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Máquinas Elétricas

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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – JOÃO MOREIRA


SALLES

MÁQUINAS
ELÉTRICAS

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Curso Técnico de Automação Industrial
Máquinas Elétricas
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Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Elaboração
Rogério Silva Batista

Unidade Operacional
CFP-JMS

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Sumário

LISTA DE FIGURAS......................................................................................................................... 5

LISTA DE TABELAS...................................................................................................................... 11

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................... 12

1. MOTORES ELÉTRICOS............................................................................................................... 1

1.1 HISTÓRICO.................................................................................................................................. 1
1.2 UNIVERSO TECNOLÓGICO DOS MOTORES ELÉTRICOS:.............................................................................. 3
1.3 COMPONENTES DOS MOTORES ELÉTRICOS........................................................................................... 3
1.4 TIPOS DE MOTORES ELÉTRICAS ........................................................................................................ 5
1.5 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES ELÉTRICOS ...................................................................... 7
1.6 PARTICULARIDADES DOS MOTORES ELÉTRICOS .................................................................................. 13
1.7 MOTORES MONOFÁSICOS .............................................................................................................. 19
1.8 MOTOR ASSÍNCRONO DE INDUÇÃO TRIFÁSICO ..................................................................................... 23
1.9 GERADORES E MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA............................................................................... 37
1.10 MOTOR DE PASSO

.................................................................................................................................................... 50

2.TRANSFORMADORES .............................................................................................................. 64

2.1 TRANSFORMADOR MONOFÁSICO....................................................................................................... 64


2.2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO....................................................................................................... 65
2.3 - CORRENTES DE FOUCAULT ......................................................................................................... 70
2.4 - FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR SEM CARGA (Á VAZIO) .............................................................. 71
2.5 - FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR COM CARGA........................................................................... 71
2.6 RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO OU RELAÇÃO DE ESPIRAS ...................................................................... 72
2.7 POTÊNCIA DE PERDAS ................................................................................................................. 73
2.8 RENDIMENTO DO TRANSFORMADOR.................................................................................................. 74
2.9 REGULAÇÃO .............................................................................................................................. 74
2.10 NÚCLEO ................................................................................................................................. 75
2.11 AUTOTRANSFORMADOR .............................................................................................................. 76
2.12 TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC) .......................................................................................... 77
2.13 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL (TP) .......................................................................................... 78
2.14 TRANSFORMADOR DE ISOLAÇÃO ................................................................................................... 79

3.TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS ........................................................................................ 80

3.1 TANQUE ................................................................................................................................... 80

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3.2 RESFRIAMENTO........................................................................................................................... 81
3.3 CONEXÕES DO TRANSFORMADOR TRIFÁSICO....................................................................................... 82

4. PROTEÇÃO E ATERRAMENTO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.......................................... 84

4.1 ATERRAMENTO........................................................................................................................... 84
4.2 LIGAÇÕES À TERRA...................................................................................................................... 84
4.3 ELETRODOS DE ATERRAMENTO........................................................................................................ 84
4.4 CONDUTORES DE ATERRAMENTO..................................................................................................... 86
4.5 CONDUTORES DE PROTEÇÃO - SEÇÕES MÍNIMAS................................................................................. 87
4.6 TIPOS DE CONDUTORES DE PROTEÇÃO.............................................................................................. 89
4.7 ATERRAMENTO POR RAZÕES DE PROTEÇÃO....................................................................................... 89
4.8 ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.......................... 90
4.9 COMPATIBILIDADE COM CONDUTORES PEN DA EDIFICAÇÃO.................................................................... 91

5. COMPONENTES ELÉTRICOS................................................................................................... 95

DISPOSITIVOS DR........................................................................................................................... 95
DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS)................................................................................. 96
FUSÍVEIS DIAZED.............................................................................................................................. 97
FUSÍVEIS NH................................................................................................................................... 97
MINI DISJUNTORES 5SX1.................................................................................................................. 98
BOTÕES DE COMANDO E SINALEIROS- .................................................................................................. 98
RELÉS AUXILIARES............................................................................................................................. 98
RELÉS DE IMPULSO - ........................................................................................................................ 99
RELÉ HORÁRIO............................................................................................................................... 100
MINUTERIAS................................................................................................................................... 100
TRANSFORMADORES DE SEGURANÇA.................................................................................................... 100
TOMADAS INDUSTRIAIS...................................................................................................................... 101
CONTATORES................................................................................................................................. 101
RELÉ TÉRMICO DE SOBRECARGA......................................................................................................... 102
CHAVES SECCIONADORAS.................................................................................................................. 102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................. 103

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Lista de figuras
FIG. 1 – UNIVERSO DOS MOTORES ELÉTRICOS......................................................................... 3

FIG.2 - ROTOR................................................................................................................................. 4

FIG. 3 - ESTATOR............................................................................................................................ 4

FIG.4 – MOTOR SÍNCRONO............................................................................................................ 6

FIG.5 – MOTOR ASSÍNCRONO....................................................................................................... 7

FIG.6 – ELETROÍMÃS EM SÉRIE.................................................................................................... 8

FIG.7 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 8

FIG.8 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 8

FIG.9 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 9

FIG.10 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR.............................................................. 9

FIG.11 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR.............................................................. 9

FIG.12 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 10

FIG.13 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 10

FIG.14 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11

FIG.15 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11

FIG.16 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11

FIG.17 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12

FIG.18 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12

FIG.19 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12

FIG.20 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 13

FIG.21 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 13

FIG.22 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 14

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FIG.23 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 15

FIG.24 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 15

FIG.25 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 16

FIG.26 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 17

FIG.27 – ESQUEMA INTERNO DO MOTOR MONOFÁSICO........................................................ 20

FIG.28 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR MONOFÁSICO.................................. 20

FIG.29 – DEFASAGEM DA CORRENTE NO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 21

FIG.30 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR MONOFÁSICO.................................. 21

FIG.31 – DEFASAGEM DA CORRENTE NO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 21

FIG.32 – CONEXÕES ELÉTRICAS DO MOTOR MONOFÁSICO EM 110V.................................. 22

FIG.33 – CONEXÕES ELÉTRICAS DO MOTOR MONOFÁSICO EM 220V.................................. 22

FIG.34 – MOTOR MONOFÁSICO......................................... 22

FIG.35 – CURVAS CARACTERÍSTICAS DO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 23

FIG.36 – CONJUGADO DO MOTOR.............................................................................................. 24

FIG.37 – LIGAÇÃO INTERNA DO MOTOR TRIFÁSICO............................................................... 25

FIG.38 – LIGAÇÃO INTERNA DO MOTOR TRIFÁSICO .............................................................. 25

FIG.39 – PRINCÍPIO DE ROTAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO..................................................... 26

FIG.40 – PRINCÍPIO DE ROTAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO..................................................... 27

FIG.41 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO................................................................................ 28

FIG.42 – LIGAÇÃO ESTRELA DO MOTOR TRIFÁSICO............................................................... 29

FIG.43 – LIGAÇÃO TRIÂNGULO DO MOTOR TRIFÁSICO.......................................................... 29

FIG.44 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO DE SEIS TERMINAIS............................................. 29

FIG.45 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO DE DOZE TERMINAIS........................................... 30

FIG.46– POTÊNCIAS EXISTENTES NO MOTOR.......................................................................... 35

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FIG.47 – CURVAS CARACTERÍSTICAS DO MOTOR TRIFÁSICO.............................................. 37

FIG.48 – MOTOR CC...................................................................................................................... 38

FIG.49 – ROTOR DO MOTOR CC.................................................................................................. 38

FIG.50 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR CC...................................................... 38

FIG.51 – MOTOR CC COM EXCITAÇÃO


INDEPENDENTE............................................................................................................................ 39

FIG.52 – GERADOR CC SÉRIE..................................................................................................... 40

FIG.53 – GERADOR CC PARALELO...... 41

FIG.54– GERADOR CC MISTO...................................................................................................... 42

FIG.55 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR CC...................................................... 42

FIG.56 – MOVIMENTO GIRANTE EM MOTORES CC................................................................... 43

FIG.57 – FEM INDUZIDA EM MOTOR CC... 43

FIG.58 – MOTOR CC SÉRIE...... 44

FIG.59 – MOTOR CC PARALELO.................... 45

................................................................................................. 45

FIG.60 – MOTOR CC MISTO..........45

FIG.61 – COMUTAÇÃO DO MOTOR CC....................................................................................... 46

FIG.62– INDUZIDO DO MOTOR CC...... 47

FIG.63– CAMPO MAGNÉTICO NO INDUZIDO....47

FIG.64–CAMPO MAGNÉTICO DO ESTATOR............................................................................... 48

FIG.65 – CONEXÕES DO MOTOR CC........................................................................................... 49

FIG.66 – ROTOR E ESTATOR DE UM MOTOR DE PASSO......................................................... 51

FIG.67 – MOTOR DE PASSO UNIPOLAR..................................................................................... 53

FIG.68 – MOTOR DE PASSO BIPOLAR........................................................................................ 53

FIG.69 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DE UM MOTOR DE PASSO............................................... 54

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FIG. 71 - MOTOR BIPOLAR COM MEIO PASSO.......................................................................... 54

FIG. 72 - MOTOR UNIPOLAR COM PASSO INTEIRO.................................................................. 54

FIG. 73 - MOTOR UNIPOLAR COM MEIO PASSO....................................................................... 55

FIG. 74 – MICRO-MOTOR DE PASSO........................................................................................... 57

FIG.75 – SCANNER ÓPTICO......................................................................................................... 57

FIG.76 – TELESCÓPIO CONTROLADO POR MOTOR DE PASSO.............................................. 58

FIG.77– CONTROLE DO MOTOR DE PASSO.............................................................................. 59

FIG.78 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 60

FIG.79 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 60

FIG.80 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 61

FIG.81 – SERVO MOTOR............................................................................................................... 62

FIG.82 – SERVO MOTOR............................................................................................................... 63

FIG.83 – DIAGRAMA DE TEMPO DO CONTROLE DO SERVO MOTOR..................................... 64

FIG.84 – CONTROLE DO SERVO MOTOR UTILIZANDO CONTROLADOR PIC......................... 64

FIG. 85 – TRANSFORMADOR DE PEQUENO PORTE................................................................. 65

FIG. 86 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR....................................... 65

FIG. 87 – RELAÇÃO FLUXO MAGNÉTICO X CORRENTE ELÉTRICA........................................ 66

.................................................................................................................................... 66

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FIG. 88 – CAMPO MAGNÉTICO NUM


CONDUTOR.................................................................................................................................... 66

FIG. 89 – CRIAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO NO SECUNDÁRIO............................................. 66

FIG. 90 – CRIAÇÃO DE CAMPO MAGNÉTICO NO


SECUNDÁRIO................................................................................................................................ 67

FIG. 91 – CIRCUITO MAGNÉTICO DE UM


TRANSFORMADOR....................................................................................................................... 68

FIG. 92 – SIMBOLOGIA DO TRANSFORMADOR......................................................................... 68

FIG. 93 – LEI DE LENZ................................................................................................................... 69

FIG. 94 – PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO DO


TRANSFORMADOR....................................................................................................................... 69

FIG. 95 – NÚCLEO TIPO E............................................................................................................. 70

FIG. 96 – PRINCÍPIO DAS CORRENTE PARASITAS................................................................... 70

FIG. 97 – TRANSFORMADOR À VAZIO........................................................................................ 71

FIG. 98 – TRANSFORMADOR COM CARGA................................................................................ 71

FIG. 99– LEI DE LENZ..................72

FIG. 100 – POTÊNCIA DAS PERDAS NO TRANSFORMADOR................................................... 73

FIG. 101 – PERDAS NO TRANSFORMADOR............................................................................... 74

FIG. 102 – FORMATO DE NÚCEOS.............................................................................................. 75

FIG. 103 – NÚCLEO TIPO SHELL E CORE................................................................................... 76

FIG. 104 – CONVERSÃO DE TRANSFORMADOR EM AUTO-TRANSFORMADOR................... 77

FIG. 105– TRANSFORMADOR DE PEQUENO PORTE................................................................ 77

FIG. 106 – TC.................................................................................................................................. 77

FIG. 107 – CONEXÕES DO TC...................................................................................................... 78

FIG. 108 – TRANSFORMADOR DE POTENCIAL.......................................................................... 78

FIG. 109 – TRANSFORMADOR ISOLAÇÃO................................................................................. 79

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FIG. 110 – TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO..................................................................... 80

FIG. 111 – TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO - DESENHO................................................ 81

FIG. 112 – SISTEMA DE RESFRIAMENTO DO TRANSFORMADOR........................................... 81

FIG. 113 – DIAGRAMA ESTRELA................................................................................................. 82

FIG. 114– DIAGRAMA TRIÂNGULO.............................................................................................. 82

FIG. 115– DIAGRAMA ZIGUE-ZAGUE.......................................................................................... 83

FIG. 116– DIAGRAMA ZIGUE-ZAGUE.......................................................................................... 83

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Lista de tabelas
TAB.1 – CONVERSÃO DE POTÊNCIAS....................................................................................... 28

TAB.2 – GRAU DE PROTEÇÃO IP................................................................................................ 32

TAB.3 – CLASSE DE ISOLAÇÃO DOS MOTORES...................................................................... 33

TAB.4 -VELOCIDADE NOMINAL DE MOTORES.......................................................................... 34

TAB.5 – CÓDIGOS PARA PLACA DE LIGAÇÕES DO MOTOR CC............................................. 48

TAB.6 – QUADRO COMPARATIVO ENTRE OS MOTORES SÉRIE, PARALELO E MISTO....... 49

TAB. 7 – ELETRODO DE ATERRAMENTO................................................................................... 86

TAB. 8 – PROTEÇÃO DO CONDUTOR DE ATERRAMENTO...................................................... 86

TAB.9 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO PROVIDOS DE ISOLAÇÃO


NÃO INCORPORADOS EM CABOS MULTIPOLARES OU CONDUTORES DE PROTEÇÃO NUS
EM CONTATO COM A COBERTURA DE CABOS........................................................................ 87

TAB.10 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO QUE SEJAM VEIA DE


CABOS MULTIPOLARES.............................................................................................................. 88

TAB.11 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO QUE SEJAM CAPA OU


ARMAÇÃO DE CABO.................................................................................................................... 88

TAB.12 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO NUS ONDE NÃO HAJA


RISCO DE DANO EM QUALQUER MATERIAL VIZINHO PELAS TEMPERATURAS INDICADAS
........................................................................................................................................................ 88

TAB.13 - SEÇÃO MÍNIMA DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO....................................................... 89

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Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento. “
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e


,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo
produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos
técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e
consciência da necessidade de educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e


laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia

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1. Motores Elétricos
1.1 Histórico
O ano de 1866 pode ser considerado, em termos práticos, como o ano de
nascimento da máquina elétrica, pois foi nesta data que o cientista alemão Wemer
Siemens inventou o primeiro gerador de corrente contínua auto-induzido.
Entretanto, deve-se mencionar que esta máquina elétrica, que revolucionou o
mundo em poucos anos, foi o último estágio de um processo de estudos,
pesquisas e invenções de muitos outros cientistas, durante quase três séculos.
Em 1600 o cientista inglês William Gilbert publicou, em Londres, a obra intitulada
"De Magnete", descrevendo a força de atração magnética. O fenômeno da
eletricidade estática já havia sido observado pelo grego Tales, em 641 AC, ele
verificou que ao atritar uma peça de ârnbar com pano esta adquiria a propriedade
de atrair corpos leves, como pêlos, penas, cinzas, ete.

A primeira máquina eletrostática foi construída em 1663, pelo alemão Otto


Guericke, e aperfeiçoada em 1775 pelo suíço Martin Planta.
O físico dinamarquês Hans Christian Oersted, ao fazer experiências com
correntes elétricas, verificou ao acaso, em 1820, que a agulha magnética de uma
bússola era desviada de sua posição norte-sul quando esta passava perto de um
condutor no qual circulava corrente elétrica. Esta observação permitiu a Oersted
reconhecer a íntima relação entre magnetismo e eletricidade, dando assim o
primeiro passo em direção ao desenvolvimento do motor elétrico.
O sapateiro inglês Williarn Sturgeon - que, paralelamente à sua profissão,
estudava eletricidade nas horas de folga - baseando-se na descoberta de Oersted
constatou, em 1825, que um núcleo de ferro envolto por um fio condutor elétrico
transformava-se em imã quando se aplicava uma corrente elétrica, observando
também que a força do ímã cessava tão logo a corrente fosse interrompida.
Estava inventando o eletroímã, que seria de fundamental importância na
construção de máquinas elétricas girantes.
Mas as experiências com o magnetismo e a eletricidade não cessaram. Em 1832,
o cientista italiano S. Dal Negro construiu a primeira máquina de corrente
alternada com movimento de vaivém. Já no ano de 1833 o inglês W. Ritchie
inventou o comutador, construindo um pequeno motor elétrico onde o núcleo de
ferro enrolado girava em torno de um imã permanente. Para dar uma rotação
completa, a polaridade do eletroímã era alternada a cada meia volta através do
comutador. A inversão da polaridade também foi demonstrada pelo mecânico
parisiense H. Pixii ao construir um gerador com um imã em forma de ferradura
que girava diante de duas bobinas fixas com um núcleo de ferro. A corrente
alternada era transformada em corrente contínua pulsante através de um
comutador.

Grande sucesso obteve o motor elétrico desenvolvido pelo arquiteto e professor


de física Moritz Herrnann Von Jacobi - que, em 1838, aplicou-o a uma lancha.
Somente em 1866 Siemens construiu um gerador sem a utilização de imã
permanente, provando que a tensão necessária para o magnetismo podia ser
retirada do próprio enrolamento do rotor, isto é, que a máquina podia auto-excitar-
se. O primeiro dínamo de Werner Siemens possuía uma potência de
aproximadamente 30 watts e uma rotação de 1200rpm. A máquina de Siemens
não funcionava somente como gerador de eletricidade. Podia também operar
como motor, desde que se aplicasse aos seus bornes uma corrente contínua.
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Em 1879, a firma Siemens & Halske apresentou, na feira industrial de Berlim, a


primeira locomotiva elétrica, com uma potência de 2kW. A nova máquina de
corrente contínua apresentava vantagens em relação à máquina a vapor, à roda
d'água e à força animal. Entretanto, o alto custo de fabricação e sua
vulnerabilidade em serviço (por causa do comutador) marearam-na de tal modo
que muitos cientistas dirigiram suas atenções para o desenvolvimento de um
motor elétrico mais barato, mais robusto e de menor custo de manutenção.
* Entre os pesquisadores preocupados com esta idéia destacam-se o iugoslavo
Nicola Tesla, o italiano Galileu Ferraris e o russo Michael Von Dolivo
Dobrowolsky. Os esforços não se restringiram somente ao aperfeiçoamento do
motor de corrente contínua, mas também se cogitou de sistemas de corrente
alternada, cujas vantagens já eram conhecidas desde 188 1.

