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Comunica,ão e Sociedade:
pensar a conceptão da ex.positão
Jean Devallon*
JEAN DEVALLON
18
IN: NACIONAL, Museu Histórico, Museus e Comunicação, Rio de Janeiro,Livros do
Museu Histórico Nacional, 2010.p.17-34.
Permito-me retornar a dois artigos nos qlJai& abordei a questão: La médiation: Ia communicatiOI1 ell proces? 111:
MEl - Média/io." e/ injormMúm: revue internationalr. de communication, 19, p. 37-59,2004; et Ob;et conent, objet
,-cientifique, objet de ,'echo-ch.e., Hermes, 38, p. 30-37, 2004 (trád. "Übjeto conereto, objeto científico, objeto de in-
vestigação", p. 33-48. Dispornvel em <http://prisma.cetac.up.pt/>Acesso em: 25 jan. 2010. Para maior abrangência,
buscar Jesús Martín-Barbero, Ik.. média. (J.ux média/ioru: Communication, CIJlmre, hégémonie. Trad de l"esp. Par G.
Durand [De los medios a las mediaciones : Commurncacíón, cultura y he!'jemonia, ll'€ éd., Barcetone : Jesús Martín-
Barbero/GlJstavo Gili, 1987). Paris: Éd. CNRS, 1997 (col!. CNRS COIDIDunication).
JEAN DEVALLON
Produtores • • Beneficiários
2 o dispositivo é para etender Le dispositif est à entendre au double sens d'un· ensemble résolument hétérogêne,
compo rtant de. discours, des institutions, des aménagements architecturatn., decisões regulamentares, leis, medidas
administrativas, enunciados cieutíficos • (Michel FoucauJt, • Le jeu de Michel Foucault., Ornicar, 10, juillel 1977)
dispoútÍvo técnico de layout do livro (CHARTIER, R. Du livre aux lires. ln : CHARTIER, R. Pratiques de la luture.
Par's: Payot, 1993.
o termo "coisas" indica que os objetos que se pode encontrar numa exposição
são de natureza semiótica muito heterogênea: obras, objetos da vida cotidiana, objetos
de o11tras civilizações, objetos inteiros ou fragmentos, painéis com textos, vídeos, foto-
grafias, gráficos, registros etc. O traço comum a todas essas "coisas" é que elas foram
escolhidas para serem relacionadas e dispostas num espaço, no qual entrará o plíhlico
(o coletivo) de visitantes.
O fato de que a exposição seja uma disposição de "coisas" tem como consequên-
cia uma tensão sempre presente entre disposição formal e estratégia de comunicação.
De um lado, a disposição dos objetos e a relação do visitante com esses objetos podem
encontrar a finalidade nelas mesmas (como por exemplo a colocação dos quadros). De
outro, como esta disposição é feita para um público e visa, portanto, produzir um efei-
to sobre ele -, a racionalização desta visão da comunicação, a busca de uma produção
com significação, a execução de uma estratégia de comunicação abrem a possibilidade
de fazê-Ia "dizer" alguma coisa. A exposição possui assim as vantagens e os limites des-
ta tensão entre uma tecnologia da presença e uma tecnologia da concepção.
Mas não estaríamos certos se, como se faz às vezes um pouco precipitadamente,
reduzíssemos esta tecnologia da concepção a uma simples junção de textos escritos aos
objetos. Este conceito é muito restritivo, pois nega a importância do espaço como com-
ponente de base da exposição. As operações espaciais participam da produção da signi-
ficação, tanto quanto os objetos ou os visitantes. É, ao contrário, O conjunto desses ele-
mentos que temos que considerar para compreender o que é a concepção da exposição.
JEAN DEVALLON
visita (e que lhe dá sentido) que vai determinar o sentido dado aos elementos. O ter-
ceiro contexto é o contexto interno, quer dizer, a própria organização da e.xposição,
que visa propor uma significação da exposição que seja relativamente independente
do contexto externo.
