Você está na página 1de 47

ILUMINADOR CÊNICO

1
CURSO DE ILUMINADOR CÊNICO

CARGA HORÁRIA
200hs

ELABORAÇÃO
Gleison Richelle

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Biase Lauria Seabra
Carolina Gomes Costa
Damile de Jesus Ferreira
Edgard Freitas de Siqueira Júnior
Fernando José Miranda Astolfo
Gisele Ribeiro de Oliveira
Giovanni Luiz Correia Pipolo
Gleison Richelle França da Silva Reis
Holmes Rocha dos Santos Filho
Ian Baraúna Mendes
Jade Silva dos Santos
Karina Barros Ribeiro
Lucas Henrique Nunes Pugliese
Marcos Renê Bezerra de Almeida
Nilza Aparecida Tuler Sobral
Pedro Vuvu Álvaro
Ricardo Uriel Pedrosa
Vilomar Simões Ramos Sobrinho
Verônica Macedo Roseira de Sena Bitar

2
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica – SUPROT


5ª avenida, nº 550 – CAB - CEP 41745-004 –Salvador - BA

Governador do Estado da Bahia


RUI COSTA DOS SANTOS

Vice-Governador do Estado da Bahia


JOÃO FELIPE DE SOUZA LEÃO

Secretário de Estado da Educação


JERÔNIMO RODRIGUES SOUZA

Subsecretário de Estado da Educação


DANILO DE MELO SOUZA

Superintendente da Educação Profissional e Tecnológica


EZEQUIEL WESTPHAL

2019

3
Sumário
1. PROPRIEDADE DA LUZ............................................................................. 7

2. A LUZ NO BRASIL ...................................................................................... 9

3. LUZ VISÍVEL ............................................................................................. 11

4. ILUMINAÇÃO CÊNICA ............................................................................. 13

5. FUNCIONAMENTO DAS CORES ............................................................. 15

6. EQUIPAMENTOS ...................................................................................... 16

7. TIPOS DE PALCO ..................................................................................... 23

8. ENTENDIMENTO TÉCNICO E FUNCIONALIDADE DOS


EQUIPAMENTOS ............................................................................................ 26
8.1 CABINE DE CONTROLE DE ILUMINAÇÃO CÊNICA: LOCALIZAÇÃO E
DIMENSIONAMENTO ..................................................................................... 26
8.2 CABINE DE CONTROLE DE ILUMINAÇÃO: EQUIPAMENTOS E
ESPECIFICAÇÕES GERAIS ........................................................................... 28
8.3 POSICIONAMENTOS DE LUZ .................................................................. 30

9. MEDIDAS BÁSICAS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA ........................... 34

10. ELETRICIDADE BÁSICA ........................................................................ 37

11. PROCESSOS DE CRIAÇÃO ................................................................... 39

12. PESQUISA HISTÓRIA ............................................................................. 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 46

4
PARA ALUNAS E ALUNOS

Ei!
Você, provavelmente, já recebeu instrução de uma professora ou de um
professor para ler sobre alguma coisa específica – em livro, revista, jornal e etc,
não é? Pois bem, tanto o professor ou a professora, assim como essas fontes
de conhecimento, te dizem o que é cada coisa, como, por exemplo, dizem que
se olharmos para o alto, veremos o céu, que seres com penas são chamados de
aves, que pedra se chama pedra, e por aí vai. Tudo isso é invenção humana.
Todos esses nomes foram criados por alguma razão. Pois bem, você que
seguirá ao longo deste módulo também é capaz de criar, inventar o que ainda
não foi inventado, falar o que não foi dito e, sobretudo, perguntar. Quantas vezes
você questionou algo hoje? Por exemplo: quem foram seus ancestrais? Te
disseram que você tinha que andar assim e vestir tal roupa, se comportar de um
determinado jeito por ser mulher ou por ser homem. Você já parou para se fazer
perguntas? Não precisa responder para ninguém, pergunte e responda a si.
Pesquise, há milhares de livros. Além disso, a internet possibilita muitas
descobertas. Mas, não acredite na primeira coisa, procure ao menos três fontes
diferentes sobre o mesmo assunto. Os livros e tudo o que está escrito existem
para abrir possibilidades de entender a si, o outro e o mundo a sua volta. Livros,
jornais, revistas e tantas outras formas de comunicação não detêm a verdade
absoluta, pois a sua verdade é diferente da verdade de outra pessoa. Um livro
não se trata somente de ensinar algo. Ou seja, não é uma fórmula matemática
como dois mais dois é igual a quatro.
Você é o que você viveu até aqui. Suas alegrias, suas lágrimas, seus
sorrisos, seus abraços e sua forma de entender o mundo passam por todas as
suas experiências. Esse módulo não se trata de verdades; mas, sim, de
possibilidades de transformações. Existe um conteúdo programado e pensado,
mas você não precisa ficar presa ou preso nele. Reflita, questione cada página,
pesquise sobre os assuntos aqui apresentados e leve isso para a sua realidade.
Como juntar essas novidades ao seu modo de viver, ser e estar no mundo? O
que você pode fazer com as descobertas? Você pode transformar o mundo a
sua volta! Já pensou nisso? Se jogue no desconhecido dessas páginas e
perceberá que descobertas podem ser maravilhosas. Nós acreditamos em você,
5
na sua capacidade de mudança, na sua existência. Os conhecimentos são asas
fortes e resistentes, use-as e VOE!

6
1. PROPRIEDADE DA LUZ

Podemos resumir as propriedades da luz da seguinte forma: elas


possuem uma dualidade onda-partícula, consistindo numa radiação
eletromagnética, e podem se propagar pela matéria e pelo vácuo, podendo ser
refletidas e refratadas.

A luz é uma mistura de energia elétrica e magnética que viaja mais rápido
do que qualquer outra coisa no universo. Ela leva menos de um décimo de
segundo para ir de Nova York a Londres. É constituída de partículas de energia
chamadas fótons e se move em ondas pequenas que avançam em linha reta, os
raios. A luz desloca-se através do ar, de superfícies transparentes e também por
meio do vácuo. É assim que a luz solar alcança a Terra. A luz visível parece
branca ou sem cor, mas é composta de muitas cores, cada qual com um
comprimento de onda.

A decomposição das cores


primárias da luz branca
num prisma acontece
devido às diferenças de
comprimento de onda de
cada cor, que vão do
vermelho ao violeta.

FONTE: Site Brasil Escola

A luz possui comportamento duplo, ou seja, pode ser interpretada como


onda em determinadas situações e comportar-se como partícula em casos
específicos. Dessa forma, a luz tanto é onda quanto partícula, possuindo,
portanto, um comportamento dual.
O ser humano sempre teve interesse em conhecer a natureza da luz, ou
do que ela é feita. Há relatos de que no século VI a.C., Pitágoras, filósofo grego,
defendia a ideia de que a luz era composta por partículas minúsculas. Nascia o
conceito da “natureza corpuscular” da luz.

