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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO – CAMPUS CODÓ


CURSO MEIO AMBIENTE

NICOLY RIBEIRO MONTEIRO

MEIO AMBIENTE E IMPACTOS AMBIENTAIS: QUEIMADAS EM ESTADO DA


AMAZÔNIA LEGAL

CODÓ-MA
2021
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NICOLY RIBEIRO MONTEIRO

MEIO AMBIENTE E IMPACTOS AMBIENTAIS: QUEIMADAS EM ESTADO DA


AMAZÔNIA LEGAL

Relatório de estágio apresentado ao


Instituto Federal do Maranhão no Campus
Codó, como parte dos requisitos para
obtenção de Especialização em Técnico
de Meio Ambiente.

Orientador: Prof. Kessia Rosaria de


Sousa.

CODÓ-MA
2021
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RESUMO

Analisamos os dados de queimadas e desmatamento com o objetivo de


averiguar quais os fatores são responsáveis para o agravamento dos focos de
queimadas. Desse modo, tal estudo tem o objetivo de apresentar as áreas mais
afetadas no ano de 2019 e 2020 na Amazônia Legal no intuito de contribuir para
maior conhecimento sobre os índices, além disso mostrado os resultados de
impactos ambientais que a cada ano aumenta. Sendo assim esse estudo a
finalidade de informar e sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de repensar as
práticas.

Palavra-chave: Meio ambiente, Fogo, Impactos, Amazônia Legal, Desmatamento.


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................5

2. JUSTIFICATIVA...................................................................................................6

3. OBJETIVOS.........................................................................................................6

3.1 OBJETIVOS GERAIS.......................................................................................6

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................6

4. METODOLOGIA...................................................................................................6

4.1 ÁREA DE ESTUDO...........................................................................................7

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................7

6. CONCLUSÃO.......................................................................................................12

REFERêNCIAS........................................................................................................1
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1. INTRODUÇÃO

Deste de sempre as queimadas e desmatamento acontece, mas no ano de


2019 e 2020 se elevaram a níveis extremos, principalmente a população local no
qual usa o fogo em pratica de manejo comum para manutenção de pastagens.
Sendo assim o risco de se espalhar o fogo é maior, isto é, transforma essas
queimadas em incêndios descontrolados (ARAGÃO et al. 2007).
Desse modo acaba surgindo uma série de impactos, como a geração de
gases de efeito estufa, perda de habitat de fauna silvestre, comprometimento da
flora e fauna local, entre outros (FEARNSIDE, 2019). Além disso o impacto também
ocorre na saúde humana, onde os resultados mostraram que por conta das
queimadas a fumaça possui material particulado e gases tóxicos causando um efeito
de forma negativa à saúde.
Nesse contexto, torna-se necessário identificar as áreas mais prejudicadas.
Saber quais fatores levaram ao desmatamento e queimadas e identificar o quão
grande os impactos foram. Portanto, foi preciso fazer o levantamento dos dados por
meio de consultas em livros, artigos científicos, e utilizando os dados do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Satélite de referência (AQUA TARDE).
Por fim, conclui-se que a cada ano tona-se mais prejudicial afetando cada
vez mais o ambiente e a saúde e que até 2050, as previsões indicam que a perda
florestal chegará a, no mínimo, 21% e, no máximo, 40%. Em virtude dos dados
exposto esse material tem o objetivo de sensibilizar as pessoas sobre os riscos que
as queimadas trazem à natureza e à saúde humana.
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2. JUSTIFICATIVA

Em virtude do cenário atual vem mostrando o alto índice de queimadas na


Amazônia Legal que em consequência disso acaba gerando grande impactos
ambientais ao meio ambiente. Onde estudos do INPE aponta que os focos das
queimadas na Amazônia Legal foram de 49% maior que o ano de 2020.
Considerando que, este estudo é para averiguar o agravamento das queimadas.

Os problemas relacionados ao alto índice de queimadas na Amazônia Legal


acabam causando efeitos negativos como o: aquecimento global, perda de
biodiversidade, poluição do solo e o ambiente aquático. Além disso, causa
problemas respiratórios e entre outros impactos ambientais.

Dessa forma, é possível notar que esse estudo de impactos ambientais


sobre as queimadas na Amazônia Legal é de extrema importância para trazer uma
maior conscientização sobre o assunto.

3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

 Informar e sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de repensar as


práticas das queimadas na Amazônia Legal.

