Você está na página 1de 7

1

BOLETIM INFORMATIVO Nº 18/08 – ANO V


(07 de maio de 2008)

1. RAT - RISCO DE ACIDENTE DE TRABALHO (Antigo SAT)

Conceitos e Base de Cálculo


A contribuição da empresa para o RAT destina-se ao custeio das aposentadorias
especiais e dos benefícios concedidos em razão de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos presentes no ambiente de trabalho ou acidente do trabalho.
Esta contribuição terá alíquota variável determinada de acordo com os riscos aos
quais o empregado fica exposto com a atividade da empresa, podendo o grau de
risco enquadrar-se como leve, médio ou grave, tendo como base de cálculo o valor
da folha de pagamento dos empregados e trabalhadores avulso.

Alíquotas do RAT – Conforme Art. 22, Inc. II da Lei 8.212/91

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do


disposto no art. 23, é de:
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de
julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações
pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) - Empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do
trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) - Empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente
do trabalho seja considerado médio;
c)3% - (três por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de
acidente do trabalho seja considerado grave.

O enquadramento no correspondente grau de risco é de responsabilidade da


empresa, observada sua atividade econômica preponderante, será realizado
mensalmente, conforme listagem constante no Anexo V do Decreto 3.048/99
(Regulamento da Previdência Social), cabendo ao INSS rever o auto-
enquadramento em qualquer tempo. Considera-se preponderante a atividade que
ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores
avulsos.
Observe-se que na listagem o código RAT corresponde ao CNAE - Código Nacional
da Atividade Econômica, constante do cartão CNPJ da empresa, utilizando-se os
cinco primeiros dígitos, como podemos citar alguns exemplos:

Rua Dr. Mário Totta, 714 – 3º andar - Fone / Fax (51) 3269.3299 – Bairro Tristeza – Porto Alegre/RS – CEP 91920-130
CNPJ/MF 93.753.580/0001-79 – Reg. CRC/RS 3.025 – Credenciamento OCB nº 374 – Registro CVM nº 7.234
e-mail: dickelemaffi@dickelemaffi.com.br
2

CNAE Descrição %
0141-5/01 Produção de sementes certificadas, exceto de forrageiras para pasto 2%

0141-5/02 Produção de sementes certificadas de forrageiras para formação de pasto. 2%

0154-7/00 Criação de suínos 1%

0155-5/01 Criação de frangos para corte 1%

1011-2/01 Frigorífico-abate de bovinos 3%

1012-1/01 Abate de aves 3%

1012-1/03 Frigorífico-abate de suínos 3%

1041-4/00 Fabricação de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho 2%

1051-1/00 Preparação do Leite 2%

1052-0/00 Fabricação de Laticínios 2%

1061-9/01 Beneficiamento de Arroz 2%

1112-7/00 Fabricação de Vinho 2%

3511-5/00 Geração de energia elétrica 2%

3512-3/00 Transmissão de energia elétrica 2%

3514-0/00 Distribuição de energia elétrica 2%

4622-2/00 Comércio atacadista de soja 2%

4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas 2%

4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados 2%

4634-6/01 Comércio atacadista de carnes bovinas e suínas e derivados 1%

4637-1/03 Comércio atacadista de óleos e gorduras 1%

4683-4/00 Comércio atacadista de defensivos agrícolas, adubos, fertilizantes e corretivos do solo 1%

4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – 2%


supermercados

4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores 1%

4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas 1%

4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas 1%

4930-2/02 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, 3%


interestadual e internacional

Rua Dr. Mário Totta, 714 – 3º andar - Fone / Fax (51) 3269.3299 – Bairro Tristeza – Porto Alegre/RS – CEP 91920-130
CNPJ/MF 93.753.580/0001-79 – Reg. CRC/RS 3.025 – Credenciamento OCB nº 374 – Registro CVM nº 7.234
e-mail: dickelemaffi@dickelemaffi.com.br
3

