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OUTRAS SÍNDROMES
ENDÓCRINAS
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
ÍNDICE
Introdução 4
- Introdução e Fisiopatologia 4
- Hipercalcemia 11
Manejo da Hipercalcemia 34
- Hipocalcemia 38
- Tratamento 47
- Fisiopatologia 49
- Rastreamento 53
- Diagnóstico 55
- Tratamento 65
Doenças da Hipófise 83
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
- Sela Vazia 92
- Outras Doenças 93
Bibliografia 125
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Introdução
Introdução e Fisiopatologia
Nosso organismo tem cerca de 1.000 g de cálcio (Ca), sendo que 99% dele
encontra-se no osso, sob a forma de cristais de hidroxiapatita. Os 1%
restantes estão circulando no sangue ou nas células e nos líquidos
extracelulares. A concentração de cálcio no extracelular é muito maior do
que no intracelular, devido ao mecanismo de transporte ativo do cálcio
para o intracelular. Isto é importante, porque o cálcio no intracelular ativa
diversos processos, desde mobilização e secreção de substâncias, até
indução de apoptose.
O cálcio sérico total (CaT) é distribuído da seguinte maneira:
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Portanto, situações de aumento ou diminuição da albumina sérica
podem falsear o valor do cálcio total para mais ou para menos. Existe
uma conta que podemos utilizar para corrigir o cálcio total medido para
valores alterados de albumina:
Além disso, alterações no pH sérico mudam a afinidade do cálcio com
a albumina e podem levar à maior ou menor dissociação do cálcio, com
aumento ou diminuição do cálcio iônico, respectivamente. Isso ocorre da
seguinte forma:
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A regulação do nível de cálcio sérico é bastante complexa e dependente
das ações da vitamina D e do hormônio da paratireoide (PTH).
O principal efeito da vitamina D é aumentar a absorção de cálcio no
trato gastrointestinal, enquanto os efeitos do PTH são mediados
principalmente pela regulação da retenção e excreção de cálcio no rim.
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VITAMINA D
A vitamina D é um integrante fundamental na regulação do
metabolismo do cálcio. O nível sérico de vitamina D é determinado
tanto pela produção na pele em resposta à luz solar, quanto pela
ingestão de alimentos ou suplementos.
A ativação das vitaminas D2 e D3 requer hidroxilação inicialmente pelo
fígado e posteriormente pelos rins, resultando na forma ativa da
vitamina D, a 1,25-dihidroxivitamina D, também chamada de calcitriol.
A 25-hidroxivitamina D é a forma de armazenamento da vitamina D no
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Fonte: https://www.portalped.com.br/outras-especialidades/nutrologia/vitamina-d-
quando-suplementar/attachment/sintese-e-metabolismo-da-vitamina-d/
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Fonte: https://rawspecialist.com/2018/10/01/thyroid-and-parathyroid-glands/
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A mobilização contínua de cálcio do osso, mediada por PTH, por meses
a anos em resposta ao balanço de cálcio negativo crônico (por exemplo,
por baixa ingesta) pode levar à doença óssea metabólica.
Por outro lado, em situações de hipercalcemia, um aumento da carga
filtrada de cálcio e a supressão da secreção de PTH levam à excreção
importante de cálcio pelos rins, na tentativa de normalização da
calcemia. Neste contexto, o esqueleto, o intestino e o metabolismo da
vitamina D não contribuem significativamente para a correção da
hipercalcemia.
OSSOS
Além de seu papel no metabolismo mineral, o esqueleto adulto fornece
um reservatório de cálcio, suporte estrutural para mobilidade, fixação
muscular e proteção de órgãos vitais.
Apesar de parecer, o osso não é um tecido inerte e está em constante
remodelação. A remodelação óssea permite adaptação e reparo
esquelético contínuos. Este processo é mediado por 2 tipos celulares
importantes: os osteoblastos e os osteoclastos. Os osteoclastos são
responsáveis pela reabsorção óssea, enquanto os osteoblastos fazem a
formação óssea e a mineralização da matriz óssea (que é um processo
mais lento que a reabsorção). Todo o esqueleto é remodelado
aproximadamente a cada 10 anos.
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Existem basicamente 2 tipos de ossos:
Hipercalcemia
Definição
Hipercalcemia é definida por níveis de cálcio acima do limite superior
da normalidade (CaT > 10,5 mg/dL). Dependendo do nível de elevação
de cálcio, a hipercalcemia pode ser classificada em leve, moderada ou
grave.
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Manifestações Clínicas
As manifestações clínicas dependem tanto do grau de hipercalcemia
quanto da velocidade de instalação. Pode haver manifestações das mais
diversas possíveis: neuropsiquiátricas, gastrointestinais,
cardiovasculares, renais e musculoesqueléticas.
Manifestações gastrointestinais:
Os sintomas gastrointestinais resultam do relaxamento da musculatura
lisa, sendo a constipação o sintoma mais comum. Também pode ocorrer
anorexia, náuseas e vômitos.
Manifestações neuropsiquiátricas:
Pode haver sintomas como dificuldade de concentração, ansiedade e
depressão. Na hipercalcemia aguda, os pacientes podem ter
apresentações mais graves, como confusão mental, psicose, letargia e
até progressão para o rebaixamento de consciência e coma.
Manifestações cardiovasculares:
A principal alteração cardiovascular da hipercalcemia é o encurtamento
do intervalo QT. Além disso, a hipercalcemia crônica pode levar à
calcificação de válvulas, coronárias e cardiomiócitos.
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Guarde que o cálcio é inversamente proporcional ao intervalo QT (quanto
maior a quantidade de cálcio, mais curto será o intervalo e quanto menor
a quantidade de cálcio, mais prolongado será esse mesmo intervalo).
Fonte: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/1485/hipercalcemia.htm
Manifestações renais:
A principal manifestação renal da hipercalcemia é a predisposição à
nefrolitíase, secundária à hipercalciúria. Ademais, a hipercalcemia
crônica é associada ao defeito na capacidade da concentração renal, que
pode induzir à poliúria e polidipsia em até 20% dos casos, caracterizando
um quadro de diabetes insipidus nefrogênico. O mecanismo pelo qual
essas alterações ocorrem estão relacionados ao down-regulation dos
canais de aquaporina-2 e ao depósito de cálcio na medula renal com
lesão tubulointersticial secundária. A acidose tubular renal distal do tipo 1
também pode ocorrer.
