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1 Objetivos Gerais
• Introduzir o primeiro componente linear de um circuito: o resistor R.
• Comparar o comportamento de dispositivos ôhmicos (que seguem a lei de Ohm) com o de dispositivos
não-ôhmicos (que não seguem a lei de Ohm).
2 Objetivos Específicos
• Montar circuitos usando um simulador online;
• Usar a ferramenta PROJ.LIN() para analisar os dados e obter as estatísticas da regressão para a
corrente versus a tensão no resistor.
• Realizar a linearização da curva aproximada para a corrente versus tensão no diodo e usar a ferramenta
PROJ.LIN() para analisar os dados e obter as estatísticas da regressão.
• Verificar se os modelos esperados para as respostas do resistor e do diodo à aplicação de uma tensão em
seus terminais são compatíveis com os dados experimentais, fazendo-se o uso dos testes de significância
local (Teste-t) e global (Teste-F ).
3 Configurações Experimentais
• Componentes Passivos:
– 1 resistor de 100 Ω;
– 1 resistor R de 470 Ω;
– 1 resistor de 500 kΩ;
– 1 chave SPDT.
• Componentes Ativos:
– 1 diodo D.
• Entradas e Fontes:
• Saídas e Rótulos:
– 1 amperímetro;
– 1 voltímetro.
A conexão entre os componentes é feita pressionando-se a tecla “w”, arrastando-se em seguida o cursor do
mouse no quadro negro e conectando os terminais dos componentes. Se você estiver usando um smartphone,
clique em “Desenhar”→“Inserir Conexão Elétrica”.
Existem outros atalhos no teclado para a inserção de componentes. Por exemplo, pode-se inserir um resistor
pressionando a tecla “r” e depois arrastando o cursor do mouse no quadro negro. As teclas “d”, “v”, “g” e “S”
fazem o mesmo para o diodo, a fonte de tensão contínua, o aterramento e a chave SPDT, respectivamente.
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Os valores dos componentes podem ser editados clicando-se duas vezes no componente e digitando-se o valor
desejado.
Na figura 3 são mostradas as montagens do circuito durante a tomada de dados: na figura 3a temos a
montagem para a tomada de dados no resistor R, enquanto na figura 3b temos a montagem para a tomada
de dados no diodo D.
(a) Primeira montagem: configuração do circuito para medidas (b) Segunda montagem: configuração do circuito para medidas
de corrente e tensão no resistor R. de corrente e tensão no diodo D.
Figura 3: Imagens das montagens dos circuitos para as medidas de corrente e tensão no resistor e no diodo. Como se pode
observar, a diferença entre as duas montagens é apenas a posição da chave SPDT.
4 Definição do Problema
4.1 O Resistor
Todo dispositivo elétrico exibe resistência à passagem de uma corrente elétrica. Se uma tensão V é aplicada
aos terminais do dispositivo e, como resultado, uma corrente elétrica i o atravessa, então a resistência elétrica
desse dispositivo é definida pela equação:
V def
R(V ) =
. (1)
i
Note que R é uma função da tensão. Para dispositivos que obedecem à lei de Ohm, a tensão aplicada ao
dispositivo é proporcional à corrente que o atravessa, ou seja, a resistência elétrica é independente da tensão.
Assim, a corrente elétrica i = iR ao se aplicar uma tensão V = VR nesses dispositivos pode ser escrita como
VR
. iR = (2)
R
Como R é constante, um gráfico de iR versus VR deve ser uma linha reta que passa pela origem. Um
dispositivo que obedeça à lei de Ohm é chamado de resistor.
4.2 O Diodo
Um exemplo de dispositivo que não obedece à lei de Ohm é o diodo. Um diodo é um dispositivo que deixa
corrente passar apenas num sentido (num resistor a corrente pode passar em qualquer dos dois sentidos). No
diodo, a relação entre a corrente iD e a tensão VD é dada pela equação de Shockley:
iD = is eβVD − 1 . (3)
3
onde VT = kB T /qe é a voltagem térmica e η é uma quantidade adimensional chamada de fator de idealidade,
que depende do modo de fabricação do diodo: tipicamente, os valores de η então entre 1 e 2. As constan-
tes qe e kB são, respectivamente, a carga elementar e a constante de Boltzmann, cujos valores no SI são
aproximadamente
qe ≈ 1,602 × 10−19 C ,
kB ≈ 1,381 × 10−23 J/K .