5250-8/04 Organização logística do transporte de cargas 1%

6424-7/04 Cooperativas de Crédito Rural 1%

6550-2/00 Planos de saúde 2%

7500-1/00 Atividades veterinárias 1%

8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento a 2%


urgências

Aumento da Contribuição do RAT

Com o advento da Lei nº 9.732/98, em seu art. 6º a partir da competência abril de


1999, de forma progressiva, a essas alíquotas foram acrescidas 12 (doze), 9 (nove)
ou 6 (seis) pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a
serviço da empresa e que permita a concessão de aposentadoria especial após
quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, conforme podemos visualizar
nas tabelas abaixo.
Empresa com Grau de Risco Leve – 1%

Tempo de
Grau de Risco Contribuição p/ Alíquotas de Acordo com a Competência
Original - Alíquota Aposentadoria
Original Especial abr/99 set/99 mar/00
1% 15 anos 5% 9% 13%
1% 20 anos 4% 7% 10%
1% 25 anos 3% 5% 7%

Empresa com Grau de Risco Médio – 2%


Tempo de
Grau de Risco Contribuição p/ Alíquotas de Acordo com a Competência
Original - Alíquota Aposentadoria
Original Especial abr/99 set/99 mar/00
2% 15 anos 6% 10% 14%
2% 20 anos 5% 8% 11%
2% 25 anos 4% 6% 8%

Rua Dr. Mário Totta, 714 – 3º andar - Fone / Fax (51) 3269.3299 – Bairro Tristeza – Porto Alegre/RS – CEP 91920-130
CNPJ/MF 93.753.580/0001-79 – Reg. CRC/RS 3.025 – Credenciamento OCB nº 374 – Registro CVM nº 7.234
e-mail: dickelemaffi@dickelemaffi.com.br
4

Empresa com Grau de Risco Grave – 3%


Tempo de
Grau de Risco Contribuição p/ Alíquotas de Acordo com a Competência
Original - Alíquota Aposentadoria
Original Especial abr/99 set/99 mar/00
3% 15 anos 7% 11% 15%
3% 20 anos 6% 9% 12%
3% 25 anos 5% 7% 9%

Lembrando-se que esta elevação da alíquota abrange apenas as empresas que


tenham presentes em seu ambiente de trabalho agentes nocivos que geram
aposentadoria especial, sendo que, sobre a remuneração dos demais empregados a
empresa continuará pagando alíquota de 1%, 2% ou 3%.
Para determinar se há presença de agente nocivo que gere aposentadoria especial
no ambiente de trabalho, a empresa deverá:
1º Realizar perícia técnica no ambiente de trabalho, a cargo de profissional
especializado (Médico ou Engenheiro com especialização em Segurança e Medicina
do Trabalho), para determinar quais os agentes nocivos presentes;
2º Verificar se os agentes nocivos presentes geram aposentadoria especial, de acordo
com o Anexo IV do Decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social);
3º Verificar se a aposentadoria especial gerada pelo agente nocivo será concedida
após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição.

Cabe ressaltar também que agentes insalubres ou periculosos não são sinônimos de
aposentadoria especial, e que, portanto, pelo simples fato de haver pagamento de
insalubridade ou periculosidade não haverá a obrigação de pagamento da alíquota
elevada.
Note-se que em decorrência da Medida Provisória nº 83, de 12/12/2002, convertida
na Lei n. 10.666/2003, será devida pela empresa tomadora de serviço a contribuição
adicional de 09 (nove), 07 (sete) ou 05 (cinco) pontos percentuais, incidente sobre o
valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviço de cooperados
intermediados por cooperativa de trabalho, quando o exercício de atividade na
empresa tomadora os sujeite a condições especiais que prejudiquem a sua saúde
ou a sua integridade física e permita a concessão de aposentadoria especial.
E, pela cooperativa de produção, será devida a contribuição adicional de 12 (doze),
09 (nove) ou 06 (seis) pontos percentuais, incidente sobre a remuneração paga,
devida ou creditada ao cooperado filiado, quando o exercício de atividade na
cooperativa o sujeite a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a sua
integridade física e permita a concessão de aposentadoria especial.