3.2 ESPECÍFICOS

 Localizar as áreas que foram mais prejudicadas e dados das queimadas na


Amazônia Legal;
 Fatores que contribuem para queimadas;
 Consequências sobre as queimadas na Amazônia Legal.

4. METODOLOGIA
A seguinte pesquisa tem caráter biográfico a partir do levantamento de
referência de autores que tratam sobre o tema, em sua natureza trata-se uma
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pesquisa quali-quantitativa. Para o levantamento dos dados foram realizadas


consultas em livros, artigos científicos.
4.1 Área de estudo
As áreas de estudo presente no trabalho correspondem à Amazônia Legal
onde inclui o bioma que infere a área geográfica sobre a floresta tropical, e também
incluindo os estados que compõem: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins e partes do Maranhão. Posteriormente foi analisando
o foco de queimadas e desmatamento, onde os resultados foram apresentados pelo
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e dados do Satélite de Referência
(AQUA TARDE).

5. RESULTADOS E DISCURSSÕES
Primeiramente é necessário entender a origem das queimadas onde mostra
que correspondem as técnicas agrícolas mais primitivas da história do homem, onde
há registros que aponta que já era usada para retirada da cobertura vegetal original
antes do plantio e ou formação de pastagem. Dessa forma percebe-se que essa
técnica é mais utilizada por ser barata e rápida. Outro fator está ligado às práticas
econômicas e sem o controle por parte das entidades governamentais. Assim
percebe-se que uma parte das queimadas são iniciadas por pessoas que
posteriormente completam o processo de desmatamento, onde as árvores que
existia antes não existe mais, isto é, são removidas de forma ilegal. Porém existe
outros fatores que contribuem para as queimadas:
 Climático: Baixa precipitação de chuvas, umidade relativa do ar baixa e
outros fatores (ventos mais fortes, por exemplo) favorecem o início e a
propagação do fogo na vegetação; quanto menor a precipitação, mais a
vegetação fica ressecada, facilitando a combustão; quanto maior a
temperatura, maior o risco de combustão; ventos fortes e constantes
aumentam a evapotranspiração e diminuem a umidade relativa do ar;
facilitando a propagação do fogo; formações específicas de nuvens na
atmosfera favorecem a ocorrência de raios, entretanto, os raios são
extremamente raros na floresta tropical e estima-se que ocorram apenas a
cada 500 anos ou mais.
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 Topográficos: Quanto mais acidentado for um terreno (aclives e declives)


mais rapidamente o fogo se alastra; regiões com inclinações acentuadas
contribuem para regimes específicos de movimentação do ar (ventos,
correntes de ar) que terminam contribuindo para a alimentação do fogo na
vegetação; áreas planas, por sua vez, permitem ventos com maior velocidade
(com consequentemente maior velocidade de propagação do fogo).
 Tipos de combustível: A combustão e a propagação do fogo também
dependem do material que está sendo queimado; a biomassa, isto é, o
material orgânico (vegetação - troncos, galhos, folhas, cascas, raízes,
musgos, frutos e outros) disposto no ambiente, que entra em combustão, vai
determinar a natureza do fogo, a depender da sua constituição química, seu
estádio de decomposição, umidade e temperatura do material, dentre outros.

Figura 1: Triângulo do fogo amazônico e seus elementos que, combinados, alimentam


incêndios e queimadas na região. Fonte: IPAM.

Entretanto no ano de 2019 e 2020 o clima não foi um dos fatores


responsável no aumento dos focos de queimadas, e sim pelo aumento do
desmatamento, sendo assim, a prática da agropecuária, com destaque para o
modelo extensivo de produção, é a principal causadora do desmatamento na
Amazônia. Sendo assim no período de 2019 a abril de 2020, uma determinada área
de 4.509 km² foi derrubada na floresta e queimada. Na figura mostra que cerca de
5.539 km² (55%) dessa área foi desmatada e queimada.
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Figura 2: Estimativa de área desmatada queimada e não queimada para o


bioma Amazônia no ano de 2019 e nos primeiros quatro meses de 2020.
Fonte: IPAM
Desse modo é esperado que as áreas não queimadas e desmatada dobre
até o final de julho de 2020. Isto é, grande parte da floresta foi derrubada, o que
equivale cerca de 9 mil km² até o início de agosto de 2020. Com o fim de que 60%
da área estimada queimada será semelhante de 2019, com o prejuízo a saúde da
população e o meio ambiente.
Ademais, a figura 3 mostra uma estimativa de janeiro de 2019 a abril de
2020 que o estado do Pará se destacou com a maior taxa de áreas queimadas e
derrubadas que equivale cerca de 42% do total no período analisado, que logo após
é seguida pelo Mato Grosso, Rondônia e Amazônia.