Manifestações musculoesqueléticas:
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As principais são fraqueza muscular e mialgia. Pode ocorrer
acometimento ósseo, que depende mais da causa subjacente da
hipercalcemia do que da hipercalcemia em si (ex.: dor óssea por
metástases, osteoporose e osteíte fibrosa em hiperparatireoidismo - mais
detalhes adiante).
Etiologias e Avaliação Diagnóstica
A lista de causas de hipercalcemia é extensa e pode ser fácil perder-se no
meio da investigação. Desta forma, o primeiro passo ao avaliar um caso
de hipercalcemia é dosar simultaneamente o cálcio e o PTH. Isso nos
permite diferenciar dois grandes grupos de causas:
• Hipercalcemia PTH-dependente;
• Hipercalcemia PTH-independente.
A dosagem de cálcio iônico só é útil no contexto de alterações do nível
sérico de albumina ou distúrbios do equilíbrio ácido-básico. Caso
contrário, podemos fazer nossa avaliação com base nos níveis de cálcio
total, que é um exame mais barato e disponível.
Outro ponto fundamental é avaliar os medicamentos que o paciente faz
uso. As principais medicações associadas à hipercalcemia são os
diuréticos tiazídicos e o lítio.
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HIPERCALCEMIA PTH-DEPENDENTE
A secreção de PTH diminui abruptamente em resposta a um aumento
na concentração de cálcio sérico. Portanto, um nível de PTH elevado ou
inadequadamente normal (geralmente na metade superior da faixa
de referência) em um paciente com hipercalcemia é diagnóstico de
hipercalcemia mediada por PTH (veja na figura a seguir). Ou seja,
estamos diante de uma secreção inapropriada de PTH, mesmo em
vigência de hipercalcemia, o que chamamos de hiperparatireoidismo.
O hiperparatireoidismo pode ser classificado de acordo com o problema
de origem:
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Fonte: MSKAP 18. Cap Endocrinology and Metabolism - Calcium and Bone Disorders.
1. Hiperparatireoidismo Primário
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aspecto de “sal e pimenta”. É importante observar também lesões ósseas líticas (seta).
Fonte: Vilar, Lucio. Endocrinologia Clínica (p. 964). Guanabara Koogan. Edição do Kindle.
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Figura 6. Nefrocalcinose grave, que pode ser vista nos três exames de imagem: RX
Tratamento clínico:
O tratamento de escolha para o HPP é a cirurgia, como veremos mais
adiante, mas ela tem indicações específicas. Entretanto, vamos instituir
medidas clínicas para todos os pacientes, independente da indicação ou
não de cirurgia.
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Tratamento cirúrgico:
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
A técnica cirúrgica clássica utilizada é a exploração cervical bilateral com
identificação de todas as quatro paratireoides, retirada das 3 maiores e
de metade da 4ª com aspecto mais normal.
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2. Hiperparatireoidismo Primário Normocalcêmico (HPPN)
É uma condição caracterizada por níveis de PTH persistentemente
elevados (pelo menos em 2 ocasiões), com níveis de cálcio normais nas
mesmas dosagens, na ausência de outras causas que possam elevar o
PTH. Este é o ponto mais importante para o diagnóstico do HPPN.
As principais causas secundárias de elevação do PTH são:
• Hipercalciúria renal;
• Pseudo-hipoparatireoidismo.
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4. Hipercalcemia Hipocalciúrica Familiar (HHF)
É uma condição autossômica dominante, que representa a principal
causa de hipercalcemia familiar. Os pacientes com esta doença têm uma
mutação inativadora no gene do receptor sensor de cálcio (CaSR), que
faz com que tanto as paratireoides quanto os rins interpretem um cálcio
sérico normal como se fosse baixo. O resultado é um aumento da
secreção de PTH e hipercalcemia. Ocorre hipocalciúria, porque o receptor
mutado no rim faz com que haja uma maior reabsorção de cálcio.
Do ponto de vista laboratorial, estes pacientes possuem uma
hipercalcemia PTH-dependente, que parece um hiperparatireoidismo
primário. Entretanto, é muito importante não confundir uma HHF com
hiperparatireoidismo. Se for realizada paratireoidectomia num paciente
com HHF, não haverá normalização da calcemia. E a cirurgia não é
indicada nestes pacientes. Isso porque, apesar de observarmos
hipercalcemia e aumento de PTH, não ocorrem os efeitos negativos que
observamos no HPP, como osteoporose ou nefrolitíase.
As características que devem fazer você pensar em HHF são:
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
A confirmação diagnóstica é feita por teste genético, pesquisando a
mutação no gene do CaSR. A condição é benigna e não requer nenhum
tratamento específico.
5. Hiperparatireoidismo Secundário e Terciário
Como discutimos anteriormente, temos ainda o hiperparatireoidismo
secundário em que temos um PTH aumentado secundariamente a
hipocalcemia (e o quadro clássico relacionado à isso é a doença renal
crônica cursando com deficiência de vitamina D) e o
hiperparatireoidismo terciário em que a glândula sem adenoma ou
hiperplasia começa a produzir PTH independente do valor de cálcio
(também muito relacionado à doença renal crônica sem tratamento por
muitos anos).
O tratamento dessas duas condições diz muito mais respeito ao
tratamento da doença renal crônica do que à paratireoide, por isso é
discutido à parte na apostila de nefrologia.
Hipercalcemia PTH-independente
Neste caso, teremos uma hipercalcemia com níveis reduzidos de PTH (ou
tendendo ao limite inferior da normalidade).
O diagnóstico diferencial de uma hipercalcemia independente de PTH é
bastante amplo, mas vamos destacar aqui as causas mais importantes e
frequentes.
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
1. Hipercalcemia Da Malignidade
Esta é a principal causa de hipercalcemia, independentemente de PTH, e
é a principal causa de hipercalcemia em pacientes hospitalizados.