7
Os trabalhos de Albert Einstein (1879-1955), físico alemão, trouxeram
novas ideias sobre a natureza e o comportamento da luz. Sua hipótese era de
que a luz tem natureza ondulatória e corpuscular, ou seja, apresenta
características de matéria (partícula) e de energia (onda), a chamada dualidade
onda-partícula. A luz se propaga como onda e interage como partícula.
Einstein descreveu que as partículas de luz têm muita energia e as chama de
conjunto de “pacotinhos” de energia. Tais “pacotinhos” de energia são
conhecidos atualmente como fótons.

FONTE: ENDESA

A luz é uma onda eletromagnética, cujo comprimento de onda se inclui


num determinado intervalo dentro do qual o olho humano é a ela sensível. Trata-
se, de outro modo, de uma radiação eletromagnética que se situa entre a
radiação infravermelha e a radiação ultravioleta. As três grandezas físicas
básicas da luz são herdadas das grandezas de toda e qualquer onda
eletromagnética: intensidade (ou amplitude), frequência e polarização. No caso
específico da luz, a intensidade se identifica com o brilho, e a frequência com a
cor.

8
2. A LUZ NO BRASIL

Antes e após a invasão dos portugueses ao Brasil, em 1500, os indígenas


utilizavam a luz do fogo e a claridade da Lua. Não há registro de outra forma de
iluminação usada na época.
Os portugueses trouxeram consigo as formas de iluminação utilizadas na
Europa, como a lamparina à base de óleos vegetais ou animal. O óleo de oliva
era um dos mais utilizados, mas era fabricado somente na Europa, por isso tinha
altos custos e somente a elite nobre o utilizava. Com o alto custo do óleo de
oliva, rapidamente ele foi substituído por outros óleos fabricados no Brasil, como
o óleo de coco e o de mamona. Posteriormente, foram produzidos os óleos
derivados de gordura animal (principalmente peixes) e fabricadas velas feitas de
gorduras e de cera de abelha (produtos que não eram utilizados nas residências
da população pobre) em razão do alto preço.

FONTE: Site Fotografia DG

Até o século XVIII, não existia iluminação pública – nos momentos de


festas e comemorações, a população iluminava as fachadas das casas com as
velas feitas de sebo e gordura. No século XIX, algumas cidades brasileiras
passaram a ser iluminadas com lâmpadas de óleo de baleia. Na cidade do Rio
de Janeiro, a iluminação pública à base de óleos vegetais e animais foi
implantada no ano de 1794.
9
Em São Paulo, a utilização de óleos como iluminação pública chegou
somente no ano de 1830. Vale ressaltar que eram necessários funcionários que
acendessem diariamente as luzes nas ruas das cidades. No ano de 1854, São
Paulo foi a primeira cidade brasileira a implantar a iluminação a gás – esse
serviço ficou na cidade até meados de 1936.
A cidade de Campos, no Rio de Janeiro, foi a primeira cidade a ter luz
elétrica nas ruas, em virtude da presença de uma usina termoelétrica, desde
1883. Rio Claro, em São Paulo, foi a segunda cidade a ter luz elétrica nas ruas,
também em razão da presença de uma termoelétrica. A cidade do Rio de Janeiro
somente implantou o serviço de luz elétrica nas ruas no ano de 1904; e São
Paulo, no ano posterior, em 1905. Outras cidades, como Juiz de Fora, Curitiba,
Maceió, entre outras, implantaram o serviço de iluminação pública elétrica bem
antes que o Rio de Janeiro e São Paulo. Mas a implantação da luz elétrica nas
ruas não substituiu totalmente os lampiões a gás – esses foram sendo
substituídos aos poucos, coexistindo nas cidades a luz elétrica e os lampiões a
gás, ou seja, a modernização e o antigo.

FONTE: Site de Karina Maria - História

10
3. LUZ VISÍVEL

A luz visível é um conjunto de ondas eletromagnéticas (radiações) cujas


frequências sensibilizam o olho humano. Cada frequência é interpretada de uma
maneira diferente e tem associada a si uma determinada quantidade de energia.
É dessa forma que conseguimos distinguir as cores: frequências diferentes.

FONTE: Wikipedia

Nem todas as ondas eletromagnéticas sensibilizam o olho humano,


apenas as que compreendem a faixa de frequência de luz visível dentro do
espectro eletromagnético. As demais ondas eletromagnéticas, como ondas de
rádio, de microondas, de infravermelho, de ultravioleta e de raio X, estão fora
dessa faixa e, portanto, não são visíveis diretamente pelo humano. O olho
humano consegue perceber cores que possuem comprimentos de onda que vão
de 380nm (nanômetros - que é a milionésima parte do milímetro) a 780nm.
Abaixo de 380 está a luz infravermelha. Acima, a emanação ultravioleta.

11
FONTE: Wikipedia

As radiações eletromagnéticas também podem ser identificadas por seu


comprimento de onda (X). Como todas as radiações eletromagnéticas
apresentam a mesma velocidade no vácuo, para uma determinada onda, quanto
maior a frequência, menor o seu comprimento de onda.
A faixa de luz visível é uma pequena parte do espectro eletromagnético e
é percebida pelo olho humano por uma faixa de sete cores: vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul, anil e violeta. Cada uma das cores corresponde a conjuntos
de ondas eletromagnéticas com diferentes faixas de comprimento de onda (ou
diferentes valores de frequência). O comprimento de onda da luz vermelha é de,
aproximadamente, 7 • IO7m (700nm) e o comprimento de onda da luz violeta
equivale a cerca de 4 • 10~7 m (400nm).

FONTE: Site Yasser CV

12
4. ILUMINAÇÃO CÊNICA

A história da Iluminação cênica tem muitas origens, de muitos povos.


