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Índice

Introdução....................................................................................................................................1
1. HISTÓRIA DO PENSAMENTO ANTROPOLÓGICO.......................................................................1
1.1.A Pré-história (da Antiguidade até ao século XVIII)............................................................1
1.2. Antiguidade.......................................................................................................................1
1.3. Idade Média......................................................................................................................2
1.4. Idade Moderna..................................................................................................................2
2.Período de construção/laboração e convergência: séc. XIX......................................................3
3.Crítica e novas abordagens: sec. XX até hoje............................................................................4
4.A Antropologia na África...........................................................................................................4
5.Correntes Teóricas da Antropologia..........................................................................................5
5.1.Evolucionismo....................................................................................................................5
5.2.Culturalismo.......................................................................................................................6
5.3.Difusionismo......................................................................................................................6
5.4.Funcionalismo....................................................................................................................7
5.5.Estruturalismo....................................................................................................................8
6.Conclusão..................................................................................................................................9
7.Referencias Bibliográficas.......................................................................................................10
Introdução

Os estudos antropológicos foram desenvolvidos por vários povos e em diferentes


épocas. Pelo que, a divisão da História da Antropologia é arbitrária. Porém é sempre
necessário adoptar uma determinada divisão na exposição histórica desta disciplina para
facilitar a sua compreensão e um mínimo de sistematização das suas abordagens e
respectivos autores.

Assim, podemos dividir a História do pensamento antropológico em três grandes


períodos: a Pré-história, o período de Construção e convergência e período de Crítica
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1. HISTÓRIA DO PENSAMENTO ANTROPOLÓGICO

1.1.A Pré-história (da Antiguidade até ao século XVIII)

Este período abrange a todas as reflexões desenvolvidas sobre o homem e o universo,


antes da elevação da Antropologia como ciência. Subdivide-se em:

1.2. Antiguidade

Começa com a própria cultura da humanidade e abrange toda a reflexão do homem


sobre si e sobre o universo. Em todos os povos houve sempre questionamentos sobre a
origem do homem, seu destino e do seu grupo social – é a chamada Antropologia
espontânea, segundo Paul Mercier.
 Contribuição para a constituição da antropologia: gravuras, esculturas,
pinturas rupestres, utensílios, etc.

 Contributo greco-romano:
* Filósofos Naturalistas (sec. VII – VI a. C.): Tales de Miletos, Anaximenes,
Anaximandro, etc. questionaram a origem de tudo;
* Heródoto (425-499, aC.) historiador e geógrafo grego, considerado Pai da história e
da Antropologia (num sentido mais largo da palavra). Viajou muito e procurou conhecer
os povos, sua origem, actividades e destino; recolheu vários dados históricos e
geográficos, etnográficos. No seu livro História, faz a primeira descrição do mundo
antigo a escala geral.
* Platão (427 a.C. a 347 a.C.): com a sua Teoria das Ideias, influenciou o cristianismo,
islamismo e judaísmo. Concebe o homem com composto de duas partes (dualismo):
alma e corpo.
* Aristóteles (384 a.C. 322 a.C): define o homem como ser racional e político,
composto único de corpo e alma, matéria e forma, (hilemorfismo);
* Marco Aurélio (Roma, 120-180, dC), imperador e filósofo, viajante abservador
atento e moralista.
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1.3. Idade Média

i. Formação e reformulação de culturas e de pensamento científico, preparação do


Renascimento;
ii. Surgimento de Universidades, junto de catedrais e mosteiros, que fizeram a
conservação, tradução e transcrição de textos;
Autores: S. Agostinho, Avicena, Averrois, Ibn Khaldum (1332 – 1395), filósofo
social, astrónomo, político e estudioso da história, fenómenos e leis da evolução.

1.4. Idade Moderna

I. Fase do Renascimento
 Francis Bacon, filósofo inglês, usou o método dedutivo e o da observação
directa (método experimental);
 Montaigne (1533-1592), publica os seus Ensaios, onde fala do contacto entre
povos, lança os termos da etnografia, questiona o etnocentrismo e a apela a
contingência das civilizações.
 Iluminismo e o antropocentrismo: concentração nos estudos sobre o homem.
 Estudos do corpo humano, no seu aspecto morfológico, com Leonardo da Vinci
(1452-1518); das medidas cranianas, com Durer (1514-1564); da anatomia, com
Vessalius e a classificação das raças com Lineu.

