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FUNDAÇÃO DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESPÍRITO-SANTENSE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

LISANDRA SANCHES DOS SANTOS

MATHEUS DE OLIVEIRA MATOS BORGES

UTILIZAÇÃO DO LODO DE ETE NA PLANTAÇÃO DE CAFÉ NO ESTADO DO


ESPÍRITO SANTO

VITÓRIA
2019
LISANDRA SANCHES DOS SANTOS

MATHEUS DE OLIVEIRA MATOS BORGES

UTILIZAÇÃO DO LODO DE ETE NA PLANTAÇÃO DE CAFÉ NO ESTADO DO


ESPÍRITO SANTO

Projeto de Pesquisa do Trabalho de Conclusão


de
Curso de Graduação em Engenharia Química
apresentado ao
Centro Universitário Espírito-santense, sob
orientação da professora Lorena Dornelas
Marsolla.

VITÓRIA

2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3

1.1 PROBLEMA............................................................................................................3

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA...........................................................................4

1.3 HIPÓTESE..............................................................................................................4

1.4 OBJETIVOS............................................................................................................5

1.4.1 Geral....................................................................................................................5

1.4.2 Específicos.........................................................................................................5

1.5 JUSTIFICATIVA......................................................................................................5

2 REVISÃO DA LITERATURA.....................................................................................6

2.1 SANEAMENTO BÁSICO........................................................................................6

2.2 TRATAMENTO DE EFLUENTES...........................................................................6

2.2.1 Efluente...............................................................................................................6

2.2.2 Etapas do tratamento de efluente....................................................................7

2.2.2.1 Tratamento Preliminar.......................................................................................7

2.2.2.2 Tratamento Primário.........................................................................................7

2.2.2.3 Tratamento Secundário.....................................................................................8

2.2.3 Tipos de subprodutos sólidos gerados no tratamento.................................9

2.3 TRATAMENTO DO LODO......................................................................................9

2.3.1 Tipos de lodo......................................................................................................9

2.3.2 Etapas do tratamento do lodo........................................................................10

2.3.2.1 Adensamento..................................................................................................10

2.3.2.2 Estabilização...................................................................................................10

2.3.2.3 Condicionamento............................................................................................10

2.3.2.4 Desaguamento................................................................................................11

2.3.2.5 Higienização....................................................................................................11
2.3.2.6 Disposição final...............................................................................................11

3 METODOLOGIA......................................................................................................12

3.1 CONHECER A COMPOSIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO LODO....................12

3.2 DEFINIR ATRAVÉS DAS LEGISLAÇÕES QUAL TRATAMENTO ADEQUADO


PARA SUA UTILIZAÇÃO NA AGRICULTURA...........................................................13

3.3 CONHECER AS LOCALIDADES NO ESPIRITO SANTO COM MAIOR


PRODUÇÃO DE CAFÉ...............................................................................................13

3.4 ESTUDAR A VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO BIOSSÓLIDO NA


PLANTAÇÃO DE CAFÉ..............................................................................................13

4 CRONOGRAMA......................................................................................................14

REFERÊNCIAS...........................................................................................................15
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1 INTRODUÇÃO

O processo de urbanização vem solicitando cada vez mais a necessidade de


saneamento nas cidades. Entre as atribuições do saneamento está a de assegurar o
fornecimento de água potável e em quantidade adequada para o consumo humano,
coleta, tratamento e destinação final ambientalmente adequada, de águas
residuárias e resíduos sólidos, garantindo condições higiênicas e sanitárias, além de
conservar os recursos hídricos (RIBEIRO; ROOKE, 2010).

Durante as etapas do tratamento de efluente e da água são gerados resíduos


sólidos em quantidade variável, segundo o tipo de efluente e o sistema de
tratamento adotado, denominado lodo de esgoto. O destino final desse resíduo é de
extrema importância e exige uma alternativa segura em termos de saúde pública e
ambiental (JORDÃO; PESSOA, 2005).

A importância desta prática foi reconhecida pela Agenda 21, que inclui o tema
“Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas
com esgotos”, definindo as seguintes orientações para sua gestão: a redução da
produção, o aumento máximo de reutilização e da reciclagem e a promoção de
depósitos e tratamento ambientais saudáveis (ANDREOLI; SPERLING;
FERNANDES, 2014, p. 11).