Existem basicamente quatro mecanismos fisiopatológicos que podem
levar à hipercalcemia da malignidade:
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Este último mecanismo abre um gancho para o próximo tipo de
hipercalcemia independente de PTH…
2. Hipercalcemia Dependente de Vitamina D
Nesta situação, temos um aumento da produção de vitamina D ou
mesmo aumento da ingestão (por suplementos). O resultado do excesso
de vitamina D é um aumento da absorção intestinal de cálcio e fósforo,
com supressão de PTH, que diminui a fosfatúria. Laboratorialmente
temos hipercalcemia, hiperfosfatemia e PTH baixo ou indetectável.
Doenças com formação de tecido granulomatoso podem levar a uma
conversão intensa e não controlada de 25-OHD em 1,25-OHD pelos
macrófagos do granuloma. Isto pode ocorrer na sarcoidose,
tuberculose, infecções fúngicas e no linfoma. Na avaliação laboratorial,
observamos níveis de 1,25-OHD elevados e PTH suprimido. Uma
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3. Outras Endocrinopatias
O hipertireoidismo aumenta o turnover ósseo: o T3 aumenta a atividade
dos osteoclastos, que aumentam a reabsorção óssea. Por esses motivos,
o hipertireoidismo também pode ser a causa da hipercalcemia e
hipercalciúria.
Alguns pacientes com insuficiência adrenal podem apresentar
hipercalcemia, por diversos mecanismos: aumento da reabsorção óssea,
hipovolemia com aumento da reabsorção no TCP de sódio e cálcio e
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emergência: abordagem prática 13a ed., 13th Edition. Manole, 2019-01-01. VitalBook file.
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QUESTÃO
A. Ondas T apiculadas.
B. Elevação do segmento ST.
C. Encurtamento do intervalo QT.
D. Bloqueio AV do segundo grau Mobitz II.
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GABARITO
Comentário Medway
Mano, para resolver a questão, primeiro devemos pensar qual o provável diagnóstico aqui.
Vamos somar os detalhes: jovem com fraturas ósseas de baixo impacto + HAS +
constipação + nefrolitíase + osteopenia identificada à radiografia, inclusive, com o clássico
crânio em sal e pimenta. O caso corrente é extremamente compatível com
HIPERPARATIREOIDISMO. Isto é, produção constitucional de Hormônio Paratireoidiano
(PTH) que leva a aumento do turnover ósseo. Isso leva a fragilidade óssea, aumentando o
cálcio sérico, fato que explica a grande maioria dos sintomas: hipomotilidade
gastrointestinal (a diminuição do cálcio leva à hipermotilidade), nefrolitíase por
hipercalciúria e HAS. Mas a questão não quer saber disso. Vamos às alternativas:
A – Incorreta. Pensando em hipercalcemia, o ECG não se manifesta com alterações nas
ondas T, muito menos causando onda T apiculada. Das diversas etiologias que levam a essa
alteração, a fase hiperaguda de uma SCA é uma das principais.
Mas muita gente confunde (às vezes até por ler muito rápido) com a hiperCalemia (ou
hiperpotassemia). Os distúrbios do potássio, aí sim, tem como sua manifestação
eletrocardiográfica inicial sempre as alterações na onda T (apiculada na hiper, achatada na
hipo)
B – Incorreta. Também marco de SCA, por exemplo.
C – Correta. Resposta da questão. Bom, peguem essa ideia da questão: o intervalo QT tem
correlação inversa com o Cálcio sérico. Logo, na hipercalcemia há encurtamento desse
intervalo.
D – Incorreta. A hipercalcemia não altera o funcionamento do nó Atrioventricular.
Visão do Aprovado: Sem pirar, essa questão bastávamos saber a manifestação
eletrocardiográfica dos transtornos do cálcio. Lembrar que a manifestação no ECG dos
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transtornos do Potássio também são BASTANTE cobrados nas provas, revisem bastante
isso, beleza?
E muito cuidado em questões de potássio/cálcio - sempre leiam com calma para ver se é
hipo/hiperCAlemia ou CALCemia!! Já vi muita gente perdendo ponto besta assim!
Finalizando, só para fixar, o diagnóstico de Hiperparatireoidismo Primário é LABORATORIAL
(CA elevado e PTH elevado), ok?
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Manejo da Hipercalcemia
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Podemos utilizar também a calcitonina, que tem um efeito mais rápido
para ajudar no controle da calcemia, enquanto não obtemos efeitos dos
bisfosfonatos. Importante ressaltar que a calcitonina não deve ser
utilizada como terapia única, porque induz taquifilaxia (tolerância) com o
uso prolongado.
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
A tabela a seguir resume o tratamento da hipercalcemia grave (ou crise
hipercalcêmica) e inclui as doses e a posologia das medicações, bem
interessante para sua vida prática!
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Ref: (Velasco 941)Velasco, Irineu T., Rodrigo Antonio Neto. Medicina de emergência:
abordagem prática 13a ed., 13th Edition. Manole, 2019-01-01. VitalBook file.
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Hipocalcemia
Agora vamos falar sobre o extremo oposto do que vínhamos falando até
agora: a hipocalcemia. Ela é definida por um cálcio total menor que 8,5
mg/dL ou um cálcio iônico menor que 4,4 mg/dL (1,10 mmol/L).
As manifestações clínicas da hipocalcemia, assim como na
hipercalcemia, dependem da gravidade do distúrbio e, também, da sua
velocidade de instalação e podem variar de quadros assintomáticos até
situações ameaçadoras à vida.
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O diagnóstico de hipoparatireoidismo é laboratorial e relativamente
direto. Ele pode ser parcial (hipocalcemia com PTH inapropriadamente
normal) ou total (hipocalcemia com PTH indetectável).
A hipomagnesemia, observada em contextos de desnutrição, alcoolismo
e com o uso de diuréticos de alça e inibidor de bomba de prótons, causa
hipofunção reversível da paratireoide. Por isso, sempre devemos dosar
magnésio antes que um nível de PTH baixo ou inadequadamente normal
seja atribuído ao hipoparatireoidismo.
Outra alteração laboratorial importante do hipoparatireoidismo é a
presença de fosfatemia no limite superior da normalidade ou mesmo
francamente elevado. Lembre-se que o PTH é um hormônio fosfatúrico,
então na sua insuficiência vai ocorrer um aumento da fosfatemia.
