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CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZONIA - FAMAZ

BACHARELADO EM PSICOLOGIA

IANNE CECILA M. DO NASCIMENTO

RESENHAS DE SAÚDE MENTAL

Trabalho apresentado como requisito da


1ª avaliação regimental da disciplina
Saúde Mental.
Docente: Prof. Me. Doutora Bianca Reis

Belém-PA
Outubro-2021
A loucura e o “louco” nos diversos momentos históricos da humanidade.

O texto traz uma obra de Michael Foucault “História da Loucura”, que fala a respeito de
uma estrutura que ele chamou de “estrutura de exclusão” no âmbito da loucura. Ele traz
a respeito dos leprosários da Idade Média, entretanto com a lepra controlada, esses
espaços acabaram sendo usados para outros fins, como o tratamento das doenças
venéreas do século XV e posteriormente eles passam a ser usados para todos os tipos de
doentes, incluindo os loucos. Entretanto Foucault percebe que antes de a loucura ser
vista como pessoas que tem um comportamento desviante, fora do padrão da sociedade,
ela era em certo ponto até romantizada, e era tema de diversas expressões artísticas,
como peças de teatro e romances, ele ainda traz a crítica de que os loucos que eram
conhecidos eram tolerados, mas os estranhos como os bêbados e afins, esses eram
confinados em navios, e a grande questão de Foucault é justamente saber quando a
loucura passou a ser vista como uma patologia, e por que não antes. A estrutura de
exclusão segundo Foucault, se deu a partir da fundação do “Hospital Geral de Paris por
decreto (1656), inaugurando a “grande internação dos pobres”, e a libertação dos
acorrentados de Bicêtre (1794)”, a priori o principal objetivo do Hospital Geral era
hospedar os pobres de Paris, eram pessoas de qualquer sexo, de qualquer idade que
foram submetidas a trabalhar como forma de “purificação”, nesse sentido pode-se
comparar com o Hospital Colônia de Barbacena, que tinha como objetivo tratar a
tuberculose, mas posteriormente tornou-se um hospital psiquiátrico. O texto ainda traz
um conceito como “alienação mental”, que foi proposto por Philippe Pinel, o tratamento
de Pinel não foi acabar com a prática de internação, somente o deixou mais
“humanizado”, o que incluía métodos como banho de água fria, camisa de força. O que
Foucault criticou dizendo que isso “apenas internalizava a ideia de julgamento e
punição entre os doentes”.

No contexto brasileiro, a questão da loucura se via no convívio social desde o século


XVI até o inicio do século XIX, e desde então passou a ser vista como desordem e
perturbação da paz social, com isso os loucos foram sendo excluídos da sociedade e
foram sendo isolados nos porões das Santas Casas de Misericórdia e nas prisões
públicas. O Hospicio de Pedro II foi criado em 1852, entretanto é visto que apesar da
existência de médicos nesse local, o controle ainda permanecia objeto de um discurso
religioso e isso só foi retirado na República, sendo substituído por um discurso
cientifico médico-psiquiátrico, com isso também pode-se substituir os tratamentos
desumanos, por valores humanitários, o que viabilizou a implantação do projeto de
medicalização da loucura e sua transformação efetiva em doença mental. Além disse, é
discutido a visão de Machado acerca da concepção arquitetônica do Pedro II e como ela
foi pensada no sentido de regular a vida no hospício, de um modo que facilitasse a
vigilância por parte dos enfermeiros, na visão de Foucault, esse internamento do século
XIX, é visto como o momento em que a loucura é percebida como conduta irregular e
anormal.

Por fim o texto traz sobre alguns pontos que levaram a ter movimentos de contestações
e que levaram a reforma psiquiátrica, que seriam a alta demanda o que estava levando a
superlotação dos hospitais e consequentemente a insuficiência de funcionários, o que
levava aos maus tratos dos pacientes, qualquer pessoa que fosse levada até o local e
fosse “dada” como louca, simplesmente era internada, com pode-se ver também a
respeito da má administração desses hospitais, diante disso foram surgindo as criticas a
respeito desses modelos de internação, por parte das pessoas que defendiam a psiquiatra
reformada e as que defendiam uma ruptura radical da psiquiatria. Um ponto importante
nesse processo foi a visão de Franco Basaglia, que defendia que o internato deveria ser
voluntario, na visão dele os manicômios destruíam a saúde mental, e em 1968 se
constitui a Lei Mariotti que defende justamente o internato voluntário e em seguida se
constitui a Lei Basaglia que prevê a integração da doença mental na legislação sanitária,
e de forma progressiva os hospitais foram sendo desativados.
Trajetória da saúde mental no mundo