Para cumpreender a importância da concepção na produção da significação, to-
marei dois exemplos tirados não de exposição, mas da sinalização urbana.
O primeiro exemplu é o das placas de sinalização onde se encontram os monumen-
tos. Nessas placas, um elemento significativo primário (por exemplo, o nome de um mu-
seu), está integrado a um contexto interno para integrar um conjunto que corresponde à
própria placa, feito do texto e de forma codificada (o lado pontudo da placa de sinaliza-
ção indica a direção para onde ir). Mas ela está colocada nUllllugar que tem significado
nO contexto de uso do visitante: por um lado, por causa da sua localização (é nesse lugar
que se situa justamente o painel que lhe convém para encontrar o monumento, e não
em outro) e, por outro, o programa de atividade do visitante (a informação que a placa
contém faz sentido para um visitante que quer ver esse monumento).
O segundo exemplo é, ao contrário, o de uma concepção não colocada, para não
dizer uma falta de concepção. Durante o festival de Avignon, a cidade se cobre de
cartazes pregados por diferentes companhias de teatro do festival não oficial (festi-
val of./J. Eles são colocados de maneira a serem visíveis (e, se possível, mais visíveis
que os vizinhos). Mas não há realmente concepção, por não haver nenhum trabalho
contextualizado, apenas a ocupação do espaço. A coisa se torna e"idente quando os
espaços são suficientemente grandes para receber um grande número de cartazes: o
espaço está organizado para significar apenas os elementos primários onde estão pos-
tos (compreende-se, aliás., facilmente o porquê... ). A informação transmitida por cada
cartaz é mais importante do que a concepção do espaço. A única concepção existente é
a dos cartazes, não a do espaço.
Com esses exemplos, podemos entender, eu creio, como a concepção é em pri-
meiro lugar um processo de espaço e não de discurso. E por isso ela é deter·minante na
criação de quase todos os dispositivos de comunleação cultural. Talvez mais ainda em
mídia espacial, como a exposição, que em outras.
JEAN O~ALlOI'l
ii
Desígnaça-a da
Produtor da Exposição
Ir
•
•
-J-- ~ Objeto em
Exposi(õo
------ I-
1- Entrada da Visitante
na Expasi~ãa
I I
Produ tor da
Expo sição
I ....... Visitante
I
S ujeito Social
I
---- ------
Il Exposi~ão e Visitante coma Autor
~
Nós dissemos que o produtor não estabelece um discurso direto com o visitante
(uma exposição relatada é entediante), como ele o faria num livro, dando um curso ou
uma conferência, mas ele organiza o encontro do visitante com os objetos expostos,
para que este possa aceder simbolicamente a outro mundo: o objetivo é que o visitante
encontre esses objetos para se relacionar com o que eles carregam em si, pelo que eles
representam. Que a exposição o faça aceder, assim, a um universo onde são os repre-
sentantes; que se trate da beleza, da arte, de uma época, da ciência, da história, pouco
5 o que chamei, aliás, de "o espaço sintético" (ver L'&poJ'ition à I'ceuT),.e: St,.atég;eJ' de rommllnirarion ft mfdia-
tion s!/mboli!Jlle, Paris: L'Harmattan., ] 999).
importa. No caso de uma exposição de arte, a escolha da disposição das obras poderá
relacíonar o visitante ao mundo do artista; numa exposição de ciência sobre a origem
do universo, será com o conhecimento do mundo; numa exposição sobre arqueologia
ou história, será com a sociedade de origem dos objetos.
Então, fica a pergunta, o que a difere de um livro? Não ocorre o mesmo quando se
lê um romance ou sobre a obra de um pintor, sobre a hist6ria do cosmos ou uma civili-
,t
zação antiga? Existe uma grande diferença. Na exposição, o visitante é a relação com o
mundo do qual ela trata, não pela mediação abstrata da linguagem, mas pela mediação
perceptiva e corporal dos objetos e do espaço. Os objetos são elementos que perten-
o ,
o",
cem ao mundo da exposição e que vieram de alguma maneira até o visitante, enquanto
a organização da exposição, sua concepção faz com que esses mesmos objetos sejam
para o visitante o meio de ser, de alguma maneira, '"transportado", "imerso" durante
o tempo da visita a este mundo.
