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VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
RESUMO
A violência doméstica, o abuso físico, emocional, psicológico e sexual é uma realidade cruel
em círculos familiares, principalmente entre adolescentes e crianças que são as maiores
vítimas desta realidade, que independe de classe social. Nesse sentido, o presente trabalho tem
como objetivo discorrer sobre a atuação do Conselho Tutelar junto às crianças e adolescentes
adol
vítimas de violência. Como objetivos específicos,
específicos conceituou a violência doméstica e seus
tipos; analisou as ações realizadas e medidas aplicadas pelo Conselho tutela às crianças e
adolescentes em casos de violência; discorreu
discorre sobre a atuação dos Conselheiros Tutelares e
analisou as dificuldades enfrentadas diante dos atendimentos de violência. A metodologia
usada foi pela pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo com realização de entrevistas com
cinco Conselheiros Tutelares,, da cidade de Iturama/MG.
Iturama Ao fim da pesquisa pode-se
pode concluir
que há necessidade de políticas públicas mais efetivas para a real solução das crianças e
adolescentes que estão em estado de abandono por parte de pais, tanto por negligência,
violência ou abandono, buscando garantias
garant de direitos e proteção.
ABSTRACT
Domestic violence, physical, emotional, psychological and sexual abuse is a cruel reality in
family circles, especially among adolescents and children who are the biggest victims of this
reality, which is independent of social class. In this sense, the present
present work aims to discuss
about the role of the Guardianship Council with children and adolescents victims of violence.
As specific objectives, he conceptualized domestic violence and its types; Analyzed the
actions taken and measures implemented by the Council
Council to protect children and adolescents in
cases of violence; Talked about the role of the Guardians Councilors and analyzed the
difficulties faced in dealing with violence. The methodology used was the bibliographical
research and field research with interviews
interviews with five Guardians Councilors, from the city of
Iturama / MG. At the end of the research, it can be concluded that there is a need for more
effective public policies for the real solution of the children and adolescents who are in the
state of abandonment
andonment by parents, either through neglect, violence or abandonment, seeking
guarantees of rights and protection.
1
Graduanda em Direito pela Faculdade Aldete Maria Alves/FAMA, Iturama/MG.
Iturama/MG carolsol20091982@gmail.com
2
Doutor em Ciências Sociais e Jurídicas, com ênfase em Direito Penal, pela Universidad Del Museo Social da
Argentina. Especialista em Direito Penal, Direito Processual Penal e Docência do Ensino Superior pela
Faculdade Integrada de Paranaíba-MS.
MS. Possui graduação em Ciências Sociais e Jurídicas pela Universidade
Camilo Castelo Branco (2006). Bacharel em Teologia pelo Seminário
S Teológico Moriá. Docente e Coordenador
do Curso de Direito - Faculdade Aldete Maria
Mar Alves/FAMA, Iturama/MG. carvalho.eliel@hotmail.com
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Org. Soc., Iturama (MG), v. 6, n. 6, p. 126-137, jul./dez. 2017
DOI: 10.29031/ros.v6i6.306
Keywords: Tutelary Council. Children and adolescents. Domestic violence.
1 INTRODUÇÃO
Aquela que acontece dentro da família, ou seja, nas relações entre os membros da
comunidade familiar, formada por vínculos de parentesco natural (pai, mãe, filha
etc.) ou civil (marido, sogra, padrasto ou outros), por afinidade (por exemplo, o
primo ou tio do marido) ou afetividade (amigo ou amiga que more na mesma casa).
A vítima também se sente violada e traída, já que o agressor promete que nunca mais
vai repetir este tipo de comportamento e termina não cumprindo a promessa.
Nesse contexto, a criança e adolescente são pessoas que se encontram em fase de
desenvolvimento e para que seja um desenvolvimento saudável é necessário que ocorra de
forma equilibrada, com um ambiente familiar propondo condições saudáveis de
desenvolvimento, incluindo estímulos positivos, boa relação familiar, vínculo afetivo e
diálogo.
Para Weiss (2004, p. 23),
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Assim, pode-se dizer que um ambiente familiar hostil e desequilibrado pode afetar
tanto a aprendizagem como também o desenvolvimento físico, mental e emocional.
Os tipos de violência contra crianças e adolescentes podem ser a violência física,
violência sexual, violência psicológica e a negligência.
A violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal, ou ainda ação ou omissão que coloque em risco ou cause danos à integridade
física de uma pessoa. Essa violência, segundo Cavalcanti (2008), consiste em atos de
acometimento físico através de tapas, chutes, golpes, queimaduras, mordeduras,
estrangulamentos, punhaladas, mutilação genital, tortura, assassinato, entre outros.
Já a violência psicológica é a ação ou omissão destinada a degradar ou controlar as
ações, comportamento, crenças e decisões de outra pessoa por meio de intimidação,
manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta
que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento
pessoal.
A violência sexual é a violência que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico
ou a participar de outras relações sexuais com uso da força, intimidação, coerção, chantagem,
suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite à vontade
pessoal.
Considera-se como violência sexual também o fato de o agressor obrigar a vítima a
realizar alguns desses atos com terceiros. Consta ainda do Código Penal Brasileiro que a
violência sexual pode ser caracterizada de forma física, psicológica ou com ameaça, nos
crimes de estupro, atentado violento ao pudor e ato obsceno (BRASIL, 1940).