Em 1885, o engenheiro eletricista Galileu Ferraris construiu um motor de corrente


alternada de duas fases. Ferraris, apesar de ter inventado o motor de campo
girante, concluiu erroneamente que motores construídos segundo este princípio
poderiam, no máximo, obter um rendimento de 50% em relação à potência
consumida. E Tesla apresentou, em 1887, um pequeno protótipo de motor de
indução bifásico com rotor em curto-circuito. Também este motor apresentou
rendimento insatisfatório, mas impressionou de tal modo a firma norte-americana
Westinghouse, que esta lhe pagou um milhão de dólares pelo privilégio da
patente, além de se comprometer ao pagamento de um dólar para cada HP que
viesse a produzir no futuro. O baixo rendimento deste motor inviabilizou
economicamente sua produção e três anos mais tarde as pesquisas foram
abandonadas.

Foi o engenheiro eletricista Dobrowolsky, da firma AEG, de Berlim, que,


persistindo na pesquisa do motor de corrente alternada entrou, em 1889, com o
pedido de patente de um motor trifásico com rotor de gaiola. O motor apresentado
tinha uma potência de 80 watts, um rendimento aproximado de 80% em relação à
potência consumida e um excelente conjugado de partida. As vantagens do motor
com rotor de gaiola em relação ao de corrente contínua eram mercantes:
construção mais simples, silencioso, menor manutenção e alta segurança em
operação. Dobrowolsky desenvolveu, em 1891, a primeira fabricação em série de
motores assíncronos, nas potências de 0,4 a 7,5kW.

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1.2 Universo tecnológico dos motores elétricos:

Fig. 1 – Universo dos motores elétricos

1.3 Componentes dos motores elétricos


1.3.1 Rotor
É a parte giratória do motor elétrico. Os rotores são classificados em:

• Rotor bobinado
com anéis coletores
com comutadores
• Rotor em curto-circuito ou gaiola de esquilo

O rotor em curto-circuito é também conhecido como gaiola de esquilo devido à


sua semelhança com as gaiolas utilizadas nos Estados Unidos e Canadá para
prender esquilos. É constituído de um conjunto de chapas de ferro-silício isoladas

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umas das outras. A superfície desse conjunto pode ser ranhurada no sentido
longitudinal, para permitir a colocação de barras condutores de alumínio ou cobre,
ou pode também o conjunto ser furado e, nesses furos, serem colocadas as
barras condutoras.

Nos extremos do conjunto de chapas, são fundidos dois anéis que provocam o
curto-circuito entre as barras colocadas nas ranhuras ou nos furos.

Fig.2 - Rotor
1.3.2- Estator

É parte fixa do motor e não gira durante o seu funcionamento, nele ficam
alojadas as bobinas de campo. O estator é responsável pela criação de um
campo magnético que influencia o motor. É constituído de um conjunto de chapas
de ferro-silício contendo ranhuras longitudinais. O número de ranhuras varia de
acordo com a rotação do motor, potência e tipo de bobinado.

Fig. 3 - Estator

Observação: Utilizam-se chapas de ferro silício por ser o silício um excelente


condutor magnético e isolante elétrico. Nessas condições, o conjunto de chapas
de ferro silício transforma-se em um núcleo magnético. As chapas finas, isoladas
eletricamente e prensadas umas às outras, reduzem as correntes parasitas,
diminuindo os efeitos térmicos provocados pelas correntes de Foucault.

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1.4 Tipos de motores elétricas

Os motores elétricos podem ser de corrente alternada (CA) e de corrente contínua


(CC).

Os motores mais utilizados são os de corrente alternada, devido ao seu reduzido


custo de fabricação e manutenção, além da facilidade de alimentação, uma vez
que a energia comercial é gerada em CA.

Os motores de corrente alternada são de dois tipos: síncrono e assíncrono.


1.4.1 Motores síncronos
Funcionam com velocidade invariável. É denominado síncrono devido à
velocidade do campo magnético girante ser igual à velocidade do rotor. Dentre os
motores de CA, o síncrono é o de mais alto custo. Portanto, seu uso é restrito a
trabalhos específicos, tais como:
• correção do fator de potência em circuitos industriais
• movimentação de máquinas que exigem velocidade constante.

Os motores síncronos apresentam as seguintes vantagens:


• Correção do fator de potência, além de fornecer torques à carga que eles
acionam
• Têm rendimento maior que os similares de indução assíncrona;
• os rotores, com suas massas polares, permitem o uso de maiores
entreferros do que os rotores tipo gaiola de esquilo usados nos motores de
indução, requerendo menor tolerância nos mancais e permitindo maior
utilização dos mesmos;
• Podem ser mais baratos para a mesma potência, velocidade e tensão
nominal.

Apresentam as seguintes desvantagens:


• Necessidade de excitação na partida
• Sistema complexo de acionamento e controle
• Alto custo de fabricação

Características dos Motores síncronos:

Como os motores de indução, os motores síncronos possuem enrolamentos no


estator que produzem o campo magnético girante, mas, o circuito do rotor de um
motor síncrono é excitado por uma fonte de corrente contínua proveniente de uma
excitatriz, que é um pequeno gerador de corrente contínua. A Figura seguinte
mostra o desenho da estrutura básica de um motor síncrono.

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Fig.4 – Motor síncrono

O motor síncrono não tem partida própria, necessitando, portanto, que o rotor seja
arrastado até a velocidade síncrona por um meio auxiliar. Existem motores em
que a partida é dada por condutores em gaiola embutidos na face dos pólos do
rotor. Inicia-se a partida como motor de indução e no momento certo excita-se os
pólos do rotor e o motor entra em sincronismo.
1.4.2 Motor Assíncrono
A partir do momento que os enrolamentos localizados nas cavas do estator são
sujeitos a uma corrente alternada, gera-se um campo magnético no estator,
consequentemente, no rotor surge uma força eletromotriz induzida devido ao fluxo
magnético variável que atravessa o rotor. A f.e.m. induzida dá origem a uma
corrente induzida no rotor que tende a opor-se à causa que lhe deu origem,
criando assim um movimento giratório no rotor.
Como podemos constatar o princípio de funcionamento do motor de indução
baseia-se em duas leis do eletromagnetismo, a Lei de Lenz e a Lei de Faraday
Lei de Faraday: "Sempre que através da superfície abraçada por um circuito tiver
lugar uma variação de fluxo, gera-se nesse circuito uma força eletromotriz
induzida. Se o circuito é fechado será percorrido por uma corrente induzida".

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Lei de Lenz: "O sentido da corrente induzida é tal que esta pelas suas ações
magnéticas tende sempre a opor-se à causa que lhe deu origem".

Fig.5 – motor assíncrono

Os motores assíncronos de corrente alternada são compostos basicamente de


uma parte estática (estator) e uma parte móvel (induzido ou rotor). Se dividem em
dois grandes grupos:
Motores monofásicos e motores trifásicos.
1.5 Princípio de funcionamento dos motores elétricos
Quanto ao funcionamento do motor, inicialmente, pode-se afirmar que se
trata de uma máquina elétrica na qual a energia elétrica aplicada é
transformada em energia mecânica.
Através do detalhamento à seguir, será explicado o processo dessa
transformação.
Supõe-se, inicialmente, que haja dois eletroímãs cujas bobinas estão ligadas,
como ilustra a figura, e que estejam sendo alimentada por corrente alternada.

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Fig.6 – Eletroímãs em série

É preciso lembrar-se de que, no momento em que a corrente elétrica circular no


sentido indicado, a polaridade dos eletroímãs apresentar-se-á da seguinte forma:

Fig.7 – Princípio de funcionamento do motor

No momento em que a corrente elétrica tiver o seu sentido invertido, a


polaridade dos eletroímãs também será invertida.

Fig.8 – Princípio de funcionamento do motor

Supõe-se agora, que haja uma espira de fio de cobre com seu centro demarcado,
que será colocada no centro do campo magnético dos eletroímãs.

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Fig.9 – Princípio de funcionamento do motor

Considerando que a espira ficará fixa pelo seu centro no centro dos eletroímãs e
que terá plena liberdade de girar para a esquerda ou para a direita, supõe-se que,
nesse momento, a polaridade dos eletroímãs apresenta-se assim:

Fig.10 – Princípio de funcionamento do motor

Em seguida, aciona-se a espira, dando-lhe um rápido impulso para a direita, ou


seja, no sentido dos ponteiros do relógio.

Fig.11 – Princípio de funcionamento do motor

A espira continuará girando para a direita enquanto a corrente elétrica circular


pelas bobinas dos eletroímãs.

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Observação: Se o impulso tivesse sido dado para a esquerda, a espira continuaria


girando para a esquerda, pelos mesmos motivos que a fizeram girar para a
direita.
Dessa forma, neste ponto, uma questão pode ser formulada:
Por que a espira fica girando depois de ter sido dado o primeiro impulso?
No momento em que foi dado o impulso na espira, criaram-se condições para
que, quando ela estivesse cruzando as linhas de força do campo magnético dos
eletroímãs, circulasse por ela uma corrente elétrica.
Por sua vez, essa corrente elétrica da espira, deu origem a um campo magnético,
a partir de 00, tomando-se máximo a 900 do campo magnético dos eletroímãs.

Fig.12 – Princípio de funcionamento do motor

Conseqüentemente, uma primeira visão que se pode ter é a baseada na regra:


Pólos magnéticos de nomes iguais se repelem e pólos magnéticos de nomes
diferentes se atraem.

A aplicação dessa regra é observada no seguinte exemplo

Fig.13 – Princípio de funcionamento do motor

Examinando o que acontece com as linhas de força magnética numa situação em


que se têm dois campos magnéticos defasados de 900, observa-se que:
• Na posição inicial, as linhas de força magnética partem do pólo Norte e
seguem diretamente para o pólo Sul dos eletroímãs.

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Fig.14 – princípio de funcionamento do motor


• Com o campo magnético da espira defasado de 900, a situação modifica-
se, surgindo uma outra na qual as linhas de força saem do o Norte do
eletroímã e penetram pelo pólo Sul do campo magnético espira.

Fig.15 – princípio de funcionamento do motor

• Em seguida, saem pelo pólo Norte, também do campo magnético da


espira, entrando finalmente pelo pólo Sul do eletroímã.

Fig.16 – Princípio de funcionamento do motor

Nota-se que, com isso, haverá um desvio no sentido das linhas força magnética.
Portanto, numa situação em que existem dois campos magnéticos defasados de
900 haverá um desvio das linhas de força magnética.

As linhas de força magnética procuram sempre manter a sua trajetória entre o


pólo Norte e o pólo Sul o mais curto possível. Dessa forma, nessa situação, elas
agem como se fossem tiras de elástico sob pressão, ou seja, as linhas de força
magnética forçam a espira a girar no mesmo sentido para o qual foi impulsionada
inicialmente.

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Fig.17 – Princípio de funcionamento do motor

Com isso, a espira receberá um forte impulso. Como as bobinas dos eletroímãs
estão sendo alimentadas por corrente alternada, à medida que a espira é
impulsionada, estará havendo a variação na corrente que circula pelas bobinas.
Como a espira está girando na velocidade aproximada de variação do campo
magnético, quando ela tiver dado 1/4 de volta, estará havendo também a inversão
do sentido da corrente elétrica pelas bobinas.
Haverá, então, a inversão da polaridade dos eletroímãs, o que acarretará o
surgimento de linhas de força magnética no sentido contrário ao anterior.
Conseqüentemente, com 1/4 de volta, o campo magnético formado pela espira
desaparecerá por completo.

Fig.18 – Princípio de
funcionamento do motor

Porém, à medida que a espira vai girando até completar meia volta, irá surgindo
um novo campo magnético que será máximo a 90" do campo magnético dos
eletroímãs.

Fig.19 – Princípio de funcionamento do motor

Haverá novamente um desvio das linhas de força do campo iagnético dos


eletroímãs, resultando, como no caso anterior, um ovo impulso na espira.

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Fig.20 – Princípio de funcionamento do motor

Logo, recebendo impulsos consecutivos, a espira irá girar indefinidamente


enquanto estiver circulando corrente elétrica pelas bobinas dos eletroímãs.
Essa é, pois, a noção do princípio de funcionamento de um motor elétrico de
corrente alternada.

1.6 Particularidades dos motores elétricos


Os motores elétricos, como já foi visto, apresentam partes que são fixas
(eletroímãs) e urna parte móvel (espira) que tem um movimento de rotação.
Essas partes são chamadas, respectivamente, estator e rotor.
No motor elétrico de CA, uma corrente elétrica é aplicada às bobinas dos
eletroímãs (estatores). Embora não exista ligação elétrica alguma entre essas
bobinas e a espira (rotor) surge, na espira (rotor), uma corrente elétrica induzida
que, por sua vez, cria um campo magnético induzido responsável pelo movimento
do rotor. Por essa razão, esses motores são chamados motores de corrente
alternada do tipo indução.

Fig.21 – Princípio de funcionamento do motor de indução

Conforme também foi estudado anteriormente, o campo magnético do estator


estará variando, isto é, acompanhando as variações da corrente alternada.

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Fig.22 – Princípio de funcionamento do motor de indução

Portanto, se a corrente alternada utilizada apresenta uma freqüência de 6OHz


(cicios/seg), e sabendo-se que em cada Hz haverá duas inversões do sentido de
circulação da corrente elétrica, deduz-se que, a cada Hz, haverá também duas
variações do campo magnético do estator, ou seja:

CA de 6OHz (60 ciclos/seg)

Em cada segundo, 120 inversões do sentido de circulação da CA.

Portanto,

Em cada segundo, 120 inversões do campo magnético do estator.

Então, pode-se afirmar que, neste caso, a velocidade de variação dos campos
magnéticas no estator é correspondente a 120 vezes por segundo.

Também de acordo com o que já foi estudado, quando se coloca no centro do


estator um rotor (espira) e dá-se um impulso para a direita ou para a esquerda, o
rotor passa a girar acompanhando a velocidade de variação do campo magnético
do estator.

A variação do campo magnético do estator é tão rápida que pode-se imaginar que
o campo magnético praticamente descreve um movimento de rotação para a
esquerda ou para a direita a uma velocidade de 60 rotações por segundo. Nessa
rotação, o campo magnético arrasta consigo o rotor.

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Fig.23 – Princípio de funcionamento do motor de indução

A velocidade do campo magnético do estator pode ser chamada de velocidade de


sincronismo ou velocidade síncrona (ns), e pode ser calculada através da
seguinte fórmula:

Onde:
ns = velocidade síncrona em rpm - 120 = constante
f = freqüência da rede elétrica
P = número de pólos do motor

Por exemplo, num motor alimentado com uma tensão elétrica de 6OHz, tendo
dois pólos magnéticos, qual será o número de rpm desse motor?

Solução:
Calcula-se a velocidade do campo magnético girante:

Para facilitar o estudo deste conteúdo, foi dito, até aqui, que o rotor acompanha a
velocidade de rotação do campo magnético do estator, ou seja, se o campo
magnético do estator está a uma velocidade de rotação de 60 vezes por segundo,
o rotor estará girando a uma velocidade de 60 voltas por segundo. Porém, esta
não é a realidade porque, para que o rotor gire, é necessário que ocorra nele uma
indução. Essa indução, por sua vez, provocará o aparecimento de um campo
magnético defasado do campo magnético do estator.

Fig.24 – Princípio de funcionamento do motor de indução

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E, para que haja indução no rotor, sua velocidade de rotação não pode ser igual à
velocidade de rotação do campo magnético do estator. Se o rotor acompanhar a
velocidade de rotação do campo magnético do estator, deixará de haver nele a
indução de corrente. Sem indução (e sem campo magnético defasado), o rotor
perde velocidade. Girando a uma velocidade um pouco menor, o rotor terá
novamente corrente induzida e campo magnético defasado.

Consequentemente:

O rotor sempre gira em velocidade um pouco menor que a velocidade de


rotação do campo magnético do estator.

Essa diferença entre a velocidade de rotação do campo magnético do estator e a


velocidade de rotação do rotor é chamada deslize ou escorregamento (S) e pode
ser calculada assim:

onde:

S = escorregamento
ns = velocidade síncrona
nr = velocidade do rotor

Fig.25 – Princípio de funcionamento do motor de indução

Por esse motivo, os motores de corrente alternada do tipo indução são chamados
assíncronos.
Daí, conclui-se que:

Motor assíncrono é o motor em que a velocidade do rotor é um pouco menor


que a da velocidade de rotação do campo magnético do estator.

Porém, a velocidade de rotação do rotor dos motores de CA do tipo indução,


assíncronos, mantém-se constante, ou seja, praticamente não apresenta
variação.
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O motor empregado até o momento é elementar, constituído por uma só espira no


rotor, o que o toma impraticável, como poderá ser verificado a seguir.

Fig.26 – Princípio de funcionamento do motor de indução

Observa-se que:

• Os momentos 00, 1800 e 3600 são os momentos em que a espira caminha


no sentido longitudinal em relação às linhas de força do campo magnético.
Assim, a espira não corta as linhas de força do campo magnético, deixando
de ocorrer, portanto, a indução da corrente elétrica na espira.
• Nesses momentos, a corrente elétrica estará no seu valor zero, e a espira
encontra-se em um ponto em que, praticamente, não está sendo
impulsionada, ponto esse chamado de neutro.

Ponto neutro é portanto, o ponto em que a espira (rotor) deixa de


ser impulsionada.

De acordo com o que já foi


estudado, pode-se deduzir que,
sempre que a espira estiver
cruzando o centro do campo
magnético dos eletroímãs, ela
estará recebendo impulso.

Por outro lado, sempre que a


espira estiver perpendicular ao
centro do campo magnético dos
eletroímãs, ela estará passando
pelo ponto neutro.

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Porém, mesmo diminuindo seu movimento, a espira não chega a parar, pois o
impulso que recebeu anteriormente é suficiente para fazer com que ela ultrapasse
o ponto neutro.

Portanto, observa-se que:

Quando a espira parte do


primeiro ponto neutro.

Após ter dado 1/4 de volta,


recebe o primeiro grande
impulso.

Prosseguindo, passa pelo


segundo ponto neutro.

Recebendo o segundo grande


impulso após ter dado 3/4 de
volta.

O movimento de rotação da espira será rápido após o impulso e diminuirá em


seguida, até receber novo impulso. Então, seu movimento de rotação voltará a
aumentar para diminuir em seguida, até um novo impulso, e assim
sucessivamente.

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Dessa forma, devido aos impulsos e aos pontos neutros, a espira apresenta um
movimento de rotação pulsante.

Movimento de rotação pulsante é o movimento da espira cuja velocidade de


rotação aumenta e diminui sucessivamente durante uma volta completa.