II. O século das Luzes: séc. XVIII


 Emmanuel Kant (1724-1804): na sua teoria de conhecimento, defende que o
entendimento (ou intelecto) constrói o seu objecto, pelo que os fenómenos giram
em torno da razão (homem);
 Multiplicam-se os contactos entre povos através das viagens de exploração,
missões científicas para colher informações e fazer observações;
 Elaboram-se relatórios de viagens, documentos bases da Antropologia.
 Há disposição do material etnográfico para pesquisas; comparação entre povos e
sociedades;
 Cultiva-se o método experimental e indutivo;
 Surgem as ciências auxiliares da Antropologia: a Pré-história e a Arqueologia.
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2.Período de construção/laboração e convergência: séc. XIX

Este é o período em que a Antropologia nasce a como ciência cujo objecto de estudo é
o homem primitivo, o exótico, o outro (aquele e aquilo que não é europeu). O homem
primitivo/selvagem era estudado com o objectivo de conhecê-lo para melhor dominá-lo.
Por isso, diz-se que a Antropologia é filha do colonialismo porque surge como
instrumento de legitimação da dominação colonial.

O pensamento antropológico constrói-se em torno de uma unidade: o conceito de


evolução e os destaques deste período são:

Primeira descoberta do homem fóssil, que com outras descobertas acima


mencionadas, deu origem a Antropologia Física, com Johann Blumembach.
Contribuição das missões científicas mais organizadas e sistematizadas com a
participação de cientistas, naturalistas, humanistas, geógrafos, com objectivo de
colher informações e fazer observações.

O maior repertório documental existente, o avanço das técnicas induziram à


especialização em questões de natureza social e cultural culminando com a
fundação da Antropologia Cultural e suas disciplinas auxiliares como a pré-
história e a arqueologia.

Construção do pensamento antropológico a volta de uma unidade: o conceito


de evolução, a partir de metade deste século.
Três objectivos comuns nas formulações sobre a sociedade e cultura: origem,
idade e mudança.

Surgimento de revistas e associações científicas: a revista americana Currente


Antropology, a britânica Man e a francesa L’homme.
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Fundação da Antropologia moderna, com Edward Tylor que procura mostrar,
a evolução da religião, utilizando o método comparativo.

Critica ao evolucionismo: total ausência de pesquisa de campo, que


enfraquecia seu rigor metodológico e científico.
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3.Crítica e novas abordagens: sec. XX até hoje

É o período mais fecundo da Antropologia, no qual foram criticados os cânones iniciais


desta disciplina, propondo-se novas abordagens e paradigmas. Destacam-se os seguintes
factos:
 Grande progresso da Antropologia e suas ciências auxiliares, com críticas ao
evolucionismo e novas abordagens;
 Libertação da Antropologia do servilismo colonial;
 Os povos antes considerados primitivos e objectos de estudo (americanos,
asiáticos e africanso) começam a fazer também seus estudos antropológicos;
 A interdisciplinaridade;
 Abertura para novos campos e temáticas: crença, parentesco, mitos, sistemas de
pensamento, cutura popular, o folclore (tradições, crenças populares).
Aurores de destaque:
James Frazer; Alfred Radcliffe-Brown; Emilie Durkheim; Frans Boas

4.A Antropologia na África

Depois do seu nascimento como ciência autónoma no século XIX, em intrínseca relação
com o colonialismo, a Antropologia em África conheceu quatro períodos distintos no
seu desenvolvimento:
1º - Período de 1920-40, marcado pela profissionalização da antropologia e pelas
críticas aos paradigmas evolucionistas e difusionistas de seus primeiros anos;
2º - Período de 1940-60, marcado pelos trabalhos funcionalistas e estrutural-
funcionalistas;
3º - Período de 1960-90, que se inicia com os processos de independência dos países
africanos e marca também o início da chamada descolonização da antropologia
(libertação do servilismo colonial) e todos os subsequentes ataques aos seus paradigmas
instituídos;
4º - Período: de 1990 até os dias atuais - que, ainda em conexão com o anterior, tem
marcado o ressurgimento de uma escola africana de africanistas os quais sustentam
críticas interessantes ao conhecimento antropológico tal como concebido no ocidente –
entendendo-se este como as escolas britânica, americana e francesa.
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5.Correntes Teóricas da Antropologia

