pelos tecidos radiculares, podendo
chegar até o rizoma. O ato de migrar internamente nas raízes ocasiona a
desintegração dos tecidos, formando cavidades. Daí o nome comum do
nematóide. Os tecidos necrosados, inicialmente de coloração parda e, após
a colonização de fungos: enegrecidos, podem coalescer originando extensas
necroses. Essa destruição do sistema radicular favorece o tombamento das
plantas sob ventos fortes ou pelo peso do cacho. Esses são sintomas
indicativos do ataque dessa espécie. Com a
evolução desse processo, o parasito pode voltar ao solo a procura de novas
plantas hospedeiras ou permanecer em pedaços de rizoma no campo. Sem
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alimento ele pode sobreviver pouco menos do que seis meses com reservas
de seu próprio organismo. À temperatura de 24 º C, o ciclo biológico se
completa em 21 dias. Pode haver variação nesse período em decorrência de
fatores ligados às plantas hospedeiras ou ao meio.

Radopholus similis

CITROS

Geralmente as plantas atacadas por Tylenchulus semipenetrans apresentam


redução do vigor e pouca resistência à seca. As raízes infectadas
apresentam-se ligeiramente engrossadas e com aspecto sujo. A
suscetibilidade do porta-enxerto, densidade populacional, idade e sanidade
das plantas são importantes para determinar as perdas causadas por T.
semipenetrans. A apresentação de sintomas na parte aérea geralmente só
ocorre muito tardiamente e está relacionada com a população de
nematóides presentes nas raízes. Dependendo das condições locais, plantas
infectadas podem suportar mais que 1500 fêmeas por grama de raízes
frescas, sem exibir sintoma severo de declínio. Geralmente, as plantas
infectadas apresentam redução no tamanho das folhas, 10 % menores que
folhas normais, massa radicular reduzida em, pelo menos, 30% e, redução
de 20% na produção. Tylenchulus semipenetrans pode sobreviver no solo

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na ausência de hospedeiro por um período de nove anos, e pode sobreviver


a condições de temperatura elevada, como 45°C durante algumas horas.

COCO
Anel Vermelho do Coquiro esta doença provoca a morte da planta em
apenas poucos meses. Geralmente, os coqueiros de 3 a 7 anos são os mais
suscetíveis e morrem 3 a 4 meses após o aparecimento dos sintomas. As
perdas têm sido calculadas entre 20 a 98% em vários países da América
Central.
A doença foi observada pela primeira vez em Trinidad, em 1905. O
nematóide tem como vetor o besouro Rhynchophorus palmarum e
possivelmente um outro besouro, Dynamis borassi, também lhe serve de
vetor.
O anel vermelho do coqueiro tem sido registrado no Neotrópico, a partir do
México, passando pela América Central, até América do Sul e área do
Caribe. No Brasil, a doença está presente nos estados de Alagoas, Bahia,
Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
São Paulo e Sergipe.

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Danos: Os sintomas típicos da doença são a queda prematura dos frutos,


murcha das inflorescências, amarelecimento, bronzeado, morte progressiva
e queda das folhas, ficando o estipe nu e ereto durante muito tempo. O
amarelecimento dos folíolos começa pelo ápice e avança para o ráquis, o
qual sofre também seca descendente progressiva até a base do pecíolo. As
folhas debilitadas ou mortas quebram-se com freqüência próximo à base do
pecíolo, ficando penduradas no estipe. Os pecíolos sofrem descoloração
amarela a vermelho-amarronzado da base até aproximadamente uns 60 cm
em direção ao ápice.
Controle: Não há variedades ou cultivares de coco com algum tipo de
resistência a Bursaphelenchus cocophilus. Medidas fitossanitárias
direcionadas à redução das populações do besouro vetor e do número das
fontes de inóculo são os métodos mais usados nas tentativas de controle da
doença. Quando são observados os primeiros sintomas, as plantas devem
ser cortadas e destruídas pelo fogo ou cortadas em pequenos pedaços e
tratadas com inseticidas; o solo também deve ser tratado com cal para sua
desinfecção e deixado livre de vegetação por um tempo não determinado.