1.7 Motores monofásicos

Motor de corrente alternada, monofásico, é aquele projetado para ser alimentado


por circuitos de corrente monofásica ou bifásica.

Os motores monofásicos são empregados geralmente quando a carga não exige


grande potência. Esses motores podem ser de vários tipos, segundo as
respectivas aplicações.

1.7.1 Aplicações do motor monofásico

Cada tipo de motor monofásico tem certas aplicações, tais como:

a) de fase dividida ou de arranque capacitivo - destina-se a máquinas em geral de


pequena potência como lavadoras, bombas d'água, picadeiras de cana, etc.;

b) de pólos amortecedores - destina-se a proporcionar funcionamento em


equipamentos como toca-discos, ventiladores, etc.;

c) universal - é o único tipo de motor monofásico que pode ser alimentado por
tensão contínua ou alternada. É utilizado em equipamentos como liquidificadores,
furadeiras, enceradeiras e eletrodomésticos em geral.

1.7.2 Principais características dos motores monofásicos

Para se utilizar os motores monofásicos, é preciso observar as suas


características -que vêm gravadas na placa de identificação do motor. São elas:
• Tensão-em volts.Quando o motor trabalha com duas tensões,ambas são
gravadas na placa. Normalmente, os motores trabalham em 110 e 22OV;
• Freqüência - em hertz. No Brasil, a freqüência padronizada de corrente
elétrica é de 6OHz;
• Velocidade -em rpm. A rotação marcada na placa é a nominal quando o
motor está a plena carga. A rotação é inversamente proporcional ao
número de pólos do motor;
• Potência -em cv, HP ou kW. Os motores monofásicos são normalmente,
fabricados para potências,de 1/8, 1/4, 1/3, 1/2, 3/4, 1, 1 1/2, 2, 3, 4, 5, 7,
10 e 12 1/2cv.

Além das características citadas, vêm também registrados, na placa de


identificação, o esquema de ligação, o nome do fabricante, o número de série do
motor, mês e ano de fabricação, etc.

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1.7.3 Motor monofásico de arranque capacitivo


Este tipo de motor possui um enrolamento de trabalho, um interruptor centrífugo,
um enrolamento de partida e um capacitar de partida, conforme pode ser
observado no esquema a seguir.

1-Enrolamento de trabalho
2- Interruptor centrífugo
3- Enrolamento de partida
4- Capacitor de partida

Fig.27 – Esquema interno do motor monofásico

Trata-se de um motor monofásico do tipo indução, com arranque capacitivo, onde


a corrente elétrica tem dois caminhos para percorrer.
No primeiro caminho, a corrente elétrica irá percorrer apenas o enrolamento de
trabalho. Portanto, pode-se dizer que esse é um circuito predominantemente
indutivo.

Fig.28 – Princípio de funcionamento do motor monofásico

O enrolamento de trabalho é o responsável pela criação do campo magnético


que, após a partida, irá continuar propiciando condições para que o motor
produza trabalho. Esse enrolamento entra em funcionamento a partir do momento
em que o motor é ligado e só deixa de funcionar quando o motor é desligado.
Quando o circuito é predominantemente indutivo, sua carga também será
indutiva, havendo, portanto, um defasamento de até 900entre a corrente e a
tensão, ou seja, a corrente poderá ficar até 900 atrasada em relação à tensão,
conforme pode ser observado no gráfico a seguir.

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Fig.29 – Defasagem da corrente no motor monofásico

No segundo caminho, a corrente elétrica passará pelo interruptor centrífugo, pelo


enrolamento de partida e pelo capacitor. O interruptor centrífugo atua através da
força centrífuga gerada pela rotação do rotor.

Fig.30 – Princípio de funcionamento do motor monofásico

Observação: O interruptor centrífugo não influencia em nada o defasamento da


corrente em relação à tensão.

O enrolamento de partida é aquele que, devido à sua combinação com o


capacitor, proporciona um outro campo magnético que, em conjunto com o campo
magnético produzido pelo enrolamento de trabalho, irá provocar a partida do
motor, dando o sentido da rotação.

Com relação ao enrolamento de partida, como se trata de uma carga indutiva, a


tendência é provocar um atraso da corrente de até 900 em relação à tensão.
No segundo caminho, há também um capacitor. Tratando-se, portanto, de uma
carga capacitiva, a tendência é haver um adiantamento da corrente de até 900 em
relação à tensão, como mostra o gráfico a seguir.

Fig.31 – Defasagem da corrente no motor monofásico


Esquemas de ligações

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Os diagramas a seguir ilustram esquemas de ligações (fechamentos) de um


motor de indução monofásico cujos terminais dos três enrolamentos (bobinas)
são: 1-3, 2-4 e 5-6.

Fig.32 – Conexões elétricas do motor monofásico em 110V

Fig.33 – Conexões elétricas do motor monofásico em 220V

Características de um motor monofásico de 3HP WEG

• Potência: 3 HP
• Pólos: 2
• Frequência: 60 Hz
• Conjugado: 6,04 Nm
• Tensão: 110/220 V
• Carcaça: G56H
• RPM: 3480
• In: 30,8/15,4 A
• Rendimento (100%): 78,5
• F.P. (100%): 0,83
• Isolamento: F
• Ruído: 50 dB(A)
• Corrente a vazio: 15,0/7,50 A
• Ip / In: 7
Fig.34 – Motor monofásico

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Fig.35 – Curvas características do motor monofásico

Legenda
Curva A = Rendimento
Curva B = Fator de potência
Curva C = Escorregamento
Curva D = Corrente em 110 V

1.8 Motor assíncrono de indução trifásico


1.8.1 Considerações gerais

O motor assíncrono de indução trifásico é um motor elétrico de construção


simples e de baixo custo de manutenção. É o mais utilizado nas indústrias de
transformação, porque pode ser empregado na maioria das máquinas operatrizes
e seu custo é reduzido se comparado aos similares (motor monofásico e motor de
corrente contínua).

Apresenta algumas desvantagens, sendo uma delas a de não poder variar a sua
rotação sem a utilização de equipamentos especiais.

1.8.2 Conceito e constituição

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O motor assíncrono de indução trifásico é uma máquina elétrica ligada a um


sistema trifásico que transforma energia elétrica em energia mecânica. É
constituído fundamentalmente de duas partes:

• Estator - composto por um pacote de chapas de ferro silício onde são


alojadas as bobinas de campo. Envolvendo o estator, encontra-se a
carcaça do motor, que é a estrutura-suporte do conjunto. A função do
estator é produzir um campo magnético girante.
• Rotor - é um pacote de chapas de ferro silício, formando um cilindro. Nas
ranhuras existentes, são fundidas barras metálicas curto-circuitadas nos
extremos do cilindro formado pelo pacote de chapas.

O cilindro é montado sobre um eixo que transmitirá a energia mecânica gerada


pelo motor.

No rotor, acontece a transformação da energia elétrica em energia mecânica,


sendo essa a sua principal função.
1.8.3 Conjugado
Torque é o conjunto de forças que tende a produzir a rotação no motor elétrico.
Dada a partida no motor de indução, com a tensão nominal aplicada aos terminais
do estator, o rotor apresenta um torque de partida (Tp) que provocará o aumento
de sua velocidade. À medida que a velocidade aumenta, o torque também
aumenta até atingir o torque máximo (Tm).
Isso leva a velocidade a aumentar ainda mais, reduzindo o torque do motor a um
valor igual ao torque aplicado pela carga.

O gráfico a seguir mostra o conjugado desenvolvido no motor de indução, desde a


partida até o torque nominal.

Fig.36 – Conjugado do motor

Nesse gráfico, são observados:

• O conjugado de partida, que tira o motor do estado de repouso;


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• O conjugado máximo, que representa o máximo valor de conjugado que o


motor desenvolve;
• O conjugado nominal, que o motor desenvolve nas suas condições
nominais de funcionamento, isto é, com freqüência e tensão nominais
aplicadas ao estator, fazendo com que gire a uma velocidade nominal
fornecendo, assim, uma potência nominal.
Observação: A unidade de medida do conjugado é Nm (Newton/metro ou kgfm
(quilograma-força/metro).

1.8.4 Funcionamento

Quando a corrente alternada trifásica é aplicada aos enrolamentos do estator do


motor assíncrono de CA, produz-se um campo magnético rotativo (campo
girante).

A figura abaixo mostra a ligação interna de um estator trifásico em que as bobinas


(fases) estão defasadas em 1200 e ligadas em triângulo.

Fig.37 – Ligação interna do motor trifásico

O campo magnético gerado por uma bobina


depende da corrente que no momento circula
por ela. Se a corrente for nula, não haverá
formação de campo magnético; se ela for
máxima, o campo magnético também será
máximo.
Como as correntes nos três enrolamentos estão
com uma defasagem de 1200, os três campos
magnéticos apresentam também a mesma
defasagem.
Fig.38 – Ligação interna do motor trifásico

Os três campos magnéticos individuais combinam-se e disso resulta um campo


único cuja posição varia com o tempo. Esse campo único, giratório, é que vai agir

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sobre o rotor e provocar seu movimento. O esquema a seguir mostra como agem
as três correntes para produzir o campo magnético rotativo num motor trifásico.

Fig.39 – Princípio de rotação do motor trifásico

• No esquema vemos que no instante 1, o valor da corrente A é nulo e,


portanto, não há formação de campo magnético, isto é representado pelo
O (zero) colocado no pólo do estator.
• As correntes B e C possuem valores iguais, porém sentidos opostos.
• Como resultante, forma-se no estator, no instante 1, um campo único
direcionado no sentido N S.
• No instante 2, os valores das correntes se alteram. O valor de C é nulo. A e
B têm valores iguais, mas A é positivo e B e negativo.
• O campo resultante desloca-se em 601 em relação à sua posição anterior.
• Quando um momento intermediário (d) é analisado, vemos que nesse
instante as correntes C e A têm valores iguais e o mesmo sentido positivo.
A corrente B, por sua vez, tem valor máximo e sentido negativo. Como
resultado, a direção do campo fica numa posição intermediária entre as
posições dos momentos 1 e 2. (Fig. Seguinte).

Se analisarmos, em todos os instantes, a


situação da corrente durante um cicio completo,
verificaremos que o campo magnético gira em
torno de si. A velocidade de campo relaciona-se
com a freqüência das correntes conforme já foi
demonstrado.

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Fig.40 – Princípio de rotação do motor trifásico

1.8.5 Características do motor trifásico


Como os motores monofásicos, também os motores trifásicos, possuem uma
placa de identificação fixada na carcaça. Na placa de identificação, estão
relacionados, através de símbolos e abreviaturas previstos em normas, todos os
dados técnicos do motor. Esses dados técnicos estão descritos a seguir.

Tensão nominal (V)

É a tensão para a qual o motor foi projetado. Pelas normas, o motor deve ser
capaz de funcionar satisfatoriamente com tensões de até 10% acima ou abaixo da
nominal, desde que a freqüência da rede seja igual à tensão nominal. Caso haja
simultaneamente variação de tensão e freqüência, haverá alteração no
funcionamento do motor.

As tensões trifásicas mais encontradas nas instalações industriais são 220, 380 e
44OV. Porém, são encontradas indústrias de origem ou influência norte-
americana que especificam motores para 230, 460 e 575V.

A grande maioria dos motores elétricos chega ao mercado consumidor com


terminais religáveis, para funcionar, pelo menos, em duas redes de tensões
diferentes.

Esse tipo de ligação exige seis terminais no motor, o que permite comutar o motor
em dois fechamentos: triângulo () - para a menor tensão - e estrela (Y) - para a
maior tensão.

O valor da segunda tensão corresponde ao valor da primeira multiplicada por 3.


Por exemplo, 220/38OV significa 220 x 3- = 220 x 1,73 = 38OV.

Observação: As tensões acima de 600V (por exemplo, 380/66OV e 440/76OV)


não são consideradas de baixa-tensão. As tensões maiores servem apenas para
indicar que o motor pode ser ligado em sistema de partida estrela e triângulo.

Potência nominal (P)

É a potência de saída no eixo do motor. Sua unidade é expressa em cavalo-vapor


(cv) e horse power (HP). Para conversão de potência mecânica (CV e HP) em
potência elétrica (W), são necessários:

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Tab.1 – Conversão de potências


Diagrama de ligação

Os motores trifásicos, para que possam ser ligados às diversas tensões para as
quais foram fabricados, apresentam, na sua caixa de ligações, três, seis, nove ou
12 terminais. Os terminais saem dos enrolamentos e poderão ser fechados de
acordo com o diagrama gravado na placa. Os motores podem ter seus terminais
identificados por número, como por exemplo:

• entrada da bobina - 1, 2, 3, 7, 8 e 9;
• saída da bobina - 4, 5, 6, 10, 11 e 12.

As figuras a seguir mostram as bobinas de dois motores devidamente numeradas,


ou seja:

a) Motor de seis terminais b) Motor de doze terminais

Fig.41 – Ligação do motor trifásico

Como já foi estudado, o motor trifásico tem as bobinas distribuídas no estator e


ligadas de modo a formar três circuitos distintos, chamados de fases de
enrolamento.

Essas fases são interligadas formando ligações em estrela (Y) ou em triângulo


(), para o acoplamento a uma rede trifásica. Para isso, deve-se levar em conta
a tensão que irão operar.

Na ligação em estrela, o final das fases se fecha em si, e o início se liga à rede.

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Fig.42 – Ligação estrela do motor trifásico


Na ligação em triângulo, o inicio de uma fase é fechado com o final da outra e
essa junção é ligada à rede.

Os motores trifásicos podem


dispor de 3 6, 9 ou 12 terminais
para a ligação do estator à
rede elétrica. Assim, eles
podem operar em uma, duas,
três ou quatro tensões,
respectivamente. Todavia, é
mais comum encontrar motores
com 6 e 12 terminais.

Fig.43 – Ligação triângulo do motor trifásico

Os motores trifásicos com seis terminais só podem ser ligados em duas tensões
uma a 3 vezes maior do que a outra. Por exemplo:
220V/38OV ou 440/76OV.

Fig.44 – Ligação do motor trifásico de seis terminais

Os motores com 12 terminais, por sua vez, têm possibilidade de ligação em


quatro tensões: 220V, 380V, 440V e 760V.
A ligação à rede elétrica é feita da seguinte maneira:

 para 220V  para 440V


YY para 380 V Y para 760V

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Veja a representação da placa de ligação desse tipo de motor.

Fig.45 – Ligação do motor trifásico de doze terminais

No que se refere às dimensões, os fabricantes seguem as normas NEMA, IEC e


da ABNT.
Observação: Os terminais dos motores podem ser também identificados através
de letras:
 entrada - u, v, w;  saída - x, y, z.

Freqüência nominal (Hz)

É a freqüência da rede para a qual o motor foi projetado. Os motores, pelas


normas, devem funcionar satisfatoriamente com uma variação de freqüência de
até 5% acima ou abaixo da freqüência nominal.
Um motor projetado para freqüência de 5OHZ, quando alimentado por uma rede
de freqüência igual a 6OHz, tem a corrente de partida e o conjugado diminuídos
em aproximadamente 17% e a sua velocidade nominal aumentada em 20%.

Fator de serviço (FS)

É o fator que, aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode
ser aplicada continuamente ao motor sob condições especificadas pelo fabricante.
É a capacidade de sobrecarga contínua,
Ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor capacidade de suportar
melhor o funcionamento em condições desfavoráveis.

Rendimento (n)
É o dado que expressa as perdas no motor elétrico. Trata-se de uma relação
matemática entre a potência de saída - que é a potência efetiva transformada em
potência mecânica no eixo -e a potência de entrada - que é a potência absorvida
da rede elétrica.
Essa relação pode ser representada através da seguinte expressão matemática:

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Pe = In . Vn . cos . 3

Onde:
In = corrente nominal
Vn = tensão nominal
cos = fator de potência
3 = fator do circuito trifásico

Para calcular o rendimento, aplica-se a seguinte fórmula:

Onde:

n (eta, letra grega) = rendimento


Pe = potência de entrada
Ps = potência de saída

O resultado é um dado percentual como, por exemplo, um rendimento igual a


0,90, que equivale a 90%.
É muito importante que o motor apresente alto rendimento, porque quanto maior
for o rendimento do motor menores serão:
• as perdas;
• o aquecimento;
• a potência absorvida da linha;
• o custo de consumo por hora de funcionamento.

Os motores de alto rendimento foram projetados não somente para ultrapassar


os valores de rendimento e fator de potência definidos por lei. O rendimento dos
motores quando operando a 75% de carga são equivalentes à operação em
100%, oferecendo menor consumo de energia mesmo operando com carga
parcial ou em regimes intermitentes. Estes motores especiais contêm:
• Enrolamentos fabricados com condutores de cobre com alto grau de
pureza;
• Chapas de aço de alta qualidade com grãos orientados, utilizadas na
fabricação do estator e rotor;
• Menor entreferro graças ao design avançado e à produção totalmente
automatizada dos pacotes do estator e rotor;
• Sistema de mancais e rolamentos desenhados para reduzir perdas por
atrito;
• Ventilador desenvolvido para oferecer máximo fluxo de ar com mínimas
perdas.

Grau de proteção (IP)

Os equipamentos elétricos são fabricados com certo grau de proteção, de acordo


com a sua finalidade de uso. Os tipos de proteção podem ser contra:
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• contatos acidentais;
• penetração de corpos sólidos estranhos;
• penetração de água.
As normas da [EC (international Electrotechnical Commission) da ABNT (NBR
6146) definem o grau de proteção dos equipamentos por meio das letras IP
seguidas de dois algarismos. O primeiro algarismo indica o grau de proteção
contra contatos acidentais e penetração de corpos sólidos estranhos.

Tab.2 – Grau de proteção IP

Classes de isolação

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O limite de temperatura de um motor depende do tipo do material empregado na


sua isolação interna. Para fins de normalização, os materiais isolantes e os
sistemas de isolação são agrupados em classes de isolamento definidas pelo
limite de temperatura de cada material.

Conforme a ABNT (NBR 7094), as classes de isolação utilizadas em máquinas


elétricas são as seguintes:

Tab.3 – Classe de isolação dos motores

Velocidade nominal (RPM)

É a velocidade do motor, funcionando a plena carga, alimentado por tensão e


freqüência nominais.

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Tab.4 -Velocidade nominal de motores


Corrente nominal (In)

É a corrente que o motor absorve da rede quando funciona com a potência,


tensão e freqüência nominais. O valor da corrente nominal depende do
rendimento (n) e do fator de potência (cos ) do motor, e é expresso em ampéres
(A).
A corrente nominal é calculada empregando-se a seguinte fórmula:

onde:

In = corrente nominal
P = potência em watt
3 = fator de multiplicação do circuito trifásico
Vn = tensão nominal
cos = fator de potência
n (eta, letra grega) = rendimento

Fator de potência (cos)

Quando o motor entra em funcionamento, absorve da rede uma potência aparente


(Pa), também chamada de potência disponível. Essa potência é transformada em:

• potência efetiva (Pe) - transformada em trabalho útil;


• potência reativa (Pr) -transformada em magnetização nas bobinas do
motor;
• potência das perdas (Pp) -necessária para suprir as perdas do motor, tais
como atrito, ventilação, condutores (efeito joule), etc.