A negligência caracteriza-se com desleixo, descuido, desatenção, indolência, podendo
ser caracterizada como uma das formas de violência que consistem e não dar à criança aquilo
de que ela necessita, quando isto é fundamental para seu desenvolvimento sadio (ASSIS,
1994).
O Conselho Tutelar sendo um órgão que surgiu juntamente com o Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA) é uma entidade vitalícia que não faz parte do judiciário, e tem como
finalidade fiscalizar as entidades de atendimento e defesa da criança e do adolescente.
Rege-se sob os princípios do cidadão e da exigibilidade pelas vias administrativas ou
jurisdicionais de que as políticas públicas cumpram com o seu dever. Foi criado com a
finalidade de fiscalizar as entidades de atendimento e defesa da criança e do adolescente, um
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órgão autônomo, colegiado, permanente, com participação de profissionais especializados e
com equipe interdisciplinar (MARQUES, 2004).
Compostos de 10 membros eleitos pela comunidade, o Conselho Tutelar atende às
crianças e adolescentes que tiverem direitos ameaçados seja por ação ou omissão da sociedade
ou do Estado, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis ou em razão da sua conduta, atende
e aconselha os pais e responsáveis a aplicar algumas medidas como encaminhamento a cursos
ou programas de orientação e promoção a família e tratamento especializado (ROMANO,
2012).
Para Cury, Silva e Mendez (1996), o novo modelo substituiu a verticalidade
centralizadora pela horizontalidade com fundamentos na descentralização decisória gerencial,
na articulação interinstitucional e na participação popular paritária na tomada de decisões,
coordenação e controle das ações em todos os níveis.
Assim, de acordo com Martins (2004), no campo do atendimento à infância e
adolescência, o ECA substituiu o assistencialismo filantrópico vigente por propostas de
trabalho socioeducativos direcionados à cidadania, criando uma nova estrutura para a política
de defesa e promoção dos direitos da criança e do adolescente baseada na descentralização,
participação popular efetiva e na responsabilização pelo atendimento ausente ou deficiente
prestados pelos entes responsáveis.
Os casos encaminhados para o Conselho Tutelar são de discriminação, exploração,
negligência, opressão, violência, crueldade, tendo como vítima crianças ou adolescentes. O
Conselho Tutelar acompanha o caso, buscando resolver o problema e proporcionando o
direito de poderem exercer suas garantias pela legislação.
No artigo 136 do ECA encontram-se as atribuições do Conselho Tutelar, quais sejam:
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo discorrer sobre a atuação dos Conselheiros
Tutelares no atendimento às crianças e adolescentes. De tal modo, iniciou-se conceituando a
violência e os diversos tipos. Logo após, passou-se a discorrer sobre o Conselho Tutelar, para
adentrar na atuação do mesmo junto às crianças e adolescentes.
Passou-se em seguida a discorrer sobre o tema central do trabalho, as dificuldades
encontradas pelo Conselho Tutelar e as possíveis soluções para melhorar seu atendimento à
sociedade.
Para maior eficácia social é necessário mudança nos pensamentos dos operadores,
com tomada da postura prevista no ECA e observando os seus princípios. As entidades de
atendimento à infância e adolescência, os Conselhos Tutelares, o Ministério Público e o
Judiciário necessitam de pessoas especializadas para o trato dessas questões.
Foi verificado que há necessidade dos Conselheiros Tutelares terem preparo
profissional para exercer de forma efetiva e com eficácia seu trabalho, devendo ter amplo
conhecimento das formas de violência e possibilidades de tratamento.
Diante dos depoimentos fornecidos, foi possível observar que a maioria dos
Conselheiros possui preocupação com as crianças e adolescentes e o efetivo atendimento.
Alguns se sentem decepcionados por não conseguirem alcançar o que gostariam.
Ademais, observou-se que um dos desafios é a falta de formação continuada após o
processo de escolha dos Conselheiros, além da falta de estrutura para o efetivo
funcionamento, como equipamentos para ter controle das denúncias e apoio administrativo.
Ao fim, conclui-se que há necessidade de haver mais políticas públicas efetivas para
a real solução dessas crianças e adolescentes em estado de abandono por parte dos pais, seja
por negligência, por violência, por abandono. Proteger e garantir os direitos das crianças e dos
adolescentes é um dever do Estado, e deve-se cobrar para que seja realizado de forma efetiva
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e eficiente.
REFERÊNCIAS
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dez. 1998.
ASSIS, S. G. Crescer sem violência: um desafio para educadores. Rio de Janeiro: Fio
Cruz/ENSP/Claves, 1994.
ROMANO, Camila Andressa. O Conselho tutelar e a violência nas escolas. 2012. Maringá.
Disponível em:
<http://www.dfe.uem.br/TCC/Trabalhos_2012/CAMILA_ANDRESSA_ROMANO.PDF>.
Acesso em: 28 out. 2016.
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SPOSITO, M. P. A instituição escolar e a violência. Cadernos de Pesquisa, São Paulo:
Fundação Carlos Chagas, n. 104, p. 58-75, 1998.
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