Pela equação 3 é simples constatar que a corrente varia exponencialmente para βVD 1:
Façamos uma estimativa do valor mínimo de VD para o qual o erro cometido ao se trocar a equação 3
pela equação 5 para a corrente no diodo é menor que 0,1%. Considerando uma temperatura ambiente de
T = 300 K, a tensão térmica tem valor VT ≈ 25,8 mV. Considerando ainda o maior valor para o fator de
idealidade, η ≈ 2, encontramos β ≈ 19,3 V−1 . Para que o erro cometido seja menor que 0,1%, necessariamente
Assim, a equação 5 pode ser usada com bastante segurança na descrição da corrente para voltagens no
diodo acima de 0,36 V, à temperatura ambiente, que o erro cometido será menor que 1 parte em 103 .
Logo, um gráfico de iD contra VD tem um comportamento aproximadamente exponencial, caracteri-
zando assim o diodo como um dispositivo não-ôhmico.
5 Procedimento Experimental
1. Monte o circuito como mostrado na figura 3. Assegure-se de que todos os elementos do circuito estejam
com as características descritas na seção 3.
2. Clique na aba “Opções”→“Outras Opções. . . ”. Digite “10” no campo “Faixa p/Cores de Tensão (V)”.
3. Clique na aba “Opções”→“Outras Opções. . . ”. Digite “1m” no campo “Tamanho do intervalo de tempo
(s)”.
7. Clique duas vezes na fonte de tensão e digite o valor desejado no campo “Tensão”. O separador decimal
a ser usado é o “.” e não a “,”.
8. Aperte o botão “Reiniciar”. O cronômetro vai começar a correr e você irá observar o valor da corrente
no amperímetro. Você pode controlar a velocidade da simulação movendo o botão “Velocidade de
Simulação” para a direita ou para a esquerda.
9. Após alguns segundos, aperte o botão “Parar” e anote o valor da corrente no resistor. Não é necessária
a leitura da tensão no resistor. Como este circuito é formado por um único resistor em paralelo com a
fonte, a tensão no resistor é igual à tensão da fonte: VR = V0 .
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5.2 Segunda Montagem
Tabela 1: Tabela a ser preenchida com os valores da corrente (leitura do amperímetro) e tensão (leitura do voltímetro) nas
montagens 3a e 3b.
Uma vez preenchida a tabela 1, preciso será analisar os dados para verificar se estes são compatíveis com
a resposta do resistor (equação 2) e com a resposta do diodo (equação 5) à aplicação de uma tensão nos
seus terminais. Para isso, vamos analisar a curva de corrente contra a tensão nos dois dispositivos (resistor
e diodo) e vamos fazer isso com o auxílio da função PROJ.LIN() do Excel.
Como sabemos, para podermos usar a função PROJ.LIN() é necessário que a relação entre a variável
dependente Y e as q ≥ 0 variáveis independentes Xk seja linear, isto é,
q
X
Y = bk Xk , (7)
k=0
onde os bk são constantes. No caso do resistor, espera-se que a relação entre a corrente e a tensão seja linear,
como mostrado na equação 2. Já no caso do diodo, para tensões suficientemente grandes (inequação 6),
espera-se que a relação entre a corrente e a tensão seja exponencial, como mostrado na equação 5. Neste
caso, embora a relação entre iD e VD não seja linear, ela é linearizável: para isso, basta tomar o logaritmo
natural dos dois lados da equação 5. Logo,
ln iD ≈ βVD + ln is . (8)
Tanto a equação 2 como a equação 8 podem ser escritas numa forma como a da equação 7 com q = 1
e X0 = 1,
5
Y = a0 + a1 (X1 − µ1 ) , (resistor) (9)
Y = b0 + b1 (X1 − ν1 ) , (diodo) (10)
1
a 0 − a 1 µ1 = 0 , a1 = . (resistor) (11)
R
b0 − b1 ν1 = ln is , b1 = β . (diodo) (12)
Aplicando-se a função PROJ.LIN() aos dados, teremos os valores estimados {âk } e {b̂k } dos coeficientes
e, com eles, podemos encontrar os valores estimados R̂, îs e β̂ para os parâmetros dos circuitos por meio das
equações 11 e 12.