As transformações da potência aparente podem ser visualizadas através do


esquema a seguir.

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Fig.46– Potências existentes no motor

São as seguintes as expressões matemáticas que permitem calcular cada tipo de


potência de um sistema trifásico:

Pa= V x I x 3
Pe= V x I x 3 x cos
Pr= V x I x 3 x sen
Pp= Pe – Ps
Ps=Pe x n

Quando a corrente elétrica entra num motor elétrico assíncrono (tipo gaiola), ela
se decompõe em duas modalidades de atuação, porque um tipo chamado
corrente reativa ou magnetizante forma um campo magnético no enrolamento do
estator do motor e o outro tipo faz girar o rotor deste mesmo motor fornecendo
energia ativa(mecânica)capaz de acionar uma máquina operatriz, produzindo,
portanto, trabalho.

A previsão normal da relação entre a corrente ativa e a corrente total é de 92%


(0,92), sendo este o rendimento previsto e para o qual deve-se trabalhar
permanentemente no intuito de mantê-lo constante. Abaixo desse rendimento
previsto - de 92% - é estipulada uma multa.

Quando o número de consumidores de energia elétrica era reduzido, uma


indústria pagava somente a parcela de energia que era transformada, isto é, que
era efetivamente consumida em forma de trabalho. A medida que o número de
consumidores foi aumentando, as centrais elétricas verificaram que estavam
fornecendo uma quantidade excessiva de energia, isto é, estavam desperdiçando
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energia. Constatou-se, então, que poderia haver uma redução na geração de


energia se as indústrias melhorassem o fator de potência. A solução foi a
aplicação de uma multa para o baixo fator de potência.

Diante disso, verificasse que a corrente total ou aparente ficará mal aproveitada
todas as vezes que a corrente reativa aumentar, isto é, à medida que o ângulo 
for crescendo. Neste caso, os reflexos na rede elétrica serão os seguintes:

• sobrecarga nos transformadores;


• queda de tensão;
• aquecimento na rede elétrica, com perda de calor;
• mau funcionamento dos motores;
• iluminação reduzida.

Essas cinco conseqüências decorrentes do baixo fator de potência irão significar


na prática:

• aumento na conta de energia;


• multa;
• queima de motores;
• perda de energia pelo aquecimento dos condutores;
• mau funcionamento da rede sobrecarregada.

Pelas placas de identificação das características dos motores elétricos, é fácil


verificar que normalmente eles são fabricados para trabalhar com um fator de
potência cos = 0,85, a não ser os motores de má qualidade ou de pequeno
porte, cujo fator de potência é mais baixo.

Não sendo possível uma operação de máquinas absolutamente equilibrada em


relação à sua carga - porque é difícil manter um fluxo de fabricação uniforme -,
evidentemente haverá variações no fator de potência e, para mantê-lo igual ou
acima de 0,85, haverá necessidade de se colocar, no circuito, um banco de
capacitares. Assim, haverá uma redução na corrente total consumida, com
aproveitamento de uma parte da corrente desperdiçada.

Características técnicas de um motor trifásico de 7,5HP

• Potência: 7,5 HP
• Pólos: 4
• Frequência: 60 Hz
• Conjugado: 30,2
Nm
• Tensão: 220/380 V
• Carcaça: 112M
• RPM: 1740
• In: 20,0/11,6 A
• Rendimento
(100%): 88,0

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• F.P. (100%): 0,82


• Isolamento: B
• Ruído: 58 dB(A)
• Corrente a vazio: 10,0/5,79 A
• Ip / In: 7

Fig.47 – Curvas características do motor trifásico

Legenda do gráfico acima:

Rendimento: curva A
Fator de potência : curva B
Escorregamento: curva C
Corrente em 220V: curva D

1.9 Geradores e motores de corrente contínua

A máquina é um motor, quando transforma energia elétrica em energia mecânica.


Quando transforma energia mecânica em energia elétrica, ela é um gerador. Do
ponto de vista da construção, motores e geradores de CC são iguais. Assim, um
motor de CC pode funcionar como gerador de CC e vice-versa.

1.9.1 Construção
As máquinas de CC são
compostas basicamente por duas
partes: o estator e o rotor. O
estator (ou carcaça) é a parte fixa
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da máquina. Nele alojam-se as bobinas de campo cuja finalidade é conduzir o


fluxo magnético.

Fig.48 – Motor CC

O estator é formado por:

• pólos de excitação (ou sapatas polares) - constituídos por condutores


enrolados sobre o núcleo de chapas de aço laminados;
• pólos de comutação - têm a função de evitar o deslocamento da linha
neutra em carga e reduzir a possibilidade de centelhamento. Localizam-se
na região interpolar e por eles passa a corrente da armadura (rotor);
• conjunto porta-escova - aloja as escovas feitas de material condutor e tem
a função de realizar a ligação elétrica entre a armadura e o exterior.

O rotor é a parte móvel que abriga as bobinas ligadas ao comutador. É formado


pelas seguintes partes:

• induzido (ou armadura) - fica


dentro do estator. O mais
usado é o do tipo tambor. É
constituído por chapas de aço
laminadas em cujas ranhuras
se acomoda o enrolamento;
• comutador - constituído por
lâminas de cobre isoladas uma
das outra por lâminas de mica;
sua função é transferir a
energia do enrolamento da
armadura para o exterior;
• eixo - é o elemento que transmite a potência mecânica convertida pela
máquina.
Fig.49 – Rotor do motor CC
1.9.2 Gerador de CC - princípio de funcionamento
O funcionamento do gerador de CC baseia-se no princípio da indução
eletromagnética, ou seja, quando um condutor elétrico é submetido a um campo
magnético, surge no condutor uma tensão induzida. Além disso, a magnitude
dessa tensão induzida é diretamente proporcional à intensidade do fluxo
magnético e à taxa de sua variação.

O gerador de CC funciona segundo esses dois princípios. Assim, ao ser girado


com velocidade (n), o induzido (rotor) faz os condutores cortarem as linhas de
força magnética que formam o campo de excitação do gerador CC.

Fig.50 – Princípio de
funcionamento do motor CC

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Nos condutores da armadura aparece, então, uma força eletromotriz induzida.


Essa força depende da velocidade de rotação (n) e do número de linhas
magnéticas que tais condutores irão cortar, ou do fluxo magnético () por pólo do
gerador.

Representando a tensão induzida por E (quando o gerador está em vazio),


conclui-se:

E =k x n x 

Onde:

k é uma constante que depende das características construtivas da máquina.


n é a velocidade de rotação
 é o fluxo magnético

1.9.3 Classificação dos geradores de CC


Os geradores de CC são classificados de acordo com o tipo de ligação
(excitação) para a alimentação de suas bobinas de campo. Assim, temos:
• geradores de CC com excitação independente, quando a corrente de
alimentação vem de uma fonte externa;
• geradores com auto-excitação, quando a corrente de excitação vem do
próprio gerador.

No gerador de CC com
excitação independente, as
bobinas de campo são
construídas com várias espiras
de fio relativamente fino. Essas
espiras são alimentadas
(excitadas) por uma fonte
externa, como mostra a
representação esquemática da
figura ao lado.
Fig.51 – motor CC com excitação independente

Quando esse gerador começa a funcionar, mesmo sem excitação, aparece uma
força eletromotriz (fem) de pequeno valor devido ao magnetismo residual.

Durante a excitação gradativa do gerador, ocorra também um aumento gradativo


do fluxo magnético. Conseqüentemente, a tensão gerada eleva-se de modo

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gradual. Isso ocorre até que haja a saturação magnética. Quando isso acontece,
o acréscimo da corrente excitadora não aumenta o fluxo magnético.

Quando o gerador é posto em carga, a tensão por ele fornecida diminui. Isto se
deve a três fatores:

• resistência do enrolamento do induzido;


• resistência de contato nas escovas;
• diminuição do fluxo indutor pela reação do induzido.

Nesses tipos de geradores, para que a tensão se mantenha constante, a cada


aumento de carga deve haver, manual ou automaticamente, um aumento da
excitação.

Um exemplo desse tipo de gerador de CC é o dínamo do automóvel.

No gerador de CC auto-excitado, as bobinas de campo são ligadas ao induzido.


Assim, o próprio gerador se auto-alimenta.

1.9.4 Tipos de geradores


Conforme o tipo de ligação entre as bobinas de campo e o induzido, os geradores
são classificados como:
• gerador de CC em série;
• gerador de CC em paralelo;
• gerador de CC misto.

No gerador de CC em série, as bobinas de


campo são constituídas por poucas espiras
de fio relativamente grosso, ou seja, com
bitola suficiente para suportar a corrente de
armadura. As espiras são ligadas em série
com o induzido, como mostra ao lado
É preciso notar que nesse gerador a corrente
de carga é a própria corrente de excitação.
No trabalho em vazio a fem é gerada apenas
pelo magnetismo residual das sapatas
polares.
Fig.52 – gerador cc série

Ao acrescentar carga ao gerador, uma corrente circula pela carga e pela bobina
de excitação, fazendo com que aumente o fluxo indutor e, por conseguinte, a
tensão gerada.
Ao elevar-se a tensão, a corrente aumenta e, conseqüentemente, aumenta
também o fluxo indutor. Isso se repete até que se verifique a saturação
magnética, quando a tensão se estabiliza.

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Observação

Antes da saturação magnética, a tensão pode


alcançar valores perigosos.
Para evitar que a tensão se eleve, quando se
acrescenta uma carga ao circuito, coloca-se
um reostato em paralelo com a excitação.

No gerador de CC em paralelo, as bobinas de


campo são ligadas em paralelo com o
induzido. Elas são formadas por várias espiras
de fio relativamente fino, cuja bitola varia de
acordo com a potência do motor. Essa bitola
deve ser suficiente para suportar a corrente
do campo paralelo.

A corrente de excitação provém de uma


pequena parcela da corrente do gerador e
pode ser controlada por um reostato ligado
em série com o campo magnético.

Fig.53 – Gerador cc paralelo

Assim que o gerador entra em funcionamento, a tensão geradora em vazio é


devida da ao magnetismo residual. Essa tensão faz circular uma corrente pela
bobina de excitação, o que, por sua vez, reforça o fluxo magnético e eleva a
tensão gerada até o ponto de saturação do fluxo. É neste momento que a tensão
se estabiliza.

A corrente do gerador deve alimentar tanto a carga como a bobina de campo, pois
ambas estão em paralelo. Assim, a tensão gerada diminui com o aumento de
carga.

A cada aumento de carga há uma diminuição na excitação e, conseqüentemente,


uma queda na tensão. Se ocorrer um curto, ocorre também uma elevação
instantânea da corrente. Em seguida, o gerador deixa de gerar energia, pois a
tensão nos terminais será nula, não havendo, portanto, excitação.

No gerador de CC misto, a excitação é efetuada


por dois enrolamentos. Um deles é constituído por
poucas espiras de fio grosso ligadas em série

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com o induzido. O outro é formado por várias espiras de fio fino ligadas em
paralelo com o induzido.
Nesse gerador, a tensão mantém-se constante tanto em carga como em vazio, já
que ele reúne as características dos geradores em série e em paralelo.
- +
Fig.54– Gerador cc misto
A tensão gerada é controlada através de reostato em série com a bobina de
campo em paralelo e de reostato em paralelo com a bobina de campo em série.

Observação

A relação entre as tensões em vazio e em carga de qualquer tipo de gerador é


denominada de tensão de regulação e é dada em porcentagem pela seguinte
fórmula:

1.9.5 Motor de CC - funcionamento

O funcionamento do motor de corrente contínua baseia-se no princípio da reação


de um condutor, colocado num campo magnético fixo, ao ser percorrido por uma
corrente elétrica.
A interação entre o campo magnético fixo e o
campo magnético produzido pela corrente, que
circula no condutor, provoca o aparecimento de
uma força. É essa força que expulsa o condutor
para fora do campo magnético fixo. A figura 6.9
ilustra esse princípio.

De acordo com a figura, de um lado do condutor


há uma diminuição das linhas magnéticas. Do lado
oposto há um acúmulo dessas linhas. Estas
provocam o aparecimento da força magnética que
é a responsável pelo movimento do condutor.
Fig.55 – Princípio de funcionamento do motor cc

O motor de corrente contínua funciona sob o mesmo princípio. Nele existe um


campo magnético fixo formado pelas bobinas de campo. Há também condutores
instalados nesse campo (no rotor), os quais são percorridos por correntes
elétricas.
A figura abaixo mostra como aparece o movimento girante em motores de CC.

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Fig.56 – Movimento girante em motores cc

Podemos observar que a corrente que circula pela espira faz este movimento nos
dois sentidos: por um lado, a corrente está entrando e, por outro, saindo. Isso
provoca a formação de duas forças contrárias de igual valor (binário), das quais
resulta um movimento de rotação (conjugado), uma vez que a espira está presa à
armadura e suspensa por mancal.

Essas forças não são constantes em todo giro. A medida que o condutor vai se
afastando do centro do pólo magnético, a intensidade das forças vai diminuindo.

Nos motores, para que haja força constante, as espiras colocadas nas ranhuras
da armadura devem estar defasadas entre si e interligadas ao circuito externo
através do coletor e escova, conforme figura abaixo.

Quando o rotor do motor de CC


começa a girar, condutores de cobre
cortam as linhas magnéticas do
campo. Em conseqüência, uma força
eletromotriz induzida força a
circulação de corrente no circuito da
armadura, no sentido contrário à
corrente de alimentação do motor.
Fig.57 – Fem induzida em motor cc

A força eletromotriz induzida, por ser de sentido contrário à tensão aplicada,


recebe o nome de força contra-eletromotriz (fcem).

O valor da força contra-eletromotriz induzida (Eo) é dado por:

E0 =n .  . k

Onde:
n é a rotação
 é o fluxo magnético
k é a constante da máquina
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A corrente total que circulará pela armadura (Ia) será dada por:

Onde

E é a tensão aplicada
Eo é a força contra-eletromotriz
Ra é a resistência

1.9.6 Tipos de motores cc


Assim como acontece com os geradores, os motores também são classificados
segundo o tipo de ligação de seus campos, ou seja: motor de CC em série, motor
de CC em paralelo, motor de CC misto.

No motor de CC em série, as bobinas são


constituídas por espiras de fio relativamente
grosso ligadas em série com o rotor (induzido).
Por causa da ação magnética, nesse motor, o
conjugado é diretamente proporcional ao fluxo
indutor e à corrente que circula pelo induzido.
Esses motores possuem arranque vigoroso. A
partida e a regulagem de velocidade podem ser
feitas por meio do reostato intercalado no
circuito.
Fig.58 – Motor cc série

No arranque, o valor da corrente e, por conseqüência, o fluxo magnético são


elevados. Isso fornece um alto conjugado ao motor.

Esse tipo de motor é indicado para casos em que é necessário partir com toda a
carga. Por isso, eles são usados em guindastes, elevadores e locomotivas, por
exemplo.
Como tendem a disparar (aumentar a rotação), não é recomendável que esses
motores funcionem a vazio, ou seja, sem carga.

No motor de CC em paralelo, as bobinas de


campo são constituídas por muitas espiras de fio
relativamente fino e ligadas em paralelo com o
induzido.

O reostato de armadura (Ra), ligado


em série com o induzido, limita a
corrente no momento da partida. E o
reostato de campo (Rc), ligado em

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série com as bobinas do campo magnético, regula a velocidade dentro de


determinado limite. Na partida, o cursor do reostato Rc deve estar no ponto médio
para possibilitar o ajuste de velocidade. A resistência do reostato Ra, por sua vez,
deve estar intercalada no circuito.
Fig.59 – motor cc paralelo

Pela ação eletromagnética, o conjugado é proporcional ao fluxo e à corrente. No


momento da partida, a corrente no induzido deve ser limitada pelo reostato, o que
diminui o conjugado. Por isso, recomenda-se que esse tipo de motor inicie seu
funcionamento em vazio, ou seja, sem carga.
O motor de CC em paralelo é empregado, por exemplo, em máquinas-
ferramentas.

No motor de CC misto, as bobinas de


campo são constituídas por dois
enrolamentos montados na mesma sapata
polar. Um desses enrolamentos é de fio
relativamente grosso e se liga em série
com o induzido. O outro, de fio
relativamente fino, se liga em paralelo com
o induzido.
Fig.60 – Motor cc misto

Esse tipo de motor apresenta características comuns ao motor em série e ao


motor em paralelo.

Assim, seu arranque é vigoroso e sua velocidade estável em qualquer variação de


carga. Pode também partir com carga.

Na partida, a resistência do reostato do campo paralelo (RC) deve estar


totalmente intercalada no circuito. Isso permite que o motor se comporte como
motor em série sem o perigo de disparar, mesmo quando a carga é pequena ou
nula. Por sua vez, o reostato da armadura (Ra), ligado em série com o induzido,
limita a corrente no momento da partida. Após a partida, o cursor RC é deslocado
para ajuste da velocidade.
Esses motores são empregados em prensas, estamparia, etc.

1.9.7 Comutação
Nos motores e geradores de corrente contínua, a ligação da armadura com o
circuito externo é feita por meio de escovas que se apoiam sobre as lâminas do
coletor.
Quando se alimenta o motor ou se retira a corrente gerada pelo gerador, as
escovas fecham, durante a rotação, no mínimo, duas lâminas do coletor em curto.
Isso provoca um faiscamento.
Esse faiscamento acontece porque, no momento em que a escova está
comutando de uma lâmina para outra, a corrente que circula na bobina tem seu
sentido inverti do. A figura abaixo ilustra esta situação.

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Fig.61 – Comutação do motor cc

Para que o motor ou o gerador não sejam danificados, devido ao faiscamento, o


curto deverá ocorrer quando a bobina estiver passando pela zona neutra do
campo magnético, já que neste ponto não há tensão induzida.
Por causa da reação do induzido, o ponto de comutação no motor e no gerador é
móvel e varia de acordo com a carga.

1.9.8 Reação do induzido

Nas máquinas de CC, quando não


circula corrente no induzido, o campo
magnético produzido pelas bobinas do

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estator é constituído por linhas retas, e a densidade do fluxo é praticamente


uniforme.

Fig.62– induzido do motor cc

Quando uma corrente é aplicada ao induzido


com uma fonte externa qualquer e se
interrompe a corrente das bobinas do estator,
o campo magnético produzido no induzido
será constituído por linhas concêntricas.

Quando a máquina estiver em funcionamento


e com carga, ou seja, quando a máquina
estiver com corrente circulando nas bobinas
do estator e nos condutores do induzido,
seus campos magnéticos interagem
formando um novo campo magnético com as
linhas distorcidas e sem uniformidade.