Porém, os livros apenas documentam sobre o aspecto europeu, pois por lá
desenvolveram há muito tempo a forma de guardar conhecimento por meio dos
escritos, livros, jornais e etc.
Na Grécia Antiga, por volta do séc. V a.C., quando das primeiras
encenações de tragédias e comédias feitas ao ar livre nos anfiteatros, onde a luz
do Sol era utilizada para criar, ainda que mínimo, algum efeito cénico. Com o
passar dos anos, após a construção dos primeiros edifícios teatrais no séc. XVI,
durante o período Renascentista, na Europa, muitos encenadores debruçaram-
se sobre essa vertente, como o italiano Leoni Di Somi (1627-1692), um dos
precursores no pensamento de escurecer a plateia para que todo o foco se
concentrasse no espaço cênico. Nessa fase, o fogo assumiu a função de iluminar
por meio de tochas, velas suspensas em candelabros e lamparinas que, por
causa do mau cheiro da queima do óleo, da acumulação de fumos, do
derretimento da cera e do risco iminente de incêndios, tornavam essa prática
muito arriscada.
Não existia no teatro a função do iluminador, quando este era necessário.
A sua função era desempenhada pelos cenógrafos, muitos deles arquitetos que
no processo de desenvolvimento de dispositivos acabavam por colaborar
significativamente para o desenvolvimento da iluminação, tal como Nicola
Sabbatini (1574-1654), que criou o primeiro sistema mecânico para controle de
intensidade de luz, hoje conhecido como dimmer, que mais tarde viria a ser
aperfeiçoado pelo estadunidense Samuel Pierpont Langley (1834-1906).
A iluminação cênica viria a sofrer uma grande transformação com a
descoberta das propriedades da energia elétrica. Dessa forma, foi possível
atribuir, de fato, à luz, um papel artístico e estético. Um dos pioneiros neste
campo foi Adolphe Appia (1862 - 1928), considerado desenhista de luz por criar
efeitos e aproveitar os contrastes entre luz e sombra além de utilizar-se das
possibilidades da tridimensionalidade dos corpos dos atores e cenários. Na parte
técnica, foi notável o aperfeiçoamento de série de equipamentos como a
resistência de água e sal que, embora rudimentar, trouxe mais precisão ao
controle de luz. Outras inovações foram a criação das primeiras unidades de
13
medidas como o fotocandle, lux e lúmen. A partir de 1900, os primeiros refletores
propriamente ditos começavam a ser aperfeiçoados e, com isso, houve uma
melhoria no direcionamento e na focagem da iluminação.

FONTE: Site Feirenses – Grupo de Teatro

O uso da luz do ponto de vista do design ganhou espaço no meio artístico.


Sua utilização expandiu-se e tomou notoriedade, inclusive quando aplicada à
arquitetura e ao urbanismo. Este novo mercado se apropriou da expressão
“iluminação cênica” a partir do momento em que percebeu que a luz, além de
iluminar uma obra, pode esculpir, sublinhar, ressaltar os contrastes e imprimir
emoção em objetos estáticos dando-lhe novos significados.
Então, o que é a iluminação cênica? É uma iluminação direcionada que
pode destacar, desenhar, sublinhar pessoas, lugares ou objetos. Ela pode,
inclusive, transformar o ambiente em cenário, fortalecendo a narrativa de
espetáculos, eventos, shows musicais e etc. A iluminação cênica é o sistema de
luzes que desempenha, no palco ou fora dele, diversas funções de efeito
artístico. São instrumentos luminosos usados não apenas no teatro, mas em
espetáculos diversos.

FONTE: Site Feirenses – Grupo de Teatro

14
5. FUNCIONAMENTO DAS CORES

Ao falar de cor, na verdade estamos falando de luz, pois sem a luz não
haveria a possibilidade de existir o que conhecemos por “cores”. As cores são
formadas pelos elementos naturais ou sintéticos. Esses elementos/pigmentos
em contato com as cores-luz vão absorver determinadas faixas de onda
cromática e refletir outras, que serão captadas pelo olho humano. Encontramos
na natureza dois sistemas cromáticos: o sistema aditivo e o subtrativo.

Sistema Aditivo
O sistema aditivo é formado
pelas três cores primárias
da luz, azul-violeta, verde e
vermelho, oriundas da luz
branca solar, a fonte natural
de luz. Chama-se aditivo
pois a adição das três cores
primárias resultam na luz
branca.
Quando misturamos
essas cores entre si,
temos os seguintes
resultados:
Vermelho + Azul = Magenta;
Verde + Vermelho = Amarelo;
Azul+ Verde = Ciano.

FONTE: Site Toda Matéria – Cores Primárias

15
Sistema Subtrativo
O sistema subtrativo leva esse
nome tendo em vista que a
mistura de suas cores primárias
tende ao preto, ou seja,
ausência de luz. A mistura entre
as cores primárias do sistema
subtrativo são o ciano, o
magenta e o amarelo.
Resultam no seguinte:
Amarelo + Magenta = Vermelho;
Ciano + Amarelo = Verde;
Ciano + Magenta = Azul.

FONTE: Site Toda Matéria – Cores Primárias

6. EQUIPAMENTOS

O objetivo deste capítulo é fazer você conhecer os equipamentos mais


utilizados na iluminação cênica e os efeitos produzidos por esses aparelhos.
Para a criação de uma boa iluminação, é preciso saber exatamente as
propriedades dos equipamentos que utilizarão para compor as imagens e
formas, bem como a quantidade de luz emitida por eles. Isso é de extrema
importância na criação do desenho de iluminação.

16
Plano-Convexo
Mais comum nos teatros, o famoso PC, ou plano-
convexo, leva esse nome por utilizar uma lente plano-
convexa para fazer com que os raios luminosos tenham
uma incidência focalizada em determinado campo e
produza uma fonte luminosa bastante definida. Sua
utilização é bem variada, pois esse equipamento possui
grande versatilidade. Gerais, banhos, focos com definição (luz dura), focos
indefinidos (luz soft) e backlights (contra-luzes) podem ser criados com esse
"pincel". Para a criação de luz soft, adicionam-se filtros difusores ou silk. Para
desenhos retangulares, utilizam-se barndoors. Outros efeitos podem ser obtidos
com prática e experiência, tais como: sombras projetadas, vitrais projetados,
máscaras, etc.
Os plano-convexos podem ter diferentes potências. Os mais comuns são
os de 500 W, 1000W ou 2000W e utilizam lâmpadas halogêneas.

Scoop
Conhecido como panelão, ele produz iluminação
também soft. Sua luz abrange uma grande área.
Utilizado para preenchimento (filllight), ele é o
antecessor dos modernos set lights.
FONTE DA IMAGEM: Site Star Ind.

Fresnel
O fresnel leva esse nome em virtude da sua lente,
inventada pelo físico francês Augustin Fresnel (1788 -
1827). Como o plano-convexo, o fresnel é um
equipamento cuja luz pode ser considerada "dura".
Porém, devido às características difusoras de sua lente,
o equipamento fornece um detalhamento focal menos
acentuado, diluindo a iluminação do centro à periferia.

17
Muito útil na construção de gerais, contra-luzes, banhos e walls, o fresnel
é o tipo de equipamento essencial dentro dos teatros. Sendo sua luz mais suave,
suas sombras são menos definidas. Encontramos esse tipo de equipamento em
utilização em teatros, estúdios de vídeo, tv e cinema. Suas potências variam
muito e no cinema criam uma iluminação muito apropriada para efeitos de luz do
dia com utilização de lâmpadas hmi de alta potência.
FONTE DA IMAGEM: Site Star Ind.