1.1 PROBLEMA

À medida que se aumenta o percentual de coleta e tratamento de esgoto, cresce


juntamente a produção de lodo proveniente desse tratamento que pode levar a
impactos econômicos e ambientais.

Aproximadamente metade dos custos operacionais de uma estação de tratamento é


aplicada no manejo do lodo, de modo que identificar alternativas para minimizar este
impacto representa um grande desafio tecnológico e econômico (SMITH et al. apud
LEMOS et al. 2018).

Segundo Andreoli (2014) a destinação correta desse resíduo é um fator fundamental


para o sucesso de um sistema de saneamento. Entretanto, é um fator que nem
sempre acontece. É comum que alternativas inadequadas do destino final desse
4

lodo sejam utilizadas, impactando negativamente no meio ambiente e


comprometendo os benefícios dos investimentos realizados nos sistemas de
esgotamento sanitário.

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Quais as possíveis formas econômicas e sustentáveis de se reciclar e reutilizar o


lodo proveniente do tratamento de efluentes, visando um aproveitamento e a
diminuição dos despejos em lugares inadequados e preservando o meio ambiente?

1.3 HIPÓTESE

Os aterros sanitários é uma alternativa segura, em termos ambientais, da disposição


final do lodo. Porém não é a única e definitiva solução para o problema. Segundo
Iwaki (2018) o lodo pode ser reciclado e reutilizado em diversas áreas, o que pode
reduzir o uso de recursos naturais em processos produtivos, beneficiar solos
degradados, entre outras aplicações que vão agregar valor a algo que até então
gerava custos para ser dispensado.

É preciso considerar os aspectos técnicos, econômicos, operacionais e ambientais,


as características do lodo e também seu devido tratamento para garantir a forma
mais adequada para esse destino final.

Um dos reaproveitamentos desse lodo pode ser empregado na agricultura, porque


pode reduzir a exploração de recursos naturais para a fabricação de fertilizantes, o
que leva a melhores resultados econômicos. O lodo apresenta quantidades
significativas de nutrientes essenciais para o solo e as plantas, os macronutrientes
(nitrogênio e fósforo) e alguns minerais. A qualidade desse resíduo para este fim
deve ser segura, para que promova melhorias do solo sem risco de contaminações,
levando em consideração as exigências feitas pela Resolução Conama 375/2006.
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1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Geral

Encontrar uma solução para destinação final ambientalmente e economicamente


adequada para lodo proveniente do tratamento de efluente, mostrando sua
viabilidade em ser utilizado na produção agrícola no plantio de café no estado do
Espirito Santo.

1.4.2 Específicos

 Conhecer a composição e características do lodo;


 Definir através das legislações qual tratamento adequado para sua utilização
na agricultura;
 Conhecer as localidades no Espirito Santo com maior produção de café;
 Apresentar a viabilidade e benefícios da utilização do lodo na plantação de
café;

1.5 JUSTIFICATIVA

O gerenciamento do lodo em uma estação de tratamento é complexo e geralmente é


gasto em torno de metade do custo total da operação da estação no seu manejo.
Toneladas são produzidas por dia. É de elevada importância a correta e adequada
destinação final desse resíduo. E isso não inclui somente os aterros sanitários. O
lodo pode deixar de ser apenas um problema sobre como e onde ser descartado
para se tornar um produto que pode reduzir o uso de recursos naturais em
processos produtivos, beneficiar solos degradados, entre outras aplicações que vão
agregar valor a algo que até então gerava custos para ser dispensado. O uso do
lodo na produção agrícola, desde que respeitem os critérios estabelecidos pela
resolução Conama nº 375/2006, traz benefícios ambientais e econômicos, pois o
lodo contém nutrientes necessários para o desenvolvimento da plantação.
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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 SANEAMENTO BÁSICO

O saneamento básico, em seu sentido lato, abrange um


conjunto de ações que o homem estabelece para manter ou
alterar o ambiente, no sentido de controlar doenças,
promovendo saúde, conforto e bem-estar. Incorpora, pois,
políticas de abastecimento d´água, esgotamento sanitário,
sistemas de drenagem, coleta e tratamento dos resíduos
sólidos (SOUZA, 2009, p. 44).

