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O modelo de trabalho cada vez mais específico e cada vez mais mecanizado ao qual o
homem faz cada vez menos esforço físico e cada vez mais repetitivo, é mentalmente desgastante
levando o trabalhador a se tornar cada vez mais cego a sua real necessidade e também a sua
liberdade. É dada a ele uma falsa noção de liberdade, onde essa falsa ideia de liberdade faz com que
o trabalhador produza cada vez mais levando ele a acreditar que um dia ele possa se tornar tão bem-
sucedido como seu “chefe”. Essa automação que cada vez mais se insere no nosso cotidiano faz
com que nos ão exerguemos a negação daquilo que nos é condicionado e nos tornando cada vez
mais escravisados e “dependetes” deste modelo de sociedade capitalista. Assim com a não
percepção da sua negação, o o homem fica cada vez mais inserido nesse modelo de sociedade
capitalista.
“Agora é precisamente essa nova consciência, esse espaço interior, o espaço para a pratica
histórica transcedente, que está sendo banida por uma sociedade na qual os sujeitos e os objetos
constituem instrumentalidades em um todo que tem sua raison d’êntre nas realizações de sua
produtividade todo-poderosa. (Pag 59)
No capitalismo avançado a pratica historica transcedental é banida dando espaço para uma
condição que você é o que você produz, e essa produção vem junto com uma promessa de falsa
melhoria da sua condição de vida.
Ele fala que o trabalho mecanizado modifica a atitude e a exploração, pois com a medição e
“otimização do tempo de labuta, o homem ao invés de se esgotar fisicamente, ele se esgota
mentalmente se tornando mais suscetivel a sua escravização.
“Assim ele era a negação viva de sua sociedade. Em contraste, o trabalhador organizado nos
setores avançados da sociedade tecnologica vive sua negação menos perceptivelmente e, como os
outros objetos da divisão social do trabalho, ele está sendo incorporado à comunidade tecnológica
da população administrada.” (Pag. 60)
A automação que leva o homem a seu esgotamento mental é a mesma que faz com que ele
não perceba a sua negação, se tornando ele, essa negação viva sendo inserido cada vez mais na
comunidade tecnologica da população administrada.
Para Marcuse, a automação pode vim como uma bomba catalisadora que levará o homem a
sua emancipação do trabalho, pois com a completa automação dos modos de produção, o homem
teria tempo livre para pensar a negação, tempo para o ocio. No entanto, não é assim que a sociedade
capitalista avançada está utilizando essa transformação. Com o crescimento da automação e
mecanização, o homemestá migrando para outras areas para trabalhar mostrando assim que cada
vez mais como a sociedade capitalista avançada está fechada, pois apesar de existir uma certa
liberdade democratica, essa liberdade se anula na realidade economica do sujeito ou seja cada vez
mais afundado na condiçã de vida administrada.
“De fato, a automação parece ser o grande catalisador da sociedade industrial avançada. É um
catalisador explosivo ou não na base material da mudança qualitativa, o intrumento tecnico da
passagem da quantidade para a qualidade. Pois o processo social de automação expressa a
transformação, ou, antes, a transubstanciação da força de trabalho, no qual esta, separada do
indivíduo, torna-se um objeto produtivo independente e por tanto, um sujeito em si mesmo.”
Pag. 69
A automação poderá ser a causa que trará novas mudanças para essa sociedade industrial
avançada podendo levar o homem cada vez mais a diminuir seu espaço no trabalho, levando-o a
situação de emancipação. Pois com mais tempo livre para si mesmo o homem poderá assim pensar
a sua negação, enxergando assim a “real realidade” que festá sendo imposta para ele, e saindo cada
vez mais desta condição de vida administrada.
“No atual estágio do capitalismo avançado, as organizações trabalhistas se opõem com razão à
automação sem contratações compensatorias. Insistem na utilização extensiva da força humana de
trabalhona produção material e, assim, se opõem ao progresso tecnico”. Pag. 69
Com o aumento da automação nos meios de produção, as organizações se tornam contra este
avanço tecnologico, pois há um grande aumento nas demições, não havendo uma compensação
para com que haja um equilibrio. No entanto, essas intervenções pode levar as economias a crises
geradas pela mal utilização do capital fazendo com que mercados inteiro deixem de ser
competitivos.
“o Estado de Bem-Estar Social (welfare state) é um estado de não liberdade porque sua total
administração é uma restrição sistemática”. Pag. 78
“se os indivíduos estão satisfeitos a ponto de se sentirem felizes com os bens e serviços entregues a
eles pela administração, por que eles devem insistir em instituições diferentes”. Pag. 79
O Estado de Bem-Estar Social como algo que seja cômodo para um indivíduo que tem os
serviços que o satisfaz e os produtos que gostaria de ter, fará com que dificilmete ele se questionare
sobre essa condição de vida administrada. No entanto toda essa satisfação que ele sente, nada mais é
do que um reflexo de uma vida completamente administrada. Fazendo com que ele acredite que
esse é o único caminho a ser seguido.
“No estágio mais avançado do capitalismo, essa sociedade é um sistema de pluralismo subjugado,
no qual as instiuições rivais cooperam para solidificar o poder do todo sobre o indivíduo”. Pag. 80
A administração pluralista para o indivíduo administrado, se torna “melhor” para ele, pois
assim ele tem uma falsa ideia de que ele que escolhe, de que ele é quem decide sobre sua vida, não
percebendo ele que suas escolhas são dadas e determindas por essa administração pluralizadas
dando a si uma falsa ideia de liberdade.