Par
Leva esse nome porque possui uma lâmpada com
espelho parabólico (Parabolic Alumized Reflector).
Essas lâmpadas são encontradas em variados
ângulos de espelhamento (par 38 '', par 56 '', par 64'').
Seu foco é definido, ovalado e muito brilhante. Os
ângulos de abertura da luz dependem também dos
tipos de bulbos e formato das lentes. É muito utilizado
em teatros e shows. São usados em estúdios apenas quando uma estética
particular exige.

Elipsoidal Lico
Equipamento cujo foco é bem definido
proporcionando luz dura. É utilizado, geralmente,
para projeção e recortes de imagens no fundo dos
estúdios e para efeitos no teatro. Alguns teatros
também os utilizam para gerais de frente. As
projeções são feitas através de gobos de aço, duralumínio ou gobos de vidro
refratário com imagens e efeitos dicróicos. Para abertura focal, o equipamento
possui uma íris mecânica. Para os recortes jogos de facas e projeções, os porta-
gobos, que podem ser unitários e estáticos ou duplos e rotativos e que servem
para criação de efeitos dinâmicos. Existem também máquinas de efeitos para
acoplagem na parte frontal do canhão.

18
Movie Head
Equipamento com controle digital que tanto pode
transferir uma iluminação soft (wash) com focos
definidos, projeções de gobos (lâminas vasadas de
duralumínio para projeção de imagens) e luzes
estroboscópicas. Seu controle é feito através de mesas
com protocolos de comunicação DMX (protocolo de
transferência de dados de mesas digitais para
equipamentos). Utilizados, geralmente, em shows e
programas de televisão ao vivo para efeitos de banho
no palco e, em alguns casos, específicos também em estúdios. São divididos
em categorias de acordo com a sua mecânica: moving heads (cabeças que se
movem) e moving mirror (espelhos que se movem), também conhecidos como
Scans.

LOCO LIGHT
Utiliza lâmpadas par (56 '') e possui as mesmas
características de projeção luminosa dessa família:
luzes duras que podem ser amenizadas com filtros.
Leva esse nome porque os primeiros foram feitos para
utilização de lâmpadas de locomotiva, as conhecidas
locomotion lights.

CICLORAMA
Como o nome já diz, utilizado para projeção de fundos em
cicloramas (painel de fundo de cenários e estúdios que
possuem características semicirculares - fundo infinito) de
palco e estúdios. Iluminação soft de grande abertura
angular.

19
MINI BRUT
Esse equipamento fornece uma grande
quantidade de luz e funciona com jogos de
lâmpadas par (parabólica luminized reflector).
É bastante utilizado em shows para efeitos de
grande impacto, principalmente, sobre o
público. Pode ser utilizado em grandes estúdios
para preenchimentos de grandes áreas.

CANHÃO SEGUIDOR
Utilizado para projeção de focos definidos em
atores e cenários. Muito pouco utilizado em
estúdios, a não ser em programas de televisão
e cinema (efeitos específicos). Encontramos
em diferentes potências. Geralmente, é
manuseado manualmente sobre um tripé de
apoio. Possui sistema de troca e mistura de
cores.

SOFT LIGHT
Como o nome já diz, esse equipamento fornece
uma iluminação soft, ou seja, um banho de luz
bastante homogêneo e, geralmente, atinge uma
área extensa. Ele é indicado para luzes de
preenchimento (fill light), mas pode, também,
funcionar como luminação principal (key light).
Esses equipamentos podem ter variadas
potências e são indicados para preenchimentos
de fundo de cenários (walls).

20
SET LIGHT
Iluminação também soft, porém, com uma definição focal
larga. É de costume utilizar esse equipamento com filtros
de papel vegetal para suavizar os detalhes. Indicados
tanto para key light como para fill light. Geralmente, são
encontrados com lâmpadas de potências variadas: 300
W, 500 W, 1000W. São bastante utilizados também em
gravações de "externas" devido a sua maleabilidade.
FONTE DA IMAGEM: Star Ind.

GELATINAS
O que são as gelatinas?
São filtros de variadas cores para a produção cênica. Existem alguns grupos
desse componente para a iluminação cênica. Confira!

FONTE: Site Mercado Livre – Eletrônicos

• Supergel
A gelatina de mais larga utilização no mundo hoje. Ela abrange
uma variedade de mais de 75 cores e 15 difusores.
• E-Colour
Abrange todo o extenso sistema europeu de filtros de cor para
produção de filme e vídeo.
• Cinegel
Solução precisa na correção de cores em filmes e na produção
televisiva.
• Cal Color
Série de gelatinas para efeitos de iluminação, especialmente
destinadas para calibrar a sensibilidade espectral em filmes
coloridos.

• Cinelux
Gelatina apropriada para cenas de movimento e para televisão,

21
onde utiliza-se uma grande variedade de instalações de
iluminação.

• Filtros Storaro
São dez filtros para efeitos de iluminação, selecionados de acordo
com as especificações do honrado cinegrafista Vittorio Storaro.

• Filtros Dicróicos Permacolor


Filtros de cor em vidro resistente que transmitem somente certos
comprimentos de onda de luz, refletindo o restante do espectro
antes de absorvê-lo.

• Filtros Protetores
Filtros revestidos especialmente para refletir a energia
infravermelha, estendendo a vida útil da cor em refletores
extremamente quentes.

• Espessura
Poliéster: 0,04mm ou 0,07mm, dependendo da cor.
• Limites de Temperatura
Poliéster: Ponto de Fusão 300º C; Ponto de Resistência 125º C.
O Ponto de Resistência é quando a gelatina começa a mostrar
sinais de exaustão e queimadura.

• Durabilidade
A vida útil das gelatinas depende de vários fatores, tais como: cor,
equipamento, lâmpada utilizada, nível de dimmerização e período
de exposição das gelatinas ao calor. Por essas razões, torna-se
impossível estipular um período exato de vida útil para cada
gelatina. Entretanto, alguns conhecimentos básicos e a
experiência poderão auxiliar nessa estimativa.
Gelatinas verdes escuras e azuis escuras, geralmente, queimam
mais rápido porque absorvem o máximo da energia infravermelha.
Absorvendo energia infravermelha extra, a base plástica alcança o
Ponto de Resistência mais rapidamente. Quando for necessário
utilizar gelatinas de cores escuras, tente escolher as que
transmitem altos níveis de "nm" (do mostruário de 700nm).
Gelatinas que transmitem níveis de 700nm ou mais podem também
transmitir elevados níveis de infravermelho, resultando em maior
vida útil.

