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EXPEDIENTE

mesa direTora da assemBLeia LegisLaTiVa do


esTado do Ceará
ZEZINHO ALBUQUERQUE Presidente

TIN GOMES 1º Vice-presidente

MANOEL DUCA 2º Vice-presidente

AUDIC MOTA 1º Secretário

JOÃO JAIME 2º Secretário

JÚLIO CÉSAR FILHO 3º Secretário

AUGUSTA BRITO 4º Secretário

esCoLa suPerior do ParLamenTo Cearense


uniPaCe
Elmano Freitas Presidente
Apresentação

O acesso ao ensino superior tem sido um grande desafio para os jovens que
concluíram o ensino médio, principalmente os egressos da escola pública, cujos
recursos nem sempre são suficientes ao atendimento das necessidades dos alunos.
Cientes dessas dificuldades e preocupados com a formação de milhares de jovens
em situação de carência financeira, a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, na
pessoa de seu Presidente Deputado José Albuquerque, e a Escola Superior do Par-
lamento Cearense, por meio de seu Presidente Deputado Elmano Freitas, deram
continuidade e ampliaram o Projeto Alcance que, desde o seu início em 2012, tem
buscado universalizar um benefício antes restrito a alunos com situação financeira
privilegiada.

Dessa forma, estamos disponibilizando as apostilas produzidas por profes-


sores do Projeto Alcance, distribuídas gratuitamente para que o aluno da capital ou
do interior possa acompanhar as aulas, que são ministradas de forma presencial ou
virtual.

Acreditamos que esse material didático servirá para abrir as portas de es-
colas superiores a nossos alunos, permitindo que isso seja revertido em sucesso
profissional e ascensão social para todos os que participam junto conosco de tão
valoroso projeto.

A Coordenação
EQUIPE PEDAGÓGICA:
Linguagem e Códigos: steller de paula
Ciências Humanas: joão paulo | marcos lupi
Designer Gráfico: adriano costa | adriano-costa@hotmail.com
Tiragem Gráfica INESP: 400

Índice
Linguagens e Códigos
Revisão .............................................................................................................................. 08 a 16

Ciências Humanas
História .............................................................................................................................. 18 a 26
Geografia ........................................................................................................................... 27 a 35

Gráfica INESP - (85) 3277.3005


LINGUAGENS E CÓDIGOS

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REVISÃO
Tomara
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
QUESTÃO 02 (ENEM PPL 2012) - Essa peça
publicitária foi construída relacionando elemen-
E o verdadeiro amor de quem se ama
tos verbais e não verbais. Considerando-se as
Tece a mesma antiga trama
estratégias argumentativas utilizadas pelo seu
Que não se desfaz
autor, percebe-se que a linguagem verbal ex-
E a coisa mais divina
plora, predominantemente, a função apelativa
Que há no mundo
da linguagem, pois:
É viver cada segundo
a) imprime no texto a posição pessoal do au-
Como nunca mais
tor em relação ao lugar descrito, objeto da
Vinicius de Moraes
propaganda.
b) utiliza o artifício das repetições para man-
ter a atenção do leitor, potencial consumi-
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
dor de seu produto.
QUESTÃO 01 - No texto lido, predomina uma
c) mantém o foco do texto no leitor, pelo em-
função de linguagem que também pode ser ve-
prego repetido de “você”, marca de inter-
rificada:
locução.
a) Em notícias de jornal nas quais o repór-
d) veicula informações sobre as característi-
ter registra fatos do cotidiano de interesse
cas físicas do lugar, balneário com grande
para o leitor.
potencial turístico.
b) Em textos científicos que relatam desco-
e) estabelece uma comparação entre a pai-
bertas e experiências realizadas pelos
sagem e uma pintura, artifício geralmente
cientistas.
eficaz em propagandas.
c) Em textos literários quando o narrador con-
versa com o leitor a respeito da obra ou
QUESTÃO 03 (ENEM 2012) - Desabafo
das personagens.
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cro-
d) Em textos literários quando o “eu” poético
nicazinha divertida hoje. Simplesmente não
ou o narrador expõem seus sentimentos e
dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica
emoções.
manhã de segunda-feira. A começar pela luz
e) Em propagandas e publicidade em geral,
acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis
que procuram orientar o comportamento
recados para serem respondidos na secretária
do interlocutor.
eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar
que venceram ontem. Estou nervoso. Estou
zangado.
CARNEIRO, J.E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento)

Nos textos em geral, é comum a manifestação

8
REVISÃO
simultânea de várias funções da linguagem, c) abordagem de temas do cotidiano, em que
com predomínio, entretanto, de uma sobre as a arte se volta para assuntos rotineiros.
outras. No fragmento da crônica Desabafo, a d) tematização do fazer artístico, pela discus-
função de linguagem predominante é a emotiva são do ato de construção da própria obra.
ou expressiva, pois: e) valorização do efeito de estranhamento
a) o discurso do enunciador tem como foco o causado no público, o que faz a obra ser
próprio código. reconhecida.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àqui-
lo que está sendo dito. Decifra-me ou te devoro
c) o interlocutor é o foco do enunciador na Entre homens sou mais facilmente grosseiro,
construção da mensagem. falo muito palavrões, sou competitivo.
d) o referente é o elemento que se sobressai Entre homens fico mais facilmente agressivo,
em detrimento dos demais. menos paciente. Ser homem pra mim, como
e) o enunciador tem como objetivo principal a para maioria, é ser forte, é ser resistente, é en-
manutenção da comunicação. frentar os medos, é partir para a briga quando
necessário.
QUESTÃO 04 (ENEM 2013) - Lusofonia, ra- Mas conviver com muitas mulheres expandiu os
pariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; limites da minha paciência. Com elas, aprendi
menina; (Brasil), meretriz. a ser mais sereno, a respirar mais, e há nove
Escrevo um poema sobre a rapariga que está anos não me meto em confusão.
sentada no café, em frente da chávena de café, Com as mulheres eu treinei meu olhar, aprendi
enquanto alisa os cabelos com a mão. Mas não a dar importância a pequenas coisas, a reparar
posso escrever este poema sobre essa rapariga nos detalhes – e como elas se comunicam com
porque, no brasil, a palavra rapariga não quer a gente através dos detalhes!
dizer o que ela diz em portugal. Então, terei de A cor do esmalte, o tipo de brinco, o tamanho
escrever a mulher nova do café, a jovem do do salto, um certo bulir de mãos, uma mordida
café, a menina do café, para que a reputação da no lábio inferior, tudo passa um recado. Até a
pobre rapariga que alisa os cabelos com a mão, hora em que ela resolve lavar o banheiro é uma
num café de lisboa, não fique estragada para mensagem cifrada.
sempre quando este poema atravessar o atlân- Em um pequeno gesto, num pequeno detalhe,
tico para desembarcar no rio de janeiro. E isto pode estar escondido um convite ou um pedido
tudo sem pensar em áfrica, porque aí lá terei de socorro. E triste do homem que não enxerga
de escrever sobre a moça do café, para evitar a mulher com quem convive e que não apren-
o tom demasiado continental da rapariga, que é deu que até o silêncio comunica.
uma palavra que já me está a pôr com dores de Mulher nenhuma faz um relatório de seus dese-
cabeça até porque, no fundo, a única coisa que jos, de seus gostos, de seus medos. Ela quer
eu queria era escrever um poema sobre a rapa- ser decifrada, ela quer ser adivinhada.
riga do café. A solução, então, é mudar de café, Decifra-me, ou te devoro! – diz o esmalte, o
e limitar-me a escrever um poema sobre aquele brinco, o salto, olhar, a mão, a mordida no lábio,
café onde nenhuma rapariga se pode sentar à o banheiro sendo lavado.
mesa porque só servem café ao balcão. Uma mulher é uma seita secreta em cujos mis-
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008. térios precisamos nos iniciar para que realmen-
O texto traz em relevo as funções metalinguís- te possamos vivê-la como ela merece, religio-
tica e poética. Seu caráter metalinguístico justi- samente.
fica-se pela: Steller de Paula
a) discussão da dificuldade de se fazer arte
inovadora no mundo contemporâneo. QUESTÃO 05 - Assinale a alternativa que me-
b) defesa do movimento artístico da pós-mo- lhor caracteriza o gênero textual a que pertence
dernidade, típico do século XX. o texto.

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REVISÃO
a) O texto é um conto, pois podemos perce- QUESTÃO 06 - Assinale a alternativa que COR-
ber claramente sua estrutura e sua breve RETAMENTE classifica o gênero do texto lido.
extensão. a) Sinopse porque é um tipo de resumo, co-
b) Pode-se caracterizar o texto como um po- mum em jornais e revistas, que apresenta
ema, já que apresenta lirismo e subjetivi- um comentário breve de um produto cultu-
dade. ral, em períodos sintéticos.
c) O texto pode ser considerado uma anedo- b) Resumo porque apresenta o conteúdo de
ta, visto que se evidencia o aspecto cômi- um livro de forma sintética, destacando as
co da narrativa. informações essenciais, sem apresentar
d) Pode-se denominar o texto como uma crô- valoração crítica.
nica, uma vez que o autor reflete subjeti- c) Resenha porque apresenta uma descrição
vamente sobre fatos colhidos no cotidiano. resumida e uma valoração crítica a respei-
e) O texto se caracteriza como um artigo de to de um produto cultural, no caso um livro.
opinião, uma vez que o autor defende uma d) Relatório porque é um documento que ex-
tese sobre assunto de amplo interesse so- põe resultados de uma atividade de pes-
cial. quisa, de um experimento, de um evento,
de uma visita, de um projeto etc.
Escritores jovens para jovens leitores e) Sumário porque é a enumeração das prin-
Fábulas para o Ano 2000 cipais divisões, seções e outras partes de
(Rodrigo Lacerda e Gustavo Martins; Ilustra- um documento, na mesma ordem em que
ções de Paulo Batista; 80 p.; Lemos Editorial; a matéria nele se sucede.
0800-177899; 10 reais)
Novos autores sempre surgem, mas autores no- QUESTÃO 07 (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2016) -
víssimos são bem mais raros. Gustavo Martins Receitas de vida por um mundo mais doce
tem apenas 15 anos e, antes que você se es- Pé de moleque
pante com isso, é bom lembrar que ele publicou Ingredientes
seu primeiro livro aos 8 anos, o que lhe valeu 2 filhos que não param quietos
uma menção no Guinness, o livro dos recordes. 3 sobrinhos da mesma espécie
Rodrigo Lacerda, de 29 anos, convenhamos, 1 cachorro que adora uma farra
também é um jovem autor se comparado, por 1 fim de semana ao ar livre
exemplo, aos medalhões da Academia de Le- Preparo
tras. Mas o que interessa mesmo é que ambos Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Na-
fazem ótima literatura. Estas fábulas são a me- turale, mexa bem e deixe descansar. Não as
lhor prova disso. Com talento e bom humor, eles crianças, que não vai adiantar. Sirva imediata-
adaptaram histórias tradicionais, como A Prin- mente, porque pé de moleque não para. Quer
cesa e o Sapo ou Os Três Porquinhos, aos tem- essa e outras receitas completas?
pos modernos. O resultado foi uma espécie de Entre no sitecianaturale.com.br.
cyber-conto-de-fadas, onde uma rã transforma- Onde tem doce, tem Naturale.
-se em princesa e casa-se com um metaleiro Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado).
ou três porquinhos sem-terra encaram um lobo
latifundiário. Para manter o espírito edificante, O texto é resultante do hibridismo de dois gêne-
os autores não abriram mão da famosa “moral ros textuais. A respeito desse hibridismo, obser-
da história” no final de cada conto. Um exemplo: va-se que a:
“Os PowersRangers podem até vencer o mons- a) receita mistura-se ao gênero propaganda
trão, desde que ele não tenha um bom advoga- com a finalidade de instruir o leitor.
do”. Moderníssimo. b) receita é utilizada no gênero propaganda a
Disponível em: <http://galileu.globo.com/edic/91/cultura> Acesso em 30 fim de divulgar exemplos de vida.
de out. 2014. c) propaganda assume a forma do gênero re-
ceita para divulgar um produto alimentício.