Anel Vermelho do coqueiro

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ABACAXI

Dentre os nematoides que ataca, a cultura do abacaxi no Brasil, destacam-


se Meloidogyne incognita, Pratylenchus brachyurus e Rotylenchulus
reniformis. Nematóides causam perdas de até 45% da produção do abacaxi
e amédia mundial está em 13,7%. As plantas atacadas apresentam
raquitismo, clorose, redução do sistema radicular e falta de resposta à
adubação. O controle químico e a rotação de culturas são os métodos mais
utilizados para o controle de nematóides.

GOIABA

Atualmente o nematóide-das-galhas, Meloidogyne mayaguensis, é um dos


principais fatores limitantes à produção e à qualidade dos frutos da
goiabeira em várias partes do mundo. A constatação, em 2006, pela
primeira vez no Estado do Espírito Santo dessa espécie de nematóide em
pomares comerciais de goiabeiras da cv. Paluma traz grande preocupação à
sustentabilidade dessa cultura, uma vez que o nematóide compromete as
funções do sistema radicular (absorção e translocação), além da resposta
inadequada às práticas de adubação. Outro agravante da presença do
nematóide é a inexistência, até ao momento, de medidas eficazes de
controle, o que vem reduzindo a vida útil dos pomares infestados no País.
Essas características, aliadas ao amplo número de hospedeiros e
sua dispersão nacional, já presente em mais de oito estados, estão trazendo
uma grande preocupação aos técnicos e produtores envolvidos no
agronegócio goiaba.
Os sintomas geralmente observados nas plantas infectadas são o
bronzeamentodas bordas das folhas, a coloração verde-pálida a amarelada
das folhas e a perda de vigor da copa com o desfolhamento e declínio da

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planta. Os frutos perdem sua aparência superficial lisa e brilhante ficando


abaixo do padrão comercial. Solos altamente infestados levam a goiabeira à
morte.

Perda de vigor da copa e declínio da goiabeira cv. Paluma.

NEMATOIDE DAS GALHAS (Meloidogyne spp.)

Nematóides do gênero são tidos como os mais importantes porque têm uma
distribuição geográfica ampla, apresentam uma enorme gama de
hospedeiros e causam grandes danos às culturas.
Em 1855, Berkeley classificou o nematóide das galhas como sendo
Heterodera radicicola. Jebert, em 1877 no Rio de Janeiro, associou a
presença de galhas em raízes de cafeeiro (Coffea arabica L.) ao declínio da
cultura, e Göeldi em 1887, classificou o nematóide das galhas como sendo
M. exigua Göeldi. Esta foi a primeira vez que o nematóide das galhas foi
chamado de Meloidogyne, mas esse gênero não foi imediatamente aceito
pela comunidade científica (FREITAS; OLIVEIRA; FERRAZ, 2001). Em
1949, Chitwood fez uma revisão completa e classificou as quatro principais
espécies de Meloidogyne (M. incognita, M. javanica, M. arenaria, M.
hapla), separando-as pelas marcas cuticulares na região perineal. A partir

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daí, os nematóides das galhas foram conhecidos mundialmente como


gênero Meloidogyne. Desde então, mais de 80 espécies desse gênero já
foram descritas (MOURA, 2005b). Este nematóide é encontrado nas mais
importantes regiões do brasil, causando grandes perdas e chegando a ser
fator limitante de cultivo.

Principais sintomas –A doença causada pelas espécies de nematóides deste


gênero é dita "meloidoginose". Os sintomas na planta resultam de murcha
nas horas mais quentes do dia, declínio, queda de folhas e sintomas de
deficiência mineral. Nas raízes, que se desvitalizam e param de crescer, as
galhas e rachaduras são visíveis. Às vezes há formação de raízes laterais
curtas, mas a formação das galhas, de tamanhos variáveis, constitui-se no
aspecto mais visível. As lavouras apresentam manchas ovais, as reboleiras
e as plantas apresentam-se raquíticas.

Raiz com sintoma de meloidogynose.