Rua Dr. Mário Totta, 714 – 3º andar - Fone / Fax (51) 3269.3299 – Bairro Tristeza – Porto Alegre/RS – CEP 91920-130
CNPJ/MF 93.753.580/0001-79 – Reg. CRC/RS 3.025 – Credenciamento OCB nº 374 – Registro CVM nº 7.234
e-mail: dickelemaffi@dickelemaffi.com.br
5

E, ainda, sobre o percentual de retenção do valor bruto da nota fiscal ou fatura de


prestação de serviços relativa a serviços prestados mediante cessão de mão-de-
obra, inclusive em regime de trabalho temporário, a cargo da empresa contratante,
de que trata o art. 31, da Lei nº 8.212/1991, é acrescido de 4 (quatro), 3 (três) ou 2
(dois) pontos percentuais, relativamente aos serviços prestados pelo segurado
empregado, cuja atividade permita a concessão de aposentadoria especial.

Contribuição RAT Produtores Rurais

Os produtores rurais pessoa física e jurídica são isentos da contribuição do RAT


incidente sobre a folha de pagamento, em substituição a esta contribuição os
produtores rurais recolhem contribuição previdenciária de 0,1% incidente sobre a
receita bruta decorrente da comercialização da produção rural.

Possibilidade de Redução da Alíquota do RAT

De acordo como art. 10 da Lei 10.666/03 e alterações promovidas pelo Decreto


6.042/07, as empresa que investir em procedimentos que venham a melhorar as
condições de trabalho, reduzindo os agravos à saúde do trabalhador poderá ter seu
enquadramento nas alíquotas RAT alterado pelo Ministério da Previdência e
Assistência Social.

A redução em até 50% ou, a dimensão oposta, a elevação em até 100% da alíquota
da contribuição será determinada pelo desempenho da empresa diante da sua
respectiva atividade, sendo que a aferição do desempenho será realizada através do
Fator Acidentário de Prevenção – FAP.

O Fator Acidentário de Prevenção - FAP consiste em um multiplicador variável, que


poderá flutuar em um intervalo fechado contínuo de 0,5 e 2,00, resultante da
aplicação dos índices de freqüência, gravidade e custo dos benefícios acidentários
ocorridos na empresa sobre os percentuais de contribuição de 1%, 2% e 3%. Desta
forma, reduzindo a contribuição em até 50% ou a aumentando em até 100%.

Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo metodologia


aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se em conta:

I - para o índice de freqüência, a quantidade de benefícios incapacitantes cujos


agravos causadores da incapacidade tenham gerado benefício com significância
estatística capaz de estabelecer nexo epidemiológico entre a atividade da empresa e
a entidade mórbida, acrescentada da quantidade de benefícios de pensão por morte
acidentária;
II - para o índice de gravidade, a somatória, expressa em dias, da duração do
benefício incapacitante considerado nos termos do inciso I, tomada a expectativa de

Rua Dr. Mário Totta, 714 – 3º andar - Fone / Fax (51) 3269.3299 – Bairro Tristeza – Porto Alegre/RS – CEP 91920-130
CNPJ/MF 93.753.580/0001-79 – Reg. CRC/RS 3.025 – Credenciamento OCB nº 374 – Registro CVM nº 7.234
e-mail: dickelemaffi@dickelemaffi.com.br
6

vida como parâmetro para a definição da data de cessação de auxílio-acidente e


pensão por morte acidentária; e
III - para o índice de custo, a somatória do valor correspondente ao salário-de-
benefício diário de cada um dos benefícios considerados no inciso I, multiplicado pela
respectiva gravidade.

De acordo com a Portaria MPS nº 232/2007 a lista das ocorrências que serão
consideradas para o cálculo do FAP serão disponibilizados por empresa no site da
Previdência Social www.previdencia.gov.br, no link Fator Acidentário de Prevenção –
FAP. O acesso aos dados se dará mediante indicação do CNPJ da empresa e da
respectiva senha de acesso aos dados e serviços da Previdência Social.