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REVISÃO
d) propaganda perde poder de persuasão ao mais ricas tradições da cultura popular. É a lite-
assumir a forma do gênero receita. ratura de cordel, que atravessa os séculos sem
e) receita está a serviço do gênero propagan- ser destruída pela avalanche de modernidade
da ao solicitar que o leitor faça o doce. que invade o sertão lírico e telúrico. Na contra-
mão do progresso, que informatizou a indústria
Texto gráfica, a Lira Nordestina, de Juazeiro do Norte,
A dança é importante para o índio preparar o e a Academia dos Cordelistas do Crato conser-
corpo e a garganta e significa energia para o vam, em suas oficinas, velhas máquinas para
corpo, que fica robusto. Na aldeia, para prepa- impressão dos seus cordéis. A chapa para im-
ro físico, dançamos desde cinco horas da ma- pressão do cordel é feita à mão, letra por letra,
nhã até seis horas da tarde, passa-se o dia in- um trabalho artesanal que dura cerca de uma
teiro dançando quando os padrinhos planejam hora para confecção de uma página. Em segui-
a dança dos adolescentes. O padrinho é como da, a chapa é levada para a impressora, também
um professor, um preparador físico dos adoles- manual, para imprimir. A manutenção desse sis-
centes. Por exemplo, o padrinho sonha com um tema antigo de impressão faz parte da filosofia
determinado canto e planeja para todos entoa- do trabalho. A outra etapa é a confecção da xi-
rem. Todos os tipos de dança vêm dos primeiros logravura para a capa do cordel. As xilogravuras
xavantes: Wamarĩdzadadzeiwawẽ, Butséwawẽ, são ilustrações populares obtidas por gravuras
Tseretomodzatsewawẽ, que foram descobrindo talhadas em madeira. A origem da xilogravura
através da sabedoria como iria ser a cultura Xa- nordestina até hoje é ignorada. Acredita-se que
vante. Até hoje existe essa cultura, essa cele- os missionários portugueses tenham ensina-
bração. do sua técnica aos índios, como uma atividade
Quando o adolescente fura a orelha é obriga- extra-catequese, partindo do princípio religioso
tório ele dançar toda a noite, tem de acordar que defende a necessidade de ocupar as mãos
meia-noite para dançar e cantar, é obrigatório, para que a mente não fique livre, sujeita aos
eles vão chamando um ao outro com um grito maus pensamentos, ao pecado. A xilogravura
especial. antecedeu ao clichê, placa fotomecanicamente
WÉRÉ’ É TSI’RÓBÓ, E. A dança e o canto-celebração da existência gravada em relevo sobre metal, usualmente zin-
xavante. VIS-Revista do Programa de Pós-Graduação em Arte da UnB. V.
5, n. 2, dez. 2006. co, que era utilizada nos jornais impressos em
rotoplanas.
QUESTÃO 08 - A partir das informações sobre VICELMO, A. Disponível em: www.onordeste.com. Acesso em: 24 fev.

a dança Xavante, conclui-se que o valor da di- 2013 (adaptado).

versidade artística e da tradição cultural apre- A estratégia gráfica constituída pela união entre
sentados originam-se da: as técnicas da impressão manual e da confec-
a) iniciativa individual do indígena para a prá- ção da xilogravura na produção de folhetos de
tica da dança e do canto. cordel:
b) excelente forma física apresentada pelo a) realça a importância da xilogravura sobre
povo Xavante. o clichê.
c) multiculturalidade presente na sua mani- b) oportuniza a renovação dessa arte na mo-
festação cênica. dernidade.
d) inexistência de um planejamento da esté- c) demonstra a utilidade desses textos para
tica da dança, caracterizada pelo ineditis- a catequese.
mo. d) revela a necessidade da busca das origens
e) preservação de uma identidade entre a dessa literatura.
gestualidade ancestral e a novidade dos e) auxilia na manutenção da essência identi-
cantos a serem entoados. tária dessa tradição popular.

QUESTÃO 09 (ENEM 2014) - Cordel resiste QUESTÃO 10 (ENEM 2014) - No Brasil, a ori-
à tecnologia gráfica. O Cariri mantém uma das gem do funke do hip-hopremonta aos anos 1970,

11
REVISÃO
quando da proliferação dos chamados “bailes a) a língua é um importante instrumento de
black” nas periferias dos grandes centros ur- constituição social de seus usuários.
banos. Embalados pela blackmusicamericana, b) o modo de falar o português padrão deve
milhares de jovens encontravam nos bailes de ser divulgado ao grande público.
final de semana uma alternativa de lazer antes c) a escola precisa de parceiros na tarefa de
inexistente. Em cidades como o Rio de Janei- valorização da língua portuguesa.
ro ou São Paulo, formavam-se equipes de som d) o contato do público com a norma-padrão
que promoviam bailes onde foi se disseminando solicita o uso de tecnologia de última ge-
um estilo que buscava a valorização da cultura ração.
negra, tanto na música como nas roupas e nos e) as atividades lúdicas dos falantes com sua
penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido própria língua melhoram com o uso de re-
como “Black Rio”. A indústria fonográfica desco- cursos tecnológicos.
briu o filão e, lançando discos de “equipe” com
as músicas de sucesso nos bailes, difundia a QUESTÃO 12 (ENEM 2012) - Entrevista com
moda pelo restante do país. Marcos Bagno - Pode parecer inacreditável,
DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da mas muitas das prescrições da pedagogia tra-
juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005. dicional da língua até hoje se baseiam nos usos

A presença da cultura hip-hop no Brasil caracte- que os escritores portugueses do século XIX fa-
riza-se como uma forma de: ziam da língua. Se tantas pessoas condenam,
a) lazer gerada pela diversidade de práticas por exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar do
artísticas nas periferias urbanas. verbo “haver”, como em “hoje tem feijoada”, é
b) entretenimento inventada pela indústria fo- simplesmente porque os portugueses, em dado
nográfica nacional. momento da história de sua língua, deixaram
c) subversão de sua proposta original já nos de fazer esse uso existencial do verbo “ter”. No
primeiros bailes. entanto, temos registros escritos da época me-
d) afirmação de identidade dos jovens que a dieval em que aparecem centenas desses usos.
praticam. Se nós, brasileiros, assim como os falantes afri-
e) reprodução da cultura musical norte-ame- canos de português, usamos até hoje o verbo
ricana. “ter” como existencial é porque recebemos es-
ses usos de nossos ex-colonizadores. Não faz
QUESTÃO 11 (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2016) sentido imaginar que brasileiros, angolanos e
- O acervo do Museu da Língua Portuguesa é o moçambicanos decidiram se juntar para “errar”
nosso idioma, um “patrimônio imaterial” que não na mesma coisa. E assim acontece com mui-
pode ser, por isso, guardado e exposto em uma tas outras coisas: regências verbais, colocação
redoma de vidro. Assim, o museu, dedicado à pronominal, concordâncias nominais e verbais
valorização e difusão da língua portuguesa, re- etc. Temos uma língua própria, mas ainda so-
conhecidamente importante para a preservação mos obrigados a seguir uma gramática norma-
de nossa identidade cultural, apresenta uma for- tiva de outra língua diferente. Às vésperas de
ma expositiva diferenciada das demais institui- comemorarmos nosso bicentenário de indepen-
ções museológicas do país e do mundo, usando dência, não faz sentido continuar rejeitando o
tecnologia de ponta e recursos interativos para que é nosso para só aceitar o que vem de fora.
a apresentação de seus conteúdos. Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões
Disponível em: www.museulinguaportuguesa.org.br. Acesso em: 16 ago. de brasileiros para só considerar certo o que é
2012 (adaptado). usado por menos de dez milhões de portugue-

De acordo com o texto, embora a língua portu- ses. Só na cidade de São Paulo temos mais fa-
guesa seja um “patrimônio imaterial”, pode ser lantes de português que em toda a Europa!
exposta em um museu. A relevância desse tipo Informativo Parábola Editorial, s/d.
de iniciativa está pautada no pressuposto de Na entrevista, o autor defende o uso de formas
que: linguísticas coloquiais e faz uso da norma de

12
REVISÃO
padrão em toda a extensão do texto. Isso pode escrita na cidade do Natal. Natal: EdUFRN, 1998.
ser explicado pelo fato de que ele: Na transcrição de fala, há um breve relato de
a) adapta o nível de linguagem à situação co- experiência pessoal, no qual se observa a fre-
municativa, uma vez que o gênero entre- quente repetição de “né”. Essa repetição é
vista requer o uso da norma padrão. um(a):
b) apresenta argumentos carentes de com- a) índice de baixa escolaridade do falante.
provação científica e, por isso, defende um b) estratégia típica de manutenção da intera-
ponto de vista difícil de ser verificado na ção oral.
materialidade do texto. c) marca de conexão lógica entre conteúdos
c) propõe que o padrão normativo deve ser na fala.
usado por falantes escolarizados como d) manifestação característica da fala regio-
ele, enquanto a norma coloquial deve ser nal nordestina.
usada por falantes não escolarizados. e) recurso enfatizador da informação mais re-
d) acredita que a língua genuinamente bra- levante da narrativa.
sileira está em construção, o que o obriga
a incorporar em seu cotidiano a gramática QUESTÃO 14 (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2010)
normativa do português europeu.
e) defende que a quantidade de falantes por-
tuguês brasileiro ainda é insuficiente para
acabar com a hegemonia do antigo coloni-
zador.

QUESTÃO 13 (Enem 2014) - eu acho um fato


Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de esti-
interessante... né... foi como meu pai e minha
mação) sua escultura na neve, fazendo uso de
mãe vieram se conhecer... né... que... minha
uma linguagem especializada. Os quadrinhos
mãe morava no Piauí com toda família... né...
rompem com a expectativa do leitor, porque:
meu... meu avô... materno no caso... era ma-
a) Calvin, na sua última fala, emprega um re-
quinista... ele sofreu um acidente... infelizmente
gistro formal e adequado para a expressão
morreu... minha mãe tinha cinco anos... né... e
de uma criança.
o irmão mais velho dela... meu padrinho... ti-
b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se
nha dezessete e ele foi obrigado a trabalhar...
do registro linguístico usado por Calvin na
foi trabalhar no banco... e... ele foi... o banco...
apresentação de sua obra de arte.
no caso... estava... com um número de funcio-
c) Calvin emprega um registro de linguagem
nários cheio e ele teve que ir para outro local
incompatível com a linguagem de quadri-
e pediu transferência prum local mais perto de
nhos.
Parnaíba que era a cidade onde eles moravam
d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um re-
e por engano o... o... escrivão entendeu Para-
gistro linguístico informal.
íba... né... e meu... e minha família veio parar
e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe
em Mossoró que era exatamente o local mais
explica, em razão do registro formal utiliza-
perto onde tinha vaga pra funcionário do Banco
do por este último.
do Brasil e ela foi parar na rua do meu pai... né...
e começaram a se conhecer... namoraram onze
QUESTÃO 15 (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2016)
anos... né... pararam algum tempo... brigaram...
- Da corrida de submarino à festa de aniversário
é lógico... porque todo relacionamento tem uma
no trem. Leitores fazem sugestões para o Mu-
briga... né... e eu achei esse fato muito interes-
seu das Invenções Cariocas
sante porque foi uma coincidência incrível...
“Falar ‘caraca!’ a cada surpresa ou aconteci-
né... como vieram a se conhecer... namoraram
mento que vemos, bons ou ruins, é invenção do
e hoje... e até hoje estão juntos... dezessete
carioca, como também o ‘vacilão’.”
anos de casados...
CUNHA, M. A. F. (Org.). Corpus discurso & gramática: a língua falada e “Cariocas inventam um vocabulário próprio”.