Figura 3: Estimativa de área desmatada queimada e não queimada de janeiro de 2019 a abril de 2020
no bioma Amazônia nos estados da Amazônia Legal. Fonte: IPAM, a partir dos dados do Deter e de focos
de calor disponibilizados pelo INPE.

Assim no ano de 2020 foram acumulados 35.516 focos de queimadas na


Amazônia Legal. Segundo dados do Satélite de Referência (AQUA TARDE), o
ranking é liderado pelos estados do Mato Grosso com 11.474 focos,
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correspondentes a 32,3%, seguido do Pará, com 7.336 focos representando 20,7%


do total, e do Amazonas com 5.519 focos, quantificando 15,5% de queimadas.

Figura 4: Distribuição percentual dos focos de queimadas acumulados em


01/01/2020 a 09/08/2020 na Amazônia Legal (Satélite de Referência AQUA
Tarde)

Por fim, por conta das queimadas e o desmatamento que estão acontecendo
é importante lembrar que pelo o alto índice que vem ocorrendo existe riscos tanto
pelo meio ambiente, mas também a saúde das pessoas.
Sendo assim com os resultados expostos percebe-se que uma grande parte
das áreas foi queimada entre 2019 a 2020. Assim sendo as queimadas são
prejudiciais, pois acaba resultando em grandes quantidades de fumaça e fuligem,
chamadas de material particulado, que têm impactos negativos na saúde humana. A
queimada e os incêndios também são a maior fonte de produção de material
particulado e gases tóxicos como o monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e
dióxido de enxofre, aldeídos, ácidos carbônicos, incluindo carcinogênicos e radicais
livres. A principal ameaça à saúde pública, entretanto, é o material particulado
menor que 2,5 micrômetros de diâmetro, conhecido como PM 2,5 – um dos
principais componentes da fumaça. Quando inalado, o PM 2,5 penetra facilmente no
pulmão e entra na corrente sanguínea, permanecendo no corpo por meses após a
exposição³. A proximidade de áreas habitadas influencia no efeito da fumaça à
saúde, quanto mais próximo da queimada, maiores são os danos.
Quando se entra em contato com esses contaminantes pode causar:
doenças respiratórias, risco de redução das taxas de nascimento, aumento dos
casos de asma, aumento da mortalidade em grupos de pessoas de diferentes
idades. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias ou
cardíacas preexistentes são mais suscetíveis aos efeitos na saúde associados às
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queimadas, mas principalmente entre crianças e idosos. Pois as crianças pequenas


ainda possuem um sistema imunológico vulnerável e seu sistema respiratório ainda
estão em desenvolvimento, já os idosos podem ser mais vulneráveis porque seus
sistemas imunológico e respiratório podem estar comprometidos.
Portanto, devido as queimadas e desmatamento ocorreu várias internações
em 2019 com casos de doenças respiratórias que foram cerca de 2.195 internações,
isto é, setenta por cento das internações envolveram bebês ou pessoas idosas: 467
foram de bebês de 0 a 12 meses; 1.080 foram de pessoas com 60 anos de idade ou
mais. Por fim, a figura 5 mostra que as internações continuaram altas no mês de
setembro até o final do ano, possivelmente devido à permanência de poluentes no
ar, bem como nos pulmões e na corrente sanguínea de pessoas que já haviam
inalado a fumaça.

Figura 5: Internações devido a doenças respiratórias atribuíveis às queimadas associadas ao


desmatamento no bioma Amazônia no Brasil, 2019.