Segundo Souza (2009), esse processo é importante para a qualidade de vida,


saúde, preservação do meio ambiente e desenvolvimento urbano. Além de diminuir
as fontes poluentes dos mananciais revigorando o mesmo.

2.2 TRATAMENTO DE EFLUENTES

É de extrema importância o tratamento de efluentes bem como seu destino final e o


conhecimento técnico do corpo receptor onde será lançado para saber o tipo de
tratamento adequado para que atenda aos padrões exigidos e não prejudique os
mananciais (JORDÃO; PESSOA, 2005).

As tecnologias de tratamento de esgotos são desenvolvidas


tendo por principal referência o lançamento em corpos d'água.
As exigências para atender aos padrões de qualidade dos
corpos receptores ou mananciais de abastecimento são
restritivas, em decorrência da fragilidade dos ecossistemas
aquáticos e da necessidade de preservação dos usos múltiplos
da água (FLORENCIO; BASTOS; AISSE, 2006, p.8).

2.2.1 Efluente

Segundo Jordão e Pessôa (2005), os efluentes geralmente são classificados em


efluentes sanitários ou domésticos e efluentes industriais e suas características
variam quantitativa e qualitativamente de acordo com a sua utilização.
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O esgoto doméstico é aquele que provem principalmente de


residências, estabelecimentos comerciais, instituições ou quaisquer
edificações que dispõe de instalações de banheiros, lavanderias e
cozinhas. Compõem-se essencialmente da água de banho, excretas,
papel higiênico, restos de comida, sabão, detergentes e águas de
lavagem (FUNASA, 2004, p. 154).

2.2.2 Etapas do tratamento de efluente

De acordo com Jordão e Pessôa (2005), as etapas de tratamento podem ser


divididas em etapas preliminares, primarias, secundarias e terciarias. Os processos
desse tratamento podem ser classificados em processos físicos, químicos e
biológicos.

Conforme Sperling (1995), o processo físico são aplicações de forças físicas, o


processo químico é feito pela adição de algum composto químico ou reação química
durante a fase de tratamento e o processo biológico onde a remoção de
contaminantes acontece por meio de ação biológica.

2.2.2.1 Tratamento Preliminar

Segundo Mello (2007), a etapa preliminar consta na remoção de sólidos grosseiros


como o lixo que é feita por gradeamento ou peneiramento e a areia que se remove
através da sedimentação. Protegendo as demais etapas do tratamento, os
dispositivos de transporte (bombas e tubulações) e os corpos receptores. De acordo
com Sperling (1995), é um processo físico e também conta com uma unidade para
medição de vazão denominada de calhas.

2.2.2.2 Tratamento Primário

Após ocorrer a remoção dos sólidos grosseiros é preciso retirar os sólidos em


suspensão sedimentáveis e os sólidos flutuantes, que serão removidos por
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sedimentação. Grande parte desses sólidos em suspensão são conhecidos como


matéria orgânica (SPERLING, 1995).

Segundo Chernicharo e outros (2008) após a passagem da etapa primaria, o


efluente segue para os decantadores primários, que escoam lentamente fazendo
com que os sólidos com maiores densidades se sedimentem no fundo, reduzindo
parte da matéria orgânica e formando o lodo primário. Esse lodo, segundo Sperling
(1995), é retirado através de uma tubulação ou raspadores mecânicos e bombas.

Os óleos e graxas tem uma densidade menor que a do líquido, sendo assim, sobem
para a superfície dos decantadores, onde são coletados e removidos para serem
tratados posteriormente. Também podem ser usadas nesta fase as fossas sépticas
(SPERLING, 1995).

2.2.2.3 Tratamento Secundário

Nesta etapa do tratamento, a principal finalidade é a remoção de matéria orgânica,


que é efetuada através de reações bioquímicas que são realizadas por
microrganismos. Diferentemente das etapas preliminares e primarias que são
processos físicos, nesta etapa são utilizados processos biológicos. Nesta etapa é
realizada a degradação da matéria orgânica em um menor intervalo de tempo, se
comparada aos corpos receptores. A matéria orgânica contida no efluente é utilizada
como alimento para os microrganismos, que podem ser bactérias, protozoários,
fungos entre outros. Eles convertem a matéria orgânica em gás carbônico, água e
material celular. A decomposição dessa matéria orgânica precisa fundamentalmente
de oxigênio como componente dos processos aeróbios e condições ambientalmente
favoráveis como temperatura e pH (SPERLING, 1995).