13
REVISÃO
“Dizer ‘merrmão’ e ‘é merrmo’ para um amigo a) a alteração do sentido de um objeto do co-
pode até doer um pouco no ouvido, mas é tipica- tidiano e uma crítica às convenções artísti-
mente carioca.” cas então vigentes.
“Pedir um ‘choro’ ao garçom é invenção carioca.” b) a crítica à vulgarização da arte e a ironia
“Chamar um quase desconhecido de ‘querido’ diante das vanguardas artísticas do final
é um carinho inventado pelo carioca para tratar do século XIX.
bem quem ainda não se conhece direito.” c) o esforço de tirar a arte dos espaços pú-
“O ‘ele é um querido’ é uma forma mais feminina blicos e a insistência de que ela só podia
de elogiar quem já é conhecido.” existir na intimidade.
SANTOS, J. F. Disponível em: www.oglobo.globo.com. Acesso em: 6 mar. d) a vontade de expulsar os visitantes dos
2013 (adaptado). museus, associando a arte a situações
Entre as sugestões apresentadas para o Museu constrangedoras.
das Invenções Cariocas, destaca-se o variado e) o fim da verdadeira arte, do conceito de
repertório linguístico empregado pelos falantes beleza e importância social da produção
cariocas nas diferentes situações específicas artística.
de uso social. A respeito desse repertório, ates-
ta-se o(a): QUESTÃO 17 (Enem PPL 2016) - TEXTO 1
a) desobediência à norma-padrão, requerida Embora eles, artistas modernos, se deem como
em ambientes urbanos. novos precursores duma arte a ir, nada é mais
b) inadequação linguística das expressões ca- velho que a arte anormal. De há muitos já que
riocas às situações sociais apresentadas. a estudam os psiquiatras em seus tratados,
c) reconhecimento da variação linguística, se- documentando-se nos inúmeros desenhos que
gundo o grau de escolaridade dos falantes. ornam as paredes internas dos manicômios.
d) identificação de usos linguísticos próprios Essas considerações são provocadas pela ex-
da tradição cultural carioca. posição da Sra. Malfatti. Sejam sinceros: futu-
e) variabilidade no linguajar carioca em razão rismo, cubisrno, impressionismo e tutti quanti
da faixa etária dos falantes. não passam de outros tantos ramos da arte ca-
ricatural.
QUESTÃO 16 (UNESP 2011) - A peça Fonte LOBATO, M. Paranoia ou mistificação: a propósito da exposição de Anita
Malfatti. O Estado de São Paulo, 20 dez.1917 (adaptado).
foi criada pelo francês Marcel Duchamp e apre-
sentada em Nova Iorque em 1917.
TEXTO II
Anita Malfatti, possuidora de uma afta consci-
ência do que faz,a vibrante artista não temeu
levantar com os seus cinquenta trabalhos as
mais irritadas opiniões e as mais contrariantes
hostilidades. As suas telas chocam o preconcei-
to fotográfico que geralmente se leva no espírito
para as nossas exposições de pintura. Na arte,
a realidade na ilusão é o que todos procuram. E
os naturalistas mais perfeitos são os que melhor
conseguem iludir.
ANDRADE. O. A exposição Anita Malfatti. Jornal do Commercio, 11 jan.
1918 (adaptado).

A transformação de um urinol em obra de arte


representou, entre outras coisas:

14
REVISÃO
TEXTO III QUESTÃO 19 - Anita Malfati é considerada uma
precursora do Modernismo no Brasil, com sua
exposição de quadros de teor expressionistas
realizada em 1917, há 100 anos, portanto. Ani-
ta, com sua obra contribuiu significativamente
para a consolidação do Modernismo no inicio do
século XX, tendo também participado da Sema-
na de Arte Moderna, em 1922.A tela de Anita
Malfatti apresentada acima apresenta uma mar-
cante característica do Modernismo:
a) a idealização da natureza, pois no quadro
aparecem frutos tropicais.
b) equilíbrio e racionalismo, pois há na tela a
predominância de cores neutras.
c) o resgate da cultura popular brasileira, por
A análise dos documentos apresentados de- se tratar de uma tela em que há elementos
monstra que o cenário artístico brasileiro no da flora e do cotidiano do país.
primeiro quartel do século XX era caracterizado d) objetividade e racionalismo, por trazer à
pelo(a): tona o mar com todo o seu colorido.
a) domínio do academicismo, que dificulta a e) religiosidade e cromatismo, principais ca-
recepção da vertente realista na obra de racterísticas da primeira geração do Mo-
Anita Malfatti. dernismo.
b) dissonância entre as vertentes artísticas,
que divergiam sobre a validade do modelo
estético europeu.
c) exaltação da beleza e da rigidez da forma,
que justificavam a adaptação da estética
europeia à realidade brasileira.
d) impacto de novas linguagens estéticas,
que alteravam o conceito de arte e abas-
teciam a busca por uma produção artística
nacional.
e) influência dos movimentos artísticos euro-
peus de vanguarda, que levava os moder-
nistas a copiarem suas técnicas e temáti-
cas.

QUESTÃO 20 - Nas últimas décadas, a ruptura,


o efêmero, o descartável incorporam-se cada
vez mais ao fazer artístico, em consonância
com a pós-modernidade. No detalhe da obra
Bastidores, percebe-se a:
a) utilização de objetos do cotidiano como te-
cido, bastidores, agulha, linha e fotocópia,
que tornam a obra de abrangência regio-
nal.
b) ruptura com meios e suportes tradicionais
por utilizar objetos do cotidiano, dando-
-lhes novo sentido condizente.
Anita Malfatti, Tropical

15
REVISÃO
c) apropriação de materiais e objetos do co- stress em véspera de prova aumenta o
tidiano, que conferem à obra um resultado grau de atenção do aluno.
inacabado. d) Em véspera de prova é melhor estudar Li-
d) apropriação de objetos de uso cotidiano teratura, uma matéria que, além de mais
das mulheres, o que confere à obra um ca- agradável, é mais importante para a cons-
ráter feminista. trução de uma postura crítica por parte do
e) aplicação de materiais populares, o que a aluno, a Matemática e Física.
caracteriza como obra de arte utilitária. e) Os estudantes de estão apresentando pro-
blemas nos estudos por não serem alunos
do PROJETO ALCANCE, pois estes, bem
preparados, têm aprovação garantida.

QUESTÃO 20 - Para que um aluno tenha su-


cesso na prova do ENEM, três coisas são fun-
damentais: ser um bom leitor, fazer uma boa
redação e fazer o maior número possível de
questões em Matemática. A partir da leitura das GABARITO DE APRENDIZAGEM
tirinhas, percebe-se que: 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
a) Não é recomendável estudar em período
E C B D D D C E E D
chuvoso, como fica provado na primeira
tirinha. 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
b) Para ser aprovado no vestibular, não é ne- A A B D D A * D C B
cessário estudar; estudar só atrapalha.
c) Estudar em demasia não traz consequên-
cias negativas e apresentar alto nível de
16
CIÊNCIAS HUMANAS

17
HISTÓRIA
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM c) em 1789 e 1798, tal como ocorrera na
QUESTÃO 01 (UERJ SIMULADO 2018) Guerra dos Mascates, os sediciosos es-
peravam contar com o suporte da França
revolucionária.
d) tal como ocorrera na Guerra dos Embo-
abas, a sedição de 1789 opôs os mine-
radores recém-chegados à capitania aos
empresários há muito estabelecidos na
região.
e) em 1789 e 1798, seus líderes projetaram a
possibilidade de rompimento definitivo das
As telas retratadas acima foram reunidas pela relações políticas com a metrópole, dife-
primeira vez no país em 2016 para a exposição rentemente do que ocorrera com as sedi-
“A Cor do Brasil”, realizada no Museu de Arte do ções anteriores.
Rio (MAR). Ambas fazem parte de um inovador
movimento cultural que, dentre outros aspectos, QUESTÃO 03 (Fgv 2017) - O que queremos
rediscutiu a identidade nacional. destacar com isso é que o tráfico atlântico ten-
A partir da análise das telas, uma proposta des- dia a reforçar a natureza mercantil da socieda-
se movimento foi: de colonial: apesar das intenções aristocráticas
a) glorificar a pobreza da nobreza da terra, as fortunas senhoriais po-
b) naturalizar o exotismo diam ser feitas e desfeitas facilmente. Ao mes-
c) exaltar a deformidade mo tempo, observa-se a ascensão dos grandes
d) valorizar a miscigenação negociantes coloniais, fornecedores de créditos
e) critica ao nacionalismo. e escravos à agricultura de exportação e às de-
mais atividades econômicas. Na Bahia, desde o
QUESTÃO 02 (Fuvest 2017) - Os ensaios sedi- final do século XVII, e no Rio de Janeiro, des-
ciosos do final do século XVIII anunciam a ero- de pelo menos o início do século XVIII, o tráfico
são de um modo de vida. A crise geral do An- atlântico de escravos passou a ser controlado
tigo Regime desdobra-se nas áreas periféricas pelas comunidades mercantis locais (...).
João Fragoso et alii. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX),
do sistema atlântico – pois é essa a posição da
1998.
América portuguesa –, apontando para a emer-
gência de novas alternativas de ordenamento O texto permite inferir que:
da vida social. a) o tráfico atlântico de escravos prejudicou
István Jancsó, “A Sedução da Liberdade”. In: Fernando Novais, História a economia colonial brasileira porque uma
da Vida Privada no Brasil, v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Adaptado.
enorme quantidade de capitais, oriunda da
produção agroindustrial, era remetida para
A respeito das rebeliões contra o poder colonial a África e para Portugal.
português na América, no período mencionado b) as transações comercias envolvendo a
no texto, é correto afirmar que: África e a América portuguesa deveriam,
a) em 1789 e 1798, diferentemente do que necessariamente, passar pelas instâncias
se dera com as revoltas anteriores, os se- governamentais da Metrópole, condição tí-
diciosos tinham o claro propósito de abolir pica do sistema colonial.
o tráfico transatlântico de escravos para o c) a monopolização do tráfico negreiro nas
Brasil. mãos de comerciantes encareceu essa
b) da mesma forma que as contestações mão de obra e atrasou o desenvolvimento
ocorridas no Maranhão em 1684, a se- das atividades manufatureiras nas regiões
dição de 1798 teve por alvo o monopólio mais ricas da América portuguesa.
exercido pela companhia exclusiva de co- d) as rivalidades econômicas e políticas entre
mércio que operava na Bahia. fidalgos e burgueses, no espaço colonial,

18
HISTÓRIA
impediram o crescimento mais acelerado ATHAYDE, T. de. Educação e comunismo.
da produção de outras mercadorias além Citado em DUTRA, E. F. O ardil totalitário. Imaginário político no Brasil

do açúcar e do tabaco. dos anos 1930. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2012. p. 43.

e) nem todos os fluxos econômicos, duran- O segmento faz menção ao contexto político e
te o processo de colonização portuguesa social dos anos 1930.
na América, eram controlados pela Coroa Assinale a alternativa correta sobre esse perí-
portuguesa, revelando uma certa autono- odo.
mia das elites coloniais em relação à bur- a) A conjuntura de crise econômica e de per-
guesia metropolitana. seguições políticas foi decisiva para o es-
vaziamento da atividade artística e cultural
QUESTÃO 04 (FAMERP 2017) - Ao mesmo do período, causada pela arregimentação
tempo em que se exaltava a libertação dos de intelectuais aos postos de propaganda
escravos, temia-se por uma revolução fatal do governo.
ao país, afirmando-se a necessidade de uma b) As forças políticas organizadas em torno
abolição lenta e gradual. Não havia um maior da Aliança Liberal, após o esvaziamento
entrosamento entre os rebeldes negros e os completo do movimento tenentista, torna-
abolicionistas, sendo que a própria propaganda ram-se cada vez mais coesas em prol do
abolicionista não se dirigia aos escravos, que pacto federativo que permitiu ampla auto-
tendiam a ser considerados bárbaros, incapa- nomia para as oligarquias regionais.
zes de exercer ações políticas. c) Getúlio Vargas angariou forte simpatia po-
Lilia Moritz Schwarcz. Retrato em branco e negro, 1987. Adaptado. pular ao propiciar a modernização do setor
O texto, que se refere ao Brasil da segunda me- produtivo por meio de medidas de flexibili-
tade do século XIX, trata: zação das leis trabalhistas e de desregula-
a) do apoio inglês à abolição da escravidão, mentação das relações de trabalho.
para ampliar o mercado consumidor brasi- d) O golpe de Estado de 1937 consolidou a
leiro de produtos industrializados. criação de um governo constitucional mar-
b) da divergência entre os setores cafeiculto- cado pelo liberalismo econômico, pelo for-
res do Vale do Paraíba e os do Rio de Ja- talecimento do poder legislativo e pela ma-
neiro quanto ao emprego da mão de obra nutenção dos direitos civis.
escrava. e) A década de 1930 foi marcada pela vio-
c) do esforço dos setores liberais na defesa lenta oposição ao comunismo, encarado
do fim da escravidão e de todos os precon- como inimigo da pátria, oposição esta que
ceitos raciais. contou ainda com o apoio de movimentos
d) da popularidade do movimento abolicio- de caráter fascista, como a Ação Integra-
nista, que contava com franco apoio das lista Brasileira.
classes médias urbanas.
e) da moderação de parte do movimento QUESTÃO 06 (PUCCAMP 2017) - É princi-
abolicionista, que também manifestava palmente a partir de Getúlio Vargas (1930-45
preconceitos raciais. e 1950-54) que o fenômeno entendido como
industrialização passa a ser uma preocupação
QUESTÃO 05 (Ufrgs 2017) - Leia o segmento incentivada e sistematizada pelo Estado. Num
seguinte. segundo momento é Juscelino Kubitschek − JK
Também nos momentos históricos de transição (1956-61) que retoma e acelera o processo.
como o nosso, não é tão difícil talvez combater Estabelecendo uma comparação entre os pro-
os inimigos como desvendá-los. De modo que cessos de industrialização desenvolvidos por
não só para as pessoas mas ainda para os Es- Vargas e JK é correto afirmar que:
tados o fato de fixar um inimigo é tão importante a) ambos se utilizaram do endividamento ex-
como para os doentes o diagnóstico de um mal terno como fonte básica para desenvolver
obscuro. o processo, fortemente concentrado no

