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ROMANTISMO PROSA

CONTEXTO HISTÓRICO
O Rio de Janeiro vivia um grande período de
urbanização;
1847 – É constituído o parlamentarismo no Brasil;
1848-50 – Revolução Praieira;
1850 – Lei Eusébio de Queiroz; 1865-70 – Guerra
do Paraguai;
1870 – Lançamento do manifesto Republicano;
1871 – Promulgada a lei do Ventre Livre; 1872 –
Fundação do Partido Republicano
1888 – 13 de maio, a Princesa Isabel
assina a Lei Áurea, acabando a
escravidão no país;
1889 – 15 de novembro, na cidade do
Rio de Janeiro, sob o comando de
Marechal Deodoro da Fonseca, ocorre
a Proclamação da República.
PROSA

Antecedente: O filho do pescador (1843),


de Teixeira e Sousa;
Marco inicial: A Moreninha (1844), de
Joaquim Manuel de Macedo;
Leitura dos folhetins pela elite brasileira;
Curiosidade: A mulher escritora ainda
permanecia discriminada. Ex.: Maria
Firmina, autora de: Úrsula (1859), A
Gupeva (1861) e A escrava (1887).
Predominam, nessa literatura, alguns
aspectos típicos dessa escola literária:
-Idealização
-Nacionalismo
-Medievalismo
-Herói idealizado
Categorias principais de romances
românticos:
-Urbano
-Indianista
-Histórico
-Regionalista
ROMANCE URBANO
“Um retrato da vida na Corte” é como
podemos definir o romance urbano
brasileiro;
Os tipos humanos, os costumes, as
intrigas e o amor impossível são os
elementos que emolduram o quadro que
cada obra traz;
Principais autores:
-Joaquim Manuel de Macedo
-Manuel Antônio de Almeida
-José de Alencar
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO
Publicação de A Moreninha (1844), O moço
loiro (1845), A luneta mágica (1869),
Mulheres de mantilha (1871).
São temáticas comuns ás suas obras:
namoro difícil ou impossível, presença de
jovens casadoiras e estudantes, mistérios de
identidade de personagens e identificação
final, conflito entre dever e paixão, alguma
comicidade, espécie de documento de
costumes da época. A linguagem é simples
com tramas fáceis, amor e mistério
culminando com um final feliz.
A MORENINHA (1844)
Romance urbano que retrata a sociedade
carioca do século XIX;
Apresenta: idealização (valorização da
mulher), nacionalismo;
A Moreninha é um exemplo
de Metalinguagem, pois é um romance
supostamente escrito por um de seus
personagens. A metalinguagem é
caracterizada pela propriedade que a língua
tem de falar sobre si mesma e de mesclar o
que existe na ficção com a realidade.
CRÍTICA
“Discutem-se ideias de beleza, identificando-se a moça
loira como clássica e A Moreninha como romântica.
Macedo tematiza um assunto teórico que ainda hoje
fascina aos estudiosos da estilística e aos que
classificam as obras segundo os estilos da época. A
discussão entre os personagens revela a atualidade do
assuntos da época em que romance foi
produzido...
Tratava-se de opor uma estética nacional, indianista e
sertaneja a uma estética europeia, civilizada e ariana.”

(SANT’ANA, Afonso Romano. Análise estrutural de


romances brasileiros. 7.ed. São Paulo: Ática, 1990)
MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA
Autor de apenas Memórias de um sargento
de milícias (1852-53);
É considerado por muitos um precursor do
Realismo;
Características da obra:
-Situa o leitor no tempo e no espaço;
-Não idealiza os personagens, mostrando-
os como eles realmente são ao leitor: tipos
humanos que compõem um determinado
grupo social;
-Apresenta ao leitor os costumes da época;
-Dá ao texto um tom cômico
- SUA NARRATIVA INCLUI
ATRIBUTOS HUMANOS
CONHECIDOS COMO SENTIMENTOS
UNIVERSAIS, ISTO É, SENTIMENTOS
QUE TODO SER HUMANO PODE
TER, COMO AMOR, ÓDIO, SAUDADE,
TRISTEZA, ETC.
MEMÓRIAS DE UM SARGENTO
DE MILÍCIAS (1852-53)

O romance é uma obra inovadora


para sua época pois rompe com o
retrato exclusivo da vida e dos hábitos
da aristocracia para retratar o
ambiente e a linguagem do povo em
sua simplicidade, mas sem deixar de
tratar os costumes da corte que tanto
alegravam a população.
ROMANCE INDIANISTA
O romance indianista traz à tona a vida,
cultura, crença e costumes indígenas. O
índio surge como herói, representando o
Brasil e os brasileiros, sendo corajoso,
heróico, forte, idealizado. Há uma
valorização da natureza e o espaço
onde ocorre a narrativa remete ao
natural, à paisagem brasileira. E o
contato do índio com o europeu;
Autor principal: José de Alencar
PRINCIPAIS OBRAS
INDIANISTAS
O Guarani (1857), Iracema (1865) e
Ubirajara (1874).
O Guarani Iracema Ubirajara
Apresenta o homem Apresenta o início da Apresenta o índio
branco já infiltrado no presença do homem brasileiro num
ambiente indígena. branco no ambiente ambiente livre da
indígena. presença do homem
branco.

