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 Quando a teoria da flexão foi

apresentada, falou-se apenas sobre


vigas que apresentaram somente
C
flexão em torno dos eixos z ou y .

 Nas condições da figura ilustrada, sendo o


eixo vertical (y) de simetria, os eixos y e z
são principais e centrais da seção
transversal.
 Eixos principais são aqueles para os quais os momentos de inércia são máximo e
mínimo. E se diz “centrais” quando têm a origem no centro de gravidade (centroide) da
seção transversal.
 No caso ilustrado nas figuras, as tensões normais de flexão são diretamente
proporcionais à distância (y) da fibra considerada ao eixo neutro, podendo utilizar a fórmula
da Flexão Normal Simples.
6-1
 Mas têm casos que além da flexão em relação ao eixo z, há flexão em torno do eixo y e há
força normal na seção transversal.
 Por exemplo, quando se têm cargas transversais Py e Pz , e força normal N , onde
os eixos z e y da seção transversal são principais e centrais.
Py
 Para se determinar a tensão normal causada
por essas forças, a fórmula utilizada N C
Pz
anteriormente, não considera os efeitos das
forças N e Pz.

 Outro caso que não se consegue determinar a tensão normal C


utilizando a fórmula da flexão simples, é quando se trabalha
com eixos que não são principais de inércia da seção
transversal.
 Esse tipo de caso, geralmente, acontece quando se tem

C seções transversais assimétricas e utiliza-se os eixos


que não são principais para determinar a tensão normal.
6-2
Portanto, no intuito de deduzir a equação geral para a teoria da flexão, considera-se, por
exemplo, um elemento de barra de uma estrutura de seção transversal qualquer, onde os
eixos X, Y e Z são centrais (passa pelo centroide).
′ ′


M N N C
M

Após a deformação, tem-se: ′ ∆

 ∆d é o acréscimo de comprimento sofrido no trecho AB (pode ser negativo ou positivo).

 Algebricamente, a variação de ∆d é dada pela equação do plano ′ .

 Assim, supondo-se os eixos centrais situados na seção , tal equação pode ser dada por:
 a1, b1 e c1 são constantes; ∆
6-3
 Da definição da deformação
&
longitudinal ou normal (εx) C


tem-se: !

 Assim, tem-se: ! " " "  a2, b2 e c2 são constantes, pois d é o mesmo para todas
Equação do plano de deformações as fibras. " "
"

 Considerando-se a Lei de Hooke, isto é: #! #$ " " " %

 Finalmente, tem-se: Equação do plano de tensões

 Uma vez que a, b , c e E são constantes, tem-se: # " # " # "

 Agora, considerando-se um elemento diferencial de área, dA, na seção transversal, localizado


a um distância z e y dos eixos centrais Y e Z, respectivamente. &

 Nesse elemento diferencial de área, dA, atua a tensão normal de tração σx, devido o
diferencial de força dF , cuja a expressão geral é dada pela equação do plano de tensões.
6-4
 Como se tem 3 incógnitas (a, b e c) a determinar, utiliza-se as equações de equilíbrio da
seção que envolvem a tensão:

∑Fx ) * + * * $ % &

∑ * + * * $ %

∑ (= ( * + * * $ %
&
C
 Sendo a, b e c constantes pode-se escrever:

) * * * ) .( .
- - -

* * * " . (
- - -

"
( * * * ( .( ( (
- - -
6-5
 Considerando uma primeira simplificação que os eixos Z e Y da seção transversal são
centrais (passam pelo centroide), tem-se: .( . 0
)
) .( . )

. ( ( (
(

( .( ( ( ( ( (

 Substituindo o valor de b na equação de My, tem-se:

( ( ( (
( ( ( ( ( ( (
( ( (

" "
( ( ( (
"
( ( ( ( ( ( ( ( $ ( ( ( %

 Substituindo o valor de c na equação de b, tem-se:


( ( ( ( (
" "
( ( ( (

6-6
 Levando os valores de a, b e c na expressão da tensão normal, tem-se:

) ( ( ( ( ( Fórmula Geral das Tensões


" "
( ( ( ( Normais na Flexão

 Os sinais dos esforços solicitantes N, Mz e My seguem a


convenção adotada, ou seja: 0
0

N
 Força Normal N, tração - positiva;

 Momentos fletores Mz e My são positivos com os seus vetores no sentido positivo dos
eixos Z e Y, respectivamente.