Existe uma grande variedade de métodos de tratamento a nível


secundário, sendo que os mais comuns são: Lagoas de
estabilização e variantes, lodos ativados e variantes, filtro
biológico e variantes, tratamento anaeróbio, disposição sobre o
solo (SPERLING, 1995, p. 186).
9

Em toda a etapa secundária se produz o lodo secundário ou biológico. “Este lodo é a


própria biomassa que cresceu às custas do alimento fornecido pelo esgoto afluente”.
(ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014, p.16).

O lodo secundário é composto basicamente por matéria orgânica, nutrientes, como o


nitrogênio e fósforo, e organismos patogênicos (JORDÃO; PESSÔA, 2005).

2.2.3 Tipos de subprodutos sólidos gerados no tratamento

De acordo com Andreoli, Sperling e Fernandes (2014), durante o tratamento de


efluentes sanitários são gerados subprodutos sólidos, tais como areia, escuma, lodo
primário e lodo secundário. “O tratamento dos subprodutos sólidos gerados nas
diversas unidades é uma etapa essencial do tratamento dos esgotos”. (ANDREOLI;
SPERLING; FERNANDES, 2014, p.15).

2.3 TRATAMENTO DO LODO

O tipo de tratamento do lodo vai variar e depender de suas características, do tipo


de tratamento que ele provém e do seu destino final (ANDREOLI; SPERLING;
FERNANDES, 2014).

2.3.1 Tipos de lodo

O lodo primário é formado nos tanques sépticos e decantadores primários e pode


possuir um forte odor, caso fique por muito tempo no decantador. O lodo biológico
aeróbio (secundário) não estabilizado é a biomassa de microrganismos aeróbios
formados através da remoção de matéria orgânica dos efluentes e o estabilizado
tem menor quantidade de matéria orgânica maior quantidade de sólidos inorgânicos
e não requer uma etapa de digestão posterior. Já o lodo biológico anaeróbio
predomina condições anaeróbias e cresce através da matéria orgânica (ANDREOLI;
SPERLING; FERNANDES, 2014).
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2.3.2 Etapas do tratamento do lodo

2.3.2.1 Adensamento

No adensamento tem por objetivo aumentar a concentração de sólidos no lodo,


reduzindo sua umidade e consequentemente seu volume. (MIKI et al, 2006).

Os tipos de adensamento mais comuns são: por gravidade, flotação, centrífugas e


filtro prensa de estrias (ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014).

2.3.2.2 Estabilização

O processo de estabilização visa reduzir os odores através da remoção da matéria


orgânica biodegradável e também os organismos patógenos. “Estes dois fatores têm
importância variável, de acordo com o destino final previsto para o lodo”. A
estabilização do lodo é de extrema importância caso seja reutilizado para fins
agrícolas (ANDREOLI, 2001). Ainda segundo Andreoli (2001), os processos de
estabilização do lodo se dão por digestão anaeróbia, digestão aeróbia,
compostagem, estabilização química onde são adicionados produtos químicos,
pasteurização e secagem térmica.

2.3.2.3 Condicionamento

É um processo de preparação para a desidratação do lodo. Produtos químicos são


adicionados, com a finalidade de promover coagulação e floculação, para melhorar a
detenção de sólidos na etapa de desaguamento (ANDREOLI; SPERLING;
FERNANDES, 2014).
11

2.3.2.4 Desaguamento

Segundo Andreoli (2001), o desaguamento ou desidratação tem por finalidade


diminuir ainda mais seu volume reduzindo sua umidade, com objetivo de torna-lo
cada vez mais sólido.

“A desidratação do lodo tem impacto importante nos custos de transporte e destino


final, além de influenciar de maneira decisiva o manuseio do lodo, já que o
comportamento mecânico deste varia com o teor de umidade”. (ANDREOLI;
SPERLING; FERNANDES, 2014, p.30).

Os processos utilizados nessa etapa são leitos de secagem, lagoas de lodo, filtro
prensa, centrifuga, filtro presa de esteiras, filtro a vácuo e secagem térmica
(ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014).