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Ciclo de Vida
O ciclo de vida de Meloidogyne spp. começa com o ovo, cujo interior sofre
várias mudanças durante o desenvolvimento embrionário até culminar na
formação do juvenil do primeiro estádio, ou J1. O J1 sofre uma ecdise e se
torna J2 ainda dentro do ovo. O J2 perfura o ovo com o estilete, rompendo
a casca e segue um gradiente de concentração de exsudatos radiculares
(gradientes de pH e moléculas da superfície celular) que orienta o
movimento até chegar à raiz onde penetra na região da zona de
alongamento celular, logo atrás da coifa. Esta zona apresenta alto
metabolismo por estar em diferenciação celular e, portanto, produz bastante
exsudatos. As células possuem pouca quitina, suberina e celulose
depositada em suas paredes e, por isso, são mais facilmente penetradas pelo
J2 que migra para o tecido vascular e inicia a alimentação introduzindo
substâncias nas células da planta, que irão alterá-las morfológica e
fisiologicamente. Neste instante, o J2 adquire uma forma alargada
tornando-se sedentário. Estas células especializadas da raiz, recebem o
nome de células gigantes (AGRIOS, 2005; FREITAS; OLIVEIRA;
FERRAZ, 2001).
As alterações causadas pelos nematóides não se restringem as células
gigantes, isto é, as células do córtex se multiplicam desordenadamente e a
raiz engrossa, formando um tumor que recebe o nome de galha. As
mudanças celulares resultam em aumento da concentração de aminoácidos,
proteínas, RNA e DNA nas células gigantes; em aumento de exsudatos
radiculares, minerais, lipídios, hormônio de crescimento, respiração e
transpiração, seguido por um decréscimo de açúcares e celulose. Com a
formação das células gigantes, ocorre também obstrução física dos vasos
condutores de água e minerais, o que resulta em sintomas de murcha
prematura e de deficiência de nutrientes, além do subdesenvolvimento da
planta. Em seguida, o J2 sofre três ecdises, passando a J3, J4 e forma adulta

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fêmea ou macho. Quando o macho é formado, ele readquire a forma


alongada, rompe a cutícula e abandona a raiz. O macho não se alimenta
mais e, na maioria das espécies de Meloidogyne, não tem papel na
reprodução, que é parternogenética. Quando a fêmea é formada, continua a
engrossar até ficar quase esférica, completa o amadurecimento e inicia a
postura de ovos em massa gelatinosa depositada do lado de fora do corpo.
Geralmente a massa de ovos fica na superfície da galha e contém cerca de
500 ovos. Os J2 eclodem e penetram na mesma raiz ou em raízes vizinhas.
A duração do ciclo de vida depende principalmente da temperatura
podendo variar de duas a quatro semanas (FREITAS; OLIVEIRA;
FERRAZ, 2001).

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IDENTIFICAÇÃO DE RAÇAS

As muitas espécies de Meloidogyne são diferentes em forma e medida. O


caráter mais comumente usado para a identificação de espécies é o corte
perineal (ou configuração perineal). A fêmea é extraída da raiz na região da
galha com o auxilio de um bisturi ou estilete, colocada sobre uma gota de
ácido lático 45%; seu pescoço é cortado, o conteúdo do corpo retirado e a
cutícula cortada ao redor da região parineal. O corte perienal é, então,
transferido para uma gota de glicerina sobre uma lamina de vidro para a
observação ao microscópio ótico. A região da cauda da fêmea, que engloba
o ânus e a vulva, possui marcas cuticulares características de cada espécie.
Deve-se cortar esta região de aproximadamente 20 fêmeas de uma
população e observar ao microscópio ótico para identificação.