Caso a empresa discorde dos registros consignados no endereço eletrônico da


Previdência Social, poderá impugná-los, nos termos do art. 2º da Portaria 457/07,
devendo para tanto, fundamentá-la quanto à indevida vinculação do benefício ao
NIT, ao agrupamento CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas relacionados a Saúde) e à empresa, no que couber.

As ocorrências divulgadas para cálculo do FAP, auxílio doença previdenciário – B31,


auxílio doença acidentário – B91, aposentadoria por invalidez previdenciária – B32,
aposentadoria por invalidez acidentária – B92 e pensão por morte acidentária – B93
serão apuradas por empresa, relativas ao período de 1º de maio de 2004 a 31 de
dezembro de 2006.

Os demais dados que alimentam o cálculo de desempenho da empresa, tais como


massa salarial, número de empregados, dias de afastamento, valor do RAT
potencialmente arrecadado, serão disponibilizados conjuntamente ao número do
FAP, em setembro de 2008, conforme prevê o Art. 1º do Decreto 6.257/07.

A ausência de dados no site indica que não houve ocorrências consideradas para o
respectivo CNPJ.

A alteração do enquadramento estará condicionada à inexistência de débitos em


relação às contribuições devidas ao INSS e aos demais requisitos estabelecidos
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. Caso a empresa venha a
descumprir os requisitos fixados pelo Ministério da Previdência e Assistência Social,
o INSS procederá à notificação dos valores devidos.

Declaração na GFIP

A empresa é obrigada a informar mensalmente ao INSS, por intermédio da GFIP -


Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social, através do programa SEFIP, na forma por ele estabelecida,
todos os fatos geradores de contribuição previdenciária. Assim, na GFIP deverá
Rua Dr. Mário Totta, 714 – 3º andar - Fone / Fax (51) 3269.3299 – Bairro Tristeza – Porto Alegre/RS – CEP 91920-130
CNPJ/MF 93.753.580/0001-79 – Reg. CRC/RS 3.025 – Credenciamento OCB nº 374 – Registro CVM nº 7.234
e-mail: dickelemaffi@dickelemaffi.com.br
7

constar a alíquota RAT da empresa declarante e o valor da contribuição, que deverá


ser declarada no campo "valor devido à Previdência Social", mesmo que a
contribuição não venha a ser paga no prazo legal.

Comprovação dos Riscos e Afastamentos


Com o advento da inversão do ônus da prova, instituída pela Lei nº 10.403/02, essas
informações prestadas mensalmente são suficientes para a concessão dos
benefícios previdenciários.
Isto significa que as informações declaradas em GFIP devem respeitar o princípio
contábil da materialidade. Ou seja, os dados confessados-declarados em GFIP
relativos à exposição a agentes nocivos ou afastamentos acidentários só serão
acatados caso a empresa demonstre existência-consistência dos documentos
primários de demonstração ambiental (PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário,
LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientas do Trabalho, PPRA - Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais, PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional, PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos, PCMAT - Programa de
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, CAT -
Comunicação de Acidente do Trabalho), em atendimento às Normas
Regulamentadoras - NR' s nº 07, 09, 18 e 22, do Ministério do Trabalho, a partir das
quais se assegure ao INSS a suportabilidade destas informações.

Apoio Técnico na realização da pesquisa: Luciane Cristina Lagemann, consultora


da DSM.

DORLY DICKEL – Responsável Técnico


Contador CRC/RS 031335/T/SC/S/RS
DICKEL & MAFFI – Auditoria e Consultoria S/S
www.dickelemaffi.com.br
dorly@dickelemaffi.com.br

Rua Dr. Mário Totta, 714 – 3º andar - Fone / Fax (51) 3269.3299 – Bairro Tristeza – Porto Alegre/RS – CEP 91920-130
CNPJ/MF 93.753.580/0001-79 – Reg. CRC/RS 3.025 – Credenciamento OCB nº 374 – Registro CVM nº 7.234
e-mail: dickelemaffi@dickelemaffi.com.br

Você também pode gostar