19
HISTÓRIA
eixo São Paulo-Rio de Janeiro, no período flação pode impedir esse formato institu-
Vargas, mas desconcentrado com JK. cional.
b) ambos privilegiaram as indústrias de bens b) indica a reação do presidente frente a dois
de consumo; no entanto, Vargas encara- grandes problemas: os atentados pratica-
va as importações de produtos industriais dos por grupos de extrema-direita, contra-
como necessárias, fato que JK combatia riados com o processo de abertura políti-
com políticas protecionistas. ca, nascido no governo anterior, e a forte
c) enquanto Vargas adotou como prioridades inflação, que atingiu quase 100% em 1981.
os capitais nacionais, os estatais e as in- c) recrimina o presidente porque este condi-
dústrias de base, JK promoveu a organiza- ciona a continuidade do processo de aber-
ção do espaço industrial à custa da inter- tura política ao melhoramento nas condi-
nacionalização da economia. ções econômico-financeiras do país, em
d) tanto Vargas como JK apoiaram-se no em- uma conjuntura particularmente complexa,
presariado nacional que defendia a subs- marcada por uma hiperinflação e queda
tituição das importações; no entanto, JK, acentuada do PIB.
com seu Plano de Metas, atrelou a indus- d) assinala a preocupação do presidente com
trialização à redução das desigualdades dois eventos interligados: o acelerado rit-
regionais. mo da abertura política provocado pelo
e) enquanto Vargas se utilizou de uma tri- avanço das oposições nos pleitos munici-
pla base de capitais estatais, nacionais e pais e o primeiro episódio de hiperinflação,
internacionais, JK, refletindo o momento associado à recessão econômica e à crise
mundial de expansão das multinacionais, do petróleo.
apoiou-se somente nos capitais internacio- e) destaca a provocação do presidente às
nais. organizações de esquerda que ainda de-
fendiam o caminho da luta armada para a
QUESTÃO 07 (FGV 2017) conquista do poder, mas reconhece a in-
capacidade do seu governo em conter a
espiral inflacionária, provocada pelos au-
mentos salariais da década de 1970.

QUESTÃO 08 (PUCRJ 2017)

A charge, publicada em 1981 no jornal Folha de


S. Paulo, faz referências a um momento particu-
lar do último governo da ordem autoritária ins-
taurada em 1964, porque:
a) reforça a convicção do presidente sobre
a necessidade de uma abertura política A charge acima foi publicada na revista O Ma-
efetivamente democrática, inclusive com lho, em 1905, quando as reformas urbanas de
eleições presidenciais diretas para o seu Pereira Passos se encontravam em estágio
sucessor, mas entende que a volta da in- avançado.

20
HISTÓRIA
Assinale a alternativa que melhor se relaciona bilidade política.
com a imagem. c) a Constituição de 1824 representou muito
a) Um dos principais custos sociais das obras bem a sociedade de sua época, pois legitimou
de renovação urbana carioca foi o desalo- o latifúndio, continuou com a escravidão, esta-
jamento de um elevado número de pesso- beleceu o voto censitário, o que até era comum
as, em função da demolição de suas casas para o pensamento liberal da época, além de
pelos poderes públicos, para a abertura de estabelecer o federalismo.
avenidas e alargamento de ruas. d) a Constituição de 1967, juntos com os AI’s,
b) Um grande contingente populacional foi legitimou o sistema autoritário vigente, com for-
atraído pela oferta de empregos nas obras tes avanços nos direitos civis e sociais, legiti-
da cidade do Rio de Janeiro, onde se pa- mou a ruptura do pacto federativo, e fortaleceu
gava a trabalhadores não qualificados sa- políticas autoritárias tendo como orientação a
lários razoavelmente compatíveis com o Doutrina da Segurança Nacional.
custo da moradia popular. e) a Constituição de 1937, de cunho autoritário,
c) Houve melhoria nas condições de vida da e de forte influencia externa, rompeu com o pac-
classe trabalhadora, que foi beneficiada to federativo, limitou direitos civis, mas avançou
pelos avanços na estrutura urbana da ci- nos direitos sociais, tal como exemplo a CLT,
dade e, assim, pôde mudar-se para casas além de uma clara hipertrofia do poder execu-
mais estruturadas, próximas dos locais de tivo.
trabalho e de equipamentos culturais.
d) Ocorreu um movimento voluntário dos tra- QUESTÃO 10 (UFPA 2016) - Mesmo antes da
balhadores pobres, cientes de que suas ruptura da colônia brasileira com a metrópole
formas de morar (em cortiços e morros) portuguesa em 1822, José Bonifácio de Andra-
não correspondiam à chamada “regene- da e Silva já admitia que seria muito difícil:
ração” da capital da República, tendo por [...] a liga de tanto metal heterogêneo, como
esse motivo abandonado suas habitações brancos, mulatos, pretos livres e escravos, ín-
no Centro da cidade, sem conflitos. dios, etc., em um corpo sólido e político.
e) Aconteceu uma marcha dos moradores SILVA, Ana Rosa Cloclet da. Construção da nação e escravidão no
pensamento de José Bonifácio: 1783-1823. Campinas, SP: Ed. da Uni-
removidos de suas casas pela Prefeitura
camp,1999. p. 178.
para as muitas vilas operárias custeadas
por essa mesma instância governamental, Na presente fala do “Patriarca da Independên-
que tratou a habitação de tipo social como cia” em relação à sociedade brasileira, é impor-
prioridade de 1902 a1906. tante observar que existe uma preocupação de
ordem social na construção da Nação brasileira.
QUESTÃO 09 (JPCA) - As Constituições ob- Bonifácio considerava que a:
jetivam organizar o Estado, mais ainda, repre- a) heterogeneidade dos habitantes do Bra-
sentam uma forma de DNA da sociedade e do sil, marcada pela presença de negros e
momento vivido. Dessa forma : índios, revelava-se um problema para a
a) a Constituição de 1891, primeira da Repú- construção de um projeto nacional com a
blica, momento da República da Espada, tinha edificação de um Império do Brasil mais ci-
uma hipertrofia do executivo, supremacia do vilizado.
Poder Moderador, além do federalismo, de ins- b) presença de gente de tantas cores e con-
piração estadunidense, haja vista os interesses dições poderia atrapalhar a convivência
dos cafeicultores. harmoniosa entre os habitantes da futura
b) a Constituição de 1946, momento de rede- Nação, sobretudo porque os índios eram
mocratização, haja vista Vargas ter saído do go- muito belicosos e os negros não se adap-
verno em 1945, trouxe de volta um equilíbrios tariam à liberdade.
dos poderes, além de fortalecimento das insti- c) presença de negros na sociedade brasi-
tuições , pois foi um período marcado pela esta- leira decorrente do escravismo colonial
atrapalhava a construção da Nação por
21
HISTÓRIA
não servir à sustentabilidade da economia contra os considerados vassalos.
agroexportadora e monocultora do café.
d) mistura de raças não era recomendável QUESTÃO 12 (Mackenzie 2017) - “Em 632, a
para uma colônia que queria se tornar uma grande discussão provocada pela morte de Ma-
monarquia constitucional reconhecida por omé era quem deveria sucedê-lo como principal
todos os países europeus, principalmente líder político da comunidade islâmica. Embora
pelos anglo-saxões, que eram abolicionis- Abu Bakr (sogro de Maomé) tenha sido escolhi-
tas. do como primeiro califa, muitos defendiam que
e) grande dificuldade seria colocar em prática a liderança deveria ser exercida por Ali, genro
o processo de catequização dos índios e do profeta, casado com sua única filha viva na
de civilização aos negros africanos, sobre- época. Do casamento nasceram dois filhos,
tudo porque esses grupos eram considera- herdeiros diretos de Maomé. Para os seguido-
dos pelos homens brancos como incapa- res de Ali, apenas os descendentes em linha-
zes de sair da barbárie. gem direta com o profeta (portanto, as gerações
nascidas de seus dois netos) deveriam assumir
QUESTÃO 11 (Ufpr 2017) - Considere o frag- o controle, uma vez que teriam sido escolhidos
mento abaixo: Durante a Idade Média, a figura por Alá”.
feminina revestiu-se dos piores atributos imagi- Michel Reeber. Religiões: mais de 400 termos,
náveis. Para os teólogos, além de infantil e in- conceitos e ideias.
constante, a mulher era mãe de todo pecado: Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 259.
Thomas Murner chamava-a de “Diabo domés- O texto aponta para a(o):
tico”, enquanto Tomás de Aquino reservava-lhe a) início de um conflito civil no Império Islâmi-
a pecha de “macho deficiente”. Essas caracte- co, contribuindo para a perda de unidade
rísticas levaram-na a ser o elo fraco das socie- política e religiosa entre os seguidores do
dades cristãs, a janela pela qual Satã adentra- profeta Maomé.
va territórios sacramentados. Sendo fraca de b) divisão do mundo islâmico após a morte
vontade e caráter, a mulher ficava à mercê das do profeta Maomé, contribuindo para o
tentações demoníacas, tornando-se facilmente surgimento de duas importantes divisões
discípula e amante do Diabo. do Islã: os xiitas e os sunitas.
(SOUZA, Aníbal. Missionários e Feiticeiros. História: Questões e Debates, c) formação do califado, com a dinastia Omí-
Curitiba, v. 13. jul./dez., 1996. p. 118.) ada, governado pelos descendentes dire-
Em relação ao imaginário na Idade Média, é cor- tos do profeta Maomé, o que, por sua vez,
reto afirmar que vigorava uma forte influência: deu início à expansão islâmica.
a) cristã protestante e alto poder do clero, d) perda da unidade política, em virtude do
com grande perseguição contra os consi- início da guerra civil entre as comunida-
derados heréticos. des islâmicas, mas com a manutenção da
b) cristã protestante e alto poder do clero, crença no Corão e na Suna.
além de pouca mobilidade social e grande e) imposição do poder centralizado em torno
perseguição contra os considerados vas- dos descendentes diretos do profeta Ma-
salos. omé, com a perseguição e eliminação de
c) católica e alto poder do clero, além de pou- todos os grupos opositores.
ca mobilidade social e grande perseguição
contra os considerados heréticos. QUESTÃO 13 (UDESC 2017) - “Renunciar à
d) católica e alto poder dos nobres, além de liberdade é renunciar à qualidade de homem,
grande mobilidade social e perseguição aos direitos da humanidade, e até aos próprios
contra protestantes, considerados heréti- deveres. Não há nenhuma reparação possível
cos. para quem renuncia a tudo. Tal renúncia é in-
e) católica e alto poder do clero, além de compatível com a natureza do homem. Assim,
grande mobilidade social e perseguição seja qual for o lado por que se considerem as