Nas extremidades polares A e D, as linhas


do campo magnético, criado pela corrente
que circula no induzido, têm sentido oposto
ao campo produzido pela corrente que flui do
estator.

O inverso acontece nas extremidades B e C,


onde as linhas do campo magnético, criado
pelo induzido, têm o mesmo sentido das
linhas produzidas pelo estator.

Isto pode ser observado, quando analisamos


a figura abaixo que indica os sentidos dos
campos magnéticos do estator do rotor.
Fig.63– Campo magnético no induzido

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Fig.64–Campo magnético do estator

Em conseqüência, ocorre uma redução das linhas nos campos magnéticos das
extremidades A' e D' e uma intensificação nas extremidades B' e C'. Todavia, a
intensificação em B' e C' não compensa a redução que se verifica em A' e D'. Isto
se deve à saturação magnética que provoca a redução do fluxo magnético total.

Assim, para evitar o faiscamento, a reação da armadura ou induzido provoca a


redução do fluxo total, o deslocamento da linha neutra e a necessidade de
deslocamento das escovas.

1.9.9 Identificação dos terminais das máquinas de CC

Os bornes da placa de ligação das máquinas de CC obedecem a uma


nomenclatura normalizada.

A tabela a seguir mostra as designações dos elementos da máquina com seus


correspondentes para a norma DIN (alemã) e para a norma ASA (americana).

Tab.5
– Códigos para placa de ligações do motor cc

Veja agora um exemplo da placa de máquina de


CC conectada para funcionar como motor misto
de acordo com a norma ASA.

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Fig.65 – Conexões do motor cc

Quadro Comparativo de Motores de CC

Tab.6 – Quadro comparativo


entre os motores série, paralelo e
misto.

Dicas de Manutenção
• Evitar um
funcionamento
prolongado, a fim de
evitar um
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aquecimento nas bobinas, que pode provocar um curto-circuito devido ao


verniz que serve como isolante entre espiras ter derretido com o calor.
• A lubrificação dos rolamentos deve ser constante e adequada evitando,
assim, o aquecimento destas peças.
• A limpeza e a verificação do estado do comutador também devem ser
feitas pelo menos uma vez por ano.
• A inspeção das escovas, bem como das molas dos porta-escovas deve ser
feita cuidadosamente a fim de mantê-las em ótimo estado.
• Devem-se manter todas as peças do motor bem limpas, evitando a
acumulação de pó que, juntamente com a umidade, poderia provocar um
curto-circuito.
• Todo o material isolante exterior é em alumínio tendo como grande
vantagem a dissipação do calor.
• Todas as peças são substituíveis, o que quando realizada uma
manutenção planejada e eficaz poderá prolongar em muitos anos a vida
deste motor.

1.10 Motor de passo

O motor de passo é um transdutor que converte energia elétrica em movimento


controlado através de pulsos, o que possibilita o deslocamento por passo, onde
passo é o menor deslocamento angular.

Com o passar dos anos houve um aumento na popularidade deste motor,


principalmente pelo seu tamanho e custo reduzidos e também a total adaptação
por controle digitais.

Outra vantagem do motor de passos em relação aos outros motores é a


estabilidade. Quando quisermos obter uma rotação específica de um certo grau,
calcularemos o número de rotação por pulsos o que nos possibilita uma boa
precisão no movimento.

Os antigos motores passavam do ponto e, para voltar, precisavam da


realimentação negativa. Por não girar por passos a inércia destes é maior e assim
são mais instáveis.

1.10.1 Definições para Motores a Passo

Antes de explicarmos os tipos de motores e o funcionamento em si, definiremos


algumas outras expressões a fim de tornar o texto mais claro.
Rotor = É denominado rotor o conjunto eixo-imã que rodam solidariamente na
parte móvel do motor.
Estator = Define-se como estator a trave fixa onde as bobinas são enroladas.

Abaixo segue uma figura onde podemos ver as partes mencionadas (o rotor à
esquerda e o estator a direita).

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Fig.66 – Rotor e estator de um motor de passo

1.10.2 Parâmetros Importantes

• Graus por Passo = sem dúvida a característica mais importante ao se escolher


o motor, o número de graus por passo está intimamente vinculado com o
número de passos por volta. Os valores mais comuns para esta característica,
também referida como resolução, são 0.72,1.8, 3.6, 7.5, 15 e até 90 graus.
• Momento de Frenagem = momento máximo com o rotor bloqueado, sem perda
de passos.
• Momento (Torque) = efeito rotativo de uma força, medindo a partir do produto
da mesma pela distância perpendicular até o ponto em que ela atua partindo
de sua linha de ação.
• Taxa de Andamento = regime de operação atingido após uma aceleração
suave.
• Momento de Inércia = medida da resistência mecânica oferecida por um corpo
à aceleração angular.
• Auto-Indutância = determina a magnitude da corrente média em regimes
pesados de operação, de acordo com o tipo de enrolamento do estator:
relaciona o fluxo magnético com as correntes que o produzem.
• Resistências Ôhmicas = determina a magnitude da corrente do estator com o
rotor parado.
• Corrente máxima do estator = determinada pela bitola do fio empregado nos
enrolamentos.
• "Holding Torque" = é mínima potência para fazer o motor mudar de posição
parada.
• Torque Residual = é a resultante de todos os fluxos magnético presente nos
pólos do estator.
• Resposta de Passo = é tempo que o motor gasta para executar o comando.
• Ressonância = como todo material, o motor de passos tem sua freqüência
natural. Quando o motor gira com uma freqüência igual a sua, ele começa a
oscilar e a perder passos.
• Tensão de trabalho = normalmente impresso na própia chassi do motor, a
tensão em que trabalha o motor é fundamental na obtenção do torque do
componente. Tensões acima do estipulado pelo fabricante em seu datasheet
costumam aumentar o torque do motor, porém, tal procedimento resulta na
diminuição da vida útil do mesmo. Destaca-se que a tensão de trabalho do
motor não necessariamente deve ser a tensão utilizada na lógica do circuito.
Os valores normalmente encontrados variam de +5V à +48V.

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1.10.3 Tipos de Motores de Passo

• Relutância Variável = Apresenta um rotor com muitas polaridades


construídas a partir de ferro doce, apresenta também em estator laminado.
Por não possuir imã, quando energizado apresenta torque estático nulo.
Tendo assim baixa inércia de rotor não pode ser utilizado como carga
inercial grande.
• Imã Permanente = Apresenta um rotor de material alnico ou ferrite e é
magnetizado radialmente devido a isto o torque estático não é nulo.
• Híbridos = É uma mistura dos dois anteriores e apresenta rotor e estator
multidentados . O rotor é de imã permanente e magnetizado axialmente.
Apresenta grande precisão (3%), boa relação torque/tamanho e ângulos
pequenos (0,9 e 1,8 graus). Para que o rotor avance um passo é
necessário que a polaridade magnética de um dente do estator se alinha
com a polaridade magnética oposta de um dente do rotor.

1.10.4 Funcionamento básico do motor de passo

Normalmente os motores de passo são projetados com enrolamento de estator


polifásico o que não foge muito dos demais motores. O número de pólos é
determinado pelo passo angular desejado por pulsos de entrada. Os motores de
passo têm alimentação externa. Conforme os pulsos na entrada do circuito de
alimentação, este oferece correntes aos enrolamentos certos para fornecer o
deslocamento desejado, como veremos em breve.
Falaremos agora então, mais um pouco sobre motores com imã permanente.
Além do número de fases do motor, existe outra subdivisão entre estes
componentes, a sua polaridade.

Motores de passo unipolares são caracterizados por possuírem um center-tape


entre o enrolamento de suas bobinas. Normalmente utiliza-se este center-tape
para alimentar o motor, que é controlado aterrando-se as extremidades dos
enrolamentos. Abaixo segue uma figura ilustrativa onde podemos ver que tal
motor possui duas bobinas e quatro fases.

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Fig.67 – Motor de passo unipolar

Diferentes dos unipolares, os motores bipolares exigem circuitos mais complexos.


A grande vantagem em se usar os bipolares é prover maior torque, além de ter
uma maior proporção entre tamanho e torque. Fisicamente os motores têm
enrolamentos separados, sendo necessário uma polarização reversa durante a
operação para o passo acontecer. Em seguida vemos uma ilustração do motor
bipolar.

Fig.68 – motor de passo bipolar

Um motor de corrente contínua, quando alimentado, gira no mesmo sentido e com


rotação constante, ou seja, para que estes motores funcionem, é necessário
apenas estabelecer sua alimentação. Com o auxilio de circuitos externos de
controle, estes motores de corrente contínua poderão inverter o sentido de
rotação ou variar sua velocidade.

Para que um motor de passo funcione, é necessário que sua alimentação seja
feita de forma seqüencial e repetida. Não basta apenas ligar os fios do motor de
passo a uma fonte de energia e sim ligá-los a um circuito que execute a
seqüência requerida pelo motor.
Existem três tipos básicos de movimentos o de passo inteiro e o de meio passo
e o micropasso, tanto para o motor bipolar como para o unipolar. O de
micropasso tem sua tecnologia não muito divulgada, e baseia-se no controle da
corrente que flui por cada bobina multiplicado pelo numero de passos por
revolução.
Internamente, os motores têm seus enrolamentos similares a figura.

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Fig.69 – Esquema simplificado de um motor de passo

A energização de uma e somente uma bobina de cada vez produz um pequeno


deslocamento no rotor. Este deslocamento ocorre simplesmente pelo fato de o
rotor ser magneticamente ativo e a energização das bobinas criar um campo
magnético intenso que atua no sentido de se alinhar com as pás do rotor. Assim,
polarizando de forma adequada as bobinas, podemos movimentar o rotor
somente entre as bobinas (passo inteiro), ou entre as bobinas e alinhadas com as
mesmas. Abaixo segue os movimentos executados.

Fig.70 Motor bipolar com passo inteiro

Fig. 71 - Motor bipolar com meio passo

Fig. 72 - Motor unipolar com passo inteiro

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Fig. 73 - Motor unipolar com meio passo

Abaixo segue uma tabela com a seqüência que deve ser alimentada as bobinas
do motor.

Para que se obtenha uma rotação constante é necessário que a energização das
bobinas seja periódica. Esta periodicidade é proporcionada por circuitos
eletrônicos que controlam a velocidade e o sentido de rotação do motor.
A pequeno ângulo deslocado pelo rotor depende do número de dentes do
mesmo,assim como o número de fases do motor. Preferimos não explicar mais
detalhadamente este tópico minuciosamente, por ser de grande dificuldade de se
explicar à movimentação dos dentes do rotor pelo estator bidimensionalmente.
Em geral, o número de dentes do rotor multiplicado pelo número de fases revela o
número de passos por revolução.

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Por se tratar de sinais digitais, fica fácil compreender a versatilidade dos motores
de passo. São motores que apresentam uma gama de rotação muito ampla que
pode variar de zero até 7200 rpm; apresentam boa relação peso/potência;
permitem a inversão de rotação em pleno funcionamento; alguns motores
possuem precisão de 97%; possuem ótima frenagem do rotor e podem mover-se
passo-a-passo. Mover o motor passo-a-passo resume-se ao seguinte: se um
determinado motor de passo possuir 170 passos, isto significa que cada volta do
eixo do motor é dividida 170 vezes, ou seja, cada passo corresponde a 2,1 graus
e o rotor tem a capacidade para mover-se apenas estes 2,1 graus.

Didaticamente falando, o sistema de controle se baseia em um circuito oscilador


onde seria gerado um sinal cuja freqüência estaria diretamente relacionado com a
velocidade de rotação do motor de passo. Esta freqüência seria facilmente
alterada (seja por atuação em componentes passivos seja por meio eletrônico)
dentro de um determinado valor, assim o motor apresentaria uma rotação mínima
e uma máxima. A função "Freio" se daria simplesmente pela inibição do sinal
gerado pelo oscilador.
O próximo passo seria providenciar um circuito amplificador de saída, pois
algumas aplicações exigem uma demanda de corrente relativamente elevada.
Caberia ao circuito amplificador de saída fornecer estas correntes de forma
segura, econômica e rápida. O circuito amplificador de saída seria constituído de
transistores e/ou dispositivos de potência que drenam corrente em torno de 500
mA ou mais.

Motores de passo geralmente suportam correntes acima de 1,5 ampére. O


amplificador de saída é o dispositivo mais solicitado em um projeto de controle de
motor de passo. Devido às variações de trabalho a que pode ser submetido o
motor de passo, um amplificador mal projetado pode limitar muito o conjunto
como um todo. Um exemplo destas limitações pode ser facilmente entendido. Um
motor de passo girando a altas rotações, repentinamente é solicitado a inverter
sua rotação (como ocorre em máquinas CNC e cabeçotes de impressão). No
momento da inversão as correntes envolvidas são muito altas e o circuito
amplificador deve suportar tais drenagens de corrente.
O torque do motor de passo depende da freqüência aplicada a alimentação.
Quanto maior a freqüência, menor o torque, porque o rotor tem menos tempo para
mover-se de um ângulo para outro.
A faixa de partida deste motor é aquela na qual a posição da carga segue os
pulsos sem perder passos, a faixa de giro é aquela na qual a velocidade da carga
também segue a freqüência dos pulsos, mas com uma diferença: não pode partir,
parar ou inverter, independente do comando.

1.10.5 Aplicações com motor de passo

Como os motores de passos têm


movimentos precisos, qualquer
equipamento que precise de precisão no
movimento utilizaram estes motores.
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Podemos citar pôr exemplo o controle de microcâmeras num circuito interno de


vigilância, em clínicas radiológicas no auxílio de operadores para os mesmos
orientarem o posicionamento das pessoas submetidas a uma radiografia,
posicionamento de uma mesa de trabalho em duas dimensões, furação
automática de acordo com instruções em fita sobre as posições dos furos. A
seguir veremos algumas aplicações mais detalhadamente.

Aplicação #1
A primeira aplicação relatada é de um scanner óptico. O projetista do laser
utilizado para o scanner tem que rotacionar precisamente uma rede de difração
com o controle do computador para ajustar a freqüência do laser. A rede precisa
ser posicionada com um erro máximo de 0.05º. A alta resolução do micromotor de
passo e a ausência de movimentos não previstos quando este pára o tornam
ideal.

Fig. 74 – Micro-motor de passo

A solução encontrada: como a inércia da rede é igual a 2% da inércia do motor


ela pode ser ignorada. A situação exigia um pequeno motor. Um micromotor de
passo, que produzia um grande torque foi selecionado. Através da interface
utilizando o protocolo IEEE-4888 controlada por um simples programa escrito em
BASIC, o micromotor funcionou de forma satisfatória. Abaixo segue uma figura
ilustrativa do problema.

Fig.75 – Scanner óptico

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Aplicação #2
Esta segunda aplicação tem por objetivo mostrar o uso dos motores de passo,
acoplado a engrenagens, na movimentação de telescópios. Comparadas às
aplicações que utilizam apenas micromotores, as engrenagens apresentam baixa
eficiência, desgaste e podem ser barulhentas.
As engrenagens são justamente úteis, para romper grandes inércias, pois a
inércia refletida de volta para o motor através das engrenagens é dividida pelo
quadrado da inércia aplicada a elas. Desta maneira, grandes cargas inerciais
podem ser movimentadas enquanto o rotor mantem uma carga menor.
No caso descrito era necessário vasculhar fenômenos celestiais em velocidade
baixa de 15º por hora e em velocidade alta em 15º por segundo.
Assim, utilizando uma caixa de engrenagens que reduz de 30:1, 30 revoluções
dadas pelo motor equivalem a uma rotação de 360º dada pelo telescópio, foi
desenvolvido o projeto.
A velocidade de tracking de 15º por hora corresponde 1.25 revoluções por hora,
ou em torno de 9 passos por segundo para uma resolução de 25000 passos por
revolução. A velocidade de 15º por segundo requere 1.25 rps para o mesmo
motor. A lei do inverso do quadrado faz com que o motor sofra uma carga de
1/900 da inércia rotacional do telescópio. Na figura abaixo mostra o esquema do
projeto.

Fig.76 – Telescópio controlado por motor de passo

1.10.6 Controladores para motor de passo

Nesta etapa falaremos um pouco sobre circuitos que podem controlar os


motores adequadamente. Destacamos que como as cores dos fios que levam
energia as bobinas não são padronizados. Portanto não comentaremos sobre
a ordem certa de polarização utilizando as cores dos fios.

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• primeira etapa: falaremos sobre o controle de um motor de passo


diretamente pelo computador. Através da porta paralela visaremos
controlar um motor de quatro fases e unipolar através da excitação por
passo-inteiro. Pesquisando os drivers existentes, descobrimos o CI
ULN2003 que é um 7bit 50V 500mA TTL-input NPN darlington driver, que
funciona como amplificador. Obviamente toda a lógica deve ser exercida
pelo computador inclusive a da ordem de excitação das bobinas. Abaixo
segue o circuito elétrico mostrando a ligação entre o motor e a porta.

Fig.77– Controle do motor de passo

Destaca-se que o diodo zener foi utilizado como intuito de absorver o campo
eletromagnético reverso produzido pelo motor quando o mesmo é desligado. A
inversão observada nos pinos de entrada 3 e 4 do ULN2003 são necessárias
para manter a ordem certa de ativação das bobinas.

• Agora veremos o controle ser feito através de componentes discretos.


Utilizando um contador Johnson CMOS que controla a etapa de potência
não mostrada, podemos exercer um simples comando ao motor somente
através dos clock. Este circuito tem a desvantagem de não exercer o
controle da direção e observa-se que o mesmo executa o procedimento de
passo inteiro. Abaixo segue o esquema elétrico.

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Fig.78 – Controle do motor de passo

• Utilizando agora portas lógicas e flip-flops, exerceremos o controle tanto da


direção (através de DIR) quanto da velocidade do motor. Abaixo segue o
esquema a ser analisado.

Fig.79 – Controle do motor de passo

O circuito funciona basicamente invertendo a saída Q e Qinv de um dos flip-flops


em cada borda de descida. Na borda seguinte, podemos esperar que a saída do
outro flip-flop seja invertida mantendo a do primeiro igual, repetindo o ciclo a partir
de então. A porta XOR superior esquerda funciona como uma inversora, o que
permite só um dos flip-flops alterar o seu estado de acordo com as saídas.

Abaixo segue a tabela que se espera encontrar para este circuito, trabalhando
por conseqüência em passo inteiro.

Para DIR low (sentido anti-horário)


4A 1A 2A 3A
1 1 0 0
1 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 1 3A 4A 1A 2A
0 0 1 1
1 0 1 0
1 1 0 0
0 1 0 1
Para DIR high (sentido horário)

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Por último veremos um circuito com todas as etapas do processo. Abaixo


segue o circuito a ser analisado.