O homem branco e o O homem branco Índios dividem entre si


índio dividem os papéis aparece como herói e papéis de heróis e
de heróis e vilões. os índios dividem entre vilões.
si os papéis de heróis e
vilões.

Os indícios da cultura A cultura indígena A cultura indígena é


indígena são reduzidos aparece com mais revelada em sua
a meros acessórios, intensidade, mas ainda plenitude, sem o filtro
predomina a cultura é filtrada pelo olhar do da cultura europeia.
europeia. homem branco
europeu.
ROMANCE HISTÓRICO
O romance histórico traz o retrato de
costumes de uma época passada, sendo
um relato que muitas vezes mistura
ficção e realidade.
Autor principal: José de Alencar Obras:
-O Guarani e Iracema (Romances
indianistas);
-As minas de prata (1862-1866)
-Guerra dos mascates (1873)
INDIANISTAS E HISTÓRICOS
 Asobras indianistas O Guarani
e Iracema, de José de Alencar,
também se enquadram na
categoria dos romances
históricos, por terem como
plano de fundo acontecimentos
históricos e personagens que
realmente existiram.
ROMANCE REGIONALISTA
Por fim, temos o romance regionalista, passado
em ambiente rural, mostrando costumes, valores
e cultura típica de uma região. Este tipo de
romance trazia um maior conhecimento do Brasil
sobre si próprio, uma vez que voltava seu olhar
pra regiões diferentes do Brasil, trazendo à tona
sua diversidade.
Principais autores:
-Bernardo Guimarães;
-José de Alencar;
-Visconde de Taunay;
-Franklin Távora
BERNARDO GUIMARÃES
Influenciado pelo escritor português
Alexandre Herculano;
Principais obras:
-O ermitão de Muquém (1866);
-O seminarista (1872);
-A escrava Isaura (1875).
O ERMITÃO DE
MUQUÉM
Focaliza o interior de Minas e Goiás:
sua paisagem, seus tipos humanos,
costumes e sua linguagem;
O enredo gira em torno de Gonçalo,
homem destemido e passional, que
alterna o posto de herói e vilão e
acaba como mártir – do amor e do
destino.
O SEMINARISTA
 É a narrativa da trágica história de amor
de Eugênio, forçado pela família a seguir
a carreira sacerdotal, e Margarida, que se
mantém solteira, fiel a seu amor de
infância. Ao concluir os estudos no
seminário, o padre retorna à terra natal e
reencontra a amada.
 Juntos, experimentam um intenso
momento de paixão. Ela, enferma, em
pouco tempo vem a falecer. Ele, em
estado de choque, enlouquece, e não
consegue celebrar sua primeira missa.
A ESCRAVA ISAURA
 Romance com pretensões
abolicionistas que conta a
história de Isaura, uma
escrava branca, nobre e
educada que é perseguida por
Leôncio, seu senhor, um
homem marcado pelos vícios
sociais. A moça é salva pelo
herói Álvaro, que a retira das
garras do vilão.
VISCONDE DE TAUNAY
Foi escritor primoroso, homem culto,
dedicado às letras e à pintura,
patriota, engenheiro militar e ex-
combatente da Guerra do Paraguai;
Principal obra:
- Inocência (1872).
INOCÊNCIA (1872)
Empenhou-se em descrever o cenário
sertanejo e a retratar a vida no
campo. Inocência é uma moça que,
por imposição do pai autoritário, deve
se casar com Manecão, um sertanejo
bruto e negociante de gado criado. A
moça adoece e é salva por Cirino,
estudante de farmácia, e os dois se
apaixonam, convergindo em um final
trágico.
FRANKLIN TÁVORA
É um dos autores mais polêmicos do
período. Crítico severo do
regionalismo alencariano, defende a
tese de que o Norte/Nordeste pode
produzir uma literatura regionalista
muito mais autêntica que o
Centro/Sul.
Principal obra:
- O Cabeleira (1876)
O CABELEIRA (1876)
 Seu romance mais famoso, trata do
cangaceiro José Gomes (o Cabeleira). A
narrativa, embora com tons realistas e
combativa, recai na estrutura
melodramática dos romances românticos.
O Cabeleira, ao reencontrar seu amor de
infância, Luisinha, abandona sua vida de
criminoso e dispõe-se a total regeneração
pelo amor da amada. A moça, porém,
morre de uma enfermidade e o cangaceiro
acaba preso e enforcado na prisão.
SINOPSE
Marco inicial = A Moreninha de
Joaquim Manuel de Macedo em 1844,
apesar de não ter sido o primeiro em
publicação, mas sim em importância.
Marco final = publicação de O Mulato
(Aluísio Azevedo) e de Memórias
Póstumas de Brás Cubas (M. de
Assis) em 1881 - mesma da poesia.

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