2.3.2.5 Higienização

O lodo concentra diversos tipos de organismos que provem do efluente sanitário.


São organismos que podem trazer prejuízos a saúde, bem-estar e para o meio
ambiente devido à grande parte deles serem patogênicos. Para sua utilização na
agricultura, esta etapa é muito importante para garantir qualidade e segurança, pois
os patógenos trariam resultados negativos para esse fim. Quanto mais restritivo for o
seu uso, mais rigorosa deve ser a higienização. (ANDREOLI, 2001).

Para essa etapa são usados processos como a adição de cal, tratamento térmico,
compostagem, oxidação úmida, radiação gama entre outros. Para disposição do
lodo em aterros sanitários, essa etapa não é tão rigorosa (ANDREOLI; SPERLING;
FERNANDES, 2014).

2.3.2.6 Disposição final


12

A disposição final desse resíduo é complexa pois envolve aspectos técnicos,


econômicos, ambientais e legais que vão além dos limites das estações de
tratamento. O destino final adequado é de extrema importância. Existem várias
alternativas tecnicamente aceitáveis para esse fim. O lodo pode ser depositado em
aterros sanitários, incineração ou landfarming quando sua valorização e reutilização
não é viável, tendo um controle e monitoramento frequente. Mas o interessante
sustentavelmente e economicamente seria sua reutilização, como sua disposição
para fins agrícolas na aplicação no solo, áreas de reflorestamento ou como
fertilizantes, desde que obedeça aos padrões de qualidade requeridos e levando em
consideração o tipo de solo e sua composição juntamente com a do lodo
(ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014).

“Do ponto de vista agronômico, os biossólidos apresentam em sua constituição


quantidades significativas de nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas”.
(ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014). Um dos principais benefícios do uso
do lodo na agricultura é que ele fornece os macronutrientes (nitrogênio e fósforo) e
os micronutrientes (zinco, cobre, ferro, manganês) que o solo precisa, sendo
necessário adicionar o potássio, visto que não são muito presentes na composição
do lodo. Outro benefício que pode ser citado é a melhoria na qualidade física do
solo. A utilização do lodo aumenta a retenção de umidade em solos arenosos,
mantendo uma boa condição e estabilidade em sua superfície (ANDREOLI;
SPERLING; FERNANDES, 2014).

3 METODOLOGIA

3.1 CONHECER A COMPOSIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO LODO

A característica do lodo vai depender da origem do efluente, do tipo de tratamento


adotado pela estação e pela eficiência operacional do sistema (ANDREOLI, 2001).

Para a elaboração desse estudo, foram realizadas pesquisas bibliográficas em


livros, artigos e manuais com o objetivo de conhecer a composição e as
características do lodo gerado nas estações de tratamento de efluentes. Após essa
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abordagem, foi feito um levantamento de dados através de trabalhos e estudos já


realizados sobre a disposição final desse resíduo.

3.2 DEFINIR ATRAVÉS DAS LEGISLAÇÕES QUAL TRATAMENTO ADEQUADO


PARA SUA UTILIZAÇÃO NA AGRICULTURA

A resolução Conama nº 375/2006 limita a existência de grupos de micro-organismos


patogênicos, estando controlados, os demais também estarão em níveis compatíveis
com o uso na agricultura (LIMA et al., 2011).

Nesta etapa foi feita uma pesquisa nas legislações ambientais. Dessa forma, foi
utilizado o Conama para analisar todos os padrões e normas que devem ser
seguidos para a utilização do lodo na agricultura. Após a leitura dessas normas, foi
feito um estudo sobre os tipos de tratamento e higienização adequada para que se
consiga utilizar o lodo na plantação de café sem que ele cause riscos a plantação e
a população. Foram feitas buscas e pesquisas em projetos com experimentos e
estudos já realizados sobre a higienização desse lodo e sua eficiência, e sua
posterior aplicação na agricultura.

3.3 CONHECER AS LOCALIDADES NO ESPIRITO SANTO COM MAIOR


PRODUÇÃO DE CAFÉ

“A cafeicultura é a principal atividade agrícola do Espírito Santo, que é o segundo


maior produtor de café do Brasil, desenvolvida em todos os municípios capixabas
(exceto Vitória) ” (INCAPER, 2018).