22
HISTÓRIA
coisas, o direito de escravizar é nulo, não so- QUESTÃO 14 (Ufpr 2017) - Considere o se-
mente porque ilegítimo, mas porque absurdo e guinte trecho do discurso de Nehru durante a
sem significação. As palavras escravidão e di- conferência de Bandung em 1955:
reito são contraditórias; excluem-se mutuamen- Hoje, no mundo, devo sugerir, não somente por
te. causa da presença desses dois colossos, mas
Jean-Jacques Rousseau. O Contrato Social. também em função da chegada da era atômi-
O livro O contrato Social, escrito por Rousseau ca e da bomba de hidrogênio, os próprios con-
e lançado em 1762, apresenta ideias que con- ceitos de guerra, de paz, de política, mudaram.
fluem com as lutas por “liberdade, igualdade Pensamos e agimos nos termos da era passa-
e fraternidade”, conhecido lema da Revolução da. [...] Agora não faz diferença se um país é
Francesa. mais poderoso do que outro no uso da bomba
Com base na citação de Rousseau – O Contra- atômica ou da de hidrogênio. Um é mais pode-
to Social, assinale a alternativa correta a respei- roso em sua ruína do que o outro. Isso quer di-
to das relações entre a Revolução Francesa e a zer que o ponto de saturação foi alcançado. Se
prática da escravidão. um país é poderoso, o outro também é […]. Se
a) Um dos princípios da Revolução Francesa, há agressão em algum lugar do mundo, isso é
a igualdade, está previsto na Declaração o limite que resulta em guerra mundial. Não im-
dos direitos do homem e do cidadão. Por porta de onde parta a agressão. Se um comete
este motivo, a partir de 1791, a escravidão, agressão, há guerra mundial.
(Tradução de trecho do discurso do Primeiro-Ministro indiano Nehru na Conferência
em todas as suas formas, foi abolida e ja- de Bandung. Disponível em: <http://sourcebooks.fordham.edu/halsall/ od/1955nehru-

mais restabelecida nas colônias francesas. -bandung2.html>. Acesso: 30 de agosto de 2016.)

b) Ainda que o posicionamento dos revolucio- Na conferência realizada em Bandung, na In-


nários fosse homogêneo, no que diz res- donésia, de 18 a 24 de abril de 1955, os países
peito ao fim da escravidão, esta foi abolida afro-asiáticos participantes acordaram uma sé-
apenas em 1791, com a assinatura de um rie de medidas políticas, econômicas e culturais.
tratado entre Napoleão e o líder haitiano De acordo com esse trecho e com os conheci-
Toussaint Louverture. Após a assinatura mentos sobre o período de descolonização afro-
deste tratado, a escravidão jamais foi res- -asiática, assinale a alternativa que apresenta
tabelecida em uma colônia francesa. alguns acordos resultantes desse encontro.
c) A defesa da liberdade e as lutas pelo fim a) A conferência condenou o racismo e o co-
da escravidão eram pautas bastante cô- lonialismo como formas de opressão que
modas para os revolucionários franceses, atentam contra os direitos humanos con-
pois a França nunca contou com pessoas tidos na carta das Nações Unidas; defen-
escravizadas em suas colônias. deu a autodeterminação dos povos e uma
d) Os posicionamentos dos revolucionários a política de não alinhamento perante a po-
respeito da escravidão eram relativamen- larização que enfrentava o mundo pós-
te contraditórios. Apesar das preleções -guerra.
de Rousseau, alguns grupos defendiam, b) A conferência manteve uma política de não
primeiramente, apenas o fim do tráfico alinhamento perante o conflito da Palesti-
negreiro. As lutas pela abolição da escra- na, assim como exigiu a participação de
vidão e a independência do Haiti, concre- cada nação em um dos blocos em forma-
tizada apenas em 1804, são representati- ção durante o período como forma de sair
vas destas contradições. do subdesenvolvimento e da dependência.
e) Como a obra não cita as mulheres, pode- c) A conferência acordou respeitar as políti-
-se concluir que Jean-Jacques Rousseau cas de direitos humanos de cada país me-
era um defensor da escravidão apenas diante um acordo de não interferência e de
para as mulheres. não alinhamento, garantindo a autodeter-
minação política e econômica dos blocos
em formação.

23
HISTÓRIA
d) Cada país participante manifestou sua tros países visando, entre outros motivos,
orientação política em relação aos blocos o aumento e a manutenção de suas áreas
em formação, exigindo o respeito a suas de influência. A guerra do Vietnã pode ser
diferenças culturais e à preferência em re- citada como exemplo.
lação ao modelo de desenvolvimento eco-
nômico que cada um escolheu. Tudo isso QUESTÃO 16 (UPF 2017) - Neste ano, está se
foi possível pelo acordo de não alinhamen- comemorando um século da Revolução Russa,
to assinado por todos. iniciada em 1917 e que derrubou o regime ab-
e) Para a conferência, os acordos de inter- solutista czarista e implantou pela primeira vez
câmbio econômico e cultural foram prioritá- o socialismo em um país.
rios na perspectiva de sair da dependência Em relação às medidas adotadas pelo então
e promover a autodeterminação política. novo governo socialista, é correto afirmar que:
a) com a livre abdicação do Czar Nicolau II,
QUESTÃO 15 (UDESC 2017) - Em 13 de agos- foi possível a formação de uma aliança
to de 1961 teve início a construção do Muro de política entre os líderes do antigo regime
Berlim. Este, que tinha por objetivo separar a czarista e os dirigentes do novo governo
Alemanha Ocidental da Alemanha Oriental, tor- provisório.
nou-se um símbolo do período comumente co- b) Lênin, grande líder socialista, prisioneiro
nhecido como Guerra Fria. político exilado na Sibéria, acabou ficando
Em relação ao período da Guerra Fria, assinale excluído do processo revolucionário, bem
a alternativa correta. como do governo que se instalou na Rús-
a) A chamada polarização política afetava di- sia.
retamente a vida cotidiana em ambos os c) o início do processo revolucionário carac-
lados. No lado ocidental, jornais, cinema e terizou-se pela mudança nas leis dos di-
televisão foram amplamente utilizados na reitos civis, pela anulação dos títulos de
divulgação do “american way of life”. Vá- nobreza, pela separação entre Igreja e
rios cidadãos americanos foram persegui- Estado, pela reforma agrária e pelo fim da
dos, presos ou rechaçados por defende- propriedade privada.
rem ideias próximas ao socialismo. d) o governo socialista implantou imediata-
b) A designação “Guerra Fria” refere-se a um mente o projeto de reconstrução da econo-
conflito exclusivamente ideológico. Neste mia, a chamada Nova Política Econômica
período houve uma estagnação na pro- (NEP), que eliminou por completo a pro-
dução bélica, tanto nos países da OTAN priedade privada no país.
quanto nos que subscreviam o Pacto de e) no nível político, o governo revolucionário
Varsóvia. promulgou, no mesmo ano de 1917, uma
c) O fortalecimento dos partidos de esquerda nova constituição, que legitimou a União
ao longo dos anos 60 na América Latina das Repúblicas Socialistas Soviéticas
foi uma consequência direta da influência (URSS), em decorrência da imediata ex-
soviética. Vale lembrar que entre os países pansão revolucionária para fora da Rússia.
participantes do Pacto de Varsóvia, e por-
tanto comunistas, figuravam URSS, Cuba, QUESTÃO 17 (FAMEMA 2017) - Nosso atual
Coreia do Norte, China, Venezuela e Bra- modelo de Estado é fruto da Revolução France-
sil. sa, que, fascinada pela democracia grega, con-
d) Nos países sob a influência da URSS não siderava que os atenienses criaram o princípio
havia qualquer forma de policiamento ou do Estado legal – um governo fundado em leis
controle ideológico da população. discutidas, planejadas, emendadas e obedeci-
e) Além dos enfrentamentos armados diretos das por cidadãos livres – e a ideia de que o Es-
entre a URSS e os EUA, ambos os países tado representa uma comunidade de cidadãos
alimentavam conflitos armados entre ou- livres. Ao afirmarem que o governo era algo que

24
HISTÓRIA
as pessoas criavam para satisfazer as neces- a filosofia burguesa elabora uma doutrina
sidades humanas, os atenienses consideravam universalista que confunde a causa da bur-
seus governantes homens que haviam demons- guesia com a de toda a humanidade.
trado capacidade para dirigir o Estado, e não c) critica a centralização do poder na medida
deuses ou sacerdotes. em que ela breca a liberdade, impedindo
(Flavio de Campos e Renan G. Miranda. A escrita da História, 2005.) o progresso das técnicas e a expansão do
De acordo com o excerto e seus conhecimen- comércio que geram riqueza, e, ao mesmo
tos, é correto afirmar que: tempo, aceita a propriedade como funda-
a) a concepção moderna de democracia de- mento da igualdade.
riva da Revolução Francesa e da Atenas d) considera que a burguesia não se constitui
antiga, embora nesta a cidadania estives- em uma classe no século XVIII, e ela pre-
se limitada à minoria da população. cisa do poder do Estado centralizado para
b) a democracia ateniense, por fundamentar- garantir a sua riqueza e, nessa medida,
-se na comunidade de homens livres, não aproxima-se da nobreza para obter apoio
era compatível com a existência de traba- político.
lho escravo. e) defende, como representante da Ilustra-
c) a Revolução Francesa ampliou o conceito ção, a liberdade ligada à ausência da pro-
de democracia grega, ao tornar cidadãos priedade e elabora princípios universais,
todos os habitantes da comunidade, inclu- com direitos e deveres para todos os ho-
sive as mulheres e os estrangeiros. mens, o que faz a igualdade econômica
d) os gregos desenvolveram a noção de lei ser o fundamento da sociedade.
como uma emanação dos deuses, à qual
os homens deveriam obedecer após dis- QUESTÃO 19 (FGV 2016) - “Só para mim nas-
cussão em assembleia. ceu Dom Quixote, e eu para ele: ele para prati-
e) os atenienses vinculavam a política à re- car as ações e eu para as escrever (...) a contar
ligião e, por isso, seu Estado nacional de- com pena de avestruz, grosseira e mal aparada,
pendia da razão divina e limitava a expres- as façanhas do meu valoroso cavaleiro, porque
são política dos cidadãos. não é carga para os seus ombros, nem assunto
para o seu frio engenho; e a esse advertirás, se
QUESTÃO 18 (FGV 2016) - “O gênero humano acaso chegares a conhecê-lo, que deixe des-
é de tal ordem que não pode subsistir, a me- cansar na sepultura os cansados e já apodreci-
nos que haja uma grande infinidade de homens dos ossos de Dom Quixote (...), pois não foi ou-
úteis que não possuam nada.” tro o meu intento, senão o de tornar aborrecidas
(Dicionário filosófico, verbete Igualdade) dos homens as fingidas e disparatadas histórias
“O comércio, que enriqueceu os cidadãos na In- dos livros de cavalarias, que vão já tropeçando
glaterra, contribuiu para os tornar livres, e essa com as do meu verdadeiro Dom Quixote, e ain-
liberdade deu por sua vez maior expansão ao da hão de cair de todo, sem dúvida.”
comércio; daí se formou o poderio do Estado.” (Miguel de Cervantes Saavedra, Dom Quixote de la Mancha, 1991)

(Cartas inglesas) Sobre a obra em questão, é correto afirmar que:


Sobre os trechos de Voltaire, é correto afirmar a) Dom Quixote é um homem de valores de
que o autor: cavalaria, instituição típica da modernida-
a) define, com suas ideias, os interesses da de ocidental, com suas aventuras tragicô-
burguesia como classe, no século XVIII: o micas, fruto de suas leituras, que vão do
comércio como condição para a acumu- heroísmo à ingenuidade, caracterizando
lação de capital, a riqueza como fator de a sensibilidade do homem moderno, mais
liberdade e do poder de Estado e a pro- ligado à ciência e à experiência, em oposi-
priedade ligada à desigualdade. ção ao primado da fé.
b) crê, como filósofo iluminista do século b) o homem medieval, representado por Dom
XVIII, nas igualdades social e política, pois Quixote, considera a cavalaria, instituição