22
FONTE: Site SEGI Light

7. TIPOS DE PALCO

A caixa cênica ou o teatro, como é comumente chamada, tem algumas


variações físicas e, para cada uma delas, há um nome. Porém, todo e qualquer
lugar é um espaço cênico em potencial – sala de aula, pátio do colégio, ruas,
praças, avenidas, vielas, becos. Enfim, todo e qualquer espaço pode ser palco
ou cenário para todas as formas de fazer arte. Faça o exercício de olhar a rua
por onde passa todos os dias com outro olhar e imagine se ali pudesse acontecer
um espetáculo de dança, teatro, circo e etc. Como seria a luz, como aproveitar
o que ali está?

Teatro de arena – Espaço teatral coberto ou não, com palco abaixo da plateia
que o envolve totalmente: circular, semicircular, quadrado, 3/4 de círculo,
defasado, triangular ou ovalado.

Anfiteatro Dorival Caymmi

FONTE: Site do Parque da Cidade - Salvador

23
Elisabetano – Palco misto que funciona como um espaço fechado retangular
com uma grande ampliação de proscênio (retangular ou circular). O público o
circunda em três lados: retangular, circular ou misto.

Globe Theatre

FONTE: Site Cidade das Artes

Palco italiano – Espaço retangular fechado nos três lados, com uma quarta
parede visível ao público frontal por meio da boca de cena: retangular,
semicircular, ferradura ou misto.

Teatro Castro Alves

FONTE: Site Salvador Meu Carnaval

24
Espaço múltiplo – Espaço coberto que se adapta a diferentes disposições de
palco e público: total, lateral total, central total, lateral parcial, esquina, central
parcial, simultâneos, corredor ou galerias verticais.

Teatro Gregório de Matos

FONTE: Site Salvador Meu Carnaval

Palco circundante – Espaço perimetral circular que envolve o público localizado


no centro e visibilidade completa de 360 graus: palco circundante completo ou
palco semicircundante.

Plantas baixa e corte

FONTE: Site CTAC – Centro Técnico de Artes Cênicas

25
8. ENTENDIMENTO TÉCNICO E FUNCIONALIDADE DOS
EQUIPAMENTOS

8.1 CABINE DE CONTROLE DE ILUMINAÇÃO CÊNICA: LOCALIZAÇÃO E


DIMENSIONAMENTO

A cabine de controle de iluminação cênica deve ficar sempre localizada


frontalmente ao palco e, se possível, próxima à visão da plateia, para que o
iluminador e, posteriormente, os operadores de luz possam ter uma visão similar
à do espectador, tendo, se possível, um acesso interno para o palco,
independente do acesso normal pela plateia. Sua dimensão mínima deverá ser
de 2m por 2m. Caso o armário de dimmers e o PABX (quadro de agrupamento)
forem colocados também na cabine, o que é mais aconselhável devido à sua
proximidade com o operador, devemos pensar numa cabine de, no mínimo, 3m
por 3m. Nesse caso, deverá ser feita uma previsão estrutural para o peso desse
equipamento de no mínimo 300kg. Em grandes teatros, com muitos circuitos
elétricos, esses equipamentos podem chegar a pesar 800kg.

A) Instalação do armário de dimmers

Quando não se trabalhar com PABX, no que diz respeito ao espaço em


que será colocado o armário de dimmers, podem-se estudar espaços mais
próximos dos circuitos elétricos, com o intuito de se economizar fios. Em
qualquer caso, o espaço físico mínimo sempre será de 2m por 2m e deverá ser
projetado sempre próximo ao nível do palco pela necessidade de sua constante
utilização nas montagens de luz e durante os espetáculos.

B) Varas e pontes de luz: Instalação e Acesso

Sabendo-se que tudo no teatro deve ser móvel, as varas de luz também
devem trabalhar com esse conceito. Mas, se resolvermos utilizar pontes fixas
para iluminação frontal, temos que projetar o seu acesso por meio da cabine de
controle de iluminação cênica, com alternativas para acesso pelo fundo do palco.

26
Em qualquer dos casos, a angulação de 45 graus deverá ser observada,
concebida a partir da distância e altura iguais à da emissão do facho de luz do
refletor ao objeto que será iluminado (ver ilustração). A distância entre as varas
ou pontes de luz de um teatro deve variar sempre entre 1,50m (para teatros
pequenos) a 2,50m (para teatros grandes). As varas de luz frontais devem
atender uma ao proscênio e outra à boca de cena. As varas de luz de dentro do
palco devem atender: ciclorama, contra luz de fundo, contra luz do palco, contra
luz do proscênio, frente do palco baixo, fundo do palco alto e especiais
(zenitais...). A primeira vara de dentro do palco deve ser localizada sempre a
40cm da cortina de boca. É importante deixar claro que os espaços centrais das
varas de luz não devem ser obstruídos pelos cabos de sustentação, pois é o
ponto principal para a colocação de refletores.

FONTE: Luz tecnologia e arte

C) Iluminação lateral

Com relação à luz lateral, devemos construir torres de madeira ou perfil


de metalon (conforme desenho) que deverão ser colocadas de 2m em 2m em
cada lado das coxias.

27
8.2 CABINE DE CONTROLE DE ILUMINAÇÃO: EQUIPAMENTOS E
ESPECIFICAÇÕES GERAIS

Com relação à cabine de controle de iluminação no teatro, devemos


observar alguns pontos importantes:

• A chave geral da iluminação cênica deve ser localizada na cabine de


controle e não deve ser acoplada a ela nenhuma outra fonte de
consumo que não seja o equipamento de iluminação cênica. Deve ser
um disjuntor trifásico de 150A por fase ou uma chave trifásica,
blindada, com trava de proteção e fusíveis de 150A / 250V cada;
• A luz da plateia deve ter condição de também ser atenuada por meio
da mesa de luz (dimmers) ou de atenuadores individuais comandados
na cabine de controle de iluminação. A luz de serviço deve ter duas
configurações: uma no meio do palco (aérea), para trabalhos de
montagem, e outra frontal ao palco, para ensaios de espetáculos;
• O apoio para a mesa de luz deve ser uma bancada com espaço
suficiente para comportar também roteiro de iluminação e tomadas de
220V e 110V (para equipamentos especiais);
• A visibilidade do operador de luz deve ser total. Portanto, deve-se
pensar em janela de correr com visor panorâmico. Sua audição é
fundamental. Logo, além de poder ouvir com a janela aberta, é
aconselhável ter um sistema de som monitor para audição com janela
fechada;
28
• A cabine deve ter um espaço suficiente para colocação e operação de
um canhão seguidor;
• A comunicação entre as várias áreas técnicas de um espetáculo deve
ser feita por meio de intercomunicadores (telefones), localizados em
pontos estratégicos;
• Os circuitos elétricos (linhas) devem vir de cada tomada até a cabine,
onde passarão por um painel de proteção individual, através de
disjuntores térmicos de disparo rápido, ou pequenos fusíveis de até
15A, antes de chegarem ao armário de dimmers ou PABX;
• Os fios dos circuitos elétricos devem ter a bitola de pelo menos
2,5mm2 e suas tomadas capacidade mínima 20A de carga cada,
tripolares ou bipolares, de acordo com o sistema de instalação
empregado;
• Com relação à mesa de luz, pensando numa forma muito econômica,
pode-se adquirir uma mesa de apenas 12 canais. Mas, sempre,
deverá ter capacidade mínima de 4000 watts de carga por canal e três
pré-sets. Nesse caso, pode-se fabricar um quadro de interruptores
(pianinho), com o intuito de selecionar maior número de refletores num
mesmo canal;
• Todas as fontes de consumo (luz de serviço, plateia, vigia, avisos
luminosos - "não fume", "saída" - coxias, urdimento, varandas...)
devem ter sua interrupção geral por meio de disjuntores térmicos
localizados na cabine de controle de iluminação. Cada uma dessas
fontes deverá ser interrompida ou acionada por interruptores comuns
ou, se possível, pequenos dimmers industriais.