Aqui vai um conceito muito importante para o diagnóstico e manejo do
hipoparatireoidismo: o produto cálcio x fósforo. Quando os níveis de
fósforo estão elevados, mesmo na vigência de hipocalcemia, este
produto fica elevado (> 50) e predispõe a calcificações ectópicas. Uma
das mais importantes características do hipoparatireoidismo com
hipocalcemia crônica é a calcificação dos gânglios da base, o que
caracteriza a síndrome de Fahr.
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
cases/10628">rID: 10628</a>
2. Deficiência de Vitamina D
A deficiência de vitamina D pode ocorrer por baixa exposição solar,
carência nutricional ou mesmo doenças de má absorção que
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6. Pseudo-hipoparatireoidismo
Condição congênita que se caracteriza por resistência à ação do PTH,
levando à elevação dos níveis desse hormônio, associada à hipocalcemia.
7. Outras Condições
Diversas situações clínicas comuns em pacientes hospitalizados podem
cursar com hipocalcemia:
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Tratamento
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
No hipoparatireoidismo e na doença renal avançada, também devemos
utilizar o calcitriol (forma ativa da vitamina D), porque na ausência de
PTH não temos estímulo para a segunda hidroxilação da vitamina D,
enquanto na doença renal, o rim não é capaz de fazer esta hidroxilação,
por disfunção grave. A solução é ofertar a forma ativa da vitamina.
No hipoparatireoidismo crônico, os objetivos do tratamento são
eliminar os sintomas e, ao mesmo tempo, evitar complicações do próprio
tratamento (hipercalcemia). Os objetivos do tratamento do
hipoparatireoidismo são:
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
O principal limitante da terapia geralmente é a hipercalciúria. Outro fator
importantíssimo é a correção da hipomagnesemia, que dificulta a
secreção e ação do PTH.
O tratamento inicial da hiperfosfatemia é a redução do fósforo da dieta,
mas ocasionalmente requer a adição de quelantes de fosfato oral se o
fósforo sérico exceder a faixa normal. Para isso, podemos usar o próprio
carbonato e citrato de cálcio, mas também existe o sevelamer.
Fisiopatologia
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cooperation between the European Foundation for Osteoporosis and the National
position statement on peak bone mass development and lifestyle factors: a systematic
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• Dosagens séricas:
◦ Hemograma
◦ Função renal
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◦ Função hepática
◦ TSH
◦ 25-OHD
◦ Cálcio
◦ Cortisol livre
Do ponto de vista prático, a perda de massa óssea é resultado de um
desbalanço entre reabsorção, remodelação (mediada por osteoclastos) e
formação óssea (mediada por osteoblastos).
Rastreamento
• Mulheres ≥ 65 anos;
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• Hiperparatireoidismo primário.
É importanta relembrar que a osteoporose pode ser definida à partir da
densitometria mas também por outros métodos como a presença de
uma fratura por fragilidade. Por isso, além da densitometria, estamos
autorizados a solicitar radiografias de coluna e óssos londos
(especialmente fêmur) para alguns pacientes.
Indicações de RX de coluna para pesquisa de fraturas:
• Mulheres entre 65-69 anos e homens entre 75-79 anos com T-score
≤ -1,5;
◦ Fratura de fragilidade
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Diagnóstico
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Para homens e mulheres com mais de 50 anos, e para mulheres na pós-
menopasusa, utilizamos o T-score e podemos ter a seguinte
interpretação:
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Além disso, outro modo de diagnosticar a osteoporose é após uma
fratura de fragilidade, mesmo com um T score maior que -2,5.
Relembrando o conceito: fratura de fragilidade é toda aquela que ocorre
espontaneamente ou após um trauma de baixo impacto (ex.: queda da
própria altura), geralmente ocorrendo em coluna vertebral, colo de
fêmur, rádio distal e úmero.
Este conceito é muito importante e frequentemente esquecido. Para
fazer uma analogia: após uma internação por infarto agudo do
miocárdio, virtualmente todos os pacientes recebem alta com a
prescrição de um betabloqueador, haja vista seus benefícios indubitáveis
nesta condição. Em contraste, após uma fratura de quadril de baixo
impacto (a definidora de fratura de fragilidade), menos de 25% dos
pacientes recebem alta com prescrição de algum tratamento para
osteoporose.
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Fonte: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3749/osteoporose.htm
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Fonte: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3749/osteoporose.htm
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Fonte: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3749/osteoporose.htm
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• País;
• Idade;
• Sexo;
• Peso;
• Altura;
• Tabagismo atual;
• Etilismo;
• Uso de glicocorticoide;
Existe uma calculadora específica para cada país (porque as
características de cada população são diferentes, o que muda o risco
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Fonte: https://abrasso.org.br/calculadora/calculadora/
Fonte: https://abrasso.org.br/calculadora/calculadora/
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Figura 16. Avaliação do risco de fratura com base na estratégia NOGG - fraturas maiores.
Fonte: https://abrasso.org.br/calculadora/calculadora/
Figura 17. Avaliação do risco de fratura com base na estratégia NOGG - fraturas de
quadril.
Fonte: https://abrasso.org.br/calculadora/calculadora/
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Mas na prova não vou ter esta calculadora, como vou saber quando
indicar o tratamento para o paciente com osteoporose? Fiquem
tranquilos, que vamos estudar também as indicações formais
estabelecidas nos principais guidelines de Endocrinologia.
Tratamento
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1. Prevenção de quedas;
3. Tratamento farmacológico.
1. Prevenção de Quedas
O principal fator desencadeante de fratura é uma queda.
Consequentemente, para atingirmos o objetivo de prevenir fraturas é
fundamental que consigamos prevenir as quedas. É importante
entendermos quais são os fatores de risco para quedas e quais as
medidas que podemos tomar para preveni-las.
Fatores de risco para quedas:
• Deficiência visual;
• Deficiência auditiva;
• Fragilidade e sarcopenia;
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Atividade física:
Faz parte da estratégia de prevenção de quedas, pois fortalece a
musculatura, mas também possui efeitos benéficos diretos nos ossos.
Desta forma, devemos recomendar:
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Atividades como natação, hidroginástica e bicicleta são excelentes para a
saúde muscular e cardiovascular, mas tem menos impacto nos ossos.