25
HISTÓRIA
típica do período, o símbolo dos valores depende de sublevações por multidões urbanas
cristãos, como a fé, a honra e a justiça, e ou por camponeses concentrados em áreas ru-
vê, na guerra santa, forma de propagar es- rais. É a essas insurreições a que nos referimos
ses valores, em defesa do mundo que crê quando mencionamos “revoluções”. (...)
nas lições dos livros sagrados, sem duvi- Dicionário do Pensamento social do século XX.
dar das verdades tradicionais. Editado por William Outhwaite & Tom Bottomo-
c) a figura trágica de Dom Quixote é a repre- re. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996.
Sobre as Revoluções na História, é correto afir-
sentação do homem do mundo antigo, ou
mar:
seja, aquele que considera a guerra como a) na Revolução Americana de 1776, basea-
missão a fim de louvar os deuses e trans- da em vários ideais de John Lock, tal como
formar as ações em mitos, condenando o direito de rebelião, houve uma ruptura
a injustiça e as civilizações frágeis, o que com a sua metrópole , no caso, a Ingla-
possibilita localizar o texto no final da An- terra, nascendo uma monarquia de poder
tiguidade. limitado.
d) Cervantes cria Dom Quixote, o cavaleiro b) na Revolução Francesa (1789), houve su-
andante, um fidalgo cujas proezas o tor- premacia dos ideais jacobinos, ou seja,
nam inadequado à época moderna, mar- maior teor social, superando os interesses
cando o limite entre o heroísmo e a fan- da burguesia, bastando lembrar da Decla-
tasia, pois não só aspira a uma missão ração dos Direitos do Homem e do Cida-
purificadora do mundo como acredita nela, dão, da Constituição de 1791 e do período
e revela que, na passagem do homem Napoleônico, com o Código Napoleônico.
c) a Revolução Russa de 1917, foi marcante
medieval para o moderno, a cavalaria era
por representar uma ruptura com os res-
algo ultrapassado. quícios do Absolutismo, além de uma forte
e) o texto de Cervantes nos conta a aventura participação popular e por representar uma
de um fidalgo que, por meio de leituras de busca alternativa ao sistema sócio-político
livros de cavalaria, torna-se um cavaleiro, predominante no mundo.
uma personagem identificada com os va- d) as Revoluções Inglesas marcaram a his-
lores medievais, de guerra, honra e justi- tórica da humanidade pois, num primeiro
ça, mostrando como, na Idade Moderna, momento, limitaram o poder da monarquia
esses valores são importantes, ainda têm e, num segundo momento, criaram o fede-
lugar e guiam a ação e a consciência do ralismo, além de documentos marcantes
homem moderno. na afirmação histórica dos direitos huma-
nos, tal como a Carta Magna e o Bill of Ri-
QUESTÃO 20 (JPCA) - “ No pensamento políti- ghts .
co, o termo refere-se à tomada ilegal, usualmen- e) a Revolução Industrial foi marcante por
te violenta, do poder que produz uma mudança representar uma profunda transformação
fundamental nas instituições de governo. Entre- tecnológica , mas também social, pois
tanto o conceito de revolução tem sido usado transformou a concepção de tempo, além
de muitas maneiras, com algumas variações da sua extrema importância para a amplia-
de significado. “Revolução “ usa-se, por vezes, ção dos direitos sociais e trabalhistas.
para descrever qualquer mudança fundamental,
quer seja violenta ou súbita. Nesse sentido, fa-
lamos de “Revolução Industrial” ou “revolução
científica”. Mudanças fundamentais do governo
que ocorrem através de eleições, em lugar de GABARITO DE APRENDIZAGEM
conquistas violentas do poder, também são por 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
vezes descritas como revoluções, por exemplo, D E E E E C B A E A
a “revolução nazista” na Alemanha em seguida 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
à vitória eleitoral de Hitler em 1933.
Na maioria das revoluções , a tomada do poder C B D A A C A A D C

26
GEOGRAFIA
As questões ambientais contemporâne- nale a alternativa correta:
as: mudança climática, ilhas de calor, efeito es- a) A ocorrência de processos erosivos é de-
tufa, chuva ácida, a destruição da camada de corrente, em grande parte, de agentes en-
ozônio. Impacto ambiental das atividades eco- dógenos.
nômicas no Brasil. b) A ação das chuvas não é determinante
Recursos minerais e energéticos: explo- para as ações erosivas.
ração e impactos. Recursos hídricos; bacias hi- c) A erosão ocorre de maneira menos inten-
drográficas e seus aproveitamentos. atmosfera sa em ambientes úmidos e de forma mais
e classificação climática. As características cli- acelerada em ambientes secos.
máticas do território brasileiro. Os grandes do- d) Pode-se considerar como fatores que con-
mínios da vegetação no Brasil tribuem para o aceleramento dos proces-
sos erosivos o desmatamento e as quei-
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM madas.
QUESTÃO 01 (ENEM 2009) - À medida que a e) As ravinas e voçorocas representam es-
demanda por água aumenta, as reservas des- tágios avançados de processos erosivos
se recurso vão se tornando imprevisíveis. Mo- eólicos.
delos matemáticos que analisam os efeitos das
mudanças climáticas sobre a disponibilidade de QUESTÃO 03 - O território brasileiro possui di-
água no futuro indicam que haverá escassez versos biomas, entre os quais destacam-se a
em muitas regiões do planeta. São esperadas Floresta Amazônica, o Cerrado e a Mata Atlânti-
mudanças nos padrões de precipitação, pois: ca. Sobre esses biomas, é correto afirmar:
a) o maior aquecimento implica menor for- a) O cerrado, que se localiza na região cen-
mação de nuvens e, consequentemente, a tral do Brasil, tem como característica for-
eliminação de áreas úmidas e subúmidas mar-se em solos pobres e arenosos e, em
do globo. consequência, é pouco ameaçado pela ex-
b) as chuvas frontais ficarão restritas ao tem- pansão agrícola.
po de permanência da frente em uma de- b) A Floresta Amazônica, formação localiza-
terminada localidade, o que limitará a pro- da notadamente no norte do Brasil, tende
dutividade das atividades agrícolas. a desaparecer nas próximas décadas, haja
c) as modificações decorrentes do aumento vista que o desmatamento e as queimadas
da temperatura do ar diminuirão a umida- têm seus índices elevados ano a ano, evi-
de e, portanto, aumentarão a aridez em denciando a ausência de políticas públicas
todo o planeta. voltadas à conservação daquela floresta.
d) a elevação do nível dos mares pelo der- c) A Mata Atlântica, formação que se estendia
retimento das geleiras acarretará redução desde o litoral nordestino ao Rio Grande
na ocorrência de chuvas nos continentes, Sul, onde se localiza boa parte dos maio-
o que implicará a escassez de água para res centros urbanos brasileiros, foi o bioma
abastecimento. mais desmatado do país, motivo pelo qual
e) a origem da chuva está diretamente rela- seus remanescentes foram transformados
cionada com a temperatura do ar, sendo em unidades de conservação, o que lhe
que atividades antropogênicas são capa- garante a maior extensão em áreas pre-
zes de provocar interferências em escala servadas do Brasil.
local e global.do território. d) Uma característica comum entre esses
três biomas é que todos apresentam ele-
QUESTÃO 02 - Ouça a canção Erosão, de au- vada biodiversidade e presença de espé-
toria de Walter Santos e Tereza Souza, interpre- cies endêmicas, evidenciando que todos
tada por Luiz Gonzaga, em 1981: precisam ser igualmente preservados.
A música fala de um fenômeno recorrente em e) No Norte do Brasil, a urbanização exces-
algumas localidades do Brasil. Sobre ele, assi- siva das cidades tem como consequência

27
GEOGRAFIA
o desmatamento e as queimadas, compro- na dinâmica energética mundial, pois im-
metendo a conservação da floresta, fato põe restrições e impactos ambientais de
que frequentemente ganha grande dimen- porte elevado.
são na imprensa. c) No cenário geopolítico mundial, o foco das
questões relacionadas à matriz energética
QUESTÃO 04 (ENEM 2009) - As queimadas, tem sido o controle das áreas mais ade-
cenas corriqueiras no Brasil, consistem em prá- quadas para a instalação de parques eó-
tica cultural relacionada com um método tradi- licos.
cional de “limpeza da terra” para introdução e/ d) Dada a necessidade de sustentabilidade
ou manutenção de pastagem e campos agrí- ambiental, tem aumentado a tendência
colas. Esse método consiste em: (a) derrubar mundial de desenvolvimento de sistemas
afloresta e esperar que a massa vegetal seque; energéticos híbridos na indústria automo-
(b) atear fogo, para que os resíduos grosseiros, tiva
como troncos e galhos, sejam eliminados e as e) O parque termelétrico brasileiro deverá ser
cinzas resultantes enriqueçam temporariamen- desativado, apesar do baixo custo que re-
te o solo. Todos os anos, milhares de incêndios presenta, em função de seu grande poten-
ocorrem no Brasil, em biomas como Cerrado, cial poluidor
Amazônia e Mata Atlàntica, em taxas tão ele-
vadas, que se torna difícil estimar a área total QUESTÃO 06 - As unidades de conservação
atingida pelo fogo. estão presentes em todos os Biomas Brasilei-
CARNEIRO FILHO, A. Queimadas. Almanaque Brasil Socioambiental. ros. A Lei distingue dois tipos de áreas de con-
São Paulo Instituto Socioambiental 2007 (adaptado).
servação: a de proteção integral e a de uso
Um modelo sustentável de desenvolvimento sustentável. Sobre diferenças entre esses dois
consiste em aliar necessidades econômicas e tipos de unidades de conservação e as informa-
sociais à conservação da biodiversidade e da ções sobre elas contidas no gráfico, podemos
qualidade ambiental. Nesse sentido, o desma- afirmar:
tamento de uma floresta nativa, seguido da utili-
zação de queimadas, representa:
a) método eficaz para a manutenção da ferti-
lidade do solo.
b) atividade justificável, tendo em vista a ofer-
ta de mão-de-obra.
c) ameaça à biodiversidade e impacto dano-
so à qualidade do ar e ao clima global.
d) destinação adequada para os resíduos só-
lidos resultantes da exploração da madei-
ra. a) Em todos os biomas brasileiros as áreas
e) valorização de práticas tradicionais dos destinadas à proteção pela lei tem por-
povos que dependem da floresta para sua centuais bem aproximados o que denota
sobrevivência. atenção do estado por todos os tipos de
ambientes brasileiros, sem distinção
QUESTÃO 05 - Acerca da geração e da trans- b) Solos rasos, clima inóspito, e a pequena
formação de energia no Brasil e no mundo, as- diversidade biológica observadas na Ca-
sinale a opção correta. atinga explicam por que a área destinada
a) O Brasil é exemplo de país que produz à proteção integral desse bioma é menor
energia elétrica de forma sustentável, pois que a dos demais biomas brasileiros.
sua matriz energética é a energia solar, c) Os biomas mais devastados pelo processo
possibilitada pelo gradiente térmico do predatório de ocupação são os que mere-
país. ceram maior atenção pela lei e foram os
b) A energia eólica representa um retrocesso mais contemplados com a criação de áre-

28
GEOGRAFIA
as de proteção integral ões nordeste e norte entre outros fatores
d) Nas áreas de mais relevante biodiversida- por que estão mais distantes dos grandes
de, com espécies ameaçadas de extinção complexos tecnológicos e industriais co-
é mais aconselhável a criação de áreas de mandados pela metrópole global mais im-
proteção integral. portante.
e) As áreas de transição entre dois ou mais e) O avanço da fronteira agropecuária para
biomas – os ecótonos, não são contempla- áreas onde as terras são mais baratas tem
dos com a criação de unidades de conser- tornado as regiões norte, nordeste e princi-
vação. palmente o centro oeste nas maiores pro-
dutoras agropecuárias do país.
Produção e transformação dos espaços
agrários. Modernização da agricultura e es- QUESTÃO 08 - Atualmente, no modo de produ-
truturas agrárias tradicionais. O agronegó- ção capitalista, predomina a economia do tipo
cio, a agricultura familiar, os assalariados do mundializada, determinada pelo viés da glo-
campo e as lutas sociais no campo. A rela- balização do capital. Nessa conjuntura, as ati-
ção campo-cidade vidades econômicas são alvo de ampla trans-
formação. No caso específico do agronegócio
verifica-se a incorporação de técnicas modernas
nos processos de produção e de novas moda-
lidades nos negócios. Além disso, o agronegó-
cio contribui, substancialmente, com o aumento
no volume de capitais envolvidos nas trocas de
bens ou mercadorias. Sobre a caracterização
do agronegócio, é correto afirmar:
a) O agronegócio ainda se apresenta social-
mente atrasado, devido, principalmente,
aos baixos níveis salariais e às precárias
condições de trabalho, apesar da riqueza
e modernidade envolvidas nessa ativida-
de.
b) A agricultura comercial, no passado colo-
QUESTÃO 07 - A partir da análise desse mapa nial, foi classificada como “plantation”, em
e com base no fato de a modernização agrícola que dominava o trabalho escravo. Hoje,
representar o maior conjunto de transformações contudo, com mão de obra livre e assala-
do espaço rural brasileiro, é correto afirmar que, riada, o agronegócio se desenvolve em um
nos espaços agrícolas brasileiros: ambiente de modernidade e justiça social.
a) a modernização menos intensa está pre- c) O agronegócio apresenta-se como uma
sente nas regiões que sofrem maior influ- atividade econômica moderna e seus pro-
ência das metrópoles nacionais e regionais dutos destinam-se, quase exclusivamente,
b) as características do meio físico, como a à exportação, fatores que já garantem ele-
aptidão dos solos, planura do relevo, chu- vados salários e boas condições de traba-
vas bem distribuídas condicionam o pro- lho.
cesso de modernização nas diversas regi- d) Tanto a produção como as transações
ões. comerciais, no agronegócio, se realizam,
c) o avanço da fronteira agrícolapara o nor- prioritariamente, nos centros urbanos; di-
te, nordeste e centro oeste não tem sido ferente do “plantation”, que se desenvolvia
acompanhado, de perto, pelo incremento nas áreas rurais.
da modernização. e) A combinação entre modernização da pro-
d) o grau de modernização mais elevado dução, novos meios e novas tecnologias
ocorre de forma muito pontual nas regi-