JEAN DCVAlLON
6 o livro, escreve Harris, é um mecanismo que permite ao leitor controlar o acesso ao texto como melhor lhe cou-
vier. Este gênero de texto é sem dúvida o produto mais descontextualizado, o mais rigoro~amente ol'ganizado e o mais
autónomo que jamais se viu na história da comunicação. HARRIS, R. Sémiologie de l'éc~i(ure. Paris: CNRS, 1998. p.
138.
7 O termo programa não designa nm projeto consciente da parte do visitante, mas som ente a lógica da ação em qne
ele está engajado.
B É interessante notaI' que o catálogo contém elementos significativos pontuais que acabam se inserindo na visila.
Ao contrário do que se passa no guia de áudio, é cste último l'audioguide, c'est cettc derniere, et en dernier recours
['exposltion elle-même, qui reste le contexte dans leque] s'insere le discours du catalogue,
9 "Interna" para Um conjunto sigrúficativo ,ou seja, para a exposição ou parte dela.
JEAN DEVALLON
U fi dos exemplos mais simples e dos mais conhecidos é o do quadro e sua etiqueta
(ou placa). Temos, nesse caso, dois elementos de natureza semiótica diferentes, a eti-
queta fornecendo informações sobre o quadro (título, autor, número do inventário,
explicações diversas etc.) e os dois elementos que constituem um novo conjunto signi-
ficativo que é, por outro lado, muito frequentemente, a unidade da exposição de base
das exposições de arte.
Tomemos um exemplo um pouco complexo. Numa vitrine, um elemento de ador-
no feminino: uma tiara de ouro. Ao lado, uma cabeça de mulher de cerâmica sobre
a qual é possível ver uma tiara. Ninguém precisa de etiqueta explicativa: o visitante
compreende rapidamente o que são o primeiro ob.ieto e o uso que poderia ser feito,
pelo simples retorno ao contexto que o segundo elemento opera. Os dois elementos
formam por sua vez um conjunto que pode, por exemplo, ser colocado numa vitrine
representando o adorno feminino de um grupo ou de uma época 10. O interesse nesse
caso é utilizar a linguagem visual e espacial, que é a peculiaridade da exposição.
Um exemplo um pouco diferente nos é dado pela contextualização de documentos
(um livro e uma foto) numa vitrine colocada sobre a fotografia da fachada de um edifício,
para indicar a relação entre o autor do documento e um acontecimento da vida do persona-
gem ao qual é consagrada a exposição (membro da Academia Brasileira de Letras)Jl.
Ao contrário, o reconhecimento de características comuns aos dois elementos da
exposição não é suficiente para produzir um novo conjunto significativo original. Por
exemplo, numa exposição que apresenta ao mesmo tempo a obra de um pintor e a
de um costureiro, a aproximação que pode ser feita entre o plissado dos vestidos e o
representado nos desenhos, mesmo que a exposição seja claramente feita para que o
visitante faça essa aproximação, permanece num nível formal e não leva a nenhnma
compreensão de um e de outro elemento. Convida somente a olhar e a prestar atenção
ao que se vê em cada um desses elementos.
Isso é com certeza importante, mas não há por isso interpretação interna, a com-
preensão da proximidade dos dois elementos e então o conjunto que eles constituem se
situa em outro lugar. Intervém, por exemplo, num discurso externo que só ocorre com a
visita guiada que narra a importância que teve para o costureiro ver os desenhos quando
visitava o museu durante sua adolescência e seu papel na vocação de costureiro.
12 Volto a esta diferença que consiste em saber o que é o texto, ou seja, o que constitui um conjunto significativo: os
próprios elementos (por ""emplo, quadro e etiqueta) ou coujuntos maiores como wna sala ou a exposição como um
todo.