2. Nutrição
É fundamental garantir uma ingestão adequada de cálcio e vitamina
D, que também é a base do tratamento da osteoporose. Os
medicamentos que prescrevemos não conseguem exercer seu efeito
ótimo se o paciente não tiver consumo adequado de cálcio e vitamina D,
por isso, esta etapa é fundamental.
Cálcio:
A ingestão diária recomendada de cálcio é de 1.000 mg/dia para adultos
e 1.200 mg/dia para mulheres pós-menopausa e idosos com mais de
70 anos. Tendo este conhecimento em mente, devemos avaliar a dieta
do paciente para determinar se há necessidade de suplementação.
Caso a dieta do nosso paciente não atinja as recomendações de
consumo diário, devemos indicar a suplementação (vide a seção de
hipocalcemia).
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Vitamina D:
Devemos manter um nível de 25-OHD > 30 ng/mL. Se o paciente tiver
uma exposição solar suficiente e níveis naturalmente acima deste limiar,
a reposição não é necessária. Entretanto, para a maioria dos pacientes,
precisaremos indicar a reposição de vitamina D.
Teoricamente, a dose de 800 unidades internacionais (UI)/dia pode ser
prescrita para qualquer pessoa mesmo sem dosagem prévia do nível
sérico de vitamina D, pois a necessidade diária basal costuma ser entre
800 e 1.000 UI. Reposições maiores precisam ser baseadas no nível sérico.
Geralmente, a dose padrão de reposição é de 1.000 a 2.000 UI/dia.
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
• Bisfosfonatos;
• Estrogênios;
• Calcitonina;
• Denosumabe.
Estimuladores da formação óssea:
• Teriparatida;
• Abaloparatida;
70
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
• Romosozumabe.
Bisfosfonatos
Os bisfosfonatos (BF) são considerados medicamentos de primeira
linha no tratamento farmacológico da osteoporose em mulheres pós-
menopausa e homens acima de 50 anos. Existem 4 representantes
desta classe disponíveis no Brasil: alendronato, risedronato e
ibandronato (todos via oral) e o ácido zoledrônico (endovenoso). Devido
à baixa absorção intestinal, os BF orais devem ser tomados em jejum,
aguardando pelo menos 30 minutos para se alimentar. É importante
que o paciente não se deite por 1 hora após a ingestão, para evitar o
refluxo e lesão esofágica induzida pela medicação.
O mecanismo de ação dos BF é a inibição dos osteoclastos e,
consequentemente, redução da reabsorção óssea. O alendronato é capaz
de aumentar a densidade mineral óssea (DMO) e diminuir o risco de
fraturas vertebrais, não vertebrais e de quadril, efeitos também
observados com o uso de risedronato.
Os principais efeitos colaterais dos BF orais são os sintomas
gastrointestinais (náuseas, pirose, desconforto subesternal e dor à
deglutição). Por inibirem a reabsorção óssea, os BF (principalmente o
ácido zoledrônico) podem causar diminuição do cálcio sérico, que
geralmente é leve e transitória. A hipocalcemia pode ser mais grave em
pacientes com hipoparatireoidismo ou naqueles com vitamina D
baixa. Sintomas de “fase aguda”, como febre baixa, mialgia, cefaleia,
artralgias e dores ósseas podem ocorrer nos pacientes que utilizaram BF
endovenosos.
Dois efeitos colaterais muito raros, mas preocupantes, dos BF são as
fraturas atípicas de fêmur (na região subtrocantérica, minimamente
cominutivas, geralmente com dor prodrômica) e a osteonecrose de
mandíbula (exposição de um osso necrótico na cavidade oral). Por este
71
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
72
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Terapia De Reposição Estrogênica E Tibolona
A reposição de estrogênio em mulheres pós-menopausa leva a um
aumento da DMO, além de diminuir o risco de fraturas vertebrais, não
vertebrais e de quadril. Entretanto, ela não deve ser indicada
exclusivamente para o tratamento de osteoporose, devido aos
potenciais efeitos colaterais: aumento do risco de câncer de mama, de
eventos tromboembólicos e de doença cardiovascular. Portanto, deve ser
indicada apenas naquelas mulheres com sintomas climatéricos (via de
regra: fogachos), antes dos 60 anos de idade e com menos de 10 anos
de menopausa.
O uso de tibolona (um esteroide sintético) leva à redução do risco de
fraturas vertebrais e não vertebrais. Entretanto, esse medicamento não
deve ser utilizado por mulheres com mais de 60 anos de idade ou com
mais de 10 anos de menopausa, com alto risco para a trombose venosa
profunda ou outras doenças cardiovasculares.
Moduladores Seletivos do Receptor de Estrógeno (SERM)
Estes medicamentos, chamados de SERM (abreviação do inglês -
selective estrogen receptor modulators), não apresentam a estrutura
73
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Quando inibimos a ligação do RANKL no RANK, ocorre menor
diferenciação de células precursoras em osteoclastos maduros e redução
da formação, função e sobrevida dos osteoclastos ativados, diminuindo a
reabsorção óssea.
O denosumabe é aplicado por via subcutânea a cada 6 meses. Ele leva
ao aumento da DMO, além de redução de fraturas vertebrais, de quadril
e não vertebrais.
Infelizmente, após a suspensão da medicação ocorre um aumento
rápido da reabsorção óssea e perda de massa óssea, ou seja, sem
nenhum efeito residual. Além disso, devido à rápida reabsorção pode
haver maior risco de fraturas vertebrais. Portanto, não é recomendada a
realização do “drug holiday”.
Teriparatida
A teriparatida é um análogo do PTH, administrada por via subcutânea e
rapidamente metabolizada, não sendo mais detectada na circulação 3h
após a aplicação.
O racional para o uso de um análogo de PTH (um hormônio que
estimula a reabsorção óssea) no tratamento da osteoporose é o seguinte:
níveis persistentemente elevados de PTH resultam em reabsorção óssea,
enquanto a administração intermitente de baixas doses do hormônio
tem efeito contrário: estimula a proliferação e a atividade dos
osteoblastos com efeitos anabólicos sobre o esqueleto. Como a
metabolização é rápida, a administração subcutânea diária gera picos e
vales da medicação, garantindo um aumento da formação óssea.
A dose recomendada é de 20 μg/dia, por via subcutânea, durante um
período máximo de 24 meses. Observa-se redução importante do risco
de fraturas vertebrais e não vertebrais.