29
GEOGRAFIA
nas transações comerciais gerou o au- ra. São Paulo: Moderna, 2009 (adaptado).
mento de capitais nos negócios, provo- Segundo o texto, os primeiros anos após a abo-
cando uma verdadeira revolução nesse lição da escravidão no Brasil tiveram como ca-
tipo de agricultura, no passado conhecida racterística o(a):
como de subsistência ou familiar a) caráter organizativo do movimento negro.
b) equiparação racial no mercado de traba-
QUESTÃO 09 - Considere as anamorfoses: lho.
c) busca pelo reconhecimento do exercício
da cidadania.
d) estabelecimento do salário mínimo por
projeto legislativo.
e) entusiasmo com a extinção das péssimas
condições de trabalho

QUESTÃO 11 - ENEM terceira Aplicação 2014


- A imagem esta relacionada a situação social
dos negros no Brasil após a abolição da escra-
M. E. Simielli, Geoatlas, 2013. vidão, em 13 de maio de 1888, e reflexo de
As condições da produção agrícola, no Brasil,
são bastante heterogêneas, porém alguns as-
pectos estão presentes em todas as regiões do
País.
Nas anamorfoses acima, estão representadas
formas de produção agrícola das diferentes re-
giões administrativas.
Assinale a alternativa que contém, respectiva-
mente, a produção agrícola representada em I
e em II.
De subsistência e patronal.
Familiar e itinerante.
Patronal e familiar.
Familiar e de subsistência.
Itinerante e patronal.
a) uma lei que ratificou a libertação dos es-
A escravidão e formas de resistência africana na
cravos, impedindo a difusão do preconcei-
América. História cultural dos povos africanos. A
to e da discriminação aos libertos.
luta dos negros no Brasil e o negro na formação
b) um ato da Princesa Isabel, que resultou no
da sociedade brasileira – 17 questões.
fim de mais de três séculos de escravidão
e possibilitou uma vida digna aos negros.
QUESTÃO 10 (ENEM PPL 2014) - Passada a
c) uma lei que libertou os escravos, mas sem
festa da abolição, os ex-escravos procuraram
viabilizar a inserção destes na sociedade e
distanciar-se do passado de escravidão, ne-
seu acesso a direitos sociais básicos.
gando-se a se comportar como antigos cativos.
d) um movimento que se desenvolveu no
Em diversos engenhos do Nordeste, negaram-
Brasil e que garantiu condições de acesso
-se a receber a ração diária e a trabalhar sem
de forma igualitária aos negros no merca-
remuneração. Quando decidiram ficar, isso não
do de trabalho.
significou que concordassem em se submeter
e) um processo que, apesar de lento e gradu-
às mesmas condições de trabalho do regime
al, garantiu a cidadania aos ex-escravos,
anterior.
FRAGA, W.; ALBUQUERQUE, W. R. Uma história da cultura afro-brasilei-
na medida em que pôs fim a hedionda ins-
tituição da escravidão.
30
GEOGRAFIA
tre produção e consumo discutido no texto pres-
A globalização e as novas tecnologias de te- supõe o(a):
lecomunicação e suas consequências eco- a) aumento do poder aquisitivo.
nômicas, políticas e sociais b) estímulo à livre concorrência.
c) criação de novas necessidades.
QUESTÃO 12 (ENEM PPL 2015) - A razão d) formação de grandes estoques.
principal que leva o capitalismo como sistema e) implantação de linhas de montagem.
a ser tão terrivelmente destrutivo da biosfera é
que, na maioria dos casos, os produtores que Geopolítica e conflitos entre os séculos XIX
lucram com a destruição não a registram como e XX: Imperialismo, a ocupação da Ásia e da
um custo de produção, mas sim, precisamente África, as Guerras Mundiais e a Guerra Fria.
ao contrário, como uma redução no custo. Por Conflitos político-culturais pós-Guerra Fria,
exemplo, se um produtor joga lixo em um rio, reorganização política internacional e os or-
poluindo suas águas, esse produtor considera ganismos multilaterais nos séculos XX e XXI
que está economizando o custo de outros méto- - 16 questões.
dos mais seguros, porém mais caros de dispor
do lixo. QUESTÃO 14 - Alívio Imediato
WALLERSTEIN, I. Utopística ou as decisões históricas do século vinte e (Engenheiros do Havaí)
um. Petrópolis: Vozes, 2003. ...Há um muro de concreto entre nossos lábios

A pressão dos movimentos socioambientais, na Há um muro de Berlim dentro de mim


tentativa de reverter a lógica descrita no texto, Tudo se divide, todos se separam
aponta para a: (Duas Alemanhas, duas Coreias)
a) emergência de um sistema econômico glo- Tudo se divide, todos se separam
bal que secundariza os lucros. Que a chuva caia
b) redução dos custos de tratamento de resí- Como uma luva
duos pela Isenção fiscal das empresas Um dilúvio
c) flexibilização do trabalho como estratégia Um delírio
positiva de corte de custos empresariais. Que a chuva traga
d) incorporação de um sistema normativo am- Alívio imediato
biental no processo de produção industrial. Que a noite caia
e) minimização do papel do Estado em detri- De repente caia
mento das organizações não governamen- Tão demente
tais. Quanto um raio
Que a noite traga
QUESTÃO 13 (ENEM PPL 2015) - Falava-se, Alívio imediato
antes, de autonomia da produção para significar (Tudo se divide, tudo se separa) 2x
que uma empresa, ao assegurar uma produção,
buscava também manipular a opinião pela via Com base nas cinco primeiras linhas desse tre-
da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do cho da canção dos Engenheiros do Havaí, po-
consumo seriaa produção. Mas, atualmente, as demos inferir que:
empresas hegemônicas produzem o consumi- a) - A queda do Muro da Vergonha, como era
dor antes mesmo de produzirem os produtos. designado o muro de Berlim, significou o
Um dado essencial do entendimento do consu- fim das intolerâncias ideológicas, o que es-
mo é que a produção do consumidor, hoje, pre- timulou o grande fluxo migratório em todo
cede a produção dos bens e dos serviços. o mundo agora globalizado, interdepen-
SANTOS, M. dente e sem fronteiras.
Por uma outra globalização: do pensamento b) - O fim da Guerra Fria teve como maior
único àconsciência universal. Rio de Janeiro: símbolo a derrubada do muro de Berlim,
Record, 2000 (adaptado). O tipo de relação en- porém outros “muros da Vergonha” passa-

31
GEOGRAFIA
ram a ser erguidos, carregados pelo mes- co da União Européia.
mo tipo de ideologia d) A construção de alianças pelos EUA em
c) - A globalização eliminou as fronteiras para torno de um apoio ao conflito, reforça seu
o capital e criou uma integração econômi- papel como articulador e mediador de fo-
ca entre as nações do mundo, mas apro- cos de tensão externos.
fundou as desigualdades entre ricos e po- e) As poucas baixas dos países envolvidos
bres com a criação de barreiras que não no conflito indicam o seu fim proeminen-
são apenas simbólicas, são cada vez mais, te e a vitória massacrante do capitalismo
também físicas, entre territórios nacionais ocidental sobre os regimes teocráticos da
e dentro dos territórios de uma mesma na- região
ção.
d) - Os muros que se erguem em quase to- QUESTÃO 16 (FUVEST 2014) - Observe no
das as partes do mundo mostram o cres- mapa da distribuição dos drones (veículos aé-
cimento dos fundamentalismos, das into- reos não tripulados) norte-americanos na África
lerâncias e da xenofobia que alimenta as e no Oriente Médio.
políticas demográficas de extrema direita
nos países subdesenvolvidos e provoca
a morte de muitos que tentam escalartais
muros.
e) - A construção desses muros se justifica
pois essas populações oriundas de re-
giões pobres e por vezes promotoras de
terrorismo podem representar ameaça a
estabilidade econômica e política.

QUESTÃO 15 - O Oriente Médio é conhecido O Estado de S. Paulo, 24/05/2013, Adaptado


pela sucessão de conflitos armados envolvendo
Em suas declarações, o governo norte-ameri-
atores regionais — israelenses, palestinos, ira-
cano justifica o uso dos drones, principalmente,
quianos — e externos, movidos por diferenças
como:
culturais e interesses geoeconômicos. Os re-
a)proteção militar a países com importantes
centes atritos entre os EUA e o Iraque, mesmo
laços econômicos com os EUA, principal-
antes de sua eclosão, já indicavam transforma-
mente na área de minerais raros.
ções importantes no arranjo geopolítico mun-
b)necessidade de proteção às embaixadas e
dial. Sobre esse assunto, assinale a afirmativa
outras legações diplomáticas norte-ameri-
CORRETA:
canas em países com trajetória comunista.
a) A supremacia hegemônica dos EUA apóia
c)meio de transporte para o envio de equipa-
todas as resoluções da ONU, o que rea-
mentos militares ao Irã, com a finalidade
firma o papel das Nações Unidas como
de desmonte das atividades nucleares.
fórum de discussão dos problemas mun-
d)um dos pilares de sua estratégia de com-
diais.
bate ao terrorismo, principalmente em re-
b) O grande apoio obtido pelos Estados Uni-
giões com importante atuação tribal/terro-
dos para o conflito é reflexo de diferenças
rista.
culturais, econômicas e políticas dos paí-
e) reforço para a megaoperação de espiona-
ses interessados nas riquezas naturais do
gem, executada em 2013, que culminou
Iraque.
com o asilo de Snowden na Rússia.
c) O posicionamento dos países europeus
com relação ao conflito reflete-se em in-
A escravidão e formas de resistência indíge-
teresses econômicos e políticos divergen-
na e africana na América. História dos povos
tes, e aponta para um fortalecimento políti-
indígenas e a formação sócio-cultural brasi-