Entretanto, os impactos não ocorreram só na saúde humana, mas também


no meio ambiente. Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM),
das espécies consideradas ameaçadas de extinção pela União Internacional para a
Conservação da Natureza (IUCN), tiveram habitat atingido pelas chamas 236 das
264 espécies de plantas, 83 das 85 espécies de pássaros 53 das 55 espécies de
mamíferos, 5 das 9 espécies de repteis e 95 das 107 espécies de anfíbios. As não
ameaçadas tiveram 64% de seu habitat prejudicado. Assim resulta na redução do
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tamanho e da variedade das populações animais e com a destruição de habitats


provoca o aumento do contato de animais silvestres com os seres humanos
causando morte a essas espécies, pois elas não estão adaptadas ao ambiente. Além
disso, o desmatamento é responsável por aumentar o escoamento da água e,
consequentemente, a descarga dos rios. Isso acontece porque a redução da cobertura vegetal
diminui a infiltração da água no solo e as taxas de evapotranspiração. Esse processo altera as
condições morfológicas e biogeoquímicas dos ecossistemas aquáticos, já que causa a
exportação de sedimentos terrestres para os córregos. Outro efeito ocorre na atmosfera
devido ao excesso de partículas e de gases tóxicos que saem das partes queimadas
da vegetação, principalmente monóxido de carbono ocorre a alteração na formação
e propriedade das nuvens e nos ciclos das chuvas, ou seja, ocorre mudança
climática que resulta em secas mais severas. Até 2050, as previsões indicam que a
perda florestal chegará a, no mínimo, 21% e, no máximo, 40%. Vale reforçar, ainda,
que a Amazônia é a maior floresta tropical do mundo onde se encontra uma a cada
10 espécies conhecidas de todo o planeta. Além disso, o bioma atua como um
importante sumidouro de carbono, auxiliando na regulação do clima da terra.

6. CONCLUSÃO
Diante dos dados que foram levantados os resultados mostraram que a
questão climática não foi a responsável pelas queimadas, e sim a agropecuária
sendo responsável por 90% pela perda de vegetação natural, desse modo, acaba
influenciando no aumento das queimadas. Além disso, percebe-se que a cada ano
às áreas são consumidas pelas chamas, que posteriormente iniciam uma cadeia
crescente de consequências negativas afetando o meio ambiente e a saúde humana
e que até 2050 a floresta terá uma perda extrema. Portanto, é preciso que o governo
formule estratégia de combate e prevenção de queimada, aumentar a fiscalização,
principalmente nos meses que tem a maior ocorrência. A fim de um ambiente
equilibrado podemos ter melhores condições sociais, econômicas e de saúde (física
e mental).
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REFERÊNCIA

ALENCAR, A.; MOUTINHO, P.; ARRUDA, V.; SILVÉRIO, D.; “Amazônia Em


Chamas: o fogo e o desmatamento em 2019 e o que vem em 2020”. Nota Técnica n°
3, IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, abril de 2020.
Disponível em: https://ipam.org.br/wp-content/uploads/2020/04/NT3-Fogo-em-
2019.pdf. Acesso em: 12 de out de 2021.

CARRERO, C, G.; ALVES, S, D, C. Queimadas e incêndios na Amazônia:


impactos ambientais e socioeconômicos, prevenção e combate, 2016.
Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/322722343_Queimadas_e_incendios_na_A
mazonia_impactos_ambientais_e_socioeconomicos_prevencao_e_combate. Acesso
em: 12 de out de 2021.

DIAS, F, G. Queimadas e Incêndios Florestais Cenários e Desafios. Brasília:


Editora IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis, 2009. Disponível em:
https://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/images/abook/pdf/1sem2015/marco/Ma
r.15.03.pdf. Acesso em: 12 de out de 2021.

IGNOTTI, E.; HACON, S, S.; SILVA, C, M, A.; JUNGER, L, W.; CASTRO, H. “Efeitos
das queimadas na Amazônia: método de seleção municípios segundo indicadores
de saúde”. Rev Bras Epidemiol, 2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbepid/a/s3T6D6Wt54k8JKCZGd9WsKc/?lang=pt&format=pdf.
Acesso em: 12 de out de 2021.

MESQUITA, G, G, A. Impactos das queimadas sobre o ambiente a biodiversidade


acreana, 2010. Disponível em:
https://queimadas.dgi.inpe.br/~rqueimadas/material3os/2010_Mesquita_ImpactosQu
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MOUTINHO, P.; ALENCAR, A.; RATTIS, L.; ARRUDA, V.; CASTRO, I.; ARTAXO, P.
“Amazônia em chamas: desmatamento e fogo em tempo de covid-19”, Nota Técnica
n° 4, IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, junho de 2020.
Disponível em: https://ipam.org.br/wp-content/uploads/2020/06/NT4-pt-desmate-
fogo-covid-1.pdf. Acesso em: 12 de out de 2021.
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