8.2.1 Luz de emergência

Deve-se levar em consideração a instalação de uma luz de emergência


em todo o teatro ou pelo menos em 2 pontos estratégicos: um na plateia e um
no palco. Essa luz entrará em funcionamento, automaticamente, por meio de
baterias, quando faltar energia elétrica.

29
8.2.2 Circuitos elétricos: Distribuição no Teatro
Com relação à quantidade e à distribuição de circuitos elétricos no projeto
desse teatro hipotético, deve-se levar em conta os três eventos distintos numa
semana e saber que quanto maior o número de pontos de força distribuídos,
tanto maior será a segurança e a economia das companhias de teatro, pois serão
menores as instalações improvisadas, com ligações fora das normas técnicas.
Além disso, tornará mais ágil todo o processo de montagem de um espetáculo.
Finalmente, deve ser lembrado o princípio de utilização de circuitos em número
ímpar para varas de luz, porque é essencial que o centro fique livre para a
montagem de refletores.” (Centro Técnico de Artes Cênicas: CTAC).

8.3 POSICIONAMENTOS DE LUZ

8.3.1 Luz Frontal

Equipamento: 1 Elipsoidal.
Posição: centro da vara 1 (sanca plateia) para iluminar uma pessoa no centro
do proscênio logo à frente da linha da cortina.

Fonte: Luz, tecnologia e arte – Luz no palco

30
8.3.2 Frontal Cruzado

Equipamento: 3 Elipsos.
Posição: vara 1 plateia - 2 cruzados pelas laterais e 1 frontal.

Fonte: Site Luz, tecnologia e arte – Luz no palco

8.3.3 Geral Frontal

A luz frontal consegue tornar visível toda a ação do espaço cênico. Ela
fornece para a cena clareza e destaque panorâmico. Aconselha-se manter a luz
frontal com menos intensidade que o contraluz, para manter a atmosfera ao
fundo e conservar para o espectador todos os contornos importantes. A luz
frontal deve sempre estar acompanhada do contraluz cobrindo a mesma área,
pois assim se conserva a plasticidade tridimensional da imagem.

Fonte: Site Luz, tecnologia e arte – Luz no palco

31
8.3.4 Cruzado Lateral na Altura do Corpo

Essa afinação favorece o desenho tridimensional do corpo.

Fonte: Site Luz, tecnologia e arte – Luz no palco

8.3.5 Contraluz

Esse tipo de luz, cria profundidade no espaço cênico, produzindo um


grande apelo dramático. Outra forma de obter esse efeito é, com a luz rebatida
em um ciclorama ou parede.

Fonte: Site Luz, tecnologia e arte – Luz no palco

32
8.3.6 Luz a Pino

Cria a atmosfera de mistério e contornos contrastantes.

Fonte: Site Luz, tecnologia e arte – Luz no palco

8.3.7 Luz de Chão

Geram sombras grandes, com boa definição.

Fonte: Site Luz, tecnologia e arte – Luz no palco

33
8.3.8 Geral Colorida Com Foco na Pessoa

Fonte: Site Luz, tecnologia e arte – Luz no palco

9. MEDIDAS BÁSICAS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA

Medidas de proteção e segurança são indispensáveis para qualquer


trabalhadora e trabalhador, e isso também se aplica à função de iluminadora
cênica e iluminador cênico. Números alarmantes sobre acidentes e doenças
diretamente relacionadas ao ambiente de trabalho têm contribuído para
conscientizar as empresas sobre a importância de investir na Segurança do
Trabalho. Relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT)
aponta que essas causas são responsáveis pela morte de 5 mil trabalhadores
por dia no mundo. A Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas adotadas
para minimizar os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade de trabalho de funcionárias e funcionários.
Por isso, listaremos algumas medidas simples de procedimentos técnicos
e operacionais que podem evitar acidentes.

34
Aqui estão algumas medidas separadamente

FONTE: Site Conceito Zen – Segurança no Trabalho

• Utilizar fios e cabos compatíveis com a potência previamente


estimada;
• Utilizar carga potencial compatível com o oferecimento disponível
pela rede elétrica;
• Nunca enrolar fios que estejam sob tensão elétrica (criação de
campos magnéticos);
• Trabalhar nas montagens elétricas com disjuntores principais
desligados;
• Nunca deixar a fiação esticada, sob materiais combustíveis:
tecidos, acrílicos, madeiras, papel etc;
• Nunca utilizar fiação sob superfícies molhadas (perigo de choque
elétrico);
• Nunca utilizar fiação corrompida;
• Nunca utilizar plugs e tomadas incompatíveis com a potência
desejada ou de baixa qualidade;
• Sempre utilizar a proteção de disjuntores termo-magnéticos em
linha viva;
• Nunca utilizar equipamentos sem manutenção ou que estejam com
suas estruturas mecânicas e elétricas comprometidas;