Fig.80 – Controle do motor de passo

À esquerda vemos o LM555 que é responsável pela produção dos pulsos


necessários para o CI 74194. Através do potenciômetro R6, podemos controlar o
sentido da rotação. Através do resistor R5 e do capacitor C1 podemos controlar o
ton e o toff do trem de pulsos, controlando então a velocidade. O CI74194 é um
TTL registrador de deslocamento bidirecional acionado pelo clock do LM555. Os
pinos S0 e S1 são os responsáveis por determinar se o deslocamento é direito ou
esquerdo, ativando as saídas de A0 a D0. SR (serial right) e SL (serial left) são os
pinos responsáveis pelo o bit high, inicialmente ativado por A1 estar high,
efetuarem um deslocamento em anel.

Assim, deve-se constatar somente um bobina do motor ser ativada por vez, após
a etapa amplificadora constituída pelos transistores de potência TIP120. Como
explicado anteriormente, os diodos são utilizados para proteger o circuito de
tensões inversas provocadas pelo armazenamento de energia dos indutores. No
caso específico, podemos verificar que a alimentação do motor é idêntica a
alimentação da parte lógica.

1.11 Servo-Motor

Um servo-motor é um pequeno dispositivo cujo veio pode ser posicionado numa


determinada posição angular de acordo com um sinal codificado que lhe é

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enviado. Enquanto esse código persistir na entrada, o servo irá manter a sua
posição angular. Se o código de entrada variar a posição angular também varia.
Na prática os servo-motores são usados no controlo de aviões telecomandados,
robots, etc.

Fig.81 – Servo motor

Os servo-motores são
extremamente úteis em robótica.
Os motores são pequenos,
possuem internamente o circuito
de controle, engrenagens
redutoras, mecanismo de
posicionamento por feedback e
são extremamente potentes para o seu tamanho.

Um servo possui 3 entradas. Uma é a alimentação (+5 V), outra é a massa e a


outra é a entrada de controle. Um servo é controlado enviando-lhe um sinal PWM
(Pulse Width Modulation), ou seja, a posição angular irá depender da largura do
pulso enviado.

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Fig.82 – Servo motor

O sinal de controle é uma onda quadrada (0 a 5 V) de frequência igual a 50 Hz


(também funciona a 60 Hz).
A uma frequência de 50 Hz corresponde um período de 20 ms (1/50 = 20 ms).
O sinal PWM à enviar terá de ter sempre o primeiro milisegundo a 5 V. A partir
daí, durante o milisegundo seguinte, o tempo que o sinal se mantiver a 5 V irá
determinar a posição do veio do servo-motor. Ou seja, se imediatamente após o
primeiro milisegundo o sinal passar a ser de 0 V, então servo ir-se-á colocar na
posição 0º. Se em vez disso, o sinal for durante o primeiro milisegundo igual a 5 V
e se esse valor se mantiver durante o segundo milisegundo (igual a a 5 V) então o
servo-motor ir-se-á colocar na posição 180º (a posição angular máxima de um
servo-motor é normalmente de 180º).

Em qualquer dos casos, a partir do segundo milisegundo e durante os 18 ms


restantes (2 ms +18 ms =20 ms) o sinal de controle deverá ser de 0 V.

Vemos assim que é o tempo, durante o segundo milisegundo, que o sinal se


mantem a 5 V, que determina a posição angular do servo. Ou seja, se o servo tem
um raio de ação de 180º então, como 1/180 ≈ 5 μs, bastam incrementos de 5 μs,
para alterar a posição do servo

Exemplos de sinais PWM e respectiva posição angular:

• 1 ms a 5 V e 19 ms a 0 V corresponde a uma posição angular de 0º.


• 1,005 ms a 5 V e 18,995 ms a 0 V corresponde a uma posição angular de
1º.
• 1,010 ms a 5 V e 18,990 ms a 0 V corresponde a uma posição angular de

... e assim sucessivamente...
Para controlar o servo-motor o sinal deverá ser o seguinte:
5V
E repertir-se

0V
18ms
1ms 1ms
s
20ms

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Fig.83 – Diagrama de tempo do controle do servo motor

Este sinal deve repetir-se para que o servo se posicione na posição angular
pretendida e se mantenha lá imóvel.

Uma forma de gerar este tipo de sinal é usando um microcontrolador. Neste caso
foi usado o PIC16F84 da Microchip.

Fig.84 – Controle do servo motor utilizando controlador PIC

Usou-se a PORTB (todos os pinos) como variável de entrada para o processo


unicamente para demonstrar o funcionamento deste controlador de servo-
motores. Em utilizações reais do servo, bastaria usar um pino de entrada e enviar
os dados ao micro-controlador via protocolo série (RS-232, SPI, I2C, etc). Este
circuito deve ser uma referência para outras utilizações de um servo.

2.Transformadores
2.1 Transformador monofásico

São inúmeros os problemas causados pela queda de tensão em um circuito. Eles


fazem parte do cotidiano nas residências e nos ambientes de trabalho.
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A solução para esta anormalidade são os reguladores de tensão, ou seja, os


transformadores, que têm a capacidade de variar a tensão.
Outro problema freqüente é a compatibilidade ou casamento da tensão entre a
rede e a carga. Para esse caso, o transformador também é a solução, pois pode
elevar ou reduzir a tensão da rede a um valor compatível com a carga.
Sempre que um aparelho elétrico for de tensão não-compatível com a rede que o
alimentará, será necessário o transformador.

Os transformadores podem ser monofásicos, para usos residencial e industrial, e


trifásicos, normalmente utilizados para uso industrial e distribuição e transmissão
de energia elétrica. As figuras a seguir ilustram alguns tipos de transformadores
monofásicos.

Fig. 85 – Transformador de pequeno porte

2.2 Princípio de funcionamento


A corrente alternada apresenta duas variações, a saber:

Fig. 86 – Princípio de funcionamento do transformador

Por conseguinte, o campo magnético apresenta essas duas variações.


Assim, conforme os gráficos demonstrados, à proporção que é variada a corrente
- seja de amplitude ou de polaridade -, varia-se o campo magnético de um
condutor.

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Fig. 87 – Relação fluxo magnético x corrente elétrica

O campo magnético expande-se e


contrai-se em ambos os sentidos.

Fig. 88 – Campo magnético num condutor

O mesmo ocorre num solenóide ou bobina quando percorrida por uma corrente
alternada.

Fig. 89 – Criação do campo magnético no secundário

No semicicio positivo, a corrente I, entrando no circuito, produz um campo


magnético cujo pólo norte está na posição superior. No semiciclo negativo, a
corrente I produz um campo magnético cujo pólo norte está na posição inferior. E,
em ambos os semiciclos, o campo magnético varia de intensidade do zero ao
máximo e vice-versa.

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Então, se for colocada outra bobina ao lado desta ou em seu interior, a bobina 1
envolverá a bobina 2 com uma intensidade de campo magnético variável

Fig. 90 – Criação de campo magnético no secundário

Embora não haja contato elétrico, se for instalado um miliamperímetro na bobina


2, entre os bornes A e B, este acusará uma corrente elétrica, resultante dessa
intensidade do campo magnético variável da bobina 1, devido à indução
eletromagnética.

É assim que funciona o transformador.

Uma bobina ligada a uma fonte variável (corrente alternada) induz, na outra
bobina, uma corrente alternada na mesma freqüência. A bobina ligada à fonte,
para produzir o campo magnético variável, é chamado campo indutor - é
denominado enrolamento primário, e a bobina onde aparece a f.e.m. induzida,
devido ao campo induzido, é chamada enrolamento secundário, que é
responsável pela alimentação das cargas.

A corrente no primário é denominada corrente indutora e a corrente no


enrolamento secundário é denominada corrente induzida.
Daí, conclui-se que o transformador funciona pela indução eletromagnética.

Onde:

L = indutância eletromagnética
 = fluxo magnético (Wb)
I = intensidade da corrente elétrica (A)

 =  . S . cos

onde:

 = intensidade do campo magnético (A/m)


S = área da bobina
 = ângulo formado -entre  e S.

A indutância basicamente depende de:

 = permeabilidade magnética do meio


N - número de espiras do enrolamento
 = comprimento da bobina (enrolamento)
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A = área de uma única espira

Então:

L =  . N² . A

A permeabilidade magnética do meio  , como a condutividade, depende dos


mesmos fatores:

- natureza do material; - seção transversal; - comprimento; - temperatura.

Para melhorar a indutância do circuito magnético, basta melhorar o acoplamento


magnético  , ou seja, substituir o meio pelo qual circulam as linhas de força, o ar,
que é uma substância paramagnética, por um material ferromagnético, que possui
a permeabilidade
magnética cinco a oito mil
vezes maior que o ar, e,
com isso, diminuir a
dispersão magnética, como
mostra o diagrama ao lado

Fig. 91 – Circuito magnético de um transformador

A figura seguinte apresenta o símbolo do transformador e as partes constituintes.

Fig. 92 – Simbologia do transformador

De acordo com a lei de Faraday, a f.e.m. induzida poderá ser calculada em


função da variação do fluxo () numa unidade de tempo (segundos).

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V=
t

onde:

v = f.e.m. induzida instantaneamente


 = variação do fluxo
t = variação do tempo

Assim, de acordo com a lei de Lenz, a f.e.m. induzida é uma reação à variação do
fluxo que a produziu, e essa lei pode ser enunciada da seguinte maneira:

"O sentido de uma f.e.m. induzida é tal que se opõe, pelos seus efeitos, à causa
que a produziu."

Por isso, num transformador, a corrente do enrolamento secundado está em


oposição ao sentido da corrente do primário.

Fig. 93 – Lei de Lenz

Mesmo possuindo o transformador um núcleo de


ferro, com o objetivo de melhorar a indução
eletromagnética, ainda existe dispersão de linhas de
força que pode ser minimizada com a sobreposição
de bobinas, bastando, para isso, colocar o
enrolamento primário sobre o enrolamento
secundário, separados por um material isolante.

Fig. 94 – Primário e secundário do transformador

Com a sobreposição dos enrolamentos primário e secundário, pode-se empregar


outro núcleo com chapas em forma de E, para diminuir ainda mais as dispersões
eletromagnéticas.

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Fig. 95 – Núcleo tipo E

2.3 - Correntes de Foucault

São responsáveis pela transformação da energia elétrica em calor, causando


aquecimento nos núcleos das máquinas elétricas (transformadores).

Quando há variação de fluxo magnético num condutor, surge uma f.e.m. induzida
entre seus terminais. Se o condutor for de grandes dimensões, conforme
diagrama a seguir, pode-se observar que, dentro deste condutor, pode-se
encontrar vários percursos fechados e, em cada percurso, o fluxo magnético varia
em função do tempo e, portanto, forças eletromagnéticas induzidas fazem circular
no interior do condutor, correntes induzidas chamadas correntes de Foucault.

Fig. 96 – Princípio das corrente parasitas

Como o condutor maciço tem resistência elétrica muito pequena, as correntes de


Foucault podem atingir intensidades muito elevadas. Quando isso ocorre, há
dissipação de considerável quantidade de energia (P = R. i²), causando
aquecimento no condutor.

Nas máquinas elétricas, transformadores, motores, etc, o condutor que se


encontra no meio do fluxo magnético é o núcleo.

Para reduzir as correntes de Foucault, deve-se laminar o núcleo (condutor),


deixando as lâminas em direção paralela às linhas de força e isoladas
eletricamente entre si por um verniz mineral ou o próprio óxido do metal.

As lâminas do núcleo ferromagnético são constituídas de ferro com silício,


substância excelente condutora de fluxo magnético. Apesar de o silício conduzir
bem o fluxo magnético, ele não é bom condutor de eletricidade, devido à sua
resistência ôhmica ser alta; com isso, reduzem-se ainda mais as correntes de
Foucault.

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Quanto maior a freqüência maior o aquecimento e as perdas.

A corrente de Foucault também pode ser aproveitada como trabalho útil, por
exemplo, nos fornos de indução, nos instrumentos de medição (amortecimento do
ponteiro, etc.).

2.4 - Funcionamento do transformador sem carga (á vazio)


Aplica-se uma tensão V1 no enrolamento primário à freqüência nominal, deixando
o enrolamento secundário aberto.

Fig. 97 – Transformador à vazio

Conforme a figura demonstra, o enrolamento secundário não é percorrido por


corrente alguma.
A força magnetomotriz (ampéres-espiras N1I1) do enrolamento primário produz a
corrente de excitação le.
Então, corrente de excitação le é a corrente necessária para produzir um campo
magnético para o funcionamento do transformador a partir de seus valores
nominais.

Para o transformador a vazio, a corrente de excitação le é igual à corrente do


enrolamento primário, ou seja:
onde:

le=corrente de excitação
I1 = corrente do primário

A corrente de excitação de um transformador é da ordem de 1 a 7% da corrente


nominal.

2.5 - Funcionamento do transformador com carga


Aplica-se uma tensão V1 no enrolamento primário à freqüência nominal e
conecta-se uma carga ao enrolamento secundário, conforme diagrama a seguir.

Fig. 98 – Transformador com carga

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Ambos os enrolamentos são percorridos por correntes, sendo que, no


enrolamento primário, circula a corrente I1 e, no secundário, a corrente I2.
A corrente I2 ocorre em função da carga utilizada, ou seja, quanto menor a
impedância da carga, maior a corrente do secundário I2.
A corrente primária I1 é a soma geométrica da corrente de excitação le com a
corrente secundária I2 refletida no enrolamento primário.
Essa corrente secundária refletida no primário recebe o nome de componente de
carga I’1.
Então:

I1 = I’1 + Ie
onde:

I1 = corrente primária
I’1 = componente de carga
Ie = corrente de excitação

Como foi estudado anteriormente, a


corrente I1 está em oposição à
corrente secundária I2, conforme a lei
de Lenz.

Fig. 99– lei de Lenz

Devido a essa oposição de correntes, os ampéres-espiras do secundário N2I2


tendem a produzir um fluxo desmagnetizante que reduz o fluxo que enlaça ambos
os enrolamentos e as tensões induzidas E1 e E2 instantaneamente.
Imediatamente após a redução da tensão induzida E1, a corrente do primário I1
aumenta-se, para produzir o fluxo magnético suficiente para suprir o aumento de
carga.

2.6 Relação de transformação ou relação de espiras


Através do estudo feito sobre o transformador com carga, observa-se que, ao se
fazer circular uma corrente no enrolamento secundário, surge um fluxo
desmagnetizante em função de I2N2 (força magnetomotriz - fmm). Nesse
instante, E1 produz um aumento de corrente I1, aumentando a força
magnetomotriz do primário N1I’1. Como a corrente de excitação é pequena, pode-
se considerar que:

onde:
N1 = número de espiras do primário
N2 = número de espiras do secundário
I1 = corrente do primário
I2 = corrente do secundário

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A relação existente entre o número de espiras e as correntes do transformador é


chamada de relação de transformação ou relação de espiras, que é igual à
relação das tensões induzidas E1/E2.

É representada pela letra grega 

 = N1 = I2 = E1
N2 I1 E2

Através da relação de transformação, pode-se saber para quantas espiras num


enrolamento correspondem no outro enrolamento, ou seja, para a relação de
transformação  = 10, num transformador elevador, significa que, para cada 10
espiras no primário, corresponde uma espira no enrolamento secundário.

2.7 Potência de perdas


Como pode-se concluir, o transformador é uma máquina estática, pois não possui
partes girantes que transferem energia do enrolamento primário para o
secundário (carga).

A distribuição dessa energia é mostrada no diagrama a seguir.

Fig. 100 – Potência das perdas no transformador

Observa-se que a energia total divide-se em energia de perdas e energia para


carga, ou em outras palavras:

Pe = Pp + Ps

Onde:

Pe = potência de entrada
Pp = potência responsável pelas perdas no transformador

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Ps = potência de saída

A potência de perdas ou simplesmente as perdas do transformador são


basicamente assim distribuídas:

• perdas no cobre - devidas à resistência dos condutores da bobina.


Provocam calor;
• perdas no ferro - devidas às correntes parasitas, Foucault e histerese.
Provocam calor;
• perdas adicionais -devem-se ao fluxo de dispersão, correntes de fuga pelo
dielétrico, etc.
Naturalmente, é de interesse prático que essas perdas sejam as menores
possíveis. O diagrama a seguir demonstra as potências do primário e do
secundário.

Fig. 101 – Perdas no transformador

2.8 Rendimento do transformador

É a percentagem da potência de entrada, que é obtida na saída do transformador.


O rendimento é representado pela letra grega (lê-se êta). Porém, é expressa em
percentagem, ou seja %.

Para calcular o rendimento, emprega-se a fórmula:

% = Ps
Pe
onde:

 % = percentagem do rendimento
Ps = potência cedida à carga (potência de saída)
Pe = potência absorvida da rede (potência de entrada)

2.9 Regulação

É a relação existente entre a diferença da tensão a vazio e a tensão a plena carga


dividida pela tensão a plena carga.

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A regulação - também chamada de índice de regulação - pode ser expressa da


seguinte forma:

sendo:

E2 = tensão do secundário à vazio


V2 = tensão do enrolamento secundário à plena carga

Logo, quanto menor for a regulação, melhor será a qualidade do transformador.


Por norma, a regulação máxima é de 5%.

2.10 Núcleo

O núcleo é composto de chapas sobrepostas conforme ilustrações a seguir:

Fig. 102 – Formato de núceos

As chapas que compõem o núcleo são isoladas uma da outra, para evitar o
aumento de correntes parasitas. A isolação dessas chapas pode ser por:

• oxidação, para transformadores de baixa-tensão;


• verniz mineral,para transformadores que trabalham em média tensão e
acima.

A eficiência do transformador depende das suas partes constituintes, sobretudo o


núcleo. Este deve permitir a passagem e a concentração das linhas de força do
campo magnético; por isso, é feito de material ferromagnético especial constituído
de uma liga composta basicamente de ferro com pequena quantidade de silício. A
baixa qualidade dessa liga é uma das responsáveis pela perda de potência de um
transformador, pois, junto com o seccionamento das chapas, são responsáveis
pela perda no ferro.

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A seguir são apresentados dois tipos mais comuns de núcleo em


transformadores:

Fig. 103 – núcleo tipo Shell e core

2.11 Autotransformador
É um transformador cujos enrolamentos primário e secundário são conectados
em série, tornando-se um único enrolamento.

Assim, um transformador de enrolamentos múltiplos pode ser considerado um


autotransformador se todos os seus enrolamentos forem ligados em série, em
adição (para que se obtenha a soma das tensões), para formar um único
enrolamento.

Os autotransformadores diferem dos transformadores isolados no circuito elétrico,


sendo idênticos na estrutura magnética. Os diagramas a seguir mostram que
qualquer transformador comum de dois enrolamentos pode ser convertido num
autotransformador.