75
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Como é uma medicação com efeito anabólico, está indicada em
pacientes com osteoporose mais grave (T-score < -3,5 sem fraturas ou
com T-score < -2,5 e pelo menos uma fratura de fragilidade).
A duração do tratamento é limitada em 24 meses devido ao risco de
osteossarcoma observado apenas nos estudos com animais. Após a
suspensão da medicação, a massa óssea pode cair muito rapidamente.
Portanto, é importante associar um antirreabsortivo no momento da
suspensão para garantir a manutenção de todo o ganho obtido com a
medicação.
Abaloparatida
Abaloparatida é um análogo sintético do PTHrp, com modificação na
sequência de alguns aminoácidos, resultando em maior efeito anabólico
e redução do estímulo reabsortivo.
A medicação leva a um aumento da DMO, redução dos riscos de fraturas
vertebrais e não vertebrais. Entretanto, ainda não está disponível no
Brasil.
Romosozumabe
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
* Pacientes com risco muito alto de fraturas são aqueles com pelo menos uma das
seguintes características:
Ref: Vilar, Lucio. Endocrinologia Clínica (p. 1022). Guanabara Koogan. Edição do Kindle.
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
QUESTÃO
Paciente de 78 anos, sexo feminino, refere estar fazendo um tratamento devido a uma
fratura espontânea no corpo vertebral T12 secundária à osteoporose. Não recorda o nome
do medicamento, porém relata utilizar o remédio através de uma injeção subcutânea
diária. Lembra que o médico orientou o seu uso pelo período máximo de 18 a 24 meses
devido ao risco de desenvolvimento de osteossarcoma com o uso mais prolongado. A partir
do exposto, é correto afirmar que essa paciente está utilizando:
A. alendronato de sódio.
B. denosumabe.
C. raloxifeno.
D. ácido zoledrônico.
E. teriparatida.
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
GABARITO
Comentário Medway
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Doenças da Hipófise
• Pan-hipopituitarismo;
• Hiperprolactinemia;
• Prolactinoma;
• Acromegalia;
83
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Figura 18. Ilustração de corte coronal demonstrando relação importante da hipófise com
estruturas nobres.
Fonte: Artigo original: Melmed S. Pituitary. ACP Medicine. 2008;1-19. [The original English
Hamilton, Ontario, Canada. Copyright © 2011 Decker Intellectual Properties Inc. All Rights
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Figura 19. Esta imagem representa uma ressonância magnética de hipófise pesada em
T1, em corte coronal (o mesmo corte do desenho anterior). A hipófise está circulada de
cavernoso.
Fonte: https://radiopaedia.org/cases/pituitary-mri-normal-study?lang=us
85
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Fonte: http://www.oncoguia.org.br/quimioterapiaoral/noticia.php?id=3977
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Fonte: Artigo original: Melmed S. Pituitary. ACP Medicine. 2008;1-19. [The original English
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Hamilton, Ontario, Canada. Copyright © 2011 Decker Intellectual Properties Inc. All Rights
• Prolactina (PRL);
A hipófise posterior secreta os hormônios sintetizados no hipotálamo:
• Ocitocina (OCT).
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Figura 22. Ilustração dos hormônios hipofisários e suas ações nos órgãos alvo.
www.msdmanuals.com/pt/casa/disturbios-hormonais-e-metabolicos/disturbios-da-
hipofise
91
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Sela Vazia
Figura 23. As duas imagens acima são de ressonância magnética de hipófise, na fase T1
no corte sagital. A primeira demonstra um achado de sela vazia. Observe que a cavidade
selar encontra-se preenchida por líquor e não vemos tecido hipofisário. Na imagem da
Fonte: https://radiopaedia.org/articles/empty-sella
92
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Os pacientes com sela vazia geralmente têm função hipofisária
preservada, porque existe tecido glandular presente, mas está revestindo
a sela aumentada, como se fosse uma casca de laranja.
Devemos questionar e buscar sinais e sintomas de deficiências
hipofisárias em todos os pacientes com sela vazia. A alteração mais
comum nestes casos é a hiperprolactinemia, que estudaremos em
maiores detalhes adiante. Nos pacientes assintomáticos devemos avaliar
também o eixo corticotrófico com dosagem de cortisol matinal e o eixo
tireotrófico com dosagem de TSH e T4 livre. Testes adicionais devem ser
direcionados aos outros eixos hipofisários se houver sinais ou sintomas
de deficiência.
Pacientes sem alterações na avaliação inicial provavelmente não
desenvolverão alterações hormonais ou radiológicas. Entretanto, devido
ao risco teórico de progressão, é recomendado que pacientes
assintomáticos com sela vazia tenham uma avaliação hormonal,
radiológica e oftalmológica repetida em 2 a 3 anos. Se não houver
progressão, a avaliação adicional vai ser realizada apenas no surgimento
de sinais e sintomas.
Outras Doenças
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Fonte: https://radiopaedia.org/cases/invasive-gonadotroph-cell-pituitary-adenoma?
lang=us
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Outras situações em que a cirurgia deve ser considerada:
98
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
A técnica cirúrgica padrão para a remoção dos tumores hipofisários é por
via transesfenoidal (acessada através da cavidade nasal), como ilustrado
na figura abaixo.
transesfenoidal.
Fonte: https://operativeneurosurgery.com/doku.php?
id=transsphenoidal_approach_complications
99
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Na análise histopatológica, a maioria dos macroadenomas clinicamente
não funcionantes tem uma imunohistoquímica consistente com um
adenoma gonadotrófico que é clinicamente “silencioso” (sem
hipersecreção detectável de gonadotrofinas).
100
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Outras causas de hipopitutarismo estão listadas abaixo:
101
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
1. Pan-hipopituitarismo
2. Deficiência De Acth
102
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
103
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
A deficiência de ACTH também pode ocorrer no contexto de doenças
hipofisárias. Os sintomas de deficiência secundária de cortisol são
fadiga, mal-estar, perda de peso, náuseas, vômitos, hipoglicemia
assintomática, tontura e hiponatremia. Como apenas a produção de
cortisol é afetada (a produção de mineralocorticoide está intacta), os
pacientes não apresentam hipercalemia e são menos propensos a ter
hipotensão. Além disso, os pacientes com insuficiência adrenal
secundária não apresentam hiperpigmentação.