Foi feito um levantamento de dados através do site INCAPER e sites de


mapeamento para identificar as localidades do Espirito Santo onde se tem maior
produção de café.

3.4 ESTUDAR A VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO BIOSSÓLIDO NA


PLANTAÇÃO DE CAFÉ
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Para estudar a viabilidade dessa utilização foi feito um levantamento de dados,


pesquisas e leituras em livros, artigos e experimentos já realizados, com a utilização
do lodo na plantação de café, para se avaliar e compreender os benefícios que irá
trazer, economicamente e ambientalmente, para essa destinação final do lodo.

4 CRONOGRAMA

Quadro 1 – Cronograma previsto para realização do Trabalho de Conclusão de Curso.

2019 2020

Etapas Jul-Ago Set-Out Nov-Dez Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun

Levantament
X X
o bibliográfico
Fichamento
X X X
de textos
Procura e
análise de X X X
fontes
Escrita do
X X
projeto
Alterações ou
correções e X X X
revisões
Encontro com
X X X X
Orientador
Entrega do
X
TCC e defesa
Fonte: Autoria própria
15

REFERÊNCIAS

ANDREOLI, C; SPERLING, M; FERNANDES, F. Lodo de esgotos: Tratamento e


disposição final. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2014.

ANDREOLI, C. et al. Resíduos sólidos do saneamento: Processamento,


reciclagem e disposição final. Rio de Janeiro: RiMa, ABES, 2001.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente –


CONAMA. Resolução nº 375, de 29 de agosto de 2006. Define critérios e
procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações
de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras
providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 30 de
agosto de 2006.

CHERNICHARO, C. et al. Processos de Tratamento de Esgotos: Esgotamento


Sanitário. Brasília: Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em
Saneamento Ambiental, NUCASE, 2008.
FLORENCIO, Lurdinha; BASTOS, Rafael; AISSE, Miguel. Tratamento e Utilização
de Esgotos Sanitários. Rio de Janeiro: ABES, 2006.
Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento. 3. ed. rev. Brasília:
Fundação Nacional de Saúde, FUNASA. 2004.

INCAPER. Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural –


Cafeicultura.

IWAKI, Gheorge. Destinação final de Lodos de ETAs e ETEs. Tratamento de


água. Disponível em https://www.tratamentodeagua.com.br/artigo/destinacao-final-
de-lodos-de-etas-e-etes/. Acesso em 31 ago. 2019.

JORDÃO, Eduardo; PESSÔA, Constantino. Tratamento de Esgotos Domésticos.


4 ed. Rio de Janeiro: Segrac, 2005.

LEMOS, Luciane et al. Utilização de lodo de esgoto termicamente tratado como


adsorvente de nitrogênio amoniacal. Tratamento de água. Disponível em:
https://www.tratamentodeagua.com.br/artigo/lodo-esgoto-tratado-adsorvente-
nitrogenio. Acesso em 30 ago. 2019.

LIMA, M. F.; COSTA, A. F. S.; MATTOS, C. N.; COSTA, A. N. Manual de uso


agrícola e disposição do lodo de esgoto para o estado do Espírito Santo:
Geração de lodo de esgoto e seu potencial como fonte de matéria orgânica para a
agricultura. Vitória: Incaper, 2011. 1 v.

MELLO, Edson. Tratamento de esgoto sanitário. 2007. Monografia, (Engenharia


Sanitária) – Unicamp, Novo horizonte, 2007.
MIKI, M. K.; ALEM SOBRINHO, P.; VAN HAANDEL, A. C. Tratamento da fase sólida
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Resíduos do Saneamento. Rio de Janeiro: ABES, 2006.
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RIBEIRO, J; ROOKE, J. Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente


e a saúde pública. Disponível em:
http://www.ufjf.br/analiseambiental/files/2009/11/TCC-SaneamentoeSa
%25C3%25BAde.pdf. Acesso em 30 ago. 2019.

SOUZA, M. Meio Ambiente Urbano e Saneamento Básico. Mercator, Fortaleza, v.


1, n. 1, jan. 2009. ISSN 1984-2201. Disponível em:
<http://www.mercator.ufc.br/mercator/article/view/194>. Acesso em: 13 out. 2019.
VON SPERLING, Marcos. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias
– Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. v.01. Minas
Gerais: ABES, 1995.

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