5.1.Evolucionismo

Por volta de 1830 alguns postulados e comentários sobre o evolucionismo


antropológico: surgiram na Europa. Eram algumas teorias, desvinculadas de
condicionamentos míticos ou religiosos, que tentavam explicar semelhanças e
diferenças entre fenómenos socioculturais. O fio condutor foi o conceito de evolução
cuja ideia central era de que seria possível ordenar em série as formas de vida natural de
tal modo que se infere intuitivamente ou passar de uma forma de vida a outra. Podemos
dizer que foi a partir deste ponto que a antropologia científica deu seus passos iniciais,
começando com o evolucionismo, portanto, a primeira das escolas antropológicas.
Alguns traços importantes desta corrente foram:
 Naturalismo anticriacionista;
 Progresso indefinido;
 Selecção natural;
 A linha de evolução parte do simples e chega ao complexo; do homogêneo ao
heterogêneo.
 Utiliza o método comparativo
Assim, para Morgan, a cultura humana é o produto de uma evolução natural, sujeita à
leis que regem as faculdades mentais do animal humano em seu estado social. De esta
forma, a evolução da cultura poderia ser objecto de estudo científico e tal foi seu
objectivo. A metodologia de trabalho na classificação e comparação de achados
antropológicos. Com efeito, foi um pioneiro na realização de trabalhos quantitativos de
campo na etnologia.
Morgan centrou seu interesse na evolução social da família, desde os casais
circunstanciais até a monogamia, considerada própria da civilização. Morgan
estabelecia três etapas sucessivas e graduais:
 Selvagismo: que por sua vez se dividia em inferior-médio (identificado pela
pesca e o domínio do fogo) e superior (com domínio de armas como o arco e a
flecha).
 Barbárie: no nível inferior somente com o domínio da cerâmica e a
domesticação; no nível médio com a conquista da agricultura e o ferro no nível
superior.
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 Civilização: etapa correspondente aos povos que desenvolveram o alfabeto


fonético e que possuíam registros literários.

Assim, Taylor defendia que existiam diferentes tipos de famílias que evoluíam até
chegar à família patriarcal em suas formas poligâmica e monogâmica.
Deixa seu rastro em diferentes culturas, incorporando assim elementos psicológicos
universais da cultura.

5.2.Culturalismo

É a corrente que defende a importância central da cultura como uma força organizadora
nos assuntos humanos. O termo foi originalmente cunhado pelo filósofo e sociólogo
polonês americano Florian Znaniecki e seu livro cultural Reality (1919). Znaniecki
havia introduzido um conceito similar em publicações anteriores da língua polonesa que
ele descreveu como humanismo.
Culturalismo também foi usado nos primeiros trabalhos do círculo de antropologia
cultural inglesa e nos estudos culturais de Stuart Hall.

5.3.Difusionismo
O difusionismo é conceitualmente uma reacção às ideias evolucionistas de
unilateralidade, isto é, ao evolucionismo universal de acordo as leis determinadas.
Assim, os estudos desta escola se concentraram nas semelhanças de objectos
pertencentes a diferentes culturas, bem como especulações sobre a difusão destes
objectos entre culturas. Assim, um objecto foi inventado uma só vez em uma sociedade
em particular e a partir dali se expandia através de diferentes povos.
Ao contrário do evolucionismo que postula um desenvolvimento paralelo entre
civilizações, o difusionismo enfatiza o contacto cultural e o intercâmbio, de tal maneira
que o progresso cultural mesmo é compreendido como uma consequência do
intercâmbio.
Desta forma, ao se produzir um contacto entre duas culturas, se estabelece um
intercâmbio de traços associados que foram tomados na qualidade de “empréstimo”,
mas que passam a formar parte da cultura.
Conceito de empréstimo cultural: É a transposição de elementos culturais através de um
processo selectivo em que os traços que mais se adaptam à cultura são assimilados de
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tal modo que se transformam, incluindo em sua função. São considerados aportes do
difusionismo a importância outorgada à inter-relação entre os fenómenos culturais, a
notável acumulação de informação etnográfica e a insistência nos trabalhos de campo
(pesquisas de campo).