32
GEOGRAFIA
leira - TEXTO II
O Alto Comissariado das Nações Unidas para
QUESTÃO 17 (ENEM 2009) - Coube aos Xa- Refugiados (ACNUR) critica as manifestações
vante e aos Timbira, povos indígenas do Cer- de Xenofobia adotadas pelo governo da Hun-
rado, um recente e marcante gesto simbólico: gria. O país foi invadido por cartazes nos quais
a realização de sua tradicional corrida de toras o chefe do executivo insta os imigrantes a res-
(de buriti) em plena Avenida Paulista (SP), para peitarem as leis e a não “roubarem” os empre-
denunciar o cerco de suas terras e a degrada- gos dos húngaros. Para o ACNUR, a medida é
ção de seus entornos pelo avanço do agrone- surpreendente, pois a xenofobia costuma ser
gócio. instigada por pequenos grupos radicais e não
RICARDO, B.; RICARDO, F. Povos Indígenas do Brasil: 2001-2005. São pelo próprio governo do país.
Paulo: Instituto Socioambiental, 2006 (adaptado).
Disponível em: http://pt.euronews.com/ Acesso em 19 jun.2015 (adaptado).
A questão indígena contemporânea no Brasil
evidencia a relação dos usos socioculturais da O posicionamento governamental citado nos
terra com os atuais problemas socioambientais, textos é criticado pelo ACNUR por ser conside-
caracterizados pelas tensões entre: rado um caminho para o(a):
a) a expansão territorial do agronegócio, em a) alteração do regime político.
especial nas regiões Centro-Oeste e Nor- b) fragilização da supremacia nacional.
te, e as leis de proteção indígena e am- c) expansão dos domínios geográficos.
biental. d) cerceamento da liberdade de expressão.
b) os grileiros articuladores do agronegócio e e) fortalecimento das práticas de discrimina-
os povos indígenas pouco organizados no ção.
Cerrado.
c) as leis mais brandas sobre o uso tradicio- QUESTÃO 19 - Os deslocamentos populacio-
nal do meio ambiente e as severas leis so- nais fazem parte da história da humanidade,
bre o uso capitalista do meio ambiente. tendo sido responsáveis pela formação dos di-
d) os povos indígenas do Cerrado e os polos versos povos e, em certa medida, dos próprios
econômicos representados pelas elites in- elementos culturais que os caracterizam. Os
dustriais paulistas. grupos étnicos existentes só podem ser enten-
e) o campo e a cidade no Cerrado, que faz didos a partir da análise das migrações, consi-
com que as terras indígenas dali sejam derando-se os choques e as assimilações cul-
alvo de invasões urbanas. turais dos povos ao longo da história. • Com os
deslocamentos populacionais, extensas regiões
Dinâmica populacional, migração, imigração da Terra foram sendo ocupadas e colonizadas.
e emigração no Brasil nos séculos XIX e XX O continente americano é um bom exemplo
desse processo. Atualmente, as migrações in-
QUESTÃO 18 (ENEM 2016) - TEXTO I ternacionais tornaram-se um fenômeno nunca
Mais de 50 mil refugiados entraram no território antes registrado em qualquer outra etapa da
húngaro apenas no primeiro semestre de 2015. evolução humana. s.
Budapeste lançou os “trabalhos preparatórios” (LUCCI; BRANCO; MENDONÇA, 2006, p. 351).
para a construção de um muro de quatro metros
A partir da análise do texto e dos conhecimen-
de altura de 175 km ao longo de sua fronteira
tos sobre globalização e migrações, pode-se
com a Sérvia, informou o ministro húngaro das
afirmar:
Relações Exteriores. “Uma resposta comum da
a) O período que antecedeu a Segunda Guer-
União Europeia a este desafio da imigração é
ra Mundial registra grandes fluxos migra-
muito demorada, e a Hungria não pode esperar.
tórios, preferencialmente das áreas então
Temos que agir”, justificou o ministro.
Disponível em: www.portugues.rfi.fr Acesso em 19 Jun 2015 (adaptado)
consideradas superpovoadas — Europa e
Ásia — para as regiões consideradas como
vazios demográficos — Estados Unidos,

33
GEOGRAFIA
Canadá, Argentina, Brasil e outros. ma, assinale a alternativa que relaciona corre-
b) O fluxo migratório para a União Européia tamente sistemas logísticos e produtos de ex-
(UE) e os Estados Unidos deverá diminuir portação.
nas próximas décadas, em razão do au- a) I. Portos de Belém e de São Luís: miné-
mento das taxas de natalidade e do reju- rio de ferro, papel e celulose. II. Por-
venescimento das populações dos países tos do Rio de Janeiro e de Niterói: trigo e
industrializados. fertilizantes. III. Portos de Paranaguá e
c) O crescimento das migrações Sul/Sul se de Itajaí: soja e carnes (congeladas).
deve principalmente à criação, pela econo- b) I. Portos de São Luís e de Natal: pescados
mia globalizada, de ilhas de prosperidade e carvão mineral. II. Portos de Tubarão
em regiões subdesenvolvidas, a exemplo e de Vitória: minério de ferro, papel e celu-
da política migratória bem sucedida das lose. III. Portos de São Francisco do Sul
monarquias petrolíferas do Golfo Pérsico. e de Florianópolis: minério de ferro, papel
d) Os imigrantes muitas vezes enfrentam a e celulose.
rejeição da população e a repressão das c) I. Portos de Itaqui e de Pecém: minério de
autoridades, a exemplo do que ocorre na ferro, manganês e frutas. II. Portos de
Europa e nos Estados Unidos, assim como Tubarão e de Vitória: minério de ferro, pa-
o Brasil, que não tem sido condescenden- pel e celulose. III. Portos de Parana-
te com os trabalhadores bolivianos e para- guá e de Itajaí: soja e carnes (congeladas).
guaios. d) I. Portos de Belém e de São Luís: miné-
e) Os trabalhadores japoneses, nisseis, che- rio de ferro, papel e celulose. II. Por-
garam ao Brasil em migrações sucessivas tos do Rio de Janeiro e de Niterói: pesca-
a partir da segunda década do século pas- dos e carvão mineral. III. Portos de
sado e, atualmente, representam a maior São Francisco do Sul e de Florianópolis:
comunidade de estrangeiros do país. minério de ferro, papel e celulose.
e) I. Portos de Itaqui e de Pecém: minério de
Revolução Industrial. Formação do espaço ferro, manganês e frutas. II. Portos de
urbano-industrial. Transformações na estru- Tubarão e do Rio de Janeiro: soja e carnes
tura produtiva no século XX: o fordismo, o (congeladas). III. Portos de Paranaguá e
toyotismo, as novas técnicas de produção e de Itajaí: trigo e fertilizantes.
seus impactos. A industrialização brasileira,
a urbanização e as transformações sociais e QUESTÃO 21 (ENEM 2009) - A industrialização
trabalhistas– do Brasil é fenômeno recente e se processou
de maneira bastante diversa daquela verificada
QUESTÃO 20 - Observe o mapa da Malha Fer- nos Estados Unidos e na inglaterra, sendo no-
roviária do Brasil. táveis, entre outras características, a concentra-
ção industrial em São Paulo e a forte desigual-
dade de renda mantida ao longo do tempo.
Outra característica da industrialização brasilei-
ra foi:
a) a fraca intervenção estatal, dando-se pre-
ferência as forças de mercado, que de-
finem os produtos e as técnicas por sua
conta.
b) a presença de políticas públicas voltadas
para a supressão das desigualdades so-
ciais e regionais, e desconcentraçao téc-
nica.
Com respeito às áreas indicadas no mapa aci- c) o uso de técnicas produtivas intensivas em

34
GEOGRAFIA
mão-de-obra qualificada e produção limpa transportes, saúde, energia, água etc. Ainda
em relação aos países com indústria pe- que o rumo tomado pelo crescimento urbano
sada. não tenha respondido satisfatoriamente a todas
d) a presença constante de inovações tecno- essas necessidades, o território foi ocupado e
lógicas resultantes dos gastos das empre- foram construídas as condições para viver nes-
sas privadas em pesquisa e em desenvol- se espaço.
vimento de novos produtos. MARICATO. E. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópo-
lis Vozes. 2001.
e) a substituição de importações e a introdu-
ção de cadeias complexas para a produ- A dinâmica de transformação das cidades tende
ção de matérias-primas e de bens interme- a apresentar como consequência a expansão
diários. das áreas periféricas pelo(a):
a) crescimento da população urbana e au-
Vida urbana: redes e hierarquia nas cidades, mento da especulação imobiliária.
pobreza e segregação espacial b) direcionamento maior do fluxo de pessoas,
devido à existência de um grande número
QUESTÃO 22 (ENEM 2013) - Embora haja de serviços.
dados comuns que dão unidade ao fenômeno c) delimitação de áreas para uma ocupação
da urbanização na África, na Ásia e na Amé- organizada do espaço físico, melhorando
rica Latina, os impactos são distintos em cada a qualidade de vida.
continente e mesmo dentro de cada país, ainda d) implantação de políticas públicas que pro-
que as modernizações se deem com o mesmo movem a moradia e o direito à cidade aos
conjunto de inovações. ELIAS, D. Fim do século seus moradores.
e urbanização no Brasil. e) reurbanização de moradias nas áreas cen-
Revista Ciência Geográfica ano IV, n. 11, set./dez. 1988. trais, mantendo o trabalhador próximo ao
O texto aponta para a complexidade da urbani- seu emprego, diminuindo os deslocamen-
zação nos diferentes contextos socioespaciais. tos para a periferia.
Comparando a organização socioeconômica
das regiões citadas, a unidade desse fenômeno
é perceptível no aspecto:
a) espacial, em função do sistema integrado
que envolve as cidades locais e globais.
b) cultural, em função da semelhança históri-
ca e da condição de modernização econô-
mica e política.
c) demográfico, em função da localização
das maiores aglomerações urbanas e con-
tinuidade do fluxo campo-cidade.
d) territorial, em função da estrutura de orga-
nização e planejamento das cidades que
atravessam as fronteiras nacionais.
e) econômico, em função da revolução agrí-
GABARITO DE APRENDIZAGEM
cola que transformou o campo e a cidade e
contribuiu para fixação do homem ao lugar 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E D D C D D D A C C
QUESTÃO 23 (ENEM 2013) - Trata-se de um 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
gigantesco movimento de construção de ci- C D C C D D A C A C
dades, necessário para o assentamento resi- 21 22 23
dencial dessa população, bem como de suas E C A
necessidades de trabalho, abastecimento,

35
36
FOLHA DE REDAÇÃO

ALUNO(A)__________________________________________________________________________________

DATA:________/________/________
TÍTULO (OPCIONAL)
01
02
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RESERVADO AO CORRETOR
Competências Pontos Níveis INSTRUÇÕES
1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.
I 1 2 3 4 5 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com
caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transpa- CORRETOR
II 1 2 3 4 5 rente.
3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de
III 1 2 3 4 5 preenchimento do participante.
4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque
com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo.
IV 1 2 3 4 5 Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. Nome
5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-
V 1 2 3 4 5 samente as margens.
6. Não será permitido utilizar material de consulta. Data:_____/_____/_____
Total 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-
ticipantes.
Média (Nota Final) • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.

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GRADE CORREÇÃO
Nível 0,0 | Nível 40,0 | Nível 80,0 | Nível 120,0 | Nível 160,0 | Nível 200,0
COMPETÊNCIA CRITÉRIOS (Níveis)
0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramati-
cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha
I de registro e de convenções da escrita.
Demonstrar domínio da norma 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-
padrão da língua escrita. venções da escrita.
4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-
crita.
5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios
gramaticais e de convenções da escrita.
0. Foge ao tema proposto.
1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-
II
mentativo.
Compreender a proposta de
2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-
redação e aplicar conceitos das
tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.
várias áreas de conhecimento
3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-
para desenvolver o tema,
quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.
dentro dos limites estruturais
4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual
do texto dissertativo-
dissertativo-argumentativo.
argumentativo.
5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio
do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.
0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.
1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados
ao tema.
2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-
III
ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação
Selecionar, relacionar, organizar
em defesa de seu ponto de vista.
e interpretar informações, fatos,
3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-
opiniões e argumentos em
nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.
defesa de um ponto de vista.
4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.
5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista.
0. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
IV
1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.
Demonstrar conhecimento
2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.
dos mecanismos linguístico
3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.
necessários para a construção
4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.
da argumentação.
5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.
0. Não elabora proposta de intervenção.
1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.
V 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a
Elaborar proposta de solução discussão desenvolvida no texto.
para o problema abordado, 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida
respeitando os valores no texto.
humanos e considerando a 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no
diversidade sociocultural. texto.
5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-
volvida em seu texto, com detalhamento.
Aspectos considerados na avaliação de cada competência

a) Adequação ao Registro b) Norma Gramatical


c) Convenções da Escrita
• Grau de formalidade. • Sintaxe de concordância, regência • Escrita das palavras (ortografia,
Comp. I • Variedade linguística adequada e colocação.
acentuação).
ao tipo de texto e à situação de • Pontuação. • Maiúsculas / minúsculas.
interlocução. • Flexão.
a) Tema b) Estrutura
Comp. II
• Compreensão da proposta. • Encadeamento das partes do
• Desenvolvimento do tema a partir texto
de um projeto de texto. • Progressão temática.
c) Indícios de Autoria
a) Coerância Textual • Presença de marcas pessoais
Comp. III • Organização do texto quanto à b) Argumentatividade manifestas no desenvolvimen-
sua lógica interna e externa. to temático e na organização
textual.
b) Coesão Gramatical
a) Coesão Lexical
• Adequação no uso de recursos • Adequação no emprego de co-
nectivos, tempos verbais, pontua-
Comp. IV lexicais, tais como: sinônimos,
ção, sequência temporal, relações
hiperônimos, repetição, reiteração
anafóricas, conectores intervoca-
etc.
bulares, interparágrafos etc.

Cidadania ativa com proposta solidária,


Comp. V
compartilhada e inovadora.

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