O texto a priori traz sobre Philippe Pinel, que ficou conhecido como o pai da psiquiatria,
que é sucessora do alienismo, ele participou ativamente da Revolução Francesa, que foi
palco para várias transformações, dentre essas está a transformação da história da
psiquiatria e da loucura, é visto dentre essas transformações, a transformação de uma
instituição que ficou conhecida como hospital, o hospital que se conhece com
enfermeiras, médicos e afins, nem sempre foi assim, o hospital foi criado na Idade
Média, com o intuito de uma instituição de caridade, de abrigo, de assistência religiosa
para as pessoas pobres, mendigos, desabrigados e doentes, dentro desse o contexto, o
texto traz que o surgimento do hospitais se deu muito pelos ensinamentos de Paulo, que
era o Apostolo que pregava a “fé, a esperança e a caridade”. Ao longo do tempo os
hospitais foram sendo transformados em instituição médica, entretanto até o momento
dessas transformações, a loucura e os loucos tinham diversos significados, desde
demônios a endeusados, e os lugares que ocupavam também eram vários, ruas, guetos,
igrejas, asilos e afins. No século XVII surgiram hospitais que passaram a cumprir
função de ordem social e política, e isso se deu com a criação do Hospital Geral, é visto
que Foucault se referiu ao Hospital Geral como “O Grande Enclausuramento”, é visto
que a atuação dos médicos ficou mais forte nesse período nos hospitais, o que se deu
com o fim da Revolução Francesa, na qual os médicos migraram para o âmbito
hospitalar, com o intuito de humanizar, e isso proporcionou um saber maior das doenças
por parte dos médicos. O texto traz um pouco da Teoria de Locke, que para ele as ideias
constituíam-se a partir de experiencias empíricas, e todo o conhecimento humano teria
sua origem da “sensação”.

Philippe Pinel, foi importante no cenário da psiquiatria, ele fundou os primeiros


hospitais psiquiátricos, e assim como Locke ele defendia a liberdade dos loucos e
achava que eles deveriam ter tratamento asilar, ele propôs um tratamento terapêutico
que se chamava “tratamento moral”, e também trouxe o conceito de alienismo mental, o
termo “alienação” na visão de Pinel, se tratava de uma desarmonia na mente
Constituição do campo saúde mental

O texto fala um pouco sobre o sistema terapêutico Fala acerca do modelo biomédico,
que teve com uma das características o sistema terapêutico, que se baseava na
hospitalização. É visto que esse modelo pressupõe que um paciente portador de um
distúrbio que lhe rouba a razão, um insano insensato, incapaz é irresponsável, ainda é
visto que o sistema hospitalar psiquiátrico se aproxima muito das instituições
carcerárias e penitenciárias, pois exige um controle e disciplina de certo modo bem
rígido, a punição e repreensão é bem comum nesse modelo.
É visto ainda algumas dessas repreensões e punições, que seriam as privações de visitas,
passeios e afins, a diminuição de alimentos, a reclusão solitária, o colete de força e os
banhos de emborcação.
É importante falar sobre que a psiquiatria foi fundada em um contexto científico que
imperava o positivismo, no qual se caracterizava como uma ciência neutra, autônoma e
ambas se reformaram durante o tempo, consequentemente é normal haver os
movimentos como a reforma psiquiátrica, até em um sentido de evolução. O texto traz o
conceito de redução analógica, de Edmund Hursserl e seria a doença entre parênteses,
que significava uma ruptura com o modelo teórico-conceitual adotado pela psiquiatria
que coisificou e objetificou o sujeito e a própria experiência humana.
Pode-se ver ainda os conceitos que Franco Basaglia trouxe, ele falou sobre o duplo
sentido da doença mental, que seria o conjunto de preconceitos acerca da doença
mental, que levariam a invisibilidade do sujeito. A visita de Franco Basaglia, foi muito
importante para os movimentos de transformação no País.

Ainda é falado sobre os direitos humanos e que expressa uma ideia de singularidade e a
ideia de incluir novos direitos das pessoas em sofrimento mental, a respeito de lazer,
trabalho, esporte e afins. É discutido muito no texto a respeito de quanto os
movimentos, as conferencias, os festivais foram importantes no sentido de uma
desconstrução da imagem que se tinha sobre a doença mental e afins.
Referências Bibliográficas

AMARANTE, P.; NOCAM, F. Saúde mental e arte: práticas, saberes e debates. São
Paulo. Editora Zagodoni, 2012

BATISTA, Micheline Dayse Gomes. Breve história da loucura, movimentos de


contestação e reforma psiquiátrica na Itália, na França e no Brasil. Política &
Trabalho, n. 40, 2014.

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