5.4.Funcionalismo

Malinowski defendia que as instituições desempenham funções específicas e, assim,


contribuem para sustentar a ordem social.
O funcionalismo enfatizava a interconexão orgânica de todas as partes de uma cultura
pondo em primeiro plano a ideia de totalidade. Desta maneira, postulava uma
universidade funcional que se opõe ao difusionismo.
Análise funcional é uma explicação de fatos antropológicos em todos os níveis de
desenvolvimento de acordo com o papel que jogam dentro do sistema total da cultura,
de modo que estão inter-relacionados com o interior do sistema e pela forma que o
sistema se vincula ao meio físico. O conceito de função, de acordo com Malinowski se
refere ao papel que joga um aspecto em relação ao resto da cultura e em última
instância, orientado sempre a satisfação das necessidades humanas, isto é, a
sobrevivência.
Será um passo adiante na linha de trabalho de Radcliffe-Brown, que encampou o
conceito de estrutura social. Com efeito, para este autor não há função sem estrutura.
Por estrutura se entende uma série de relações unificadas, na qual a continuidade se
conservaria através de um processo vital composto pelas actividades das unidades
constitutivas.
Sabe-se que existem requisitos prévios o uma série de condições necessárias para a
sobrevivência de uma sociedade ou a manutenção de uma estrutura. Assim, de acordo
com a teoria funcionalista, certas formas culturais ou sociais são indispensáveis para
que algumas funções possam desempenhar-se.
As consequências do modelo teórico formulado pelos teóricos do funcionalismo se
manifestam na prioridade outorgada a análise sincrónica e a-histórica, a noção integrada
da sociedade com certa tendência a conceber-lha como um complexo sistema fechado,
bem como o abandono àquilo que as correntes teóricas anteriores consideravam como a
origem da cultura.
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5.5.Estruturalismo

O estruturalismo busca superar algumas deficiências observadas em outras teorias e


tem a pretensão de alcançar uma explicação da lógica das organizações sociais em sua
dimensão sincrónica, sem deixar de lado a dimensão diacrónica. A metodologia do
estruturalismo se deve particularmente à linguística, e desenvolve a noção de estrutura.
O aporte teórico de Lévi-Strauss enfatiza a estrutura mental que subjaz as instituições.
Nesta linha de pensamento, os fatos sociais poderiam se compreendidos como processos
de comunicação definidos por regras, algumas delas conscientes (ainda que apenas
superficialmente já que podem estar ocultando aspectos da realidade) e outras em nível
profundo do inconsciente. A análise estrutural não é uma esquematização superficial,
mas a compreensão profunda da realidade objectiva e supõe compreender a actividade
inconsciente, observando cada instituição ou cada fenómeno social em suas diferentes
manifestações para descobrir as regras ocultas. Nesta linha interpretativa, uma estrutura
se basta em si mesma e não necessita nada mais para ser captada.
As críticas mais frequentes ao estruturalismo antropológico se concentram no uso
selectivo das fontes etnográficas secundárias e que na maioria das vezes a teoria é
forçada e não se ajusta à realidade empírica.
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6.Conclusão

Durante a elaboração deste trabalho concluiu- se que a partir do século XIX, com a
necessidade de compreender – se outras culturas e povos de fora do eixo europeu por
uma questão relacionada a um novo movimento colonialista daquele tempo, os
pensadores debruçaram – se sobre os aspectos das diferentes formações humanas. Nesse
sentido, a antropologia estabeleceu –se como uma ciência, mas que se fortaleceu ao
longo do século XX como capaz de compreender as formações humanas.
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7.Referencias Bibliográficas

MARTINEZ, Francisco Lerma, Antropologia Cultural: guia para o estudo, 7ª ed.,


Maputo, Filhas de São Paulo, 2014.
http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=293029097009).
http://oficinadesociologia.blogspot.com/2014/01/antropologia-colonial.html).

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