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Soares Maia Rodriguez, Flavio Jose Esparo Coelho Junior, Gabriela Darcila Figueira
Barbosa, João Paulo Caetano Vieira, Yarlon Wagner da Silva Teixeira
HERPES
O Herpesvírus tipo 3 (HSV-3) é um vírus que possui molécula de DNA dupla fita,
também pertencente à subfamília Alphaherpesvirinae. Possui duas formas de
apresentação: uma por infecção primária, a Varicela, popularmente conhecida como
catapora, na qual o vírus se instala de forma latente no organismo, em gânglios
nervosos próximos à coluna vertebral, em caso de reativação deste vírus, ele pode
causar uma doença chamada Herpes-Zóster.
A Varicela é uma doença altamente infecciosa que frequentemente surge no final do
inverno e no início da primavera, sendo típica da infância, especialmente para a
faixa etária de 4 a 10 anos. Geralmente, de aspecto autolimitado e benigno em
crianças e evoluindo para quadros exuberantes em adultos e adolescentes. Sua
transmissão ocorre por meio do contato direto com saliva ou secreções respiratórias
da pessoa infectada, sendo raro pelo contato com as lesões, seu período de
transmissibilidade é de 1 a 2 dias antes da erupção até 5 dias após aparecimento
das primeiras vesículas. O vírus invade o corpo pelas vias aéreas superiores, assim
chega ao sistema linfático e atinge o resto do corpo, em especial o fígado, o baço e
o sistema retículo-endotelial. O corpo reage com uma resposta inflamatória
causando febre moderada, mal estar, cansaço, dor de cabeça e perda de apetite.
Após período de incubação de 14 a 16 dias, o HSV-3 atinge a pele e as mucosas
aparecendo exantema de aspecto máculo-papular, que em algumas horas, adquire
aspecto vesicular e evolui para pústulas que posteriormente, formam crostas. Por
vezes, podem se desenvolver algumas complicações, tais como: Infecção
bacteriana secundária de pele causada por S. aureus e Streptococcus pyogenes;
Síndrome da ataxia cerebelar e meningite; Pneumonia; Síndrome de Reye (edema
cerebelar e disfunção hepática); Imunodeprimidos podem apresentar varicela
disseminada; Neuralgia pós-herpética (dor persistente por 4 a 6 semanas após
erupção cutânea).
O diagnóstico da Varicela baseia-se em um diagnóstico clínico-epidemiológico, e por
segurança, deve-se descartar as seguintes patologias: Varíola (erradicada);
Coxsackioses; Infecções cutâneas; Dermatite herpetiforme de During Brocq;
Impetigo; Erupção variceliforme de Kaposi; Riquetsioses, entre outras. Caso
necessário, podem ser solicitados para auxiliar o diagnóstico de Varicela os
seguintes exames: sorologia IgM e IgG, Imunofluorescência de raspado de pele e
PCR, sendo este último o considerado padrão-ouro. Já o tratamento é baseado
tanto no tratamento tópico, através da aplicação de compressas de permanganato
de potássio (1:40.000) e água boricada a 2% várias vezes ao dia, quanto do
tratamento sintomático, utilizando Anti-histamínicos sistêmicos, banhos de
permanganato de potássio na diluição de 1:40.000, e, em caso de infecção
secundária, indica-se o uso de antibióticos sistêmicos. Para pacientes com risco de
agravamento, ainda pode ser necessário a administração de antivirais, no seguinte
esquema:
Crianças: Aciclovir, 20mg/kg/dose, VO, 4 vezes ao dia, dose máxima 800mg/dia,
durante 5 dias.
Adultos: Aciclovir, 800mg, VO, 5 vezes ao dia, durante 7 dias.
Fanciclovir: 250 mg, VO, 3 vezes ao dia, durante 5 a 7 dias (recomendado, mas não
licenciado).
Valaciclovir: 1g, VO, 3 vezes ao dia. Aprovado para uso em crianças e
adolescentes.
Crianças imunocomprometidas é indicado uso de aciclovir venoso ou em casos
graves (adulto ou criança), na dosagem de 10mg/kg, a cada 8 horas, infundido
durante 1 hora, durante 7 a 14 dias.
A Varicela é uma doença que já possui vacina disponível, e é administrada aos 15
meses de vida através da vacina tetravalente, que além de proteger contra a
varicela, protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Porém, algumas
populações se encontram em situação especial e merecem atenção, são eles:
População indígena a partir de quatro anos de idade; Surto hospitalar da doença;
Profissionais de saúde, cuidadores e familiares suscetíveis à doença que estejam
em convívio domiciliar ou hospitalar com pacientes com maior risco de contrair a
doença com consequências graves, como crianças com câncer, pessoas em geral
submetidas à cirurgias, doadores de órgãos e células-tronco, entre outros;
Pacientes com doenças renais crônicas; Crianças, adolescentes e adultos
infectados pelo HIV; Doenças dermatológicas graves; e Pessoas que fazem uso
crônico de aspirina. Ainda recomenda-se medidas como: Lavar as mãos após tocar
na feridas com potencial infeccioso; Crianças com Varicela não complicada só
devem retornar à escola após todas as lesões tenham evoluído para crostas;
Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão
retornar às atividades após o término da erupção vesicular; Isolamento para
pacientes internados; e Desinfecção dos objetos contaminados com secreções
nasofaríngeas.
O HHV-4 é um dos mais comuns dos herpesvírus humanos. Sua principal via de
transmissão é a saliva de indivíduos com infecção sintomática ou assintomática
excretados em secreções orais em alta concentrações, com isso o vírus ocupa as
células epiteliais da orofaringe, atingindo, na sequência, os linfócitos B que circulam
na região por 6 a 12 meses. Ele é a causa da Mononucleose Infecciosa, além de
estar associado ao linfoma de Burkitt, doença de Hodgkin e aos linfomas de células
B. Seu período de incubação é de 4 a 7 semanas, ao fim do qual podem surgir
sintomas inespecíficos, como cefaleia, mal-estar, fadiga e mialgia por 3 a 5 dias,
iniciando-se, então, a febre, acompanhada de aumento de linfonodos e faringite,
característicos da doença. Em crianças pequenas, a infecção primária é
frequentemente assintomática, enquanto que adolescentes e adultos geralmente
apresentam um quadro clínico clássico de mononucleose infecciosa. O diagnóstico
diferencial deve ser feito com patologias como a Infecção pelo citomegalovírus; a
Infecção aguda pelo vírus HIV; a Rubéola; a Brucelose; a Infecção pelo adenovírus;
e os linfomas e leucemias. Já o diagnóstico laboratorial se dá a partir de Anticorpos
Heterófilos; Anticorpos Específicos: anti-VCA, anti-EA e anti-EBNA;
Imunoglobulinas; Ensaios de Imunoblot; e Teste de avidez de anticorpos. É
realizado apenas o tratamento dos sintomas, mas a experiência clínica indica uso
de corticosteróides em casos de MI complicada com obstrução de vias aéreas,
trombocitopenia grave ou anemia hemolítica, além de Aciclovir para inibir a
replicação do EBV; repouso, hidratação e uso de precaução padrão. Ademais,
algumas complicações podem surgir com o desenvolvimento da doença, a Anemia
hemolítica autoimune, por exemplo, ocorre em 0,5 a 3% dos casos; a Ruptura
Esplênica é rara, acometendo menos de 0,5% dos adultos e acometimentos
neurológicas, cefaléias, são relatadas em até 50% dos casos de MI pelo EBV.