6. INTRODUÇÃO A MICROSCOPIA

Não se sabe exatamente quem inventou o microscópio, porém sabe-se


muito bem que depois dessa invenção, lá pelo início do século XVII, nossa
percepção do mundo ficou muito diferente. Muitos atribuem a invenção
deste instrumento a Galileu, porém foi Leeuwenhoek quem realmente
aperfeiçoou o instrumento e o utilizou na observação de seres vivos.
Dotados de apenas uma lente de vidro, os primeiros microscópios
permitiam aumentos de até 300 vezes com razoável nitidez. E todo um
mundo que se encontrava invisível aos nossos olhos, se descortinou. Com
este instrumento muito simples, Leeuwenhoek estudou os glóbulos
vermelhos do sangue e constatou a existência dos espermatozóides. Este
cientista também desvendou o extraordinário mundo dos micróbios (ou
seja, seres microscópicos), hoje mais conhecidos como microrganismos. O

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microscópio simples de Leeuwenhoek foi aprimorado por Hooke,


ganhando mais uma lente. Deste modo, foram obtidos aumentos ainda
maiores. Os microscópios óticos modernos são descendentes sofisticados
do microscópio composto de Hooke e muito mais poderosos do que os
pequenos instrumentos usados pelos cientistas no início do século XVII.
Eles são dotados de dois sistemas de lentes de cristal (oculares e objetivas)
que produzem ampliações de imagem que vão em geral de 100 a 1000
vezes, deste modo revelando detalhes, até então invisíveis para nossa visão.

6.1. Partes do Microscópio


6.1.1. Mecânicas
a)Pé: é f e i t o d e l i g a s d e me t a i s p e s a d o s para impedir que o
aparelho tombe.
b)Estativo: haste ou suporte que se articula c o m o p é , s u s t e n t a o
t u b o , a p l a t i n a , o condensador, o aparelho e os mecanismos
macromicrométricos.
c)Platina ou mesa: d e f o r ma r e d o nd a o u retangular, é fixa, móvel
ou giratória no plano h o r i z o n t a l o u e n t ã o a p r e s e n t a u ma p a r t e
inferior fixa ao estativo e outra superior, desl i z a n t e . As
platinas fixas geralmente c o mp e n s a m sua
I mo b i l i d a d e p o r me i o d e peças deslizantes, chamadas "cherriot".
Entre as garras do último se encaixa a l â m i n a c o m o m a t e r i a l a
ser e s t u d a d o : pode ser deslocado para frente, para trás, à
d i r e i t a o u e s q u e r d a , s e m p r e n o m e s m o plano, por meio de
cremalheiras laterais. No c e n t r o h á u ma a b e r t u r a p a r a a p a s s a g e m
dos raios luminosos, coletados pelo espelho, e dirigidos pelo
condensador e o diafragma s o b r e a p r e p a r a ç ã o entre
l â m i n a e a lamínula, projetando daí através do tubo e da ocular até a
retina do observador.

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d)Tubo: no microscópio monocular o tubo r e p r e s e n t a u m c i l i n d r o


me t á l i c o , c o m u m e n c a i x e p o s t e r i o r , d a p r e c i s ã o p a r a
sua adaptação a outro encaixe, porém de corte investido na
cremalheira.
e)Dispositivos macro e micrométrico: entre o tubo e o estativo há uma peça
deslizante em sentido vertical,acionada por dois tipos de "botões" os
"macrométricos" e "micro-métricos". Com o mecanismo macrométrico
obtém-se focalização ótica grosseira da peça a ser examinada, enquanto
que, com o dispositivo micrométrico obtém-se deslocamentos do tubo
até de dois milésimos de milímetro ou menos ainda, dando desta
forma nitidez à imagem.
f)Revólver : é colocado na extremidade inferior do tubo nos modelos mais
antigos ou dos dispositivos macro e micro-métricos nos instrumentos
modernos de tubo bipartido. É munido de 3 ou 4 vãos circulares, providos
de matrizes para roscas. Nestas matrizes se enroscam as 3 ou 4
objetivas, sempre na ordem de seu aumento progressivo. Basta, então,
durante os trabalhos microscópicos, fazer girar mecanismos de câmbio de
objetivas ou revólver em um só sentido, para obter-se aumentos sucessivos
ou vice-versa, já focalizados, pelo menos, macrometricamente.