Um cortisol matinal < 3 µg/dL é diagnóstico de insuficiência adrenal,
enquanto níveis > 15 µg/dL excluem o diagnóstico. Os pacientes com
cortisol entre 3 e 15 µg/dL devem fazer um teste de estimulação com
ACTH. Um pico de cortisol maior ou igual a 18 µg/dL em 0, 30 ou 60
minutos exclui a deficiência de cortisol.
A insuficiência adrenal secundária é tratada com reposição de
glicocorticoides como descrito no capítulo de suprarrenal. Em situações
104
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
105
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Em mulheres jovens podemos fazer a reposição apenas com as doses
presentes nos contraceptivos orais combinados, mas também podemos
usar outras formas de estrogênio e progesterona (como adesivo de
estradiol com progesterona oral ciclada).
Em homens e mulheres que desejam fertilidade, é preciso fazer a
reposição de gonadotrofinas, porque a testosterona exógena e o
estrogênio suprimem a espermatogênese nos homens e a ovulação nas
mulheres, respectivamente.
5. Deficiência de GH
O hormônio do crescimento (GH) é necessário para o crescimento linear.
A deficiência de GH em crianças causa baixa estatura. Já nos adultos,
os sintomas de deficiência de hormônio do crescimento são mais sutis e
incluem fadiga, perda de massa muscular e ganho de massa gorda.
Embora a deficiência isolada de GH possa ocorrer em crianças, a
deficiência isolada idiopática de GH em adultos é muito rara. Apenas
pacientes com história de doença hipotalâmica ou hipofisária, cirurgia ou
radiação nessas áreas, traumatismo cranioencefálico ou outras
deficiências de hormônio hipofisário devem ser considerados para
avaliação de deficiência isolada de GH de início na idade adulta.
Devido à secreção pulsátil do GH (figura abaixo), a dosagem direta não é
fidedigna e a deficiência de GH deve ser avaliada por meio da dosagem
do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1). Um nível de IGF-1
abaixo da faixa normal para sexo e idade é altamente sugestivo de
deficiência de GH. Por outro lado, um nível normal de IGF-1 não descarta
completamente a deficiência se a suspeita pré-teste for alta.
106
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Fonte: https://basicmedicalkey.com/endocrine-glands/
107
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
se liga aos receptores V2 na membrana basolateral das células do túbulo coletor renal. A
ligação do ADH no seu receptor induz uma série de sinais que, em última análise, leva à
109
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
estas células capazes de absorver água. O resultado é uma maior concentração urinária e
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Mechanism-of-action-for-vasopressin-and-V2-
receptor-antagonists-The-binding-of_fig1_233418615
O tratamento do DI central consiste na reposição de desmopressina
(DDAVP), que pode ser feita via intranasal, subcutânea ou oral. As doses
são geralmente administradas uma vez à noite para prevenir a noctúria e
garantir um sono ininterrupto, ou duas vezes ao dia se os sintomas
interferirem nas atividades diárias. Devemos ter cuidado para evitar a
reposição em dose excessiva, pois isso pode resultar em hiponatremia,
intoxicação por água e sobrecarga de volume.
110
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
111
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
QUESTÃO
Mulher de 35 anos apresenta, dois meses após o parto, alteração de campo visual,
insuficiência adrenal secundária, T4 livre baixo com TSH normal, associado à suspensão de
lactação. Sobre o quadro relatado, é correto afirmar que:
A. As alterações que apresenta devem ter sido causadas por hemorragia periparto.
B. Cirurgia de descompressão hipofisária corrige as deficiências endócrinas.
C. À RNM, pode apresentar aumento homogêneo da hipófise e grande reforço pelo
gadolíneo.
D. Presume-se que certamente tenha também deficiências de GH e gonadotrofinas,
geralmente mais tardias que as de ACTH e TSH.
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OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
GABARITO
Comentário Medway
Aqui temos uma mulher que começou APÓS O PARTO com queixas de alteração de
campo visual e alterações em hormônios hipofisários: insuficiência adrenal secundária
(quer dizer, de origem central), hipotireoidismo secundário (T4L baixo com um TSH
inapropriadamente normal) e prolactina baixa (ausência de lactação). Isso tudo caracteriza
um quadro de panhipopituitarismo, que ocorreu logo após o parto.
Do que estamos falando? Provavelmente de uma síndrome de Sheehan. Já vamos
entender um pouco mais sobre ela revisando as questões
A - Correta. É justamente isso! A síndrome de Sheehan nada mais é que um infarto
hipofisário por má perfusão sanguínea que ocorreu após um sangramento aumentado
no período periparto. E a manifestação vai ser de hipopituitarismo depois do parto, bem
como esta mulher apresentou. Não tem como não marcar esta!
B - Incorreta. Como estamos tratando de um infarto, já houve morte das células
hipofisárias e uma cirurgia de descompressão não irá reverter o quadro. Este tipo de
intervenção estaria indicada diante de um sangramento agudo na hipófise, que estivesse
fazendo efeito de massa, não neste caso.
C - Incorreta. Como houve um infarto da hipófise, esperamos que a glândula esteja
diminuída e, muitas vezes, o que pode ser observado na RNM nestes casos é uma
impressão de que não existe nada na sela túrcica, de tão diminuída que está a hipófise,
caracterizando um achado descrito como “sela vazia”.
D - Incorreta. Geralmente o acometimento dos somatotrofos (células produtoras de GH) e
gonadotrofos (células produtoras de LH e FSH) ocorre ANTES do acometimento das
demais células hipofisárias. Então, se a paciente tem deficiência de TSH e ACTH,
provavelmente também tem de GH, FSH e LH, mas estes foram afetados primeiro e não
depois!
Visão do aprovado: mulher após o parto com alterações em hormônios hipofisários (GH,
FSH, LH, ACTH, TSH, prolactina), temos que pensar em síndrome de Sheehan.
113
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
114
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
115
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Apresentação clínica:
Os sintomas de hiperprolactinemia incluem amenorreia e galactorreia
em mulheres na pré-menopausa. Os homens frequentemente
apresentam sintomas de efeito de massa ou hipogonadismo, como
diminuição da libido ou dificuldade de ereções; menos comumente,
apresentam ginecomastia e sensibilidade mamária.
