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USO DO HERBICIDA CALLISTO NO CONTROLE DE

Digitaria horizontalis NA CULTURA DO MILHO


(Zea mays L.) EM PLANTIO DIRETO

Sylvio Henrique Bidel Dornelles 1 , Diogo Brondani 2 , Mônica


Paula Debortoli3 , Maurício Hatschbach 4 , Rafael Pivotto
Bortolotto4

INTRODUÇÃO

O milho é um dos principais cereais cultivados em


todo o mundo. Devido à quantidade e a natureza das reservas
acumuladas nos grãos, este cereal é largamente utilizado na
alimentação humana, animal e como fonte de matéria prima
para a indústria.
Silva & Duarte (1997), citados por FANCELLI &
NETO (2000) mostram que a competição com as plantas
daninhas pode reduzir em 70% a produção de grãos na cultura
do milho.
O controle de plantas daninhas na cultura do milho é
realizado principalmente em pós-emergência das plantas
daninhas e da cultura. A cada ano a indústria química tem
disponibilizado novas moléculas para o controle de plantas
daninhas nas culturas, exigindo dos órgãos de pesquisa uma
resposta sobre a eficiência destes novos compostos químicos.

MATERIAL E MÉTODOS

Na safra agrícola de 2001/2002 foi realizado um


experimento no município de Santa Cruz do Sul, para avaliar a
eficiência agronômica e seletividade do herbicida Mesotrione
(Callisto), quando aplicado em pós-emergência das invasoras e
da cultura.

1
Eng. Agr., Professor Assistente do Dept. Biologia – UFSM E-mail:
sylvio@base.com.br
2
Acadêmico do curso de Agronomia – UFSM, Bolsista do PIBIC/CNPq
3
Acadêmica do Curso de Agronomia – UFSM Bolsista FIPE
4
Acadêmicos do curso de Agronomia da UFSM
O delineamento experimental utilizado foi de blocos
ao acaso com oito tratamentos herbicidas e quatro repetições.
Para comparação acrescentou-se duas testemunhas, uma
capinada e outra sem capina. As unidades experimentais
mediam 3 m x 6 m (18 m2 ). A aspersão dos tratamentos foi
realizada com o auxílio de um pulverizador pressurizado a
CO2 , contendo 6 pontas XR 110015, e pressão de trabalho de
35 lb/pol2 , gerando um volume de calda de 136 L.ha-1.
O sistema de cultivo utilizado foi plantio direto, sobre
uma resteva de aveia.
As condições no momento da aplicação eram
favoráveis, com temperatura de 25 °C, ventos moderados e
Urar de 66%. A cultivar utilizada foi a NK Premiun (Novartis),
em uma densidade de 7 sementes aptas por metro linear, o
espaçamento entre linhas foi de 0,90 m. Os demais tratos
culturais foram realizados conforme recomendações para o
cultivo do milho no estado do RS.
Na área experimental havia a ocorrência de plantas de
milhã (Digitaria horizontalis), na densidade de 63 plantas por
metro quadrado. No momento da aplicação a invasora
encontrava-se com 4 folhas a um perfilho.
Para análise do controle utilizou-se o método
qualitativo, baseado em notas visuais, onde Zero= nenhum
controle e 100= controle total da invasora, conforme escalas
propostas por Burrill et al., 1976. As avaliações de
fitotoxicidade foram realizadas segundo a escala proposta pela
ALAM, onde 1= morte total da planta e 6= sem ocorrência
visual de injúrias às plantas.
As avaliações de fitotoxicidade foram realizadas aos
10, 20 e 30 DAA (Dias Após Aplicação) e as de eficiência
agronômica aos 10, 20 e 50 DAA.
Os dados antes de serem analizados foram
transformados em arc.sen % e as médias comparadas pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os tratamentos com mesotrione (Callisto) nas doses


(250 e 300 g P.C..ha-1) associado ao adjuvante Assist (0,5% v/v)
controlaram as plantas de milha até 50 DAA (Dias Após
Aplicação).
O tratamento com atrazina+óleo vegetal (Primóleo) na
dose testada apresentou controle satisfatório (84%) até 50
DAA.
A combinação de mesotrione nas doses de 250 e 300 g
-1 -1
P.C..ha + (atrazina+óleo vegetal) nas doses de 3,0 e 4,0 lP.C..ha
-1
e nicosulfuron na dose de 1,25 lP.C..ha controlaram
eficientemente (>94%) as plantas de milhã até os 50 DAA.
Os tratamentos herbicidas não ocasionaram sintomas
de injúrias às plantas de milho.
A produção de grãos apresentou relação entre o
controle obtido em cada tratamento, sendo maior na
testemunha capinada.

CONCLUSÃO

Todos os tratamentos herbicidas avaliados


controlaram as plantas de Digitaria horizontalis aos 50 DAA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

FANCELLI, A. L. & NETO, D. D. Produção de Milho.


Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária, 2000. 360 p.
LACA-BUENDIA, J.P.;RAFAEL, J.O.V. – Avaliação de
eficácia de herbicidas em diferentes modos e épocas de
aplicação para o controle de plantas daninhas na cultura
do milho. IN: XXII CONGRESSO BRASILEIRO DA
CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS. Foz do Iguaçu,
2000. Anais... Foz do Iguaçu, 2000. P. 276.
VIDAL, R. A. Herbicidas: Mecanismos de ação e resistência
de plantas. Porto Alegre, RS. 1997, 167p..
ZAGONEL, J. Eficácia do herbicida Mesotrione isolado ou em
mistura com atrazine no controle de plantas daninhas na
cultura do milho em plantio direto. IN: XXIII
CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS
PLANTAS DANINHAS. Gramado, 2002. Resumos...
Gramado, 2002. P. 658.
TABELA 01 – Médias de controle de Milhã (Digitaria horizontalis) e fitotoxicidade pela aplicação de herbicidas na
cultura do milho. Santa Cruz do Sul/RS, 2001-2002.
Doses PC % de Controle2 de Milhã Fitotoxicidade7 Produção
Tratamentos
(L/ ha) 10 DAA 30 DAA 50 DAA 10 DAA 20 DAA 30 DAA (Kg/ha)
1
1. Testemunha S/capina - 0d 0d 0d 6 6 6 867 d
2. Testemunha capinada - 100 a 100 a 100 a 6 6 6 5493 a
3. Callisto3 + Assist4 0,25+0,5% v/v 75 c 90 b 90 c 6 6 6 4093 c
4. Callisto + Assist 0,30+0,5% v/v 77 c 92 b 95 b 6 6 6 4124 c
5. Primóleo5 4,0 78 c 87 c 84 c 6 6 6 4395 b
6. Callisto + Primóleo 0,30+3,0 93 b 94 b 94 b 6 6 6 4995 b
7. Callisto + Primóleo 0,25+4,0 94 b 94 b 98 a 6 6 6 5488 a
8. Sanson6 1,25 94 b 98 a 94 b 6 6 6 5480 a
C.V (%) - 4,92 4,32 3,47 - - - 8,57
1
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
2
Valores analisados com transformação de arc. sen % .
3
Mesotrione 480 g i.a /l.P.C. – Suspensão Concentrada
4
Óleo Mineral Parafínico (usado como adjuvante)
5
atrazine 400 g i./l P.C. + óleo vegetal 300 g / l P.C. – Suspensão Concentrada
6
nicosulfuron. 40 i.a /l P.C. – Suspensão Concentrada
7
Escala da ALAM: 1 = morte das plantas; 2 = dano muito severo; 3 = dano severo; 4 = dano moderado; 5 = dano leve; 6 = ausência de danos
fitotóxicos.

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