6.2 Incertezas
Para a regressão linear do modelo 10, a incerteza-padrão ŝf do estimador fˆ para uma função f (b0 , b1 )
qualquer dos coeficientes será
q
ŝf = ŝ20 fˆ02 + ŝ21 fˆ12 , (13)
Y = f (b0 , b1 ) = b0 + b1 (X1 − µ1 ) .
Então,
Y = Ŷ ± kŝY , (15)
A equação 13 pode também ser usada para calcular a incerteza-padrão de funções dos coeficientes do
modelo 9, bastando para isso trocar os coeficientes bj pelos aj .
7 Resultados e Discussões
Obs.: Sempre que necessário, considere um nível de confiança de 99,5%.
6
7.1 O Resistor
7.2 O Diodo
5. Faça a regressão linear dos dados da primeira montagem pelo modelo 10.
Analisemos agora o tamanho real do erro cometido ao se trocar a equação 3 pela equação 5 para
a descrição da resposta de um diodo à aplicação de uma tensão entre seus terminais. Tomando o
logaritmo natural dos dois lados da equação 3, a primeira correção à equação 8 fica:
Logo, uma primeira estimativa para a diferença entre o logaritmo da equação 3 e da aproximação 5 é
A equação 19 mostra que a estimativa do erro cometido cai exponencialmente com a tensão, de maneira
que, a princípio, basta comparar a magnitude do erro 19 com a incerteza do valor estimado de ln iD
para o menor valor VD utilizado para a regressão.
(a) Escreva o menor valor de VD = Vm que você obteve em suas medidas: Vm = mV.
(b) Calcule o valor da incerteza de ln iD para VD = Vm . Escreva seu resultado em notação científica,
com 2 casas decimais na mantissa: .
(c) Calcule o valor do erro dado na equação 19 para VD = Vm . Escreva seu resultado em notação
científica, com 2 casas decimais na mantissa: .
(d) Comparando os dois resultados anteriores, pode-se dizer que é justificável a troca da equação 3
pela equação 5 para a obtenção dos estimadores β̂ e îs ? EXPLIQUE.
7
8 Aplicando o conhecimento
1. Considere que o diodo usado no experimento possui um fator de idealidade η = 1,90. Determine a
temperatura na qual o diodo está operando, em graus Celsius. tC = o C.
(a) Considere que a tensão fornecida pela fonte seja fixada em 1,50 V (que é a voltagem de uma
pilha comum). Qual seria a variação percentual no valor da corrente se a temperatura do diodo
diminuísse 10,0 o C? Escreva seu resultado como um percentual e com 2 casas decimais:
δ (ln iD ) ≈ %.
Como sugestão, tome a diferencial da equação 8 e considere que, para pequenas variações da
corrente, diD ≈ δiD . Use também o fato de que, aplicando-se a lei das malhas para o circuito
da montagem 3b, pode-se mostrar que uma pequena variação na corrente está relacionada a uma
pequena variação na tensão do diodo pela equação
V0
δ (ln VD ) ≈ − − 1 δ (ln iD ) ,
VD
desde que a tensão V0 da fonte permaneça constante (que é o caso quando uma bateria alimenta
um circuito).
(b) Qual seria a variação percentual no valor da tensão no diodo para a mesma variação de tempera-
tura? Escreva seu resultado como um percentual e com 2 casas decimais:
δ (ln VD ) ≈ %.
(c) Qual seria a variação percentual no valor da resistência elétrica do diodo para a mesma variação
de temperatura? Escreva seu resultado como um percentual e com 2 casas decimais:
δ (ln RD ) = %.
(d) Suponha que se deseja construir um termômetro usando um diodo como este usado no experi-
mento. Em qual das três medidas você acha que deve se basear a escala de temperatura: (i)
medidas de corrente, (ii) medidas de tensão ou (iii) medidas de resistência? JUSTIFIQUE.
2. Considere que o diodo seja ligado com a polaridade invertida no circuito da montagem 3b. Considerando
que a tensão da fonte seja 1,50 V, determine: