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Manaus
2021
MAILSON RIBEIRO
CAIO MIGUEL SOUZA
Manaus
2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................4
2 Cristalização Polimérica..............................................................................4
2.1 Efeito das Nanopartículas na Cristalização......................5
2.2 Método de Obtenção do Índice de Cristalinidade (XC)....6
3 Morfologia dos Nanocompósitos Poliméricos...........................................6
2. Cristalização Polimérica
O processo de transformação de uma estrutura que se encontra em
estado aleatório (estado amorfo) para uma estrutura ordenada (cristalitos) é de
nominado de cristalização, ou seja, o processo de cristalização consiste no
alinhamento das cadeias, que se encontram inicialmente em suas conformações
aleatórias de equilíbrio, em um arranjo tridimensional regular (células unitárias).
Estas células unitárias poliméricas são sempre anisotrópicas, devido às
diferenças entre as forças interatômicas, ao longo da cadeia, e as forças entre
átomos de cadeias adjacentes. Entretanto, para que a cristalização ocorra é
necessário reduzir a temperatura do fundido para um intervalo entre as
temperaturas de transição vítrea (Tg) e de fusão (Tm), pois abaixo de Tg não
existe mobilidade molecular para rearranjo das cadeias e acima de Tm, o
material está fundido.
Para ocorrer o crescimento de cristais, torna-se necessário primeiro a
formação de núcleos cristalinos. Assim, o processo de cristalização depende de
duas etapas: nucleação e crescimento de cristais, isto é, a taxa de cristalização
total é o produto da taxa de nucleação e da taxa de crescimento desta nova fase,
controlada pelo transporte das cadeias para esta superfície formada. O
comportamento de cristalização também depende de fatores como a
temperatura de fusão, pressão, e cargas incorporadas na confecção dos
nanocompósitos.
2.1 Efeito das Nanopartículas na Cristalização
A adição de nanocargas em matrizes poliméricas pode exercer influência
sobre a cinética de cristalização e a morfologia cristalina (tamanho e tipos de
fases cristalinas) do polímero. Em relação à cinética, estas partículas agem
diferentemente em cada etapa da cristalização. Durante a nucleação, por
exemplo, as nanopartículas agem como eficientes nucleantes, facilitando o
processo de cristalização, através da redução da entropia das cadeias e assim,
diminuindo a energia superficial para a formação do núcleo crítico, gerando
maiores velocidades de nucleação. Por outro lado, durante a etapa de
crescimento as nanocargas podem agir como barreira física, retardando este
processo, pois dificultam ou impedem o movimento das macromoléculas. Este
último efeito na etapa de crescimento vai depender, entre outros fatores, da
quantidade de carga presente no nanocompósito.
Na presença de baixa concentração de nanocarga, a distância entre as
partículas dispersas é grande, sendo relativamente fácil para os sítios de
nucleação adicional incorporar as cadeias poliméricas que se encontram na
vizinhança e assim, observa-se na maioria dos estudos realizados, aumento da
taxa de cristalização e redução do tempo de cristalização e do tamanho dos
esferulitos. Porém, quando há alta concentração (maior que 5% em massa),
mostrou-se que a difusão das cadeias para o crescimento dos cristais era
prejudicada (a mobilidade das cadeias reduzida), e com isso, a taxa de
cristalização global diminuía e um menor grau de cristalinidade era atingido.
Algumas nanocargas, como possuem composições químicas distintas nas
superfícies interna e externa, e como as macromoléculas poderão ter
dificuldades em penetrar nos espaços internos, apenas a área superficial externa
deve ser considerada. Provavelmente a geometria das partículas afetará de
forma mais significativa a etapa de crescimento dos cristais, já que esta pode
ocorrer de diversas formas (epitaxial, transcristalino, esferulítico, etc.), de acordo
com a matriz polimérica, as interações entre o polímero e o agente nucleante e
as condições de cristalização. O modo como o polímero irá interagir com um
determinado tipo de superfície para gerar os núcleos também terá importância
no restante da etapa de crescimento.
2.2 Método de Obtenção do Índice de Cristalinidade (XC)
O índice de cristalinidade (XC) é definido como a fração mássica ou
volumétrica de fase cristalina de um polímero semicristalino. A determinação
desse parâmetro pode ser realizada através de diversos métodos, como:
medidas de densidade, calorimetria (DSC e DTA), espectroscopia (NMR, FTIR
e Raman) e técnicas de Raios-x (WAXS e SAXS). Os resultados obtidos por
essas técnicas apresentam a mesma tendência, porém os valores de índice de
cristalinidade não são iguais. Cada técnica utiliza-se de um princípio para
determinação desse parâmetro, sendo algumas diretas e outras indiretas.
3. Morfologia dos Nanocompósitos Poliméricos
Em geral, as estruturas de nanocompósitos poliméricos são classificados
de acordo com o nível de intercalação e a esfoliação das lamelas da nanocarga
nas cadeias de polímero. Vários parâmetros, incluindo a natureza da nanocarga,
o modificador orgânico, a matriz polimérica e o método de preparação afetam
diretamente o nível de intercalação e esfoliação. Portanto, dependendo da
natureza e das propriedades do polímero e da nanocarga, bem como a
metodologia de preparação do nanocompósito, diferentes microestruturas
podem ser obtidas. Na FIG. 1 estão apresentados esquemas dessas estruturas
dos nanocompósitos.