Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ UNESPAR – CAMPUS DE

PARANAVAÍ

SILVIA CRISTINA VIANA

ANÁLISE DO LIVRO:
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE COM O FILME DE CURTA
METRAGEM ALIKE (ESCOLHAS) DE DANIEL LARA E RAFA MÉNDEZ

PARANAVAÍ
2021
SILVIA CRISTINA VIANA

ANÁLISE DO LIVRO:
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE COM O FILME DE CURTA
METRAGEM ALIKE (ESCOLHAS) DE DANIEL LARA E RAFA MÉNDEZ

Trabalho apresentado no curso de História, da


Universidade Estadual do Paraná Unespar Campus
de Paranavaí, como requisito parcial à obtenção da
nota do Curso de História, na matéria de
Metodologia da Educação

Orientador: Profª. Isabela C. Campoi

PARANAVAÍ
2021
AUTONOMIA E ESCOLHAS
Pedagogia da Autonomia é uma das mais importantes obras do educador Paulo Freire,
sendo a última publicada ainda em vida, que faleceu um ano depois, em 1997. O livro é
dividido em apenas três capítulos: “Não há docência sem discência”; “Ensinar não é transferir
conhecimento”; “Ensinar é uma especificidade humana”.
No primeiro capítulo, “Não há docência sem discência”, o autor defende uma
pedagogia onde não existe professor sem aluno e vice-versa. Faz uma crítica profunda ao
ensino tradicional, que ele chama de educação bancária, onde o educando apenas recebe os
conteúdos, sob formas rígidas e rigorosas. Buscando uma análise com o filme de curta
metragem, Alike (escolhas) de Daniel Lara e Rafa Méndez, percebemos que a criança no
curta, apenas recebe o conhecimento. A cena em que o pai enche a mochila do filho, com
livros, onde está escrito school, ou seja, escola, depósito de conteúdo. A escola no sistema
tradicional é mera transmissora de conteúdo. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender. Quem ensina ensina alguma coisa a alguém.” (FREIRE,
Paulo.1996, pg.25)
Paulo Freire deixa vários argumentos em prol de um ensino mais democrático, com a
troca de conhecimento, pois somos seres inacabados, ainda em construção. Todos nos sejamos
pais, educadores ou educandos, devemos estar abertos ao aprendizado, pois somos seres que
temos muito o que aprender durante todo o percurso da vida, isto é, a cada dia aprendemos,
ensinamos, não nascemos com pensamento pronto, acabado, pelo contrário, aos poucos vamos
adquirindo o conhecimento e, isso acontecerá até o último dia de nossas vidas. Devemos
cuidar com atitudes, palavras, simples fatos que advindos do educador pode marcar a vida dos
alunos. Cautela em educar, pois educar é formar.
No filme tem a cena em que o educando tem como atividade, o alfabeto, mas o
mesmo, desenha o que na rua lhe chamou a atenção, que foi o homem a tocar um violino na
praça. Não aceita pelo educador, que novamente lhe dá a atividade, e ele a faz toda colorida e
cheia de desenhos. Mais uma vez, lhe atribui a atividade, que dessa vez o educando a faz
como foi solicitada. Freire diz que temos que nos abstrair-se da ignorância para escutar os
educandos, sem poli-los.
A cena do curta metragem Alike, do homem a tocar o violino na praça, é um
diferencial em todo desenho, pois é o único lugar com cor, vida, naquele cotidiano que o
mesmo está inserido. Além da cor da criança e do pai, cor essa que o pai no final do
expediente, cansativo e repetitivo, de um trabalho automático, lhe tiram, voltando com a
alegria e amor do filho, no abraço.
De acordo, com Paulo Freire, o professor exerce uma grande importância para que
haja um movimento social, que em sala de aula podemos fazer florescer uma consciência aos
futuros educandos. Há a necessidade de decisão, ruptura e escolhas para alcançar os objetivos.
Vemos que no filme, algo assim não acontece, pois temos o trabalho do pai similar a escola.
Mesas e carteiras enfileiradas em um mesmo padrão.
Diz Freire que, não é possível o professor ajudar o educando a superar sua ignorância
se antes não superar a dele mesmo. Pois ensinar exige um compromisso não só para com a
escola, mas com o aluno, com os pais do aluno, com a direção escolar, enfim, com a
sociedade em geral, e principalmente consigo mesma. No filme o pai muda de atitude, leva o
filho até a praça, mas o violonista não se encontra mais lá. O pai então assume o lugar do
mesmo, e com a imaginação começa a tocar.
Freire é um professor a favor da luta constante contra qualquer forma de
descriminação ou de classes sociais. Quanto mais se tem liberdade mais se tem autoridade,
eticamente falando, para continuar lutando em nome da educação, Freire aposta na liberdade,
pois ela é a base fundamental para alavancar a educação. "A liberdade amadurece no
confronto com outras liberdades, na defesa de seus direitos em face da autoridade dos pais, do
professor, do Estado.” (FREIRE, Paulo.1996, pg.103). Isto é, a liberdade sem dúvida é um
fator que nos favorece muito em nossas vidas pois ela nos dá asas à imaginação.

REFERÊNCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e terra, 1996.

Filme curta metragem:


Alike (escolhas) de Daniel Lara e Rafa Méndez

https://www.youtube.com/watch?v=33vZGW7WH9Q

Você também pode gostar