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Fig. 104 – Conversão de transformador em auto-transformador

Fig. 105– Transformador de pequeno porte

2.12 Transformador de corrente (TC)

Os transformadores de corrente (TC) têm como objetivo reduzir valores de


corrente a outros de menor intensidade.

São utilizados basicamente para medição e proteção de sistemas elétricos,


evitando, assim, a construção de instrumentos de medição e sistemas de
proteção de grande porte, o que acarretaria um alto custo para o equipamento.

Fig. 106 – TC

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Fig. 107 – Conexões do TC

2.13 Transformador de potencial (TP)

É um transformador que reduz proporcionalmente tensões elevadas da rede para


valores que podem ser medidos por voltímetros. Este tipo de transformador é
utilizado em circuitos de medição, controle ou proteção. Por isso, a corrente do
secundário é extremamente baixa.

Comparado com o transformador de potência, o transformador de potencial deve


ter:

• erro menor na relação de transformação; -


• melhor escolha de condutores;
• melhor qualidade das chapas que constituem o núcleo; -
• classe de precisão de até 1,2.

Fig. 108 – Transformador de potencial

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2.14 Transformador de isolação


É um transformador de potencial, com a relação de espiras normalmente  = 1,
que tem como objetivo isolar eletricamente o primário - aterrado - do secundário -
não-aterrado -, conforme esquema a seguir.

Fig. 109 – Transformador isolação

O transformador de isolação, pelo fato de não ter o secundário ligado à terra, evita
que uma falha na isolação possa fazer com que uma corrente de fuga passe
através do operador e da terra, no caminho de volta ao transformador de
distribuição, que é aterrado. Em outras palavras, interrompe o circuito de fuga e,
com isso, protege o operador.

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3.Transformadores trifásicos
Transformadores trifásicos são equipamentos que transferem a energia elétrica
de um enrolamento primário para o secundário, devido à indução eletromagnética
alterando ou não os níveis de tensão e correntes trifásicas, porém mantendo-se a
freqüência constante.

Para se transformar a tensão de uma fonte trifásica, é necessário:

• três transformadores monofásicos independentes unidos entre si em


ligação trifásica
• um só transformador trifásico que, de certa forma, reúne os três
monofásicos

3.1 Tanque
O conjunto de bobinas e núcleo é colocado num recipiente próprio denominado
tanque. Fora do tanque, existem seis terminais: três para entrada da rede trifásica
e quatro para a saída. Nota-se que, ( fig. seguinte) no lado da tensão mais
elevada, os terminais são próprios para alta- tensão: têm muitas "saias" e são
bem mais longos.

O isolador para a tensão mais baixa é bem menor em comprimento, tem menos
"saias" e os seus terminais (parafusos de fixação do condutor) têm maior
diâmetro, pois a corrente nesses terminais é bem maior que a existente no lado
de alta-tensão.

A seguir, são apresentados dois modelos de transformadores com respectivos


esquemas de localização de seus acessórios, sendo que alguns dos acessórios
são comuns aos dois modelos.

Fig. 110 – Transformador de distribuição

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Fig. 111 – Transformador de distribuição - desenho

3.2 Resfriamento
Como foi visto anteriormente, no transformador monofásico, as perdas geram
calor, provocando o aquecimento dos enrolamentos.

Com o excesso de calor, o isolamento dos enrolamentos e também o isolamento


entre as bobinas tende a perder suas funções, provocando curto-circuito e queima
do transformador. Por isso, o calor deve ser dissipado, a fim de que a temperatura
estabelecida para os enrolamentos seja mantida.

Os pequenos transformadores podem dissipar o calor por radiação direta, isto é,


expostos ao ar, naturalmente. Porém, transformadores para grandes capacidades
monofásicas ou trifásicas precisam de maior resfriamento. Não sendo suficiente a
ventilação natural, esses transformadores podem ser resfriados por ventilação
forçada.

Na ventilação forçada,
empregam-se ventiladores
que impelem ar frio para
dentro do transformador. A
contínua circulação de ar
frio retira o calor dos pontos
onde ele é gerado.

Fig. 112 – sistema de resfriamento do transformador

Transformadores a óleo são os que possuem suas bobinas e núcleo colocados


num tanque cheio de óleo isolante, com o objetivo de isolação e resfriamento dos
mesmos.

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Circulando no tanque, o óleo retira o calor das bobinas e se aquece, precisando


ser novamente resfriado. O óleo pode ser resfriado pelo ar, em movimento natural
ou por refrigeração forçada, como, por exemplo, através de ventiladores.

3.3 Conexões do transformador trifásico


Os diagramas a seguir representam a ligação de um transformador com o
enrolamento primário ligado em estrela.

Fig. 113 – Diagrama estrela

Para exemplificar a ligação estrela, foi utilizado o enrolamento primário, mas


também pode-se ter essa ligação no enrolamento secundário.

A seguir, é apresentada a ligação de um transformador ligado em triângulo,


utilizando-se também o enrolamento primário como exemplo.

Fig. 114– Diagrama triângulo

Do mesmo modo que na ligação estrela, essa ligação (triângulo) pode ser
utilizada no enrolamento primário ou secundário.

Ligação em ziguezague

Essa ligação só é feita no secundário do transformador, e é assim denominada


porque esse enrolamento (secundário) de fase é distribuído metade numa coluna
e metade na outra, conforme diagramas a seguir.
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Fig. 115– Diagrama zigue-zague

Observa-se que as primeiras metades estão num sentido e as segundas em


outro. Isso é necessário para retorno do fluxo magnético.

O diagrama a seguir apresenta as bobinas secundadas de um transformador


ligado em ziguezague e sua representação esquemática.

Fig. 116– Diagrama zigue-zague

A ligação em ziguezague é recomendada para pequenos transformadores de


distribuição cuja carga no secundário não seja equilibrada, pois se houver um
desequilíbrio - aumento de carga em uma das fases -, a corrente aumentará,
aumentando-se também a indução eletromagnética. Como uma fase ou bobina
está distribuída em duas colunas, isso faz com que haja um equilíbrio de carga no
transformador, resultando menor queda de tensão na fase secundária
correspondente.

Então, a ligação em ziguezague visa a atenuar os efeitos do desequilíbrio de


cargas no secundário. As demais ligações não permitem esse artifício.

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4. Proteção e aterramento em instalações elétricas

4.1 Aterramento

As características e a eficácia dos aterramentos devem satisfazer às prescrições


de segurança das pessoas e funcionais da instalação.
O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e
de funcionamento da instalação elétrica.

4.2 Ligações à terra

Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional) o aterramento deve ser
único em cada local da instalação.

NOTA:

Para casos específicos de acordo com as prescrições da instalação, podem ser


usados separadamente, desde que sejam tomadas as devidas precauções.

A seleção e instalação dos componentes dos aterramentos devem ser tais que:

a) o valor da resistência de aterramento obtida não se modifique


consideravelmente ao longo do tempo;
b) resistam às solicitações térmicas, termomecânicas e eletromecânicas;
c) sejam adequadamente robustos ou possuam proteção mecânica apropriada
para fazer face às condições de influências externas.

Devem ser tomadas precauções para impedir danos aos eletrodos e a outras
partes metálicas por efeitos de eletrólise.

4.3 Eletrodos de aterramento

O eletrodo de aterramento preferencial numa edificação é o constituído pelas


armaduras de aço embutidas no concreto das fundações das edificações.

NOTAS

1- A experiência tem demonstrado que as armaduras de aço das estacas, dos


blocos de fundação e das vigas baldrames, interligadas nas condições correntes
de execução, constituem um eletrodo de aterramento de excelentes
características elétricas.
2- As armaduras de aço das fundações, juntamente com as demais armaduras do
concreto da edificação, podem constituir, nas condições prescritas pela NBR
5419, o sistema de proteção contra descargas atmosféricas (aterramento e gaiola
de Faraday, completado por um sistema captor).
3- Em geral os elementos em concreto protendido não devem integrar o sistema
de proteção contra descargas atmosféricas.

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No caso de fundações em alvenaria, o eletrodo de aterramento pode ser


constituído por uma fita de aço ou barra de aço de construção, imersa no concreto
das fundações, formando um anel em todo o perímetro da estrutura. A fita deve
2
ter, no mínimo, 100 mm de seção e 3 mm de espessura e deve ser disposta na
2
posição vertical. A barra deve ter o mínimo 95 mm de seção. A barra ou a fita
deve ser envolvida por uma camada de concreto com espessura mínima de 5 cm.
Quando o aterramento pelas fundações não for praticável, podem ser utilizados
os eletrodos de aterramento convencionais, indicados na tabela 1, observando-se
que:

a) o tipo e a profundidade de instalação dos eletrodos de aterramento devem ser


tais que as mudanças nas condições do solo (por exemplo, secagem) não
aumentem a resistência do aterramento dos eletrodos acima do valor exigido;

b) o projeto do aterramento deve considerar o possível aumento da resistência de


aterramento dos eletrodos devido à corrosão.

NOTA

1-Preferencialmente o eletrodo de aterramento deve constituir um anel


circundando o perímetro da edificação.
2- A eficiência de qualquer eletrodo de aterramento depende das condições locais
do solo; devem ser selecionados um ou mais eletrodos adequados às condições
do solo e ao valor da resistência de aterramento exigida pelo esquema de
aterramento adotado. O valor da resistência de aterramento do eletrodo de
aterramento pode ser calculado ou medido.

Tipo de eletrodo Dimensões mínimas Observações


Tubo de aço zincado 2,40 m de comprimento e Enterramento
diâmetro nominal de 25 mm totalmente vertical
Perfil de aço zincado Cantoneira de Enterramento
(20mmx20mmx3mm) com 2,40 totalmente vertical
m de comprimento
Haste de aço Diâmetro de 15 mm com 2,00Enterramento
zincado ou 2,40 m de comprimento totalmente vertical
Haste de aço Diâmetro de 15 mm com 2,00Enterramento
revestida de cobre ou 2,40 m de comprimento totalmente vertical
Haste de cobre Diâmetro de 15 mm com 2,00Enterramento
ou 2,40 m de comprimento totalmente vertical
Fita de cobre 25 mm² de seção, 2 mm de Profundidade
espessura e 10 m de mínima de 0,60 m.
comprimento Largura na
posição vertical
Fita de aço 100 mm² de seção, 3 mm de Profundidade
galvanizado espessura e 10 m de mínima de 0,60 m.
comprimento Largura na
posição vertical

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Cabo de cobre 25 mm² de seção e 10 m de Profundidade


comprimento mínima de 0,60 m.
Posição horizontal
Cabo de aço zincado 95 mm² de seção e 10 m de Profundidade
comprimento mínima de 0,60 m.
Posição horizontal
Cabo de aço 50 mm² de seção e 10 m de Profundidade
cobreado comprimento mínima de 0,60 m.
Posição horizontal
Tab. 7 – Eletrodo de aterramento

Não devem ser usados como eletrodo de aterramento canalizações metálicas de


fornecimento de água e outros serviços, o que não exclui a ligação equipotencial
de que trata .

4.4 Condutores de aterramento

Os condutores de aterramento devem atender às prescrições gerais.


Quando o condutor de aterramento estiver enterrado no solo, sua seção mínima
deve estar de acordo com a tabela seguinte

Protegido Não protegido


mecanicamente mecanicamente
Cobre: 16 mm²
Protegido contra corrosão De acordo com 6.4.3.1
Aço: 16 mm²
Cobre: 16 mm² (solos ácidos)
Não protegido contra 25 mm² (solos alcalinos)
corrosão Aço: 50 mm²

Tab. 8 – Proteção do condutor de aterramento

Quando o eletrodo de aterramento estiver embutido nas fundações a ligação ao


eletrodo deve ser realizada diretamente, por solda elétrica, à armadura do
2
concreto mais próxima, com seção não inferior a 50 mm , preferencialmente com
diâmetro não inferior a 12 mm, ou ao ponto mais próximo do anel (fitas ou barra)
embutido nas fundações. Em ambos os casos, deve ser utilizado um condutor de
aço com diâmetro mínimo de 12 mm, ou uma fita de aço de 25 mm x 4 mm. Com
o condutor de aço citado, acessível fora do concreto, a ligação à barra ou
condutor de cobre para utilização, deve ser feita por solda exotérmica ou por
processo equivalente do ponto de vista elétrico e da corrosão.
Em alternativa podem usar-se acessórios específicos de aperto mecânico para
derivar o condutor de tomada de terra diretamente da armadura do concreto, ou
da barra de aço embutida nas fundações, ou ainda do condutor de aço derivado
para o exterior do concreto.

NOTA - O condutor de aço derivando para exterior do concreto deve ser


adequadamente protegida contra corrosão.

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Na execução da ligação de um condutor de aterramento a um eletrodo de


aterramento deve-se garantir a continuidade elétrica e a integridade do conjunto.

4.5 Condutores de proteção - Seções mínimas

A seção não deve ser inferior ao valor determinado pela expressão seguinte
(aplicável apenas para tempos de atuação dos dispositivos de proteção que não
excedam 5 s):

S=
I .t
k
Onde:
S é a seção do condutor, em milímetros quadrados;
I é o valor (eficaz) da corrente de falta que pode circular pelo dispositivo de
proteção, para uma falta direta, em ampéres;
t é o tempo de atuação do dispositivo de proteção, em segundos;

NOTA - Deve ser levado em conta o efeito de limitação de corrente das


impedâncias do circuito, bem como a capacidade limitadora (integral de Joule) do
dispositivo de proteção.

k é o fator que depende do material do condutor de proteção, de sua isolação e


outras partes e das temperaturas inicial e final conforme tabelas a seguir.

NOTAS

1 - É necessário que a seção calculada seja compatível com as condições


impostas pela impedância do percurso da corrente de falta.
2 - Para limitações de temperatura em atmosferas explosivas, ver IEC-79-0.
3 - Devem ser levadas em conta as temperaturas máximas admissíveis para as
ligações.

Tab.9 - Valores de k para condutores de proteção providos de isolação não incorporados em


cabos multipolares ou condutores de proteção nus em contato com a cobertura de cabos

Isolação ou cobertura protetora


Material do condutor PVC EPR ou XLPC
Cobre 143 176
Alumínio 95 116
Aço 52 64

NOTAS
1 - A temperatura inicial considerada é de 30º C.

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2 - A temperatura final do condutor é considerada igual a 160º C para o PVC e a


250º C para o EPR e o XLPE.

Tab.10 - Valores de k para condutores de proteção que sejam veia de cabos multipolares

Isolação ou cobertura protetora


Material do condutor PVC EPR ou XLPC
Cobre 115 143
Alumínio 76 94

NOTAS
1 - A temperatura inicial do condutor é considerada igual a 70º C para o PVC e a
90º C para o EPR e o XLPE.
2 - A temperatura final do condutor é considerada igual a 160º C para o PVC e a
250º C para o EPR e o XLPE.

Tab.11 - Valores de k para condutores de proteção que sejam capa ou armação de cabo

Isolação ou cobertura protetora


Material do condutor PVC EPR ou
XLPC
Aço
Aço/Cobre (Ainda não normalizados)
Alumínio
Chumbo

Tab.12 - Valores de k para condutores de proteção nus onde não haja risco de dano em qualquer
material vizinho pelas temperaturas indicadas

Condições
Material do condutor Visível e em Condições Risco de
áreas restritas normais incêndio
1)
Temperatura máxima 500º C 200º C 150º C
Cobre
k 228 159 138
Temperatura máxima 300º C 200º C 150º C
Alumínio
k 125 105 91
Temperatura máxima 500º C 200º C 150º C
Aço
k 82 58 50

As temperaturas indicadas são válidas apenas quando não puderem prejudicar a


qualidade das ligações.

NOTA - A temperatura inicial considerada é de 30º C.

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A seção do condutor de proteção pode, opcionalmente ao método de cálculo, ser


determinada através da tabela 7. Se a aplicação da tabela conduzir a valores não
padronizados, devem ser usados condutores com a seção normalizada mais
próxima. Os valores da tabela 7 são validos apenas se o condutor de proteção for
constituído do mesmo metal que os condutores fase. Caso não seja, sua seção
deve ser determinada de modo que sua condutância seja equivalente à da seção
obtida pela tabela.

Tab.13 - Seção mínima do condutor de proteção

Seção dos condutores fase da Seção mínima do condutor de


instalação proteção
S (mm²) correspondente Sp (mm²)
S ≤ 16 S
16
16 < S ≤ 35 S
S > 35
2

A seção de qualquer condutor de proteção que não faça parte do mesmo cabo ou
do mesmo invólucro que os condutores vivos deve ser, em qualquer caso, não
inferior a:

a) 2,5 mm² se possuir proteção mecânica;


b) 4 mm² se não possuir proteção mecânica.

4.6 Tipos de condutores de proteção

Podem ser usados como condutores de proteção:

a) veias de cabos multipolares;


b) condutores isolados, cabos unipolares ou condutores nus num conduto
comum aos condutores vivos;
c) condutores isolados, cabos unipolares ou condutores nus
independentes;
d) proteções metálicas ou blindagens de cabos;
e) eletrodutos metálicos e outros condutos metálicos;
f) certos elementos condutores estranhos à instalação.

NOTA - As canalizações metálicas de água e gás não devem ser usadas como
condutores de proteção.

4.7 Aterramento por razões de proteção

Condutores de proteção usados com dispositivos de proteção a sobrecorrentes

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Quando forem utilizados dispositivos de proteção a sobrecorrentes para a


proteção contra contatos indiretos, o condutor de proteção deve estar contido na
mesma linha elétrica dos condutores vivos ou em sua proximidade imediata.

• Aterramento de mastro de antenas e do sistema de proteção contra


descargas atmosféricas (SPDA) da edificação

• Mastros de antenas devem ser incorporados ao SPDA, devendo ser


atendidas as prescrições da NBR 5419.

Condutor PEN - Nos esquemas TN, quando o condutor de proteção tiver uma
seção maior ou igual a 10 mm² em cobre ou a 16 mm² em alumínio, nas
instalações fixas, as funções de condutor de proteção e de condutor neutro
podem ser combinadas, desde que a parte da instalação em referência não seja
protegida por um dispositivo a corrente diferencial-residual. No entanto, a seção
mínima de um condutor PEN pode ser de 4 mm², desde que o cabo seja do tipo
concêntrico e que as conexões que garantem a continuidade sejam duplicadas
em todos os pontos de conexão ao longo do percurso do condutor periférico. O
condutor PEN concêntrico deve ser utilizado desde o transformador e limitado a
uma instalação que utilize acessórios adequados.
O condutor PEN deve ser isolado para as tensões a que possa ser submetido, a
fim de evitar fugas de corrente.
Se, a partir de um ponto qualquer da instalação, o neutro e o condutor de
proteção forem separados, não é permitido religá-los após esse ponto. No ponto
de separação, devem ser previstos terminais ou barras separadas para o
condutor de proteção e o neutro. O condutor PEN deve ser ligado ao terminal ou
barra previsto para o condutor de proteção.