35
• Nunca passar fiação de alta tensão sob cadeiras e multidões sem
proteção adequada (válido apenas para espaços abertos - em
ambientes fechados essa prática é proibida);
• Utilizar apenas escadas e plataformas em boas condições;
• Utilizar apenas escadas e plataformas que possuam altura
compatível com os locais de trabalho e manuseio de
equipamentos;
• Na utilização de escadas e plataformas que ofereçam algum tipo
de movimento vertical, trabalhar sempre com equipe de apoio;
• Trabalhar nas escadas sempre frontalmente aos equipamentos
tendo como apoio a própria escada (nunca deixar o corpo solto);
• Na transferência de materiais e equipamentos para cima e para
abaixo das escadas é aconselhada a utilização de roldanas e
cordas de sustentação;
• Trabalhar sempre que possível com cintos de segurança.
• Sempre utilizar extintores de CO2 para combate do fogo de origem
elétrica (perigo de choque elétrico);
• Nunca trabalhar e armazenar substâncias combustíveis e voláteis
no interior dos teatros e casas de espetáculos. Além desses
cuidados, deve-se também saber que equipamentos de iluminação
trabalham com lâmpadas de alta potência e alta temperatura. O
manuseio dos equipamentos no ato da correção de iluminação
deve ser feito utilizando luvas especiais que evitam queimaduras.
Lâmpadas velhas podem explodir, explodindo as lentes sob palco
ou plateia. Os sistemas de sustentação de equipamentos (varas e
ganchos) devem ser compatíveis com os pesos desses
equipamentos. Os racks e caixas de passagem devem sempre
ficar longe e protegidos da assistência. Fios e cabos sobre o palco
devem ser presos com fitas especiais para evitar tropeços de
atores, atrizes, dançarinos, etc. Nas montagens de iluminação é
indicada a presença de dois ou mais técnicos para trabalho
conjunto (programação de racks, operação de mesa, alocação e
correção de equipamentos). Não se deve utilizar filtros coloridos de

36
celofane ou outro material colorido nos equipamentos. Os filtros
jamais devem ficar encostados nas lentes dos equipamentos
(perigo de combustão).

10. ELETRICIDADE BÁSICA

TENSÃO ELÉTRICA

É o trabalho que a energia elétrica exerce sobre as cargas elétricas,


fazendo com que elas se movimentem pelo condutor, o fio. Ela é medida pela
diferença de potência entre dois pontos de um fio que a conduz e é representada
pela letra V, sendo a unidade de VOLT.

FONTE: Site LED STAR

A bateria é uma fonte de energia que tem sua tensão limitada pela
fabricação. A história diz que a primeira foi construída por Alessandro Volta, e o
termo VOLT é em sua homenagem.

FONTE: Site Pinterest

37
COMO MEDIR A TENSÃO?
Existe um medidor capaz e apropriado para isso, basta colocar suas
pontas nos terminais a serem medidos.

FONTE: Site Brasil Escola

CORRENTE ELÉTRICA
Já sabemos que a tensão é a força elétrica sobre a carga elétrica, fazendo
a eletricidade se movimentar por um condutor - no caso, um fio sempre do maior
para o menor potencial. A letra I representa a corrente elétrica, sendo sua
unidade o ampère.

FONTE: Site UNESP

38
11. PROCESSOS DE CRIAÇÃO

Neste capítulo, abordaremos um processo básico para a criação da


iluminação cênica, um modo muito utilizado por profissionais da área e que pode
te ajudar em seu processo criativo.

FONTE: Site Ourolux

Como saber que tipo de desenho de luz é mais adequado para um


espetáculo de dança, teatro, show musical, TV, cinema e afins? Bem, essa
pergunta não tem uma resposta pronta, mas há uma possibilidade para
respondê-la. Profissionais da área costumam dialogar com a idealizadora ou
idealizador do espetáculo, evento e afins, com a intenção de saber do que se
trata a história, conhecer o roteiro e onde se passa a narrativa apresentada,
quais os objetivos esperados por quem idealiza.
Após ter essas questões elucidadas, um próximo passo é assistir a um
ensaio técnico para entender o funcionamento e as necessidades de cada
instante do evento, show, cena e etc. Nesse momento, é interessante que você
tenha em mãos um material básico de trabalho para fazer um esboço –
prancheta, papéis, canetas coloridas, máquinas fotográficas, celular, ou
qualquer outro material que você achar pertinente para seu processo criativo.

39
O esboço pode ser um desenho prévio a ser melhorado ou definitivo. Em
processo criativo não há regra e a relatividade reina absoluta. O que julgamos
mais importante nesses casos é a objetividade dessa etapa do trabalho e do
material colhido. Vale ressaltar a importância do diálogo com outros profissionais
envolvidos no processo, como o profissional responsável por figurino, adereços,
cenário e etc. Esse conjunto de profissionais, assim como você, é responsável
pela criação da identidade visual do produto artístico final. É necessário,
portanto, que estejam afinados, a fim de debater e encontrar soluções para
problemas que possam surgir, e, acredite, eles surgem e são muitos, porém é
justamente nesses instantes que você se percebe ainda mais criativo. Não tenha
medo, acredite em você, nós acreditamos na sua existência e capacidade de
criação.
Bem, você deve estar se perguntando: “Como iluminadora cênica ou
iluminador cênico, o que devo colher e anotar nesse contato inicial?” Preste
atenção nos movimentos das pessoas e dos objetos em cena, bem como na
duração da cena, na área de atuação, nas cores, formas, intenções, ideias
abstratas e tudo mais que parecer ser importante em seu processo criativo. Você
é livre para criar, precisa apenas entender os funcionamentos para usar a seu
favor e isso se aplica em tudo na vida.
Como dissemos anteriormente, é preciso entender os funcionamentos
para depois utilizá-los o seu favor, durante seu processo criativo. Por isso,
listaremos alguns itens úteis para a criação do seu esboço e projeto final.

No espaço a ser realizada a iluminação cênica, peça aos técnicos


responsáveis informações básicas sobre:
• Desenho do palco;
• Posicionamento de varas, torres etc;
• Quantidade e tipos de equipamentos;
• Outros objetos e máquinas de suporte.

Em seguida, quando as ideias começarem a borbulhar em sua cabeça,


coloque-as para fora:
• Desenhe formas das projeções, sombras e efeitos;

40
• Preste bastante atenção nas cores de cenários, figurinos, elementos etc;
• Pense nas cores, matizes, brilhos, que pode estar em cada cena;
• Imagine o clima da cena e o tipo de ambiente;
• Pense nas condições meteorológicas;
• Horários (dia, noite, etc. Isso é importante para a definição de angulação
das projeções);
• Palavras-chave (isso pode ajudar na determinação das cores e do brilho
da cena);
• Metáforas (ideias que surgem por inspiração das imagens);
• Orientações do diretor ou da diretora nos ensaios (para uma melhor
compreensão do todo);
• Opiniões de diferentes profissionais envolvidos no processo de identidade
visual.

Os esboços são ferramentas facilitadoras para sua criação e muitas


outras coisas podem ser adicionadas no decorrer do processo. O importante é
você entender que tudo isso faz parte de um universo vivo, com suas próprias
leis. A partir do entendimento dessas leis, você pode criar e recriar.
É importante ressaltar que existem outras formas de fazer luz cênica,
como em espaços alternativos, utilizando o material que tenha em mãos, como
lanternas, luz de celular, reaproveitamento da luz solar ou de um poste, por
exemplo. A partir de agora, faça um exercício diário, fique atento em tudo a sua
volta – formas da luz, da mais simples como a lâmpada do seu quarto, aos mais
sofisticados equipamentos. Pense sobre como cada um funciona, como cada um
tem sua qualidade e apresentam possibilidades diferentes.

