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EXERCÍCIO SOBRE
O ENFERMEIRO
1. O narrador, no início do conto, adverte: “Olha, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira,
em que há outras coisas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel; o ânimo é
frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada.”
O que representam o tempo, o ânimo, o papel, e por que dispõe-se apenas do papel?
2. Como se poderia explicar a confusão de Procópio quando disse ter sido teólogo, mas logo corrige-
se dizendo que, na verdade, copiava os estudos de um padre que lhe dava “casa, cama e mesa”?
3. Após a morte do coronel, Procópio sai do quarto e perambula pela sala contígua, durante duas
horas, num “atordoamento, [n]um delírio vago e estúpido”. Por quê?
4. Por qual motivo parece-lhe ironia quando alguém, ao lhe ver tremer as mãos enquanto fechava o
caixão, demonstra piedade?
5. O narrador confessa aproveitar-se da ilusão dos outros, que lhe confundem a aflição da
consciência com melancolia do luto e, ao fazer elogios ao coronel, convencia-se também que era
ele boa criatura. Depois, a caminho da vila para tratar do testamento do coronel, fixa-se na idéia de
que o crime, na verdade, fora uma “luta desgraçada”; depois, fixa-se também na idéia de que
fossem luta e a morte somente coincidentes. Já na vila, após ser recebido com elogios e
congratulações do vigário, muitos vinham relatar-lhe de outras crueldades do coronel, ante as
quais Procópio sentia singular volúpia, descrevendo-a como “prazer íntimo, calado, insidioso,
(...), espécie de tênia moral”. Por quê?