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6.1.2. Óticas
a)Oculares: são encaixadas nas extremidades superiores do tubo.
Podem ser retiradas e substituídas facilmente segundo a necessidade
do momento. É importante saber que as oculares ampliam apenas a imagem
formada pela objetiva. Não tornam mais nítidas as estruturas do objeto a ser
estudado. Seria ilógico, portanto, empregarem-se nos trabalhos
microscópicos objetivas de pouco aumento próprio e o c u l a r e s d e
g r a n d e p o d e r d e a mp l i a ç ã o . T a mb é m n ã o s e p o d e a c o n s e l h a r
o u s o s i mu l t â n e o d e objetivas e oculares de forte aumento. O
campo visual seria pouco nítido nas estruturas das células. Por
exemplo, se apresentariam ―apagadas‖, quase não haveria

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luminosidade e o campo ótico seria mínimo. No estudo geral das


células ou dos tecidos e no controle dos processos de coloração e
diferenciação dos cortes são suficientes oculares com aumento próprio
pequeno ou médio. Há, assim, satisfatória nitidez das estruturas, campo
visual grande – bem uniformemente iluminado – e poupança de nossa vida.
Na escolha das oculares para um microscópio há um princípio importante a
observar: é que as qualidades óticas das mesmas somente atingem seu grau
máximo de aproveitamento quando estão combinadas com as objetivas
certas.

b)Objetivas: são sistemas óticos, construídos com 4 a 6 ou mais lentes


superpostas. Além de fornecerem uma imagem ampliada de um objeto
qualquer, procuram corrigir também os defeitos cromáticos dos
raios luminosos e de ―esfericidade‖.
c)Condensador com diafragma: o condensador está colocado por baixo da
platina. Sua função é fornecer bastante luz. Para tanto é provido de
um sistema de lentes convergentes, que concentram e j ogam o
maior número de feixes luminosos pela lente frontal da objetiva. É
indispensável quando se empregam g r a n d e s a u me n t o s . O
c o n d e n s a d o r , i d e a l i z a d o p o r Ab e e e a p e r f e i ç o a d o c a d a v e z
ma i s , p e r mi t e a o pesquisador obter a iluminação desejável para
cada caso. Há condensadores para o "campo claro" econtrastes de
fases para campo escuro.No campo claro a lente frontal é geralmente
"desviável", o que permite iluminarem-se rapidamente grandescampos
claros, quando os trabalhos são executados com aumentos pequenos.Todos
os condensadores para o campo claro e contrastes de fases estão equipados
com um diafragma do sistema íris, cuja abertura é regulável para perfeito
ajuste a cada caso. Além disso, há uma cremalheira,que permite o
afastamento total do diafragma.Fecha-se o diafragma, quando se usa

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objetivas de pouco aumento, para eliminar os raios laterais. Abre-se o


diafragma na medida em que se vão aumentando as ampliações.
d)Espelho: é encaixado por baixo do condensador, num vão do pé do
microscópio. É redondo e articula-se entre duas laterais. Uma de suas faces
é plana e a outra côncava. A primeira colhe e projeta os raios paralelos e
divergente se a segunda os convergentes. O espelho côncavo é usado nas
ampliações pequenas; o plano, juntamente com o condensador, nas grandes
e nas imersões.
6.2. Aumento de um Microscópio
É calculado através da multiplicação do aumento da ocular pelo aumento
da objetiva.
6.2.1. Focalização de um Microscópio
Objetivas e distancias focais:
a) procurar a objetiva de menor aumento.
b) acertar a iluminação do microscópio de acordo coma objetiva a ser
usada.
c) olhando por fora da ocular, ir movendo o canhão para baixo por meio
do parafuso macrométrico até que objetiva se aproxime o mais
possível da lâmina sem tocar nela.
d)olhando agora através da ocular, girar o parafuso
macrométrico em sentido inverso (elevando o canhão) até perceber o foco
(enxergar alguma coisa).e) dar nitidez à imagem com o parafuso
micrométrico.