JEAN D~VALLON
ópio). A representação do barco era, além disso, repetida nas ilustrações e, sobretu-
do, no painel explicativo, de maneira que a associação entre o barco e o comércio de
ópio estava perfeitamente visível desde a primeira olhada, e que em at@;uma parte do
conjunto da apresentação (e dos textos) estava a declinação explicativa. O todo estava
assim fortemente integrado textualmente 13 •
Uma técnica de concepção da exposição, em muitos aspectos similar, se encontra
no museu Port du Gard, monumento muito importante da época romana, situada no
sul da França, que pertence ao aqueduto de alimentação da água da cidade de Ní'mes.
A primeira parte do museu, antes da apresentação da construção do monumento, trata
da água na cidade romana. Essa parte da exposição mostra técnicas e instrumentos que
permitem a circulação da água: canalizações, recipientes, dispositivos de recolhimen-
to de sobra de água, circuitos públicos e privados etc. A própria decoração participa da
temática, evocando mais ou menos metaforicamente o átrio de uma casa romana pelas
colunatas, o impluvíum, imergindo assim o visitante nessa evocação.
13 Tecnicamente vê-se que e,ta integração estava assegurada pela coniunção de um duplo processo: (1) a recorrência
do barco nos diferentes registros (maguete, painel explicativo, série de fotos e gravuras (ii) um encaixe desses registras.
a
A< sim, tudo que estava nas paredes (paineis, reproduções, vitrines) servia de comexto nnidade central (a maquete so-
bre as caixas), enquanto inversamente todos os elementos, além do painel explicativo serviam de ilustração (e portanto
de contexto) ao que era mostrado...
14 Prefiro "museologia de saber~, as três museologia, (objeto, saber e colocação - ou ponto de vista) estando respee-
tivamentt> centrados uoobjeto, no saber e no viútantt> (para mais detalhes, Ver L'Exposition à l'ceuvre, 1999).
ção não deve, entretanto, nos fazer perder de vista que, exceto o caso extremo
de uma disposição de objetos respondendo a critérios unicamente formais e
estético~, a museologia de objeto remete, na maioria das vezes, também a
uma forma de concepção - uma forma editorial- do tipo enciclopédico.
JfAN DEVALLON
cesso. Por um lado, ela contextualiza o objeto, seja recriando uma imitação realista de
sen contexto de origem (sobre o modelo do diorama ou da reconstituição, por exem-
pio), seja imergindo num contexto simbólico que torna suas características visíveis e
sensíveis. Por outro, e de maneira complementar, ela determina ao visitante um lugar,
um ponto de vista, que faz com que ele mergulhe no universo ao qual ele foi apresenta-
do, seja diante dele quando a apresentação é como num palco (como no diorama, por
exemplo), seja em torno dele quando circula na própria encenação. Em todos os casos,
trata-se de fazê-lo viver uma experiência sensível, corporal e não somente de colocá-lo
diante de objetos sítuados num ontro espaço e num outro universo.
Mesmo quando o visitante não está fisicamente imerso no espaço onde se encon-
tram os objetos e a reconstituição (ou a evocação) de seu universo, o ciispositivo pre-
tende que ele possa se sentir como participante deste universo (por identificação com
um lugar ou com uma posição de intérprete; ou seja, como parte integrant~ da cena à
qnal ele assiste). A coisa se manifesta no diorama no qual intervêm ao mesmo tempo o
jogo em terceira dimensão e o posicionamento do visitante como observador e o fato
de que o espaço onde ele se encontra está na obscuridade 17 •
2. Mas isso não é tudo. Acho que podemos reconhecer as marcas de uma nova
mudança, da passagem da forma ao formato. O formato é mais restritivo que
a forma: enquanto esta última constitui um modelo de organização do texto,
o formato corresponderia principalmente a um gabarito de produção deste,
um quadro que intervém menos sobre a organização do conteúdo que sobre
o aspecto que o texto tomará. Pode-se dizer que a vitrine é um formato - no
sentido de que ali se podem expor coisas bem diversas e segundo princípios
de classificação diferentes -, que estabelece, entretanto, um tipo definido de
apresentação e que define uma relação entre visitante e objetos.