4.8 Aterramento e equipotencialização de equipamentos de


tecnologia da informação
As prescrições aqui contidas tratam do aterramento e das ligações equipotenciais
dos equipamentos de tecnologia da informação e de equipamentos similares que
necessitam de interligações para intercâmbio de dados. Podem também ser
utilizadas para outros equipamentos eletrônicos suscetíveis a interferências.

NOTAS

1 - O termo “equipamento de tecnologia da informação” é usado pela IEC para


designar todos os tipos de equipamentos elétricos e eletrônicos de escritório e
equipamentos de telecomunicação.
2 - São exemplos de equipamentos aos quais prescrições podem ser aplicáveis:
- equipamentos de telecomunicação e de transmissão de dados, equipamentos de
processamentos de dados ou instalações que utilizam transmissão de sinais com
retorno à terra, interna ou externamente ligadas a uma edificação;
- fontes de corrente contínua que alimentam equipamentos de tecnologia da
informação no interior de uma edificação;

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- equipamentos e instalações de CPCT- Central Privada de Comutação Telefônica


(PABX);
- redes locais;
- sistemas de alarme contra incêndio e contra roubo;
- sistemas de automação predial;
- sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) e outros que utilizam
computadores.
3 - As prescrições aqui contidas não consideram a possível influência de
descargas atmosféricas.
4 - Não são consideradas as ligações de equipamentos com correntes de fuga
elevadas.

As prescrições aqui contidas tratam:

a) da proteção contra corrosão eletrolítica;


b) da proteção contra correntes contínuas de retorno elevadas nos condutores de
aterramento funcional, nos condutores de proteção e nos condutores de proteção
e aterramento funcional;
c) da compatibilidade eletromagnética.

O aterramento dos equipamentos de tecnologia da informação objetivando a


proteção contra choques elétricos. No entanto, prescrições adicionais podem ser
necessárias para garantir o funcionamento confiável e seguro dos equipamentos
e da instalação.

NOTA

1 - O terminal de aterramento principal da edificação pode ser geralmente


utilizado para fins de aterramento funcional. Nesse caso, ele é considerado, sob o
ponto de vista da tecnologia da informação, como o ponto de ligação ao sistema
de aterramento da edificação.

4.9 Compatibilidade com condutores PEN da edificação

Em edificações que abriguem ou estejam previstas para abrigar instalações de


tecnologia da informação de porte significativo, deve-se considerar o uso de
condutor de proteção (PE) e condutor neutro (N) separados, desde o ponto de
entrada da alimentação.

NOTA - Esta prescrição tem por objetivo reduzir ao mínimo a possibilidade de


ocorrência de problemas de compatibilidade eletromagnética e, em casos
extremos de sobrecorrente, devidos à passagem de correntes de neutro nos
cabos de transmissão de sinais.

Se a instalação elétrica de uma edificação possuir um transformador, grupo


gerador, sistemas UPS (uninterruptible power systems) ou fonte análoga
responsável pela alimentação de equipamentos de tecnologia da informação e se
essa fonte for, ela própria, alimentada em esquema TN-C, deve adotar o esquema
TN-S em sua saída.
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- Proteção contra corrosão eletrolítica

Quando os condutores de aterramento funcional, ou os condutores de proteção e


aterramento funcional, forem percorridos por corrente contínua, devem ser
tomadas precauções para impedir danos aos condutores e a partes metálicas
próximas por efeitos de eletrólise.

- Barramento de equipotencialidade funcional

O terminal de aterramento principal de uma edificação pode, quando necessário,


ser prolongado emendando-se-lhe um barramento de equipotencialidade
funcional, de forma que os equipamentos de tecnologia da informação possam
ser ligados e/ou aterrados pelo caminho mais curto possível, de qualquer ponto
da edificação.

Ao barramento de equipotencialidade funcional podem ser ligados:

a) quaisquer dos elementos normalmente ligados ao terminal de aterramento


principal da edificação
b) blindagens e proteções metálicas dos cabos e equipamentos de sinais;
c) condutores de equipotencialidade dos sistemas de trilho;
d) condutores de aterramento dos dispositivos de proteção contra sobretensões;
e) condutores de aterramento de antenas de radiocomunicação;
f) condutor de aterramento do polo “terra” de alimentações em corrente contínua
para equipamentos de tecnologia da informação;
g) condutores de aterramento funcional;
h) condutores de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas;
i) condutores de ligações equipotenciais suplementares

O barramento de equipotencialidade funcional, de preferência em cobre, pode ser


nu ou isolado e deve ser acessível em toda sua extensão, por exemplo, sobre a
superfície das paredes ou em eletrocalha. Condutores nus devem ser isolados
nos suportes e na travessia de paredes, para evitar corrosão.
Quando for necessário instalar um barramento de equipotencialidade funcional
numa edificação com presença extensiva de equipamentos de tecnologia da
informação, este deve constituir um anel fechado.
O barramento de equipotencialidade funcional deve ser dimensionado como em
condutor de equipotencialidade principal.

NOTA - A confiabilidade da ligação equipotencial entre dois pontos do barramento


de equipotencialidade funcional depende da impedância do condutor utilizado,
determinada pela seção e pelo percurso. Para freqüências de 50 Hz ou de 60 Hz,
2
caso mais comum, um condutor de cobre de 50 mm de seção nominal constitui
um bom compromisso entre custo e impedância.

- Ligação equipotencial

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NOTAS
1 - A ligação equipotencial pode incluir condutores, capas metálicas de cabos e
partes metálicas da edificação, tais como tubulações de água e eletrodutos ou
uma malha instalada em cada pavimento ou em parte de um pavimento. É
conveniente incluir as armaduras do concreto da edificação na ligação
equipotencial.
2 - As características das ligações equipotenciais por razões funcionais (por
exemplo, seção, forma e posição dos condutores) dependem da gama de
freqüência dos sistemas de tecnologia da informação das condições presumidas
para o ambiente eletromagnético e das características de imunidade/freqüência
dos equipamentos.

A seção de um condutor de equipotencialidade entre dois equipamentos ou duas


partes de um equipamento.

NOTA - No caso de curtos-circuitos envolvendo partes condutoras aterradas,


pode surgir uma sobrecorrente nas ligações de sinal entre os equipamentos.

Os condutores de equipotencialidade funcional que satisfazem às prescrições de


proteção contra choques elétricos, devem ser identificados como condutores de
proteção.
Se for utilizada uma malha de equipotencialidade para o aterramento funcional de
equipamentos de tecnologia da informação.

- Condutores de aterramento funcional

A determinação da seção dos condutores de aterramento funcional deve


considerar as possíveis correntes de falta que possam circular e, quando o
condutor de aterramento funcional for também usado como condutor de retorno, a
corrente de funcionamento normal e a queda de tensão. Quando os dados
necessários não forem disponíveis, deve ser consultado o fabricante do
equipamento.
Os condutores de aterramento funcional que ligam os dispositivos de proteção
contra surtos ao barramento de equipotencialidade funcional devem seguir o
percurso mais reto e mais curto possível, a fim de reduzir ao mínimo a
impedância.

- Condutores de proteção e aterramento funcional

Um condutor de proteção e aterramento funcional deve, no mínimo, obedecer às


prescrições relativas ao condutor de proteção, em todo o seu comprimento (ver
3). Sua seção deve atender, além das prescrições relativas ao condutor de
proteção.
Um condutor de retorno de corrente contínua da alimentação de um equipamento
de tecnologia da informação, pode ser usado como condutor de proteção e
aterramento funcional, com a condição de que, na eventualidade de abertura do
circuito, a tensão entre duas partes simultaneamente acessíveis não exceda os
valores das tensões de contato limite.
Se as correntes contínuas e de sinal puderem produzir, no condutor de proteção
e aterramento funcional, uma queda de tensão que possa vir a resultar numa

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diferença de potencial permanente na instalação da edificação, a seção do


condutor deve ser tal que a queda de tensão seja limitada a 1 V.

NOTAS
1 - O principal objetivo desta prescrição é restringir a corrosão.
2 - No cálculo da queda de tensão deve ser ignorado o efeito devido aos
percursos paralelos.

Podem ser usados como condutores de proteção e aterramento funcional.


Partes condutoras estruturais de equipamentos de tecnologia da informação
podem ser usadas como condutores de proteção e aterramento funcional, desde
que sejam atendidas, simultaneamente, as seguintes condições:

a) a continuidade elétrica do percurso seja garantida pelo tipo de construção ou


pela utilização de técnicas de conexão que impeçam a degradação devido aos
efeitos mecânicos, químicos e eletroquímicos;

NOTA - Como exemplos de métodos de conexão adequadas, podem ser citados


solda, rebitagem ou fixação por parafusos.

b) quando uma parte de um equipamento for destinada a ser removida, a ligação


equipotencial entre as partes restantes do equipamento não deve ser
interrompida, a menos que a alimentação elétrica dessas partes seja previamente
removida.
c) no caso de painel ou conjunto de painéis com 10 m ou mais de comprimento,
os condutores de proteção e aterramento funcional devem ser ligados em ambas
as extremidades à malha de equipotencialidade ou ao barramento de
equipotencialidade funcional.

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5. Componentes elétricos

Dispositivos DR

NBR 5410/97 - Uso obrigatório em todo o território nacional conforme lei 8078/90,
art. 39-Vl11, art. 12, art. 14.
Instalação segura, sua família protegida
Em se tratando de instalações elétricas, todo cuidado
é pouco. Uma falha na instalação, em
eletrodomésticos, ou um simples fio descascado
podem colocar em risco a sua casa e a saúde de sua
família. Como todas as funções biológicas do corpo
humano são realizadas por meio de pequenos
impulsos elétricos, é fácil imaginar os distúrbios que a
passagem de uma corrente elétrica de origem
externa (choque elétrico) pode causar à saúde das
pessoas.

Entre os efeitos mais graves, podemos citar:


• Paralisia total ou parcial dos
movimentos durante a ocorrência do
contato. É o que realmente ocorre
quando as pessoas ficam "agarradas"
a uma superfície energizada.
• Queimaduras quase sempre graves.
• Parada respiratória, ou seja, paralisia
dos músculos toráxicos que executam
a respiração (fatal, sem atendimento
médico de urgência).
• Fibrilação cardíaca, que consiste em
graves alterações do ritmo dos
batimentos cardíacos, podendo levar a morte.
• Parada cardíaca, quando a corrente elétrica externa paralisa o
funcionamento do coração.
• Adicionalmente, as fugas de corrente por falhas de isolação são
responsáveis por geração de focos de incêndio, curto-circuitos e gastos
adicionais com as perdas de energia.
• Eles detectam as fugas de corrente que possam existir em circuitos
elétricos, desligando imediatamente a alimentação deles. As fugas podem
ser provocadas por falhas de isolação ou mesmo por toques de pessoas
em pontos eletrificados.

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Dispositivo de proteção contra surtos (DPS)

A causa mais freqüente da queima de equipamentos eletrônicos – como


computadores, TVs e aparelhos de fax, por exemplo – é a sobretensão causada
por descargas atmosféricas ou manobras de circuito. Contudo, estes problemas
estão com os dias contados. Os avanços da tecnologia já permitem a
implementação de uma proteção eficaz contra estes efeitos.
Instalados nos quadros de luz, os
Dispositivos de Proteção contra surtos
(DPS), são capazes de evitar qualquer
tipo de dano, descarregando para a terra
os pulsos de alta-tensão causados pelos
raios.
Utilizado para limitar as sobretensões e
descarregar os surtos de corrente
originários de descargas atmosféricas
nas redes de energia.
Os dispositivos são aplicados na proteção
de equipamentos conectados à redes de
energia, informática, telecomunicações
etc.
Fixação rápida por engate em trilho,
atendendo ao sistema N - modular standard.

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Fusíveis Diazed

Os fusíveis DIAZED são utilizados na proteção de


curto-circuito em instalações elétricas residenciais,
comerciais e industriais e que quando
normalmente instalados, permitem o seu
manuseio sem riscos de toque acidental.
Possuem categoria de utilização gL/gG, em três
tamanhos (DI, DII e DIII) atendem as correntes
nominais de 2 a 100A
Limitadores de corrente, possuem elevadas
capacidades de interrupção:

• até 20A - 100kA


• 25 a 63A - 70kA
• 80 e 100A - 50k em até 500VCA
Através de parafusos de ajuste, impedem a mudança para valores superiores,
preservando as especificações do projeto.
Permitem fixação por engate rápido sobre trilho ou parafusos.

Fusíveis NH

Os fusíveis NH são aplicados na proteção de


sobrecorrentes de curto-circuito e sobrecarga em
instalações elétricas industriais.
Possui categoria de utilização gL/gG, em cinco
tamanhos atendem as correntes nominais de 6 a
1250A.
Limitadores de corrente, possuem elevada
capacidade de interrupção de 120kA em até
500VCA.
Com o uso de punhos garantem manuseio seguro na
montagem ou substituição dos fusíveis.
Dados aos seus valores de energia de fusão e
interrupção facilitam a determinação da seletividade
e coordenação de proteção

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Mini Disjuntores 5SX1

Monopolares
Curva B 6 a 32A
Curva C 0,5 a 80A
Bipolares
Curva B 6 a 32A
Curva C 0,5 a 80A
Tripolares
Curva C 0,5 a 80A

Corrente Máxima de Interrupção


3KA (220/380V) - NBR IEC 60898

Botões de Comando e Sinaleiros-

Os botões de Comando se identificam, por seu


design moderno, sua facilidade de montagem e
sua disponibilidade de identificação.
Perfeitamente adequada aos modernos painéis
de controle e com diâmetro nominal de 22mm.

Relés auxiliares

Acionados por dispositivo de comando, são aplicados para


manobrar circuitos auxiliares ou diretamente outras cargas.
Lâmpadas incandescentes: 1200 W / polo
Lâmpadas fluorescentes: ( sem correção de fator de potência )
25 lâmpadas de 40 W / polo ou 20 lâmpadas de 58 W / polo

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Relés de impulso -
Substituem com vantagens os tradicionais
sistemas de interruptores paralelos e
intermediários;
Com ligações simplificadas e circuito de
comando utilizando pulsadores, permitem
economia nos condutores e na mão de
obra da instalação;
Pode ser encontrado com comando
centralizado, permitindo a existência de um
impulso mestre que atua sobre os outros
impulsos.
Ideal para aplicações em grandes
corredores, salas amplas, garagens, ou
qualquer instalação residencial, comercial
ou industrial, onde se necessite ligar e
desligar uma carga de vários pontos diferentes.
Disponíveis nas versões mono, bi e tripolares além de tipos específicos para
comando centralizado.

Exemplos de aplicação:
Circuito de iluminação trifásico 230V AC.
Controle de circuito de iluminação trifásico através de vários pulsadores ligados
em paralelo

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Relé horário

Os relés horários possuem um desempenho preciso


e são indicados para gerenciar tempos em circuitos
de iluminação, painéis luminosos, sistemas de
segurança, bombeamento de água, irrigação etc.
Permitem até 28 programas (14 ligações e 14
desligamentos) diferentes ou iguais para cada dia da
semana, com reserva de energia de 50 horas.
Corrente nominal de 16A / AC-1 em 220V
Tensão de comando de 220VCA
Fixação rápida por engate em trilho, atendendo ao
Sistema N - modular standard.

Minuterias
Permite o desligamento de cargas após o acionamento das mesmas
mediante a um tempo pré determinado.
Utilizada em escadarias, garagens e outros locais amplos.
Pode ser utilizada com dispositivo de pré-aviso.

Transformadores de Segurança

Dotados de proteção térmica, fornecem extra baixas-


tensões de segurança (SELV), o que permite acionar
cargas em ambientes sujeitos a presença de água e
risco de choques elétricos. Destinam-se especialmente
ao comando de banheiras com hidromassagem ou
piscinas, campainhas, etc.
Tensões secundárias 8/ 12/ 24V
Correntes secundárias 2/ 2/ 1A

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Tomadas industriais

Com elevado índice de segurança, os plugues e tomadas CEKTON são utilizados


para conexões elétricas de equipamentos fixos e móveis, principalmente em
ambientes comerciais e industrializados.
Correntes nominais: 16, 32, 63 e 125A
Tensão nominal: até 440VAC
Resistência ao arco: até 750V, 500Hz
Grau de proteção:
16 e 32A : IP44
63 e 125A : IP55
Alta resistência: mecânica,
dielétrica e química.
Possibilidade de inversão dos
miolos para formação de aparelhos "negativos".
Contato piloto nas correntes de 63 e 125A que pode ser
usado para bloqueio elétrico.
Contatos em latão maciço.
Tampa de mola/trava evitando desconexão

Contatores

Contatores para manobra de motores são subdivididos pelos


seguintes tipos:
Contatores tripolares
Contatores a vácuo tripolares
Contatores para manobra de cargas resistivas (AC-1),
Contatores para a manobra de motores, tetrapolar
(2NA+2NF)
Contatores para interface, para manobra de motores, tripolar
(de baixo consumo)
Contatores de faixa de operação ampliada, 0,7 a 1,25 xUs, com sistema
magnético para CC, a 70ºC
Contatores para a manobra de capacitores

Contatores de manobra de circuitos auxiliares são subdivididos pelos seguintes


tipos:
Contatores auxiliares de 4 e 8 contatos
Contatores auxiliares com bloqueio mecânico de 4 contatos
Contatores auxiliares de 10 contatos
Contatores auxiliares de interface de 4 contatos (baixo
consumo)

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Relé térmico de sobrecarga

Relé de Sobrecarga: RW 67 weg

Faixas de 40 - 57 / 100
ajuste / 50 - 63 / 100
Fusíveis 57 - 70 / 125
máximos 63 - 80 / 125
recomendados (gL/gG)
Altura ( H ) 73
Largura ( L ) 50
Dimensões (mm)
Profundidade
106
(P)
Peso (kg) 0,31
Base de fixação individual BF 67 D

Chaves seccionadoras

Tem como principio de utilização o comando e a


distribuição de energia. Disponíveis nas versões 40,63
e 125 A (Montagem pela base ou pelo topo).

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Referências Bibliográficas

DORNELAS, Fernando José. Eletricidade Básica – Caderno Técnico. Belo


Horizonte, 1995
SENAI.MG. Caderno Técnico. Coleção Eletrotécnica. Belo Horizonte,1994.
SENAI.MG. Eletricista de manutenção.Máquinas elétricas.Belo Horizonte,1998
SIEMENS. Catálogo. São Paulo. www.siemens.com.br
WEG.Módulo 1. Comando e proteção.Jaraguá do Sul.2003.
ELETRICAZINE. Apostila de Aterramento.www.eletricazine.hpg.ig.com.Br
WEG.Catálogo eletrônico.Jaraguá do Sul. www.weg.com.br

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