41
FONTE: Site Dicas de som e luz – Blogspot

12. PESQUISA HISTÓRIA

FONTE: Site UFO

Tendo as informações básicas, você adentrará em uma nova etapa do


seu processo criativo. Com a finalidade de dar mais força ao seu trabalho, a
pesquisa histórica deve ser adicionada à sua atividade de criação. Saber em
qual momento histórico, país, cidade e região se passa a história contada pelo
espetáculo teatral, dança, show musical, TV, cinema ou evento, é primordial para
que a luz dialogue e não destoe do todo.
Imaginemos uma cena que se passa no ano de 1964. A cidade é
Salvador, o cenário é o pátio de uma escola pública e em cena temos
42
personagens que são estudantes e líderes de movimentos sociais. Os
personagens dialogam sobre questões que atormentam uma grande parcela da
população, como pobreza, fome e descaso dos governantes. Como será uma
luz que pode fortificar essa cena? Quais eram as cores das luzes utilizadas em
escolas públicas de Salvador nessa época? Como a luz pode ambientar e criar
um estado de tensão para essa cena? Imagine, agora, que esses personagens
são surpreendidos por militares. Eles são atacados, torturados, presos e até
mortos por estarem reunidos tentando criar estratégias para serem vistos pelos
políticos e terem suas necessidades atendidas. Como a luz pode se comportar
nesse momento de virada da cena?

O que será iluminado, evidenciado? Os corpos em embate, em fuga, os


cassetetes dos militares em ação? Que tipo de clima tem essa cena? Como a
luz pode acentuar os movimentos corporais pensados pela coreógrafa ou pelo
coreógrafo? Enfim, essa cena é uma ilustração para o entendimento da
importância da pesquisa histórica no seu processo criativo e para o resultado
final do seu trabalho.

Fonte: Acervo pessoal – Espetáculo Desviante. Foto: Diney Araújo

Temos que levar em consideração que a luz é um elemento de linguagem,


podendo seus matizes (cores) alterar e compor o psicológico da cena. Uma luz
mais amarelada, quente, cria e determina um estado de consciência no público,
sendo indubitavelmente diferente de uma luz azul, fria, que remete a outro

43
estado de consciência psicológica da plateia, além de propiciar um entendimento
dos horários em que a cena acontece.

Em casos de cenas que se passem no interior de prédio, casa, e etc, o


profissional deve se ater às fontes utilizadas na época em que se passa a cena,
e, assim, identificar se a luz é oriunda de tocha, vela, lanterna, luz solar e outras.
Bem como identificar as condições sociais dos personagens, cores e tipos de
figurinos, para saber como a luz se comportará sobre esses elementos,
passando por adereços e cenário. Toda e qualquer informação é de suma
importância para a criação artística da luz.
Suas pesquisas históricas não precisam ficar presas somente ao
equipamento utilizado em determinado momento da história. A literatura, a
pintura e a moda são fortes fontes de pesquisa, sobretudo a pintura, pois os
artistas estão sempre atentos ao seu tempo, à luminosidade, aos
comportamentos e às texturas de sua época.

A arte é lugar do não limite, é lugar da imaginação tomar cores e formas.


Por isso, esperamos que você aproveite todo o conteúdo aprendido ao longo
deste curso para dar asas à sua imaginação! Coloque-a para fora a partir da luz,
comunique-se com o mundo ao seu redor, nos mostre sua forma de ver o mundo
por meio de sua arte.

FONTE: Site Salvador da Bahia

44
A partir de agora, faça um exercício diário e
ininterrupto: olhe duas vezes a mesma imagem,
observe como a luz se comporta nela.
Observe a luz solar, lunar e até as mecânicas,
como postes, faróis de carro, lanternas e etc. Perceba
as intensidades, as cores, as formas que a luz cria, as
sensações, o clima e a temperatura, e tente unir isso ao
seu trabalho de iluminadora cênica e iluminador cênico.

FONTE: Site Designer Paulo Oliveira


Iluminação Cênica X Arquitetura

45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SANTOS, Gláucio Machado; BENEVIDES, Pedro Dultra. Desenho de luz: um


estudo sobre o uso da iluminação no palco. Disponível
em:<https://repositorio.ufba.br/ri/simple-
search?location=%2F&query=luz+c%C3%AAnica&rpp=10&sort_by=score&ord
er=desc>. Acesso em 01 de Abril 2019.

AMADO, Lucas. Iluminação Cênica. Disponível


em:<https://lucasamado.wordpress.com/artigos/> Acesso em 04 de Abril 2019.
BRASIL, escola. O que é a Luz? Disponível
em:<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-a-luz.htm> Acesso
em 02 de Abril 2019.

CENTRO TÉCNICO DE ARTES CÊNICAS: CTAC. Programa Básico de


Iluminação Cênica. Disponível
em:<http://www.ctac.gov.br/sobre/ilumport/todospor.htm> Acesso em: 02 de
Abril 2019.

ESCOLA, Kids. História da Iluminação Pública no Brasil. Disponível


em:<https://escolakids.uol.com.br/historia/historia-da-iluminacao-publica-no-
brasil.htm> Acesso em 04 de Mar 2019.

GRUPO, Escolar. Como se vivia no Brasil antes da Eletricidade?


Disponível em: <https://www.grupoescolar.com/pesquisa/como-se-vivia-no-
brasil-antes-da-eletricidade.html> Acesso em 04 de Abril 2019.

HACKLER, Ewald; TUDELLA, Eduardo Augusto da Silva; DIAS, José da Silva


et tal. Práxis cênica como articulação de visualidade: a luz na gênese do
espetáculo. Disponível
em:<https://repositorio.ufba.br/ri/browse?type=author&value=Dias%2C+Jos%C
3%A9+da+Silva> Acesso em 01de Abril 2019.

PEREZ, Valmir. Dicas de Iluminação Cênica. Disponível


em:<https://www.iar.unicamp.br/lab/luz/todasasdicas.pdf> Acesso em 05 de
Mar 2019.

46
TURBIANI. Francisco Moreira. Uso de Equipamentos luminosos Não
Teatrais na Iluminação Cênica Contemporânea em São Paulo. Disponível
em:<http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/webform/projetos/bolsistas/FMT.p
df>. Acesso em 03 de Abril 2019.

VALMIR, Perez. Dicas de Iluminação Cênica. Disponível


em:<https://www.iar.unicamp.br/lab/luz/todasasdicas.pdf >. Acesso em 02 de
Abril 2019.

47

Você também pode gostar