6-7
 Considerando novamente as expressões dos esforços solicitantes, tem-se:

) .( . . ( ( .( ( (

 Considerando uma segunda simplificação, onde os eixos Z e Y da seção transversal além


de centrais (passam pelo centroide Qy = Qz = 0) são principais, tem-se: (Iyz = 0)

) (
) ( (
(

 Levando os valores de a, b e c na expressão da tensão normal, tem-se:

) ( Fórmula das Tensões Normais na


( Flexão para eixos Centrais Principais

6-8
 Os tipos de flexão podem ser considerados como:

 Flexão Normal: é quando a flexão ocorre em torno apenas de um dos eixos centrais
principais.

 Flexão Oblíqua: é quando a flexão ocorre em torno de um eixo inclinado em relação aos
eixos centrais principais (com componentes Mz e My).

 Pode-se dizer ainda que as flexões Normal e Oblíqua se dividem em:

 Flexão Simples: é quando há somente solicitação de flexão (Mz e/ou My) e não há força
Normal (N = 0), atuante.

 Flexão Composta: é quando além da solicitação de flexão (Mz e/ou My), a seção transversal
é solicitada por força Normal (N ≠ 0).

6-9
 Considerando o caso geral de tensões normais na flexão para eixos centrais principais
de inércia, tem-se: ) (
(
) 0 O Eixo Neutro (EN)
A. Flexão Normal Simples (FNS): ( 0 coincide com o eixo
0 12 central principal z.
#) → 0→ 45 0

 yEN e zEN - distância a partir dos eixos z e


y ao eixo neutro (EN), respectivamente.
C 67
) 0 O Eixo Neutro (EN)
(
0 12 coincide com o eixo
(
0 central principal y.
67
#) → 0→ 45 0

6 - 10
) (

712 O Eixo Neutro (EN) é


B. Flexão Normal
)
( 0 constante e paralelo ao
Composta (FNC):
0 12 eixo central principal z.
)
#) → 0→ 45 .

 yEN e zEN - distância a partir dos eixos z e


67
45
y ao eixo neutro (EN), respectivamente.
C
45

712 O Eixo Neutro (EN) é


) (
0 12 constante e paralelo ao
(
67 0 eixo central principal y.

) (
#) → 0→ 45 .
(

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) (

( O Eixo Neutro (EN) é eq.

) 0 de uma reta que passa pela


C. Flexão Oblíqua
(
0 12 origem, sendo inclinada em
Simples (FOS): (
0 12 relação aos eixos centrais
( principais z e y.
#) → 0→ 45 . . → 45 9. 9 tan =
(

FOS FOC

45
45 ?
? C
C

O Eixo Neutro (EN) é eq.


712
D. Flexão Oblíqua ) ( de uma reta que não passa
0 12
Composta (FOC): ( pela origem, sendo inclinada
0 12
em relação aos eixos centrais
( )
#) → 0→ 45 . . . 45 9 > principais z e y.
(

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O elemento com seção transversal circular vazada foi projetado para resistir a
um momento de 40 N.m. Determine a tensão normal máxima absoluta e
Solução:
a tensão no ponto B. Esboce diagrama de tensões na seção.
) ( ( ( ( ( ) 0 ( 0
" "
( ( ( (
40 kNm 50 HH
. X2 YK
B
Flexão Normal Simples (FNS) ( 0 C

P. Q I P. $50 HH%I P. $30 HH%I @ 4.272.566, 01 HHI


@ 30 HH
4 4 4
$40.000 )HH%. $50 HH% 2.000.000 )HH²
JKá 9> 0,47 )/HH" J 0,47 MPa
4.272.566, 01 HH I 4.272.566, 01 HH I Ká >

40.000 )HH . Vista lateral da seção.


0,0094
4.272.566, 01 HHI JU 2, XZ 0[9
50 HH JW $Ká % 0,47MPa
Tensão de tração. JU 2, \ 0[9
30 HH J W
0,28MPa
J 0
0 J 0
JW 2, \ 0[9
30 HH JU $ % 0,28 MPa
JW 2, XZ 0[9
U
50 HH J $Ká % 0,47 MPa Tensão de compressão.
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Resolver os seguintes exercícios do capítulo 6 – Flexão do livro texto
(Resistência dos Materiais, 7a ed. - R. C. Hibbeler):

Flexão Assimétrica

Pág. 222 - Prob. 6.102; 6.104 e 6.105;


Pág. 223 - Prob. 6.108; 6.110;
Pág. 224 - Prob. 6.112;

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