17 o que eharnei de "mu~eologia do entorno", e depois "museologia de pontO de vista", cobre o que Rayrnond
'Iontpetit chama "museografiaanalógica" e FlorenLe Belaen "museologia de imersão" (MONTPETIT, R. Une logique
[~an ~ulaire: les itnages de la lUuséographie analogique, Publics et Musées, 9, 1996; BELAEN, Y. Los e:rpasi-
"..... ~ ~__ La Len:re de rOeIM, 86,2003).
Três formatos me parecem hoje muito facilmente identificáveis. Nem sei se exis-
tem outros, nem qual será seu futuro. Minha intenção é simplesmente chamar atenção
sobre as mudanças que me parecem afetar hoje as exposições e os museus.
O primeiro formato é o da multimídia. Quase todas as exposições são atualmente
constituídas de vários registros midiáticos. Não é novidade: qualquer exposição, mes-
mo a mais simples e tradicional utiliza pelo menos dois, três registros, senão mais (os
objetos, os textos e o espaço)ls. O que parece novo é, por um lado, o aumento da quan-
tidade desses registros e, por outro, sua tendência à autonomia. Não é incomum que
a exposição inclua vários tipos de texto, vídeos interativos, diversos tipos de apresen-
tações num mesmo espaço, se não a integração na própria exposição, o que foi previa-
mente lido em dispositivos de isolamento tais como guias de áudio (fones de ouvido,
PDAs ou leitores de mp3).
O resultado é a tendência de a exposição funcionar como um laminado de mídias
mais ou menos independentes; o que implica que a concepção da exposição consiste
:r
I justamente na forma de um programa como, por exemplo, garantir a integração dos
registros em um texto único, como um todo. Apesar do trabalho de concepção, obser-
va-se cada vez mais um funcionamento da exposição "por camadas" midiáticas e não
por "blocos", por camadas horizontais de mídias e não por unidades verticais feitas de
mídias diferentes. Ocorre, assim, que se consegue visitar várias exposições diferentes
na mesma exposição pela "camada" escolhida 19 ,
O segundo formato é o do jogo. Quando, durante muitas décadas, os jogos fica-
vam circunscritos a intervenções pontuais com dispositivos ditos interativos, ou dis-
positivos de interpretação específicos para grupos (principalmente escolares), partes
inteiras da exposição organizadas com a forma de jogos2Ü, Parece-me que o fato mar-
18 Eu seria menos afirmativo que Marie-Syhie Poli (Le Texte au mlMée, une approche semiotique. Paris: Éd de
L'Harmauan, 2003) em dizer que o espaço é um registro midiático. prefiro a base da exposição. Mas é um assunto para
discussão.
19 Por exemplo, a ilha imitulada "Le graud récit de l'unível's~ da Cité des sciences et de ['industrie à Paris. no qual
os registras dos interativos, dos vídeos e dos ttltos nas paredes são "camadas" relativamente independentes. O que
significa que cada camada propõe um programa de atividade específico ao visitante.
20 É o caso do 3º andar ("ln Future~) do Wellcome Wing du Science Museum à Londres ou ainda de Illot "Epíde-
JEAN DEYALLON
mik" rlp la Cit'; de. sciences et de l'industríe à Pari•. 'lue ,up<3e a relação entre um cenário e o visitante (ver Sylvie Ie-
Meme!, Strncturel' la coneeption des docnroents numéríques gráee à!a seénistique. ln: Création numérique écr-itur·eJ-
expàie,"'w inlaocliTlN / sob a direção de Sylvie Leleu-Merviel, Paris: Herme~Lavoisier, 2005. P. !51-181).