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6.2.2. Cuidados com o Microscópio


a) Nunca forçá-lo. Todas as conecções devem funcionar suavemente. Caso
contrário, chame o professor;
b) As lentes da objetiva nunca devem tocar a lâmina. Portanto, nunca
focalizar abaixando o canhão com o parafuso macrométrico olhando para a
ocular;
c) Não tocar as lentes. Se estiverem sujas, limpe-as com algodão ou com
pano que serão fornecidos;
d) Limpar sempre a objetiva de imersão após o uso. Se o óleo está
endurecido, pode aplicar um pouco de xilol sobre o algodão. Cuidado, pois
um excesso de xilol pode dissolver o cimento das lentes;
e) Não esquecer a lâmina no microscópio após o uso;
f) Manter a platina sempre limpa e seca. Limpa-la com o guardanapo
apropriado.
g) Não inclinar o microscópio, pois neste curso quase todas as técnicas
empregadas exigem que a lâmina seja examinada sempre na posição
horizontal;
h) Quando o microscópio não estiver em uso, deverá ser guardado coberto
ou em sua caixa;
i) Habitue-se não deixar a fonte de luz acesa quando não estiver utilizando
o microscópio.

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6.2.3. Uso do Microscópio


a) Com a amostra a ser examinada sempre na parte superior, colocar a
lâmina sobre a platina, tomando o cuidado de que a parte a ser examinada
esteja bem no centro;
b) Ajustar a iluminação de forma a que passe maior quantidade possível de
luz através da amostra;
c) Colocar a objetiva de menor aumento e abaixar o canhão utilizando o
parafuso micrométrico até que a lente esteja cerca de 0,5 cm da lâmina.
Nunca efetuar esta operação olhando pela ocular;
d) Olhar pela ocular e levantar levemente o canhão até obter uma
focalização grosseira. Se não conseguir, repetir a operação;
e) Após focalizar grosseiramente, utilizar o parafuso micrométrico para
uma focalização fina;
f) Acertar a quantidade de luz, movimentando o diafragma. A iluminação
deve ser adequada, nem fraca nem excessiva. Nunca movimentar o
condensador para baixo para diminuir a quantidade de luz. O condensador
deve estar sempre em posição elevada;
g) Se necessário um aumento maior, girar o revolver para utilizar a objetiva
de aumento 45X. Reajustar a focalização com o parafuso micrométrico e a
iluminação com o diafragma.
h) Para utilizar a objetiva 100X, é necessária a colocação de uma gota de
óleo sobre a lâmina depois da perfeita focalização com as objetivas de
aumento 10X e 45X. Observando lateralmente, girar o revolver até
encaixar a objetiva de aumento 100X, ficando esta imersa no óleo e sem
que a lente toque na lâmina. Nunca tentar focalizar diretamente com as
objetivas de maior aumento.

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Preparação da lamina

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7. LITERATURA CONSULTADA

ABREU JÚNIOR, E. coord. Práticas Alternativas de controle de Pragas e


doenças. Campinas, EMOPI, 1998. 115 p.

BURG, INÊS CLAUDETE; MAYER,PAULO HENRIQUE. Alternativas


ecológicas para prevenção de pragas e doenças. 30º Ed. Francisco Beltrão,
PR: GRAFIT- Gráfica e Editora, 2006.

GALLI, FERNANDO (org.). Manual de Fitopatologia: princípios e


conceitos.vol.I. 2ª edição. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1978.

GALLI, FERNANDO (org.). Manual de Fitopatologia: doenças das plantas


cultivadas .vol.II. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1980.

PENTEADO, S. R. Defensivos Alternativos e Naturais para a agricultura


saudável. Campinas-SP. Ed. Grafimagem , 1999,79p.

ZAMBERLAM, JURANDIR. Agricultura Ecológica: preservação do


pequeno agricultor e do meio ambiente. Petrópolis,RJ:vozes, 2001.

http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/citros/tylenchulus
-semipenetrans.html

http://www.ufrgs.br/agrofitossan/AGR04002/nematoda.htm#Morfo-
Anatomia(UFRGS)

http://www.cpatsa.embrapa.br/cpatsa/imprensa/noticias/pesquisador-alerta-
para-ocorrencia-de-nematoide-em-coqueiros-no-submedio-do-vale-do-sao-
francisco

http://www.incaper.es.gov.br/servicos/images/Nematoide_das_GalhasdaGo
iabeira.pdf

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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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