Hiperprolactinemia medicamentosa:
116
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
117
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Pacientes com microadenomas assintomáticos não requerem
tratamento. Mulheres com hipogonadismo relacionado à
microadenoma podem ser tratadas com um anticoncepcional oral
combinado, se não desejarem fertilidade, ou com um agonista da
dopamina, se desejarem. Mulheres na pós-menopausa com
microadenomas não requerem tratamento.
Nos pacientes com macroadenomas, o tratamento de primeira linha é
um agonista dopaminérgico, com o objetivo de diminuir os níveis de
prolactina, reduzir o tamanho do tumor e restaurar a função gonadal. A
cabergolina é o agente de primeira escolha por ser mais eficaz em
reduzir a prolactina e o tumor, em comparação com a bromocriptina.
Além disso, a posologia da cabergolina é duas vezes por semana,
enquanto a bromocriptina deve ser tomada de 1 a 3 vezes ao dia. A
118
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
119
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
2. Acromegalia
Causas:
A acromegalia é causada por excesso de secreção de GH por um tumor
hipofisário em 95% dos pacientes. Nos 5% restantes, a causa da
hipersecreção de GH é um tumor secretor de GHRH ou um tumor
neuroendócrino não hipofisário.
Características clínicas:
Quando os tumores hipofisários secretores de GH estão presentes em
crianças antes da puberdade, o resultado é um crescimento longitudinal
aumentado, resultando em gigantismo. Embora o gigantismo seja
facilmente reconhecido em crianças, as características do excesso de
hormônio do crescimento são mais sutis em adultos, muitas vezes não
reconhecidas por muitos anos.
Os principais achados clínicos da acromegalia são:
• Prognatismo;
• Macroglossia;
• Alargamento do nariz;
• Sudorese;
• Artralgia;
• Cefaleia.
120
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
As fotos a seguir são clássicas no estudo da acromegalia e representam a
evolução e mudança das características faciais de uma paciente com
acromegalia não diagnosticada ao longo dos anos.
Figura 28. Evolução de paciente com acromegalia não diagnosticada, ao longo dos anos.
Fonte: Clinical manifestations of acromegaly. Endocrinol Metab Clin North Am. 1992;21(3):
121
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
• Apneia do sono;
• Hipertensão;
• Resistência insulínica;
• Cardiomiopatia hipertrófica;
• Artropatias;
Abordagem diagnóstica:
Na suspeita de acromegalia, devemos solicitar a dosagem de IGF-1. Nos
pacientes com níveis elevados de IGF-1, a avaliação subsequente é o teste
de tolerância à glicose oral. O GH é um hormônio contrarregulador e, na
situação de sobrecarga glicêmica, deve ter seus níveis suprimidos. A
resposta normal é suprimir a secreção de GH para níveis < 0,2 ng/mL. A
manutenção de níveis de GH constantemente ≥ 1,0 ng/mL é compatível
com o diagnóstico de acromegalia.
Tratamento e acompanhamento:
122
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
A primeira linha de tratamento é a ressecção transesfenoidal (TSR) do
tumor secretor de GH. Os pacientes que não atingem a remissão com
cirurgia podem ser manejados com tratamento clínico ou radioterapia.
Os análogos da somatostatina são os medicamentos de escolha, pois
resultam na redução do tamanho do tumor e dos níveis de GH. Uma vez
que a remissão é alcançada, os níveis de IGF-1 são monitorados
anualmente, juntamente com uma imagem de hipófise (ressonância
magnética).
Os pacientes com acromegalia apresentam maior mortalidade devido a
doenças cardiovasculares, apneia do sono e neoplasias, mas o risco volta
ao normal quando mantemos o IGF-1 na faixa normal. É importante fazer
o rastreio e seguimento destas comorbidades enquanto não mantemos
os níveis de IGF-1 controlados.
3. Tumores Hipofisários Secretores De TSH (Tireotropinomas)
Os tumores hipofisários secretores de TSH são extremamente raros. Os
sinais e sintomas são aqueles observados no hipertireoidismo. O
laboratório mostra níveis aumentados de T4 e T3, com níveis
inadequadamente normais ou elevados de TSH. Primeiramente,
123
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
devemos excluir outras causas que possam cursar com este perfil
laboratorial (interferentes laboratoriais, resistência ao hormônio da
tireoide, hipertireoxinemia disalbuminêmica familiar...), excluindo estas
causas, vamos solicitar uma RM de hipófise
O tratamento de primeira escolha é a cirurgia transesfenoidal para
retirada do tumor. O tratamento clínico com análogo da somatostatina
está indicado para controle de sintomas antes da cirurgia e para
pacientes sem remissão pós-cirúrgica.
4. Excesso de ACTH (Doença de Cushing)
A abordagem diagnóstica e terapêutica do adenoma hipofisário
produtor de ACTH já foi discutida no capítulo de doenças da suprarrenal.
Revise os conceitos importantes naquele capítulo.
Pessoal, com isso terminamos nosso módulo de Endocrinologia.
Esperamos que tenham aprendido bastante e ficado com os conceitos
mais importantes para a vida e para a prova!
Um grande abraço em todos e vamos pra cima!!
124
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
Bibliografia
125
OUTRAS SÍNDROMES ENDÓCRINAS CM
http://www.oncoguia.org.br/quimioterapiaoral/noticia.php?id=3977
https://www.portalped.com.br/outras-especialidades/nutrologia/
vitamina-d-quando-suplementar/attachment/sintese-e-
metabolismo-da-vitamina-d/
https://rawspecialist.com/2018/10/01/thyroid-and-parathyroid-
glands/
https://abrasso.org.br/calculadora/calculadora/
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/disturbios-hormonais-e-
metabolicos/disturbios-da-hipofise
https://radiopaedia.org/articles/empty-sella
https://radiopaedia.org/cases/invasive-gonadotroph-cell-pituitary-
adenoma?lang=us
https://operativeneurosurgery.com/doku.php?
id=transsphenoidal_approach_complications
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Osteoporose -
CONITEC 2014. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/
Protocolos/Osteoporose.pdf
https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/uspstf/
recommendation/osteoporosis-screening